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História O cara certo - A cobra do Sasuke


Escrita por: Evil_Queen42

Notas do Autor


Leiam as notas finais, há informações sobre o capítulo e sobre a história que eu não posso colocar aqui porque tem links e porque daria spoiler sobre esse capítulo.
Então, por favor, leiam as notas finais.

Capítulo 8 - A cobra do Sasuke


Eu queria muito ir atrás do Sasuke só por mero interesse no corpo dele, mas não é bem por aí.

Incrível a forma como a faculdade me faz sentir burra de diferentes maneiras.

Entendi todo o conteúdo que Sasuke passou e, como a data da entrega da lista está bem próxima, tive que tentar resolver e concluí que sou uma anta.

Por que é tão difícil?

Consegui resolver algumas coisas, sim, mas outras questões são mais complicadas do que parecem no comando e eu realmente senti dificuldade.

Larguei as apostilas sobre a escrivaninha e me joguei sobre a cama.

Que inferno! Por que isso precisa ser tão difícil? Minha vida tá dependendo dessa disciplina, eu não posso reprovar, mas as coisas parecem não entrar na minha cabeça!

Tentei ligar para o Sasuke, mas ele não atendeu. Não liguei de novo, afinal, ele vai ver a ligação mais tarde. Lembro que ele disse ontem que estaria ocupado hoje, então é melhor eu não ficar enchendo o saco.

Sentei novamente de frente para a escrivaninha e me concentrei na maldita lista.

O cansaço mental realmente é muito pior do que o físico. Chega um momento em que não conseguimos nos concentrar, parece que nada faz sentido, as palavras não casam e interpretar uma questão se torna impossível.

Nunca mais vou procrastinar. Nunca!

Chega! Minha capacidade de resolver qualquer coisa já se esgotou. Não quero mais saber disso.

Inferno! Como vou conseguir passar nessa droga dessa disciplina?

Meu celular vibrou, então abri o WhatsApp e vi uma mensagem de Sasuke.

"Vc me ligou. O q era?"

Ele ainda está online, melhor eu responder logo pra ser respondida logo.

"Dificuldade com a lista", respondi, mandando em seguida o emoji de um coração partido.

"Quer que eu vá na sua casa pra te ajudar?"

Ai, droga, o Sasori tá aqui… Ok, a intenção é realmente estudar, porque eu estou com dificuldade e tenho consciência de que preciso concluir essa bosta dessa lista! Em contrapartida podem rolar atividades extracurriculares… Não desisti de pegar esse boy!

"Melhor na sua. Já posso ir?", respondi imediatamente.

"Não estou em casa ainda, mas se quiser ir comigo", Sasuke logo mandou a localização de onde está. É bem perto da casa dele, não vai fazer diferença.

Calcei meus chinelos, passei mais um pouco de perfume, escovei os dentes e peguei minhas coisas. Coloquei as apostilas e meu estojo numa bolsa de lado.

Consegui sair antes que Sasori me visse e começasse a perguntar pra onde eu vou. Mas claro que dei satisfação pra minha mãe, mandei uma mensagem para ela e disse que vou estudar.

A localização que Sasuke me mandou me fez parar numa academia de judô próxima à casa dele… Uau, será que ele faz judô ou dá aula?

Entrei no local, procurando por Sasuke. O espaço é grande e bonito, vi de longe um tatami vermelho vazio e alguns rapazes suados andando por aqui, outros batendo papo e alguns perto do bebedouro.

— Sakura? — Ouvi a voz rouca de Sasuke atrás de mim, então me virei e dei de cara com a visão do paraíso.

Por essa pessoa eu sou capaz de esquecer que tenho uma disciplina pra passar no final do semestre.

Ele ainda está usando o kimono de cor branca, a faixa preta amarrada no quadril, o peitoral definido quase todo à mostra, o suor escorrendo, os cabelos desgrenhados e úmidos… Alguém me abana, pelo amor de Deus!

— Já tá indo pra casa? — Questionei.

— É. — Ele arrumou o kimono que estava um pouco aberto na frente, escondendo boa parte da visão do paraíso que estava à mostra — Vamos?

Gente, que corpo… Que corpo!

Sasuke não é malhado, mas possui o corpo definido na medida certa. Todo proporcional.

Ele não trocou de roupa, apenas seguiu para a saída e eu fui atrás. A casa dele é aqui pertinho, eu também não trocaria de roupa, fora que ele está suado, teria que tomar banho aqui… Muito mais vantajoso ir para casa do jeito que está.

