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História O Capítulo Final - Imaginação Vs Realidade


Escrita por: LordeUnderworld

Notas do Autor


Então, sei que muitos estão ansiosos para saberem onde eu estava enquanto meu namorado e meus amigos eram atacados pela Rachel, pelos planos loucos do Ben e pelo Damon. Muita coisa explodiu no ar enquanto eu estava fora, mas não pensem que fiquei de boas na lagoa nesse tempo todo. Foi uma loucura minha viagem para a Alemanha. Entrou amigos, assassinos, um homem-bomba e até um antigo amor... Que meio que me deixou balançado.

Se quiserem saber mais acompanhem "Treeibend In World", uma fanfic do gatinho do ~MattewzHenry.

Vou deixar o link lá nos comentários.

Abraços! E boa leitura! #Nico

Capítulo 16 - Imaginação Vs Realidade


Fanfic / Fanfiction O Capítulo Final - Imaginação Vs Realidade

POV Liam

 

Andando junto dos três eu conseguia ver como eram diferentes. Matador com aquele seu jeito autoritário, liderando o caminho enquanto usava o facão para cortar as folhas; Faz-Tudo, que parecia o que menos ligava para o perigo que corríamos naquela mata, reclamando e fingindo que não dava importância nenhuma para a minha vida; e, por fim, havia o José. Ele sorria e olhava para mim como se eu fosse seu filho de verdade, parecia extremamente real e era o único que não tinha o rosto idêntico ao meu. Na verdade eu imaginava como a minha mente tinha sido tão criativa a ponto de até as covinhas da sua bochecha serem tão parecidas com as do meu pai. Estar perto dele parecia afastar o clima mórbido da floresta, a escuridão não era tão assustadora e ele me dava força para continuar em frente.

Me aproximei e andamos juntos.

José assobiava uma música que eu não fazia ideia de qual era, mas que me dava uma sensação estranha de nostalgia. Fiquei ouvindo aquilo atentamente.  

— Deixe-me adivinhar, essa é alguma música que eu ouvia quando era criança e guardei no meu subconsciente - arrisquei, enquanto ele continuava com o assobio.

— Você era bebê, seus pais cantavam e acho que isso costumava te acalmar. Mas como adivinhou?

— Sei lá, estamos dentro da minha cabeça e acho que aos poucos tô conseguindo entender como esse lugar funciona.

— Isso é uma boa notícia. Quanto mais rápido você aprender sobre o seu interior mais chances terá de vencer seus medos e matar o Destruidor.

Pensei no que ele disse, olhei para o chão enlameado e notei como começava a ficar difícil continuar na trilha. Sem contar que o céu dava sinais de que iria chover.

—  Minha mente está caindo aos pedaços, esse lugar é horrível.

—  Sim, essa parte da sua mente e mesmo terrível.  

Fiquei surpreso pelo que ele disse.

—  Como assim “essa parte”? Existem outras?

—  Estamos seguindo para a saída, lá é o centro do seu consciente. Dizem que há sol e a floresta é mais convidativa do que essa daqui. É lá onde está o Felipe.

Um sorriso brotou no meu rosto automaticamente, como se aquele nome fosse o suficiente para que todos os problemas fossem por água abaixo e eu conseguisse ver um lampejo de esperança à frente. Tudo o que eu queria era o Felipe, ele era o grande amor da minha vida e merecemos ficar juntos, nos casar e parar de fugir por conta do meu passado.

—  Nesse caso vamos apressar o passo. - falei, determinado. - Temos que encontrar o meu noivo custe o que custar.

Falei isso e quando pisei no chão mais uma vez, por cima de toda aquela lama e folhas secas, senti meu pé batendo em algo com uma textura diferente. Só tive tempo de olhar para baixo antes do tentáculo de cor avermelhada sair de dentro da terra e se prendeu aos meus tornozelos. Aquela coisa coisa me apertou forte e sem mais nem menos me puxou com tudo para baixo.

—  AAAAAAAAAAAAA! - gritei. - Socorrrrrrroooo!

Matador se virou com o facão e tentou acertar os tentáculo.

Infelizmente a besta foi mais rápida e me levou para o chão. No instante seguinte eu estava sendo puxado para dentro do lamaçal, com minhas roupas sujas e terra vermelha entrando em minhas partes íntimas. Gritei mais uma vez antes de ser sugado enquanto José e Faz-Tudo tentavam segurar na inútil tentativa de agarrar alguma parte do meu corpo.

