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História O Capítulo Final - Somos sua família agora


Escrita por: LordeUnderworld

Notas do Autor


Mais um lindo capítulos para vocês.
Não se esqueçam de comentar, compartilhar com mamãe e papai, e ficar de olho no que vem pela frente, porque o Liam está próximo de chegar. Próximo capítulo será todinho dele.
#Kisssusss

Capítulo 23 - Somos sua família agora


Fanfic / Fanfiction O Capítulo Final - Somos sua família agora

POV Jessie

 

Tirei meu uniforme de batalha, jogando no canto do banheiro para em seguida tirar as luvas e as botas. Aquele uniforme encardido, com cheiro de fumaça e rasgos nas laterais era uma roupa que Bernardo nos entregou no início da Força-Tarefa para as nossas missões. Ela tinha pontos resistentes a bala e apesar disso era leve e confortável de usar. O único problema era que o suor grudava como se a roupa fosse feita de esponja, o que fazia a coisa ser bem nojenta às vezes. Por isso assim que cheguei ao quarto fui para o banheiro e quis tomar um banho longo e demorado.

Liguei o chuveiro e entrei evitando molhar minhas mãos que tinham ganho um arranhão feio mesmo com as luvas como proteção. Minha mão deformada até que não doía tanto, mas a outra eu sequer conseguia mexer as juntas que minha pele parecia arder. Aquilo não me impediu de passar bons minutos com a cabeça debaixo do chuveiro, fechando os olhos e pensando em tudo o que tinha acontecido desde que resolvemos vir atrás do Liam. Mais uma missão desnecessária em que quase morremos e não conseguimos absolutamente nada! Sentia raiva por tudo estar dando tão errado, mas tinha que continuar.

Enrolei uma toalha em volta da cintura e saí do banheiro após um longo tempo me limpando e descansando de toda a confusão. Quando cheguei ao hotel as luzes estavam apagadas, os outros decidiram ir para a cobertura para ver o que havia acontecido, mas decidi que iria para o quarto ver como estava o Thomas.  

Me aproximei de Thomas, que tremia deitado na cama, dormindo. Tirei o termômetro dele e vi que a febre havia aumentado muito, ele precisava tomar os remédios antes que piorasse. Fiquei ao lado dele, me sentei na beira da cama e fiquei olhando por um instante antes de sacudir seu ombro e esperar que despertasse.

— Jess? - ele parecia atordoado. - E-eu dormi muito?

— Toma, você precisa tomar esses remédios - falei, pegando o comprimido na escrivaninha e entregando um copo d’água para ele. - E precisa tomar um banho, está começando a feder. Isso não deve ser nada saudável.

— Jessie, eu fiz algo horrível - ele disse, ainda tonto. Tomou o comprimido fazendo uma careta ao engolir. - Você precisa ver se o Nico está bem.

— O Nico está bem, ele já se recuperou quase completamente, então se preocupe em melhorar que depois quero uma boa explicação.

Ele assentiu. Suspirei, cansado.

Fui até o meu armário e vesti um short e uma camiseta qualquer.

Thomas não se importou de eu me trocar na frente dele, virou o rosto para me dar privacidade e quando fiquei pronto ele tentou se sentar. Acabou voltando a deitar por conta da dor de cabeça.

— Sinto como se o meu corpo estivesse morrendo - ele falou, com um riso. - Isso só pode ser castigo divino.

— Eu não me importaria se fosse - falei, frio. - O que você fez com o Nico não tem perdão. Sabe disso, não sabe? Só estou te mantenho aqui porque somos quase amigos e não quero que o Bernardo se livre de você da pior forma possível.

— Talvez ele devesse - Thomas ficou com o copo na mão, olhando para baixo e parecendo prestes a chorar. De novo. - Foi horrível! Eu… Eu não conseguia me controlar, eu estava com muita raiva e quando ele me contou do beijo foi como se algo tivesse se apoderado de mim. Eu ainda estava lá, eu queria parar, eu gritava por dentro, mas…

— Mas…?

— Não sei. Parecia o certo a fazer. Parecia muito bom me deixar levar por aquela sensação perversa. - e lágrimas escaparam dos seus olhos. Estava começando a detestar aquela versão chorona dele - É igual ao ensino médio, tudo de novo. Estou perdendo o controle, agindo igual ao meu pai. Ele era assim, violento igualzinho a mim. Ele batia na minha mãe todos os dias e caso eu não fizesse o que ele mandava ele… Ele…

Ele deixou o corpo cair e colocou as duas mãos na cabeça. Peguei o copo antes que ele se espatifasse no chão, num reflexo rápido. Só não esperava que Thomas começasse a se contorcer e se debater, gritando. Tentei segurá-lo, mas ele começou a ter uma convulsão.