— Você faz judô ou dá aula? — Perguntei quando chegamos em frente a casa dele.

Sasuke pegou a chave e destrancou o portão pequeno.

— Eu sou aluno lá, não dou aula.

Sasuke é faixa preta, então deve fazer judô há um tempo já.

Entramos juntos na casa e ainda na varanda o rapaz desamarrou a faixa preta do kimono  e tirou a parte de cima, expondo seu belo peitoral, abdômen definido e costas largas.

Sasuke entrou na sala após tirar os chinelos de borracha, passando na minha frente, então o observei pelas costas e algo me chamou a atenção.

— Você tem tatuagem. — Pensei alto, então Sasuke me olhou por cima do ombro com um sorriso de canto no rosto.

— É, tenho.

Ele tem um leão imenso tatuado nas costas, de fato uma arte maravilhosa.

— Algum motivo em especial? — Perguntei enquanto passávamos pela sala não muito espaçosa, mas aconchegante e extremamente organizada, com móveis escuros contrastando com as paredes de cor clara.

— Gosto do significado. — Deu de ombros, seguindo para o corredor — Meu quarto é aqui. — Ele apontou para uma porta, mas seguiu para outra mais a frente — Vou tomar um banho, pode ficar à vontade.

Posso? Ah, não muito… Será que ele aceita companhia ou platéia pra tomar banho?

— Tudo bem. — Sorri simpática e voltei para a sala enquanto Sasuke entrava no banheiro.

Sentei no sofá marrom escuro, mas não me senti muito à vontade… Sei lá, é estranho ficar meio que sozinha numa casa alheia, acho que eu ficaria sem graça caso alguém chegasse aqui.

Eu tenho uma porcentagem de timidez, tá? Pequena, mas existente.

Eu estarei sendo muito intrometida se for para o quarto do Sasuke? Ele disse pra eu ficar à vontade. Se me mostrou qual é o quarto dele, então é porque não vai se importar caso eu entre.

Levantei do sofá e segui pelo corredor até o quarto de Sasuke, abri a porta e, no momento em que acendi a luz, me arrependi amargamente do que fiz.

Meu coração foi parar na garganta, meus olhos se arregalaram e meu sangue gelou nas veias.

Gritei alto, assustada, segurando no vão da porta para não cair devido às pernas trêmulas.

Sasuke saiu do banheiro agoniado, com o corpo molhado e a toalha enrolada em volta do quadril… eu estaria babando se não fosse o meu pânico. E Sasuke saiu tão apressado que sequer desligou o chuveiro.

— O que foi? — Perguntou o rapaz, ajeitando a toalha que foi mal enrolada e por pouco não caiu — Sakura, o que foi?

Não consegui falar, minha voz não sai, então só apontei para o ser asqueroso sobre a cama de solteiro.

— Uma cobra… — Falei o óbvio com a voz trêmula, afinal, Sasuke está vendo claramente que tem uma cobra alaranjada sobre sua cama!

Sasuke soltou um riso anasalado, caminhou calmamente até a cama e pegou o bicho… Espera aí!

— Que feio, você assustou ela. — Ele tá conversando com a cobra? Sim, real, tá conversando com a cobra — Culpa minha, esqueci o terrário aberto.

Ver a cobra nas mãos de Sasuke me deixa um pouco mais calma pelo fato de que ela está relativamente longe de mim e sendo segurada; Em contrapartida, começo a acreditar que estou investindo meus gatilhos de sedução num louco!

— Não me diga que é seu bicho de estimação… — Falei ainda amedrontada, embora saiba a resposta. É óbvio, não há outro motivo para Sasuke ter uma cobra em seu quarto.

— É. — Sasuke colocou o réptil asqueroso numa espécie de aquário, então o fechou — Pronto, agora ela não escapa. Pode ficar tranquila.

Tranquila, num quarto onde há uma cobra? Gente, sem condição.

Após prender a bendita cobra, Sasuke passou por mim e voltou para o banheiro. Esse bicho horroroso me deixou apavorada, credo!

Fiquei parada no vão da porta, encarando a cobra em seu terrário. Sasuke a prendeu, disse que ela não vai escapar, mas ainda assim dá medo.

Não é uma cobra muito grande ou espessa. Eu diria que ela mede no máximo um metro.

O Sasuke tem uma cobra de estimação… Que cara mais excêntrico! Por que eu não posso me atrair por pessoas normais?