Minha cabeça foi preenchida pela terra e segurei a respiração enquanto o meu corpo era levado para cada vez mais fundo. A falta de ar e a terra traziam uma sensação angustiante, se eu sequer abrisse a boca e aquilo entrasse dentro de mim o nojo seria maior do que o medo de acabar morto. Fato!

Sentia meu corpo passar não apenas por terra, mas encostar em seres que rastejavam e continuavam seus trajetos pelo subsolo sem se importarem com a minha momentânea aparição. Já segurava minha respiração há um minuto quando senti meus pulmões ardendo e percebi que não aguentaria mais. Os tentáculos que me puxavam pareceram acelerar a descida e, então, não senti mais terra.

Ao invés disso me vi em queda livre. Abri meus olhos vendo uma escuridão que só não predominava por conta de tochas. Caí no chão com tudo, em cima do que pareciam pedras e que depois percebi que eram restos de corpos humanos. As caveiras me fizeram soltar um novo grito antes que eu me levantasse às pressas.

— Chega!!! - falei, com raiva. E abri a boca para soltar um grito. - AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!! QUE ÓDIO DESSE LUGARRRR!!!! QUE MERDA DE LUGAR LOUCO DO CARALHOOOOOOO!!!!!!!!!!

Bati na minha própria cabeça uma e duas vezes, me odiando por ser esse maluco destrambelhado que cria esse tipo de monstruosidades dentro de si. Me afastei ao máximo dos corpos e fechei meus olhos para não precisar ver mais aquelas atrocidades. Sabia que eu era culpado por cada coisa ruim que aconteceu na minha vida, eu era tão monstro quanto os inimigos que enfrentei ao longo da vida.

Ouvi algo perto das paredes, em um lugar escuro onde as tochas não iluminavam.

Ser observado para mim foi a gota d’água. Olhei em volta e vi um osso humano com uma ponta que podia muito bem funcionar como uma arma. Peguei ele, segurei firme em uma mão e fui em direção às sombras.

— APARECE! - gritei ainda mais alto. - Eu não estou mais para brincadeiras! Perdi meu irmão, fui levado para dentro da minha cabeça, atacado por monstros, protegido por personalidades e agora engolido por uma espécie de lula gigante. Então é melhor aparecer ou eu juro por Deus que furo seus dois olhos!

Apontei minha arma improvisada, nem sei se estava sendo mesmo ameaçador, mas a questão é que pessoa que estava lá escondida saiu das sombras e vieio para a luz.

— Seu temperamento mudou desde a última vez que nos vimos - ele falou, e seu rosto com a fraca luz das chamas parecia um tanto ameaçador. - Antigamente você costumava ser bem mais passivo.

— Não brinca - falei, sem tirar a arma do punho. - Posso perguntar o que significa isso? E o que você está fazendo dentro da minha cabeça, Thomas???

Thomas passou a mão no cabelo loiro, virou o rosto e me observou de cima a baixo. Depois seus olhos foram para o outro lado da caverna onde estávamos e me virei, enxergando o umbral de uma porta. Parecia uma saída em potencial, a ‘única saída’ já que eu tinha chegado pelo teto e o local parecia ser fechado.

— O que tem ali? - perguntei, olhando para a escuridão ali.

— Vou te acompanhar - disse Thomas, tirando os sapatos e ficando descalço para depois andar até mim, por cima dos ossos. - Não importa o que aconteça, se mantenha perto.

— Não vou com você a lugar nenhum! Você é fruto da minha imaginação e com certeza não deve ser algo bom.

— Acha que sou o vilão só porque fui um dos seus clientes quando você se prostituía? - ele riu. - Acredite, não sou nada comparado ao que tem ali.

— Você me espancava com os seus amigos, fez da minha vida no colégio um inferno.

— E mesmo assim não contou nada pro Nico quando comecei a namorar com ele. Nem mesmo o Felipe moveu um dedo para me tirar da Força-Tarefa, mas acho que ele mal se lembra de mim daquela época. Mas você se lembra, não é mesmo? Eu fiquei… Gravado na sua memória.