Mantive o corpo dele na cama para que não caísse, afastei as cobertas e travesseiro jogando tudo pro lado e deixando apenas uma das almofadas para apoiar sua cabeça enquanto a convulsão continuava, mais forte. Quando percebi que ele babava coloquei ele de lado para que não se engasgasse. Alguém bateu à porta e gritei por ajuda.

Lucas entrou já em alerta e assim que viu o que estava acontecendo não precisou que eu pedisse ajuda para se aproximar.

— Temos que afrouxar a roupa dele, mantenha ele assim - falou, com a voz firme, vindo pra perto e me ajudando a segurá-lo.

— Eu não sei o que houve! Estávamos conversando até que…

— Mantenha ele assim, vou chamar um médico agora mesmo - ele pegou o celular no bolso, mas quando olhei para o Thomas e vi o que saía da boca dele bati na mão do Lucas - Ei! O que você…?

— Olha isso!

Ele tomou um susto quando percebeu que a gosma preta saía da boca do Thomas junto da saliva.

— Isso é…?

— Sim! Pegue aquela toalha, rápido!

Lucas foi até a toalha e limpou a boca do Thomas enquanto a convulsão aos pouquinhos ia passando. O corpo dele ainda dava pequenas tremidas involuntárias e quando acabou mantivemos o Thomas daquele jeito por alguns segundos a mais, só para ter certeza de que estava tudo bem. Nos entreolhamos e Lucas aproximou a toalha suja para que eu visse.

— Eu sabia! - falei, irritado. - Sabia que o Damon tinha algo a ver com isso.

— O que ele fez? O que o Thomas tem.

Olhei em seus olhos. Ele parecia assustado, olhava para o Thomas sem saber o que fazer. Pedi que tomasse meu lugar e confortasse ele enquanto eu corria até a porta e a trancava. Liguei a televisão e olhei para cima.

— Rachel, me mostre as filmagens do dia em que o Thomas atacou o Nico.

Nenhuma resposta.

— Rachel, está aí? Rachel?

Aquilo me frustrou pra caramba. Não sabia o que estava acontecendo, por isso peguei meu notebook e tive que ligá-lo para ter acesso às câmeras de segurança. Peguei as filmagens do quarto do Nico e fui andando com o Mouse até encontrar a que eu queria.

Vi novamente o Thomas espancando o Nico. Voltei uma vez. Percebi que ele perdia a paciência do nada, até suas feições mudavam. Assisti de novo. Ele colocou a mão na cabeça diversas vezes como se estivesse sentindo dor. Assisti mais uma vez. Pausei no exato momento em que seus olhos ficaram negros. Durou segundos, milésimos de segundos, mas eles ficaram.

Aquilo era assustador!

— Aqui, aqui, ó! - falei, mostrando a tela para o Lucas. - Não foi culpa do Thomas! Nada disso é culpa dele.

— Do que está falando?

— O MALDITO DO DAMON! - não consegui me controlar, estava exalto, mas tinha todos os motivos do mundo para isso. - ELE tá fazendo com o Thomas da mesma forma que fez com o meu marido! ELE INFECTOU O THIAGO! FEZ ELE FAZER COISAS HORRÍVEIS E DEPOIS O MATOU! É ISSO O QUE ELE FAZ! É toda essa MERDA que ele é capaz de fazer!
    Lucas arregalou os olhos. Não segurei minha raiva e atirei o notebook pro outro lado do quarto atingindo o espelho.

Estava acontecendo de novo! Tudo bem na minha cara e eu sequer fui capaz de descobrir. Eu só queria… Eu só queria… Eu só queria chorar! Chorar, e descarregar o pente de um revólver na cara de alguém.

Estava transbordando e prestes a gritar. Aí Lucas veio por trás de mim e me abraçou.

Meus punhos antes fechados aliviaram a pressão e tentei parecer forte antes de desmoronar.


 

POV Symon

 

    — Você não acha que tá olhando demais para aquele garoto? - perguntei para o meu marido, e ele logo se virou para ficar mais perto de mim, sorrindo daquele jeito amarelo de quem tem algo a esconder. - Não gosto nada disso, James.

    — Não seja ciumento, a gente já é casado há cinco anos.

    — Que bom que sabe contar, mas não foi isso o que eu perguntei. - devo ter sido um pouco grosso, mas foda-se. - Que tal parar de secar esses garotos novinhos e prestar atenção na aliança no seu dedo?