Pelo menos não é uma cobra de três metros que me engoliria facilmente.

Eu queria conhecer a cobra do Sasuke, inclusive pensei nisso quando ele me mostrou o quarto dele, mas não no sentido literal da coisa! PORQUE ESSE FILHO DA PUTA TEM UMA COBRA DE VERDADE!

Calma, Sakura, calma… ela está no terrário, presa, vai ficar tudo bem.

Sasuke não demorou no banho, logo saiu com a toalha enrolada no quadril e o corpo seco, com poucas gotas de água caídas de seus cabelos descendo pelo belo peitoral, passando pelo abdômen definido e chegando… Ai, céus, eu queria ser uma dessa gotinhas!

— Vou me trocar rapidinho. — Sasuke falou antes de entrar em seu quarto e fechar a porta.

Ah, pra que isso? Eu poderia ficar aí de boa, mesmo com a cobra, pra apreciar outra cobra… Sakura, se controla, foco em Física!

Por falar em Física, o físico deste homem é um negócio de outro mundo!

Eu não me sinto atraída por um corpo excessivamente malhado, bombado, com aquela barriga super trincada. Acho bonito um corpo definido mais natural, proporcional, assim como o do Sasuke.

Ele é perfeito, do jeitinho que eu gosto.

Quando a porta foi aberta, revelou um Sasuke devidamente — e infelizmente — vestido, que saiu com a toalha pendurada no ombro.

— Entra, só vou estender a toalha. — Disse.

Olhei mais uma vez para o terrário, vi a cobra quietinha num canto, comportada. Ela não parece que vai sair daquele terrário, acho que pode ser seguro.

Entrei no quarto de Sasuke, mantendo os olhos fixos na cobra que parece estar pouco se lixando pra mim, mas ainda assim é melhor não confiar.

Fiquei de pé, parada perto da cama, olhando para o terrário que fica embutido na parede perto da escrivaninha.

O local lembra um aquário retangular, mas apenas a face da frente é feita de vidro, o resto parece ser uma madeira de cor clara e a parte de cima possui um puxador que lembra o de uma gaveta, certamente que para abrir e fechar. Por dentro há algumas pedras artificiais, uma fonte com água, algumas plantinhas e um local que me parece ser uma espécie de esconderijo, fora a iluminação artificial.

Essa cobra tem uma vida melhor do que a minha.

— Admirando a Janis? — A voz de Sasuke me chamou a atenção. Ele voltou para o quarto e eu sequer havia notado.

— Janis? — Uni as sobrancelhas.

Sasuke riu, sentando em seguida na cadeira de rodinhas que fica de frente para a escrivaninha e perto do terrário.

— Janis Joplin, minha cobra de estimação. — Disse em tom divertido, me deixando boquiaberta.

Claro que a cobra teria nome, afinal, é o bichinho de estimação dele, possui um valor sentimental, óbvio que ele iria batizá-la.

— Janis Joplin. — Soltei um riso anasalado — Que criativo você, hein.

— Ora, seu cachorro chama Marlon Brando!

É, ele tem razão… Mas Marlon Brando é muito mais bonito e criativo.

— Tá, tudo bem… — Me sentei na beirada da cama dele — Por que uma cobra?

— Sei lá. — Deu de ombros — São animais interessantes. Eu gosto.

Claro, por que ter um bicho normal? Cães, gatos, coelhos, peixinhos… Não, Sasuke prefere uma cobra!

Sasuke deve ser meio perturbado da cabeça, só pode!

— E você dá rato pra ela comer?

— É.

Haja sangue frio pra presenciar uma matança dessas.

— Um ratinho por dia? — Questionei aflita — Não existe ração pra cobra?

— Eu compro camundongos congelados, e ela não come todos os dias.

Imagina só abrir o congelador e dar de cara com camundongos… Por que o Sasuke não pode ter um bicho normal?

— Ela come camundongo congelado?

— Eu deixo aquecer antes, claro, precisa estar em temperatura ambiente.

— Ah, sim. — Assenti — Põe no microondas? — Não entendo como consegui fazer tal pergunta com tamanha naturalidade.

— Não é recomendado. Às vezes eu mergulho na água morna ou uso um secador de cabelo.

A mãe dele deve ser muito de boa, né? Porque eu iria surtar caso alguém pegasse meu secador de cabelo pra descongelar camundongo!

— Mas ela come o bichinho morto, assim, de boa?

