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História O Coração de Omma - Meu Lugar de Mãe



Notas do Autor


Vejam o Trailer da Fanfic:
https://youtu.be/KdI87z6g0Ko

Capítulo 1 - Meu Lugar de Mãe


Fanfic / Fanfiction O Coração de Omma - Meu Lugar de Mãe

— Com isso, finalizamos nossa reunião de hoje. Darei a sessão como encerrada! — Levantei e apertei as mãos de cada companheiro que saía da sala.

Sentando-me novamente, ousei um suspiro escapar, pela exaustão que eu havia passado o dia todo, meu corpo estava completamente impróprio para qualquer outro assunto pendente.

— Devia procurar relaxar na sua folga. — Uma xícara foi servida em minha mesa.

O aroma da mistura de camomila e chá preto chegou às minhas narinas, me fazendo respirar fundo.

— Sem açúcar, no ponto. — Sorri satisfeito.

Jungkook sempre conheceu meus gostos muito bem. Também, não era para menos. Fomos criados juntos e ele foi o único que conseguiu — na verdade, arriscou — ficar perto de mim.

— É um fato sobre você intrigante e inesquecível. — Ele ergueu sua xícara e a levou à sua boca, degustando do chá.

Envolvendo meus dois dedos na alça, saboreei a mistura do chá que em questão de anos, deixou de ser o que eu mais odiava para o meu favorito.

Afastei a xícara da minha boca e naquele momento pude me lembrar da minha infância, onde eu e meus amigos de infância fazíamos a Cerimônia do chá.

Naquela época eu não apreciava cada sabor de diferentes chás, chá preto era o favorito do nosso Mestre de Cerimônia — Namjoon —, mas eu odiava de coração.

Mas, às vezes, Jungkook ia às escondidas e colocava mel no meu chá, o que aliava o sabor amargo.

— Ouviu o que eu disse? — Coloquei minha xícara sobre o pires, Jungkook observava-me cautelosamente.

— Perdão? — Olhei pra ele. Eu não havia ouvido uma palavra que saiu de sua boca.

Seus lábios abriram um meio-sorriso e pareceu o fazer perder a formalidade.

— Isso te lembra alguma coisa? — Seu queixo apoio-se em sua mão e seu cotovelo à mesa.

Estava prestes a finalizar meu chá quando parei para observar meu doce amigo de ar misterioso.

— O que você fez? — Estava desconfiado. Não era de costume o Jungkook agir assim.

— Olhe por si mesmo. — Ele deu um tiro imaginário na minha xícara.

Procurei algo no fundo até que encontrei. Ele havia colocado um ingrediente a mais no chá, mel.

Meu pequeno flashback da infância havia feito sentido. Ele havia preparado o chá do mesmo jeito que naquela época.

— Você não tem amor ao seu emprego, não é? — Passei-lhe um olhar ameaçador.

— Eu só amo você, o resto não me importa. — Seu olhar se manteve fixo no meu, o que me fez desviar.

Levantei da cadeira e dei-lhe as costas. Era meu modo covarde de agir quando o Jungkook conseguia me deixar sem graça.

— Mandaram isso para você! — Ele deixou uma carta sobre a mesa logo se levantando.

— O que é? — Fingi não ter espiado.

— Seja mais curioso — Se dirigiu à porta e fechou-a ao sair.

Fiquei alguns minutos encarando a carta sobre a mesa, até que virei-a de lado.

Reencontro de Amigos. Era um convite dos meus amigos de infância.

Sem medo, abri a carta e li o convite muito bem decorado — parecia ter sido arte do Suga ou do J-Hope.

"Os caminhos da vida podem ter nos separado, mas a nossa amizade é a única coisa que ainda nos une"

A data e o local estavam logo na margem inferior direita. Pelo ar poético da frase, arriscaria dizer que foi o Namjoon que escreveu a frase — era seu dom fazer poesias —, sendo que só falava de seus sentimentos da forma que os via.

