Naquela manhã após deixar Chilchuck em seu escritório, Kabru não achou Laios em seu quarto, ele então o procurou na cozinha pensando que talvez ele tinha ido comer algo. Depois ele foi fora esperando encontrar Laios brincando com os cachorros do castelo como ele às vezes gostava de fazer. Não o encontrando lá Kabru foi para a biblioteca achando que talvez ele estaria lá lendo um dos seus livros sobre monstros, mas novamente ele estava errado.
Ele finalmente encontrou Laios na sala do Conselho Real e ele não estava sozinho, junto com ele estavam Yaad, Marcille e Falin. Então de certas maneiras era como uma reunião não oficial com todos os conselheiros principais do Rei, exceto por ele.
Assim que ele entrou a conversa parou e todos os olhos daqueles presentes na sala se voltaram para ele.
Laios fez um movimento automático de colocar sua mão sobre sua barriga, quase como se ele a estivesse protegendo dele.
Isso é um tanto ofensivo, o que ele acha que eu faria? Talvez eu esteja lendo demais nesse gesto.
“O que está acontecendo aqui?” Kabru perguntou.
“O Rei nos chamou para dizer o que ele pretende fazer com relação ao bebê.” Yaad disse, e então lhe deu um olhar bem julgador.
Então Yaad sabe também, é claro que ele sabe, aparentemente o reino todo sabe.
“E o que isso seria ?” Kabru perguntou olhando para Laios.
Laios limpou sua garganta então disse:
“Eu fiz um plano baseado naquilo que você disse ontem sobre talvez o bebê não ser seu, que nós podemos dizer que é reprodução assexuada. Que eu sou capaz de engravidar a mim mesmo como uma benção dos deuses. Nós estamos discutindo pela última hora e Yaad acha que iria funcionar.”
“Talvez, mas eu fui informado essa manhã que aparentemente já tem um rumor circulando na cidade que você vai ter um bebê e que fui eu o responsável por você estar assim.”
“Eu não acho que esse seja um problema tão grande assim, nós apenas podemos dizer que parte do rumor é verdade e a outra parte não é, muitos rumores são assim, não precisa ter nada haver com você.” Laios disse.
“Devia ter algo haver com ele.” Marcille disse.
Pela primeira vez Kabru dirigiu seu olhar para Falin e Marcille, e elas estavam olhando para ele como se ele fosse a escória mais vil que já tinha andado no planeta.
Ele voltou seus olhos para Laios.
“Marcille está tudo bem, ele não tem que ser uma parte disso. Francamente dadas as coisas que ele disse, eu não tenho certeza que eu quero que ele seja.” Laios disse.
A sentença sentiu como um tapa na cara.
“Há alguma coisa que eu posso fazer por você, Vossa Graça?” Kabru perguntou.
“Sim, nós discutimos um pouco e nós decidimos que talvez ter um baile seria apropriado para o anúncio de que logo o reino vai ter um príncipe ou princesa, se você poderia ajudar a organizar e fazer uma lista de todas as pessoas que precisam ser convidadas para esse tipo de coisa eu realmente apreciaria.”
“É claro, eu vou começar já.”
“Obrigado. Você pode ir agora.”
“Se é isso o que você quer.”
Por um momento pareceu como se Laios ia dizer mais alguma coisa, mas então ele fechou sua boca e Kabru se retirou.
No caminho de volta Kabru avaliou a situação em sua cabeça e para sua surpresa constatou que o plano de Laios não era tão mal assim, na verdade Kabru suspeitava que talvez fosse melhor do que qualquer um dos que ele tinha bolado nas últimas vinte e quatro horas.
Apelar para o lado divino e concepção imaculada talvez até fosse fortalecer a imagem de Laios, como mais uma adição às histórias fantásticas que eram parte de sua ascensão ao poder.
O reino estaria seguro assim como a posição de Laios. Suas maiores preocupações deveriam ter passado, então porque ele estava se sentindo até pior do que antes?
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