— Se eu jogar o camundongo morto ela não vai querer… Eu seguro pelo rabo e sacudo ele devagar, pra dar a impressão de estar mexendo. Aí ela pega e come.

Pelo menos ninguém precisa presenciar a morte de um ratinho.

Bem, não entendo de cobras, sequer gosto delas, mas com certeza uma cobra criada desde filhote num viveiro é diferente de uma que vive na natureza. Uma prova disso é que a tal Janis Joplin aceitou numa boa o fato de Sasuke pegá-la, deixando claro que está habituada a isso.

— Você disse que ela não come todos os dias…

— A cada dez dias. — Respondeu — Cobra não precisa comer diariamente, principalmente adulta. Quando a Janis era filhote, comia a cada três dias.

É uma cobra de mais ou menos um metro, mas fina. Mesmo adulta, imagino que Sasuke dê camundongos pequenos para que ela consiga engolir.

— Mas você não dava camundongos quando ela era filhote, dava?

— Sim, neonatos.

Arregalei os olhos, boquiaberta. Estou assustada, juro.

— Que dó, Sasuke!

E o que o insensível fez? Ele riu!

Na boa, ele não se compadece com filhotinhos de camundongos?

Por que não existe ração pra cobra, gente? Muito mais fácil, é só arrumar um comedouro vibratório pra comida ficar mexendo. Olha aí, achei uma solução!

— Cadeia alimentar, conhece?

— Mas dá dó.

— O que você acha que cobra come na natureza? Não só cobra, qualquer animal que é predador.

Por isso que eu não vejo Animal Planet e nem nada disso, morro de dó das zebrinhas correndo dos leões, das foquinhas tentando se salvar dos tubarões, dos ratinhos e coelhinhos sendo esmagados e comidos por cobras!

— Por isso eu crio animais que comem ração.

— E que não deixam de ser carnívoros. Deixa um gato sem ração e solta um rato perto dele, o que você acha que acontece?

Precisa nem deixar sem ração. Nala vive pegando passarinhos, ela os mata e deixa no chão.

— Cães e gatos são domésticos!

— Você não sabe o que é um animal doméstico, né? No meu entendimento, uma cobra pode ser, mas depende da espécie. — Explicou tranquilamente — Animal doméstico não é só o que se cria dentro de casa, é um animal que aceita convivência com seres humanos… Um boi é um exemplo. Mas as pessoas já associam animal doméstico a animal de estimação.

É, eu também fazia essa associação. Doméstico, na minha concepção, era só animal criado dentro de casa, mas pelo visto pensar assim era um equívoco meu.

Caramba, eu queria ser assim… Saber sobre assuntos aleatórios, ter conhecimentos interessantes e falar com tamanha segurança nas palavras.

— Mas a Janis aceita você, assim, de boa?

— A Corn Snake é muito dócil. Não vou dizer que ela se apega ao dono, mas aceita o manuseio.

Pra que alguém quer um bicho desses? Prefiro mil vezes um animalzinho apegadíssimo, que fique atrás de mim o dia inteiro e implore por carinho e atenção.

— Então qualquer pessoa pode manusear ela, não só você?

— É. — Assentiu — Se você quiser, pode pegar numa boa.

Sorri amarelo.

Nem pensar que vou pegar nessa cobra!

Sasuke poderia oferecer a outra cobra pra eu pegar… aí sim, eu iria com gosto, faria loucuras.

— Vou ser obrigada a recusar… — Tentei disfarçar meu nojo, mas acho que não colou. Só que Sasuke não ficou mordido, ele achou graça — Tá, mas a cobra fica ali, no terrário… você mexe com ela todos os dias?

— Não. — Respondeu — Deixo ela quieta quando tá digerindo e na troca de pele.

Criar cobra parece uma parada difícil… Mas ainda me questiono por que ele não pode ter um bicho normal em casa. Pior, a cobra ainda fica no quarto dele! Eu não dormiria em paz.

— São muitos detalhes. — Comentei pensativa.

— Então, você veio aqui pra falar sobre a minha cobra?

Eu quase ri. Não tenho maturidade pra esses duplos sentidos.

— Eu vim porque estou quase perdendo os cabelos! — Peguei a lista de exercícios que estava em minha bolsa e praticamente a joguei em cima do Sasuke — Pareceu tão fácil quando você me explicou, mas quando fui fazer sozinha eu me senti uma burra!