Ouvi duas batidas na porta e deixei meus pensamentos do passado de lado.

— Senhor Kim, está no meu horário. — Minha Secretária informou tímida, como sempre.

— Todos já foram? — Guardei minhas coisas dentro da pasta.

— Só tem o Senhor e o CFO. — Informou-me.

— Pode ir. Eu cuido de tudo. — Ela saiu logo em seguida.

Fechei a sala e desliguei as luzes. Arrumei uns papéis, coloquei minha agenda na gaveta e tranquei com a chave do meu chaveiro.

Durou alguns minutos até desligar as luzes de todos os andares.

Por fim olhei se o Jungkook ainda estava no prédio, mas sua sala estava trancada já.

— Ele foi sem mim? — Normalmente o Jungkook me esperava pra sair, isso me fez sentir uma pontada de decepção.

Guardei minhas chaves nos bolsos e usei o elevador pra voltar pro térreo.

— Droga! — Esqueci que havia deixado meu carro na manutenção. 

Minha opção era ter que pegar um ônibus ou dormir num Hotel. Os táxis já tinham parado de rodar por causa do horário.

Meus passos tristes e solitários faziam barulho ao se encontrarem contra o chão.

Do outro lado da rua, uma luz piscava e uma sombra logo abaixo dela.

Assim que me viu seus lábios abriram um sorriso e ele desencostou do carro vindo em minha direção.

Não pude deixar de sorrir. Dentre as poucas vezes que eu parava de pensar no Jungkook como apenas um amigo, era a primeira vez que o vira como um verdadeiro homem que podia ficar ao meu lado como meu parceiro.

Se eu soubesse que aqueles poucos segundos de "amor verdadeiro" passariam tão rápido, eu teria ido ao seu encontro invés dele vim no meu.

Uma luz pintou no meio do nada me cegando. Meus olhos abriram quando a luz veloz passou, mas invés de apenas abri-los, eu os arregalei.

— Jungkook! — Gritei já indo em sua direção.

O corpo do Jungkook havia sido lançado para longe e seu sangue estava deixando trilha na escada.

Meu coração parecia que ia sair pela boca. Seu corpo estava debruçado no chão, ele estava perdendo muito sangue.

Tentei manter minhas mãos calmas, mas não conseguia nem segurar meu celular.

Lágrimas incontroláveis, nariz escorrendo, coração a mil e o pior de tudo: medo de perdê-lo.

— Traga a Equipe de Resgate imediatamente… sim… em frente à Empresa dos Kim's. — Olhei pro lado e um homem loiro se abaixou à minha beira.

— Salve-o. — Pedi em meio a prantos, mesmo sem conseguir enxergar o rosto do rapaz, por conta das incontáveis lágrimas.

— Ele vai viver! — Prometeu.

Mesmo sem saber quem era, suas palavras me confortaram.

Meu corpo estava pesado. Olhei as minhas mãos ensanguentadas e parecia que o mundo e eu estávamos ficando longe.

O som da Ambulância chegou aos meus ouvidos, olhei para a ponta da rua, entretanto, minha vista não focava.

— Ei, não apague! — Suas palavras não foram suficientes para me deixar acordado.

Volte Jungkook!


Na minha infância, aconteceu algo que mudou minha vida completamente.

Sempre fomos um grupo de sete membros — ou ao menos éramos —, Suga e o J-Hope era o casalzinho que desde sempre sabíamos que iam ficar juntos; Namjoon era como se fosse nosso líder; Jungkook nosso bebê por ser o mais novo; Taehyung o mais bonito e famoso do grupo; Jimin o mais  tímido e eu por final era o "Omma" do grupo, porque sempre cuidei de todos.

Nossa aproximação amigável durou dos meus sete anos até os meus finalmente dezoito anos, o ano da minha Formatura do Colegial.

A razão pela qual me separei dos meninos, era simplificada, vendo-me impossibilitado eu simplesmente não podia mais cuidar deles, não depois do que fiz.

