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História O Capítulo Final - Na nossa cama


Escrita por: LordeUnderworld

Notas do Autor


Preparem as emoções porque aí vem mais um capítulo!
Sem mortes? Sem mortes. Mas...

Capítulo 26 - Na nossa cama


Fanfic / Fanfiction O Capítulo Final - Na nossa cama

POV Jessie

 

            — Você só pode estar de brincadeira com a minha cara – reclamou Nico, largando o prato com os pãezinhos e colocando em cima da bancada do café da manhã.

            Ele estava muito mal, a marca roxa no rosto e no pescoço ainda estavam lá e ele teve sorte em não quebrar nenhuma costela com o ataque. Não sei como conseguiu se mexer tanto de um lado para o outro com todas as loucuras pelas quais a Força-Tarefa estava passando. Acontece que ele era um membro essencial para a equipe, e alguém como ele não podia ficar parado. Mesmo naquele estado. Acho que já tinha esperado tempo demais para contar que precisávamos dele para tirar a gosma do Thomas, por isso assim que fomos para o café da manhã puxei ele para o lado.

            — Por favor, Jessie. Não me obrigue a isso – me pediu, e vi um pouco de súplica em sua voz.

            Me sentei com ele. Sei que estava sendo um péssimo amigo, mas eu precisava ajudar o Thomas e precisava impedir que o Hugo fosse uma ameaça com todos os poderes que ele tinha. A última coisa que precisamos é de mais inimigos.

            — Lembra quando o Thiago ficou doente e te atacou? – perguntei, relembrando o passado de um jeito que eu não queria. Tendo que trazer de volta a visão do meu marido em descontrole – Thiago matou o médico que tentou ajuda-lo, e depois foi pra cima de você com um bisturi. Ele estava fora do controle igual ao Thomas.

            — O Thomas me espancou! – ele alterou a voz. – Você tem ideia do que eu passei? Ele é violento, queria me bater o tempo todo, então se há ou não algo dentro dele pode ter certeza que a gosma só deu impulso pra ele fazer o que queria. Nós brigamos, ele começou a gritar...

            — É o Thomas! Ele é esquentado, claro que iria gritar e xingar, mas te bater? Jamais!

            Nico cruzou os braços, irritado. Vi que ele estava prestes a chorar e tentei me aproximar para abraça-lo. Ele se afastou de mim bruscamente.

            — Não acredito que está do lado dele.

            — Estou do lado do que é certo nesse momento.

            — Sério? E se esse ataque dele não fosse o primeiro?

            Fiquei um instante estático.

            — C-como assim? O Thomas... Ele já te bateu antes?

            Nico olhou para os lados para ter certeza de que estávamos sozinhos.

            — Não, ele nunca me bateu. Mas... Ele sempre foi violento... Olha, eu gosto dele, talvez até ame, mas o que aconteceu foi a gota d’´água.

                ­­— Ele é seu namorado.

                — Ele ‘era’ meu namorado – ele quis sair do quarto, mas o agarrei pelo braço.

                — Não pode simplesmente sair e deixar o problema de lado, ele vai piorar e pela carta que o Lorde deixou pra gente é bem capaz de perder o controle de vez e fazer tudo o que o Damon ordenar. Ele vai virar um zumbi!

                Dava para ver pelo seu semblante que ele não queria, mas ainda havia um senso de responsabilidade.

                — Você é um péssimo amigo  – falou. – Pode deixar que eu vou, e espero que mantenha ele longe de mim até lá.

                Agradeci, mesmo com o Nico me fulminando com os olhos, e quando ele se afastou uma sensação horrível de ter perdido um amigo me atingiu. Talvez eu estivesse agindo errado colocando o Thomas como prioridade, e eu poderia ter sido bem mais solidário com o Nico, mas estava sem paciência tendo que lidar com tantos problemas ao mesmo tempo. Fiquei sentado e fitei o chão por algum instante enquanto Nico se afastava.