— Isso não é de se admirar. — Ele abriu sua mochila que estava no chão, apoiada na parede, e pegou a caixinha do óculos.

Estreitei os olhos.

— Tá me chamando de burra? — Questionei com a voz esganiçada.

— Calma aí, não foi isso… — Falou com o tom de voz calmo, colocando em seguida o óculos de grau no rosto — É que as dúvidas só apareceriam quando você tentasse fazer sozinha, entende? E sabendo onde você tem dúvida eu posso te auxiliar melhor.

Gente, que fofo. Quero guardar num potinho.

Ah, foda-se, Sasuke só está fazendo o trabalho dele. Se bem que agora ele está por pura boa vontade, então eu quero guardar num potinho!

— Eu tô travada na questão 13! — Resmunguei.

Sasuke se ajeitou na cadeira, olhando concentrado para a folha de papel que lhe foi jogada.

— Eu tô tentando entender a sua resolução. — Ele ergueu uma sobrancelha, ainda olhando para a folha — Acho que você não entendeu o contexto, tentou um cálculo mirabolante pra uma coisa boba…

Boba? Eu queimei neurônios pra conseguir tentar chegar num resultado, mas que não bate com nenhuma das alternativas.

— Na minha cabeça tava certo… Será que é a calculadora científica?

— Você mexeu nas configurações da calculadora? — Ele levantou o olhar e eu neguei com a cabeça — Então não tem problema.

— Então não sei o que eu fiz! — Falei indignada, fazendo Sasuke rir.

— O cálculo é mais simples do que parece, relaxa… — Ele se levantou da cadeira — Senta aqui.

Poderia me chamar pra sentar em outro lugar, né, bonito?

Ah! Foco. Foco.

Me sentei na cadeira onde Sasuke estava, ficando de frente para a escrivaninha enquanto o rapaz ficou de pé ao meu lado.

— Me salva! — Implorei, quase arrancando os cabelos.

— Vamos começar, então.

Sasuke se abaixou um pouco, inclinando o corpo para frente. Seu rosto ficou perto do meu e pude sentir melhor o seu cheiro. Dá pra perceber que Sasuke não passou perfume após o banho, mas o aroma pode ser claramente sentido em sua pele como se já estivesse impregnado.

— Que delícia o seu cheiro! Qual perfume você usa? — Questionei como quem não quer nada. Sinto o aroma mais fraco, no dia da festa estava bem mais forte, mas de qualquer forma é uma delícia.

— Bleu de Chanel. — Ele me encarou um pouco confuso — Por quê?

Não conheço o perfume, mas posso utilizar um belo gatilho.

— Ah… — Sorri de canto — Eu sabia que conhecia esse cheiro!

Sasuke mudou sua expressão, foi de confuso a curioso.

— Conhece? — Questionou, claramente interessado.

A forma que ele mantém o contato visual enquanto fala é hipnotizante. Amo olho no olho, e Sasuke tem o olhar profundo, envolvente. Eu nunca fui fisgada por um olhar dessa forma.

— É… Cuidado, hein. — Falei em tom de aviso — Não é boa ideia usar esse perfume perto de mim.

Melhor gatilho que existe: Alimentar o ego, jogar um balde de água fria e terminar com uma provocação.  

— Por que não seria?

Sorri inocentemente.

— Pode ser que eu não responda por mim.

Deixei claro que o cheiro dele me excita. E Sasuke não é idiota, com certeza sacou isso. Homem sempre tende a pensar sacanagem.

— Talvez eu possa tirar proveito disso… — Disse em tom baixo e sugestivo.

Sasuke se mostrou surpreso e ao mesmo tempo contente, então, vendo que concluí meu objetivo de mexer com a cabeça dele, cortei o contato visual e me foquei na lista de exercícios.

— Questão 13. — Desviei o assunto, então Sasuke pigarreou. Por um instante senti que ele ficou sem graça com a situação, talvez tenha passado dos limites nessa conversa, afinal, ele deve cumprir com sua função de monitor e nada além disso.

Parece que alguém está começando a perder a pose.

Sasuke ficou sério, explicando o assunto sem forçar intimidade.

Eu gosto muito da didática dele, Sasuke é extremamente inteligente e sabe repassar seu conhecimento de forma simples, sem dificultar as coisas como alguns professores fazem.

Confesso que, mesmo com a pouca convivência, Sasuke está me encantando com isso. A maioria dos caras com quem saio não passam de rostinhos bonitos, possuem a cabeça nas nuvens e zero de conteúdo em suas conversas. Mas Sasuke não é só beleza, ele tem um cérebro que funciona bem, e uma paciência invejável.