Minha maior preocupação era o Jimin, nunca sabíamos o que ele pensava, mas naquela noite, eu finalmente descobri.

— Posso te dizer uma coisa? — Ele me encarou fofo, parecia mais sexy.

— Claro, Jungkook. Quantas quiser. — Brinquei.

Eu e o Jungkook estávamos um pouco mais afastados do grupo. Fomos para o pico para ver os fogos de uma visão melhor, enquanto os demais arrumavam os preparativos.

— Posso ficar com você? Tipo, sempre? Posso seguir você? Posso algum dia, ter você para mim? — Seus olhos tinham um brilho intenso, sério e verdadeiro.

Fazia um tempo que eu gostava do Jungkook, desde que entramos no Ensino Médio, mas nunca achei que ele poderia sentir o mesmo, até porque ele era nosso Baby.

— Talvez você já me tenha. — Sorri pelo canto da boca.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, até que percebi que estávamos sendo observados.

— Jimin? — Jungkook estava surpreso, mas seu tom era mais amedrontado.

— Era por isso que você me rejeitou no Natal? Gostava dele esse tempo? Melhor, se gostavam? — Nunca vi o Jimin falar tantas palavras em uma frase só.

Olhei para o Jungkook, que logo se pôs de pé e deu um passo à frente com uma expressão aflita.

— Jimin, deixe explicar… — Pediu com um olhar frustrante.

— Não quero ouvir nada de você. Eu perguntei se era o Jin, Jungkook. — Jimin chorava, estava confuso.

— Jimin, até pouco tempo eu…

— Eu perguntei! — Jimin gritou alterado, parecia estar a ponto de explodir.

Vi os movimentos dos meninos após ouvir o grito do Park. Logo, eles se aproximaram.

Aos poucos, me aproximei de menor, ele estava perto do pico. Senti um súbito medo dele fazer besteira.

— Não se aproxime! — Ele percebeu minha presença.

— Jimin, caminhe até mim. Você está muito perto… — Engoli em seco, mas meu coração estava com batidas descontroladas, entretanto ainda assim conseguia manter a calma.

— Por quê? Tá com medo que eu pule? — Seu olhar era diferente.

Ele começou a pular na ponta do penhasco, era uma parte perigosa, não tinha apoio terrestre abaixo dali.

Minha preocupação era o Jimin, mas só percebi que eu também corria perigo quando a terra tremeu instável.

Uma rachadura se formou no chão e todos os olhos dos presentes dobraram de tamanho.

— Jin! — A única voz que eu não ouvi gritar meu nome foi a do Jimin.

O solo pareceu subir e eu diminuí; estava caindo. Ergui minha mão mesmo achando que ninguém podia pegá-la.

Com uma força súbita fui puxado para cima, mas bati minha cabeça antes de ver no que tudo deu.


Sons de aparelhos apitando alto, rapidamente me acordaram. Quis me levantar, mas duas mulheres de roupas iguais me seguraram.

— Se acalme, sua pressão já teve um pique baixo, não precisamos de um alto. Pode ter problema com seu coração. — Uma das moças pediu.

Olhei para os lados. Branco para todo canto. Acalmei-me, olhando para a esquerda, parecia que o aparelho grudado a mim seguia meus batimentos cardíacos.

— Onde estou? — Olhei para o homem de branco, contudo, nem precisei de uma resposta. 

A cena do farol, do sangue, do Jungkook e das minhas mãos ensanguentadas veio à minha mente e sentei subitamente.

— E o Jungkook como está? — Meu coração acelerou novamente.

— Só darei notícias dele quando você se acalmar, Jin. — Ele olhou em meu rosto finalizando sua análise.

— J-Hope?! — Estava surpreso por vê-lo, ainda mais me atendendo.

O J-Hope tinha feito medicina no Japão, morou um ano lá e com isso fez um estágio prontamente. 

— Eu também estou aqui! — A doce voz animada de Suga, também ecoou pelo ambiente.