                Mal vi quando Lucas se aproximou de mim.

                — As coisas estão bem loucas ultimamente – falou, com um sorriso terno. – Não se preocupe, o Nico vai entender no fim das contas.

                — Ouviu o que ele disse? Ele acha que estou contra ele.

                — Mas você sabe que não está. Está pensando no bem de todo mundo fazendo isso. Vai que o Thomas surta de novo e machuca alguém outra vez. Vai que ele fere o Nico, ou o Felipe, o Liam, ou até mesmo o Chris. Está fazendo a coisa certa, Jessie. Estou do seu lado.

                Era muito bom ouvir isso, era muito bom ter o apoio de alguém. Me aproximei dele para um beijo, Lucas até se afastou um pouco, mas então mudou de ideia e também veio para me beijar. Peguei seu queixo e passei meus lábios pelos dele por um momento, afastando-os em seguida para ver aquele lindo sorriso.

                — Acho que sou um cara de muita sorte.

                Lucas sorriu, um tanto envergonhado. Adorava aquele jeito dele, quando deixava de ficar bravo ele era muito fofo.

                — E o nosso “quase-encontro” de hoje? – perguntei. – Ainda de pé?

                — Depende, vai pagar a conta da sorveteria?

                Soltei uma risada, peguei Lucas pela cintura e ficamos juntos por mais um tempo antes de voltarmos para o café da manhã.

 

POV Symon

 

                O corpo do César foi colocado junto do de Oswald no necrotério. Eu deveria ficar lá e acompanhar tudo para pagar a propina aos médicos e confirmar que nenhum laudo iria para registro, mas simplesmente não aguentei ficar perto de toda a minha família morta. Agora eu estava praticamente sozinho. Meus pais não passavam de bruxos esnobes e cruéis que abandonei assim que tive idade para deixar minha casa, não tinha irmãos ou primos e tudo o que me restava agora era o James. Minha relação com ele começou apenas por sermos pessoas solitárias, gostávamos da companhia um do outro e após alguns dias eu frequentava mais a casa dele do que a minha. Depois de algumas semanas começamos um negócio juntos com uma escola para bruxos que foi muito bem até a Elite ficar ameaçada e concluirmos nossos planos de tornar o mundo bruxo um lugar melhor para os escravos. Libertamos centenas de pessoas e quando tudo acabou vimos que éramos melhores juntos. Nos casamos depois de um ano, no começo me senti um tanto ameaçado por estar com um cara mais velho, mas nós completávamos um ao outro e o sexo era muito quente! Acho que por conta do nosso temperamento.

Eu brigava bastante antes de tê-lo na minha vida, era quase impossível uma frase inteira sair da minha boca sem que um palavrão estivesse no meio enquanto que o James, ele era metódico e educado demais. Aprendemos bastante um com o outro e após tantos anos casados nunca estivemos tão distantes. Mesmo com nossas diferenças, mesmo no começo quando eu detestava ser o uke da relação, mesmo com tudo de errado ao nosso redor, nunca me senti tão deixado de lado.

Acho que tudo tinha a ver com o Lucas. Passamos cinco anos longe dele, e agora lá estava nosso ex-namorado no cômodo ao lado bancando o bom pai e refazendo sua vida flertando com outro homem. Demorei para me recuperar do que sentia por ele, um sentimento muito forte que achei que levaria para a vida inteira. Sequer sabia se James havia conseguido seguir em frente.

Acho que por conta disso que eu estava fervendo de ciúmes.

                — Tudo bem, Symon? – perguntou Nico quando me viu chegando. 

                Alguns membros da Força-Tarefa saíam do restaurante do hotel. Pelo visto o horário do café da manhã já havia passado, então ainda bem que tinha comido algo na rua antes de retornar.

                — Estou bem, na medida do possível – respondi. – Ando economizando magia, peguei bastante com o César antes dele morrer, então devo ter mais uma semana antes de descarregar.

                Nico sorriu com a notícia. Me pegou pelo pulso e me levou para perto do elevador.