Senti algo estranho na minha mente, a imagem chegou como um flashback e vi um soco ir para a minha barriga, Thomas me batendo de novo e de novo e de novo em diversos momentos diferentes. Ele costumava ser um dos meus clientes mais violentos, o que era de se espantar já que a maioria deles se enquadravam em caras mais velhos e incubados que tinham frustrações sexuais.

Thomas era perigoso. Pensei se o melhor a fazer não seria apunhá-lo bem no peito como uma forma de vingança. Pelo menos dentro da minha mente eu podia matar.

— Sei no que está pensando - ele disse. - Mas se me matar, terá que entrar lá sozinho.

Olhei para a passagem e pensei nos prós e contras. Sabia que seja lá o que houvesse ali, meus piores pesadelos poderiam se mostrar. Thomas podia ser um guia, o menor dos vilões que encontrei pela frente, mas ele merecia ser castigado.

Me aproximei dele, baixei o pedaço de osso e olhei em seus olhos.

— Diga. Quem está me esperando lá dentro?

Thomas me lançou um sorriso de lado, baixou os olhos e falou baixinho.

— O seu pior pesadelo.

Sua resposta fez com que eu tremese um pouco. A escuridão… Ela estava lá, mais perto do que nunca, e a qualquer momento algo obscuro poderia sair dali e me arrastar para a morte. Depois disso o Destruidor assumiria meu corpo e provavelmente eu perderia o Felipe para sempre.

Não deixaria isso acontecer.

Por isso me virei para o Thomas e fiz a única coisa que eu podia fazer: Apunhalei seu peito, direto no coração, fazendo com que respingos de sangue batessem em meu rosto e fizessem com que eu me esforçasse para manter a arma ali, gravada, enquanto ele me olhava com raiva.

— Vai se arrepender, Liam! - gritou, com uma voz alterada e parecendo a de um monstro. - Espero que você queime no inferno junto de todos os seus demônios.

Seus olhos começaram a ficar vermelhos e sangue escorreu da sua boca, deslizando pelo queixo até alcançar o pescoço.

— Vou matar um por um dos meus demônios, a começar por você - falei, trincando os dentes. - Morre, desgraçado!

Ele abriu a boca, revelando um tentáculo menor do que aquele que me puxou pela perna, aquilo saiu de dentro dele e percorreu seu pescoço, indo para as costas enquanto mais tentáculos começaram a sair junto de mais um, e mais outro, até que quatro deles saíam do corpo do Thomas junto de menores que escorriam pelo orifícios pequenos como orelha e nariz.

Tirei a minha arma improvisada do peito dele e me afastei, com medo que uma daquelas coisas tocasse em mim.

Uma tinta preta começou a escorrer dos olhos de Thomas e seu corpo caiu no chão, com os tentáculos e a tinta se misturando no chão enquanto a pele dele ia sendo consumida e escorria pelo chão. Resolvi correr naquele ponto, antes de ver no que resultaria aquele show de horrores. Tomei fôlego, bati no peito para tomar coragem e fui com tudo para a escuridão, sem pensar em mais nada e sem hesitar. Encontraria o Felipe, nada ia me impedir de sair daquele lugar.


 

POV Felipe

 

Estava com um péssimo pressentimento. Algo no meu peito me dava a sensação de que alguma coisa ruim estava para acontecer e eu não fazia ideia do que era.

Cruzei os braços e fiquei analisando o corpo do Lorde, a forma como ele estava pálido e como seu peito mal subia e baixava, como se ele não quisesse dar sinal algum de vida senão os equipamentos que faziam “bip” de cinco em cinco segundos. Tínhamos preparado a cama, Bernardo trouxe o equipamento e contratou uma enfermeira que viria uma vez por dia para observar o estado do Lorde. Para todos, ele estava simplesmente dormindo e não viam motivos para que não acordasse. Teríamos que alimentá-lo por uma sonda e nos revezaríamos para ficar no quarto e protegê-lo contra qualquer ataque.