Por um momento eu não imaginei como seria tê-lo nu em uma cama, mas o quão interessante seria bater um papo com ele por horas e horas.

O tempo passou e nem nos demos conta, mas pelo menos Sasuke conseguiu esclarecer algumas dúvidas maiores que eu tinha.

Isso é um anjo que caiu na minha vida, e ele não está fazendo a obrigação dele, pois Sasuke não está em seu horário de atender os alunos.

— Preciso ir. — Falei, me levantando da cadeira — Obrigada pela ajuda, já estou quase finalizando a lista, mas preciso mesmo ir.

Sasuke levantou um pouco a cortina branca de seu quarto e observou o céu escuro pela janela de vidro.

— Anoiteceu. — Comentou, tirando o óculos de grau do rosto.

— Preciso ir. — Tornei a dizer.

— Quer que eu te leve? — Questionou antes de colocar o óculos sobre a escrivaninha.

Vou ser abusada sim.

— Quero.

No momento em que saímos do quarto outra porta foi aberta no corredor, então demos de cara com uma adolescente dos cabelos negros e lisos, olhos escuros e pele clara assim como Sasuke, e ela usa um óculos de grau de armação vermelha.

Essa menina é a cara do Sasuke.

— A senhorita pensa que vai pra onde? — Sasuke chamou a atenção dela, falando em tom sério, e a menina cruzou os braços em frente ao corpo. Parece ser marrenta.

Ela está arrumada para sair, isso é claro.

— Mamãe deixou. — Respondeu petulante, com um ar de superioridade.

— Deixou? — Sasuke não pareceu convencido disso, então confrontou a garota — Sossega, Sarada. Pode aquietar seu facho em casa.

Sasuke nem esperou a garota responder, entrou em outro quarto e a deixou falando sozinha.

— Chato! — Bufou a menina, voltando para seu quarto e batendo a porta com força em seguida. Alguém ficou com raiva.

Sasuke apareceu com dois capacetes e me deu um.

— Sua irmã? — Perguntei algo que, ao meu ver, é óbvio.

— É, meu pedacinho de estresse. — Riu — Minha irmã caçula.

A cara do Sasuke ela é, se não fosse irmã só poderia ser filha dele, mas não cogitei a possibilidade porque as idades não batem.

— E é você quem dá as ordens? — Não pude deixar de indagar, afinal, eu compreendo muito a tal Sarada porque o Sasori ama fazer de conta que manda em mim.

— Meus pais viajaram hoje cedo e voltam amanhã, aí alguém quer aproveitar.

Eu me vi nessa menina, juro.

Caminhamos até a varanda, onde há uma moto preta.

— Deixa ela.

— Sarada tem quinze anos e zero de juízo. — Sasuke pegou no bolso um chaveiro onde há um pequeno controle, apertou um dos botões e o portão grande se abriu — Nosso pai quase não para em casa e ela enrola a nossa mãe como ninguém.

— Aí o irmão mais velho se torna o chato. — Brinquei.

— Os irmãos. — Enfatizou — Eu sou o do meio.

Ah, sim, ainda tem o Itachi.

Que dó dessa menina, eu mal aguento o Sasori. Iria pirar com dois irmãos mais velhos.

— Eu já teria pirado.

Sasuke riu, então colocou o capacete.

— Vamos?

— Vamos.





Notas Finais


Sarada não apareceu atoa, ela vai ter destaque na história sim.
"Ah, autora, mas a Sarada é filha do Sasuke, não irmã". Sasori também não é irmão da Sakura. A fanfic não se passa no universo original, mas num universo alternativo, eu posso tanto mudar as idades dos personagens (se vocês não perceberam, aqui o Sasuke é alguns anos mais velho que a Sakura) quanto as questões de parentesco.

Pra quem não sabe como é um terrário e tem curiosidade, é só olhar...

https://images.app.goo.gl/qqCBwkohNWB3vDDN9

E a Corn Snake, alguém já viu? Eu, particularmente, acho linda!

https://images.app.goo.gl/qzWKehiPfFwHsFs96

Elas podem ser de cores diferentes, mas eu acho a alaranjada mais bonita kkkkkkkkkkk alguém criaria um bebê desses??? Eu sim ❤️

Comentários?
Bjs e até o próximo capítulo 😘


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