                — Vai adorar a novidade que tenho para você! – contou, quando a porta se abriu e entramos. – Tive bastante tempo evitando o Jessie desde que cheguei, então comecei a trabalhar em um acessório para você.

                — Não vai testar suas bugigangas comigo, né? A vida do Chris e do Lucas estão ligadas à minha por magia, então não quero ser seu boneco de testes e deixar você matar nós três.

                — Primeiro: minhas coisas não são “bugigangas”. E segundo: Vai adorar ser meu boneco de testes.

                Entramos na enfermaria e ele me levou para um local nos fundos onde estavam alguns equipamentos espalhados em uma mesa retangular. Ele começou a mexer naquela bagunça procurando por alguma coisa, ficou ali um minuto inteiro até encontrar uma pulseira preta parecida com as com leitor cardíaco que se usa em academias. Fiquei olhando para aquilo e quando ele me entregou vi duas espécies de agulha dentro dele, na parte que ia para o braço.

                — Isso daqui é algum método de tortura? – perguntei.

                — Não deixe as agulhas te assustarem, elas vão entrar pelas suas veias e se fixarem lá de modo que não sentirá dor nenhuma, nem vai perceber sua presença.

                — As definições de tortura foram atualizadas. Sabe que isso é bastante assustador, né? Porque diabos eu furaria meu pulso para colocar isso?

                — Porque essa maravilha é sua mais nova fonte de magia!

                Me surpreendi quando ouvi aquilo, fiquei olhando a pulseira e imaginando onde estava a magia naquela coisa.

                — Veja bem, depois que me contaram a história do Bernardo e o que ele quis fazer para tirar a magia de vocês fui até as câmaras e percebi que antes de fatiar e meio que destruir as partículas de magia, ela era transportada para um armazenamento interno. Quando o Damon escapou as câmaras foram incapacitadas de se livrarem da magia, elas armazenaram e deixaram lá para ficar à nossa disposição. Então eu peguei o que precisava, fiz a pulseira e dentro dela tem magia suficiente para durar 1 ano. Depois disso é só vir até mim e eu recarrego.

                — Isso... Isso é – não contive minha felicidade e o abracei forte, beijando sua testa e o erguendo do chão. – Você é maravilhoso! Tem ideia do que fez??? Acaba de salvar a minha vida!

                — Pois é, já me disseram o quanto sou incrível. Agora pare de me apertar antes que quebre minhas costelas.

                Deixei ele no chão e depois disso Nico me explicou como seria o uso da pulseira, os cuidados que eu tinha que ter com ela e então me ajudou a colocar. De fato não doeu nem um pouco, quando terminei o agradeci novamente e segui para fora da enfermaria. Nico disse que ficaria para checar se ainda estava tudo bem com Liam e o Hugo, e por conta disso fui embora sozinho.

                Apertei o botão da pulseira e senti um pouco de magia entrar na minha corrente sanguínea. A sensação era muito estranha, mas me deu um up e fiquei mais animado. Fiquei com um sorriso no rosto e quando saí do elevador fui correndo para o quarto contar ao James a novidade.

                Ia procurar a chave no meu bolso para abrir a porta do quarto, mas quando arrisquei a maçaneta vi que estava aberta. James era descuidado demais! Entrei e percebi que as luzes estavam apagadas. Vi que alguma coisa estava errada, mas meu sexto sentido não me preparou para o som dos gemidos vindo da beirada da cama.

                Fiquei prado, em choque. Abri a porta mais um pouco e os dois não perceberam a minha presença.

E aí aconteceu. Vi os corpos de James e Hugo ali, com o garoto de cabelos brancos de quatro, com as pernas afastadas afim de empinar um pouco mais a bunda e deixar o meu marido mais à vontade, atrás dele.

                James, suado, investia forte contra o Hugo que soltava gemidos cada vez mais altos.