    James ficou sem graça, ele era educado demais para revidar, por isso aproveitei para fechar a cara e ficar de mau humor. Não era como se o Hugo representasse alguma ameaça, mas o Jessie tinha o péssimo costume de ficar com os aprendizes dele, e quando nos conhecemos eu tinha a idade que o Hugo. Sem contar que na época do colégio o Hugo dava em cima do James o tempo inteiro.

    — Eu sempre o evitei, sabe disso - tentou se defender. - Era só coisa de adolescente com crush no professor, não era nada demais.

    — Ele fez uma POÇÃO DO AMOR pra você, esqueceu?

    — Sim, e esqueceu que ele mesmo acabou tomando a poção sem querer? Ele é fofo, mas....

    — Eu não acredito que você disse isso. Chamou ele de fofo!

    — E ia dizer que não faz o meu tipo - sorriu para mim. - Só você faz o meu tipo.

    — O caralho que eu faço o seu tipo. Lucas era o seu tipo, eu fui só prêmio de consolação.

    — SYMON!

    — Vai dizer que não é verdade?

    — Você está exagerando, tesouro.

    — Vai à merda com essa coisa de tesouro - vi o César atravessando o restaurante e abandonei o meu prato para ir até ele. - Se quiser vai lá conversar com o Hugo, mas acho bom saber que eu não vou ficar parado feito um bom moço nessa história, de jeito nenhum!

    Mostrei o dedo do meio pra ele, que quase afundou a cara na mesa.

    Vi César entrar na cozinha do hotel e o segui. Assim que atravessei a porta ele se virou, e tomou um susto comigo.

    — Desculpe - pedi. - Preciso de mais magia.

    — Tudo bem, agora mesmo.

    Ele aproximou a boca da minha, uma linha de luz dourada saiu da sua boca e foi para a minha. Senti meu corpo mais forte, algo dentro de mim foi ganhando forças e fiquei recarregado.

Levando em conta como fiquei mal sem magia, aquilo era incrível.

    Deixei o sorriso quando vi o jeito tímido do César.

    — Ei, tá tudo bem com você? - perguntei. - Ando pegando magia demais? Porque eu estava fraco, nunca fiquei com tão pouca antes.

    — Não, não é isso, desculpe, senhor.

    Lembrava bem daquele jeito educado e meio submisso dele. Acho que era por isso que o Oswald amava tanto ele. Só alguém assim pra aturar meu primo.

    — Vamos lá, César. Conheço você, sei que tem alguma coisa errada. Pode me contar.

    Ele passou a mão pelo cabelo ruivo e encaracolado, se perguntando se podia ou não falar. Ele era de uma geração de escravos bem mais rígida que a do Lucas, então era difícil para ele se abrir.

    — Eu perdi o Oswald - falou, com os olhos lacrimejando. - Ele… ele era tudo pra mim. Eu não tenho mais ninguém e assim que descobrirem que estou sem um dono, os bruxos da Elite vão me capturar e me levar.

    — Fique calmo, isso não vai acontecer - falei, abraçando ele e querendo passar segurança. - Me escuta, o James e eu vamos cuidar de você. A Elite não vai tocar em um fio de cabelo seu!

Ele continuou chorando no meu ombro enquanto eu falava.

— Meu primo te amava muito, por conta disso somos sua família agora, está bem? Pode contar comigo. Até porque vou precisar de magia emprestada até o James achar alguma outra fonte - enxuguei as lágrimas dele com minhas mãos e sorri. - Vamos lá, se recomponha e vem beber alguma coisa comigo.

    — Beber?

    — Sim, você já foi meu escravo, sabe como eu gosto de whisky - fui abrir a prateleira para pegar a garrafa. - Hoje eu quero encher o rabo de bebida e afogar as mágoas.

    Falei isso e quando abri o armário um vulto negro saiu de dentro dele e bateu contra a gente. Me abaixei no último momento, mas César foi atingido bem na cabeça. Vi algo como uma lâmina viscosa e negra atingir seu olho esquerdo e atravessar seu crânio. Sangue espirrou para todos os lados e ele caiu para o lado, morto. A “coisa” se arrastou pela parede sujava todo o lugar de sangue e gosma. Ela era rápida, se movia inteira como uma lula e veio me atacar com uma rapidez inacreditável. Fiz um escudo com a minha magia e a arremessei para dentro da despensa da cozinha.

Tranquei a porta.

    — JAMESSS! - gritei pelo meu marido, correndo até o corpo do César e confirmando o pior. - JAMES!!!!!!!!

 


Notas Finais


R.I.P


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