Eu estava lá há quase uma hora, não liguei a televisão e nem quis me ocupar com um dos livros na estante, apenas fiquei observando o Lorde naquele estado indefeso e pensando como o meu Liam poderia estar enfrentando a mesma coisa. Liam estava lá, nas mãos do Caleb e correndo risco. Já estava a tempo demais desaparecido e não podia deixar que continuasse assim. Foi por isso que falei com o Lucas e o ameacei daquela maneira, por isso fiz o necessário para usar a magia ao meu favor, mesmo que eu tivesse que usar uma criança indefesa para isso. Chris ainda não sabia controlar o seu dom, e de acordo com o Lucas um ritual para localizar o Liam necessitava de muita força e preparo. Dei a eles 42 horas e disse que caso não conseguissem a pasta com todos os seus segredos iria direto para as mãos do Jessie.

O Lorde com certeza desaprovaria esse meu comportamento e o Liam ia achar um absurdo, mas eu tinha que tentar. Usaria todas as armas que eu tinha, mesmo que isso incluísse trair o meu amigo e arriscar tudo com os poderes de um jovem bruxo que não tinha sequer passado dos dois dígitos de idade.

Estava tão concentrado olhando para o Lorde que sequer percebi quando a porta se abriu e Jessie entrou, acompanhado de Thomas que decidiu esperar do lado de fora.

— Acho melhor comer alguma coisa, Felipe - disse Jessie, parado com a porta entreaberta. -  Teremos uma reunião da Força-Tarefa em quinze minutos, todos têm que estar lá.

— Com todos, isso inclui o Bernardo?

— Ele arrumou parte da bagunça que causou, agora somos donos desse hotel e a polícia continua nas nossas mãos. Precisamos dele mais do que nunca, com o Damon solto e o Lorde nesse estado…

— As merdas que ele fez nos colocaram nisso tudo. Por causa dele o Lorde está nesse estado e se houvesse uma votação, eu votaria para destruirmos o Ben.

— Sim, eu entendo… - Jessie se aproximou mais alguns passos. - Mas isso aqui não é uma democracia, não teremos nenhuma votação e espero mesmo que esteja na sala de reunião junto dos outros, me entendeu? - ele esperou uma resposta minha, mas como não teve fez que ia ir embora, mas então se virou.

Ficou me olhando por um instante, parecendo pensar se devia ou não dizer.

Mordeu o lábio.

— O Thomas… Eu dei autorização para que ele fizesse algo com o Bernardo, para que descobrisse o que fosse necessário.

— Quer dizer então que você e aquele brutamontes viraram melhores amigos agora. Não posso dizer que estou surpreso.

— Só estamos trabalhando juntos. E, sim, não acho mais o Thomas tão insuportável quanto antes - vi que o Thomas ainda esperava do lado de fora e sorriu quando ouviu o elogio. - Acho que descobrimos algo que vai chamar sua atenção. Que fará você ir para a nossa reunião.

— E o que seria?

— O Bernardo, ele sabia o tempo inteiro onde o Liam estava - me levantei da cadeira assim que Jessie terminou de falar o nome do Liam. - Nesse tempo todo ele sabia exatamente onde o Liam estava.

Já estava disposto a fazer um escândalo por conta daquele notícia quando alguma coisa me interrompeu. Um grito vindo do lado de fora.

Jessie e eu nos entreolhamos e não pensamos duas vezes antes de correr até lá. Peguei minha arma em cima da escrivaninha e fui com ela engatilhada até a parte de fora onde encontramos Thomas no chão, encolhido e tocando o peito como se algo o tivesse atingido.

—Tá queimandooo! - ele gritou para Jessie. - Tira isso de mim, tá queimandooo!!!

Nos aproximamos e Jessie teve que afastar as mãos de Thomas a força para enxergar o que tinha de errado em seu peito. Afastamos a blusa dele e não encontramos nada ali além de uma cicatriz que parecia antiga, como se ele tivesse sido esfaqueado ou algo do tipo há alguns anos.

— O quê? - ele perguntou, olhando para baixo. - Isso… Isso é impossível, tava queimando - falou, e se levantou como se a dor ainda estivesse ali, porém com menor intensidade.

— O que diabos foi isso? - perguntou Jess, ajudando Thomas a se levantar.

— Eu não sei! - Thomas soltou um berro. - Foi como se alguém tivesse me atingido e então eu senti meu peito queimar e.. e… Essa cicatriz… Eu não tinha ela antes. C-como isso é possível?


Notas Finais


Espero que tenham gostado, o Lorde se pudesse se mexer da cama tenho certeza que iria amar todos os comentários, viu.

Abraçosss!!!

E até o próximo capítulo ;)


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