                Sabia que tinha que parar com aquilo, mas minha voz apenas não saía e a raiva não vinha rápido o suficiente. Os dois estavam na “nossa” cama, o James estava com um garoto que não tinha metade da idade dele e o som do sexo era grotesco para mim.

                Quando James virou o corpo magro do Hugo e o firmou nos braços para pegá-lo no colo eu acendi a luz. James se protegeu no mesmo instante, saiu de dentro de Hugo e pegou as cobertas para cobrir seus corpos. Hugo ficou com boa parte da coberta enquanto James se virou para mim e começou a pedir desculpas.

                — Seu filho... – não consegui completar, percebi que iria chorar. – De novo, James?

                Dei meia volta para sair dali.

                — Symon! Symon, me desculpe...

                Ele vestiu uma cueca e correu atrás de mim desesperado. Apertei o botão do elevador e ele se abriu automaticamente. Pena que não fechou tão rápido, porque James pegou a porta e me impediu de ir.

                — Você tem que me ouvir – ele disse. – Aquilo não significou nada.

                — Você disse a mesma coisa da última vez – gritei.

                — Aquilo foi diferente, foi fraqueza minha...

                — E AGORA FOI O QUÊ?

                Ele não respondeu. Queria lhe dar um soco, mas antes que eu fizesse isso respirei profundamente e apenas o empurrei para fora do elevador.

                — Me deixa ir – pedi.

                — De jeito nenhum! Por favor, Symon. Eu te amo, tesouro...

                — Cala a boca! Eu detesto que você me chame assim! DETESTO!

                Ele entrou no elevador comigo e as portas se fecharam atrás dele.

                — Sabe que tem que me perdoar. Sou seu marido, sou tudo o que você tem. Eu só estava fazendo o melhor para nós dois – ele tentou se explicar. – O Hugo, ele tem poderes. Foi o aluno mais forte que eu já tive e ele tem como te emprestar magia.

                — E precisava ter transado com ele??? – gritei, com a voz falhando.

                Ele mordeu o lábio, e parecia irritado também.

                ­— Mas sinceramente, o que você quer de mim??? – perguntou, quase gritando também. – Você sempre quer controlar tudo! É teimoso, não consegue nem ser passivo direito e fica me dando ordens na cama! Na cama, Symon! É como se me castrasse, se eu não fosse homem nessa relação.

                — Então esse é o problema? Sua masculinidade está afetada? – serrei os punhos. – Grandes merdas isso aí. Que se dane você!

                — Symon.

                Ele tentou se aproximar, mas me afastei.            

                — Sai de perto de mim!

                — Symon, por favor. Vamos conversar...

                — Não me toca, James!

                Ele quis me prensar na parede, mas meu soco o interrompeu. Bati duas vezes, uma no peito e outra no queixo. A porta se abriu e tentei sair, mas James me pegou pelo braço e me jogou de volta pra dentro, batendo minhas costas na parede e me fazendo grunhir de dor. Fiquei com muita raiva, quis bater nele de novo, mas James estava em cima de mim e me segurava pelos ombros, me machucando.

                Como a porta estava aberta não demorou muito para que alguém viesse. Felipe e Jessie correram até nós para separar a briga. Tentei dar outro soco, mas Jessie me pegou e prendeu meu braço, me segurando e me mantendo longe de James.

                — EU ODEIO VOCÊ! – gritei, indo para tentar bater nele de novo. – Fica longe de mim! Fica longe ou arrebento a sua cara!

                Estava tão fora de controle que nem me importei quando Lucas chegou e presenciou tudo aquilo.

                James voltou para dentro do elevador de cabeça baixa, e foi embora junto do Felipe.

                Assim que as portas se fecharam fui pro chão e não consegui segurar minhas lágrimas. Lucas correu para me abraçar e fui para os ombros dele sem me importar com mais nada. 


Notas Finais


E aí, o que querem que aconteça com o casal depois disso?
O que fazer com o James depois de uma traição dessas?
Logo, logo, tem mais um capítulo. Seus lindos!


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