Se não me engano, Yoongi e Hoseok se separaram por alguns anos, já que o Min foi estudar Medicina nos Estados Unidos, mas quando os dois voltaram para a Coréia, se casaram.

— Você também? — Não tinha tempo para pensar nos reencontros inesperados. — Suga, como está ele?

O J-Hope olhou de soslaio, lançando um olhar feio para o homem ao seu lado, sinal que era para ele não comentar nada.

— Ele está internado, perdeu muito sangue e teve uma hemorragia, mas já passou por uma cirurgia e uma doação de sangue foi feita. Não corre mais riscos. — Suga ignorou meu "médico" responsável e informou-me.

— Fico aliviado. — Suspirei.

— Agora apenas pense em não se preocupar, ele está bem. Entretanto, quando lhe der alta, deixarei você visitá-lo.

Durante três dias, fui mais obediente que nunca ao J-Hope. O Suga me trouxe informações do Jungkook, mas eu não lembrei de perguntar quem era o doador.

Recebi alta como assim mesmo ele me prometeu, e agora podia visitar o Jungkook.

Comprei um buquê de rosas-chocolate — eu sabia que ele amava —, e deixei no jarro transparente do criado-mudo.

Jungkook continuava dormindo tranquilamente —, ou era o que parecia.

Sentei-me na beirada do leito devagar para não acordá-lo, segurando sua mão em um ato seguinte.

— Desculpe. — Foi a primeira coisa que fiz; me desculpar.

Olhei para janela do qual o sol adentrava, iluminando o quarto branco com cara de isolamento.

Segurei sua mão pequena e delicada, comparada às minhas, e abracei-as.

Meus dedos esbarraram em um anel no dedo da mão direita do Jungkook. Eu havia ganhado um idêntico do mesmo na minha Graduação de Administração.

Puxei o cordão do meu colar e tirei-o do meu pescoço. O Jungkook não havia me dado o anel apenas como presente de Formatura, mas também havia me dado como anel de compromisso.

"Não quero que use ou me responda agora, Jin. Se você tiver certeza que não sente nada similar aos meus sentimentos por você, devolva-me. Se você me aceitar, use-o e já sei qual é sua resposta."

Uma vez o Taehyung me disse que a vida era muito curta para deixarmos apenas um trauma nos parar, na época defendi minha opinião com garra, mas agora, ele tinha toda razão.

Coloquei o anel em meu dedo e beijei as mãos do meu pequeno Belo Adormecido.

— Eu te amo. — Sussurrei em seu ouvido e sentei-me do outro lado da sala.


Uma semana depois…

— Alguém gosta de pizza? — Taehyung perguntou, erguendo a caixa fechada.

— Eu quero! — Suga e J-Hope se manifestaram.

— Não deem em cima do meu namorado! — Namjoon puxou o casal pelas orelhas.

— Chegamos na hora certa? — Finalmente disse algo para nos notarem.

— Estávamos esperando vocês, Omma! — Suga me abraçou e então desceu seu olhar. — Mãos dadas?

Minha mão e a do Jungkook estavam entrelaçadas. Suga se afastou e se juntou aos demais que nos observaram também.

— Pode ser que… — Namjoon deixou a frase no ar, mas todos sabíamos o que queria dizer.

— Sim, estamos namorando! — Jungkook confirmou com um sorriso, e agarrou meu braço.

— Agora temos um Appa! — J-Hope agarrou meu parceiro.

— Ei! — Protestei tamanha intimidade.

— Omma, não fique zangada! — Suga fez biquinho.

— O Jungkook andou atrás de você sempre! Ele é o nosso Appa agora! Deixe a gente curtir ele também! — Taehyung me convenceu.

Eu passei boa parte da minha vida com medo de seguir em frente porque um dos meus "filhos" morreu, porque não cuidei bem dele.

Agora eu tinha o Jungkook ao meu lado e podia me sentir inabalável, assim como sentia minha vida mais completa cuidando daquele amor de mãe que só eu sabia como era receber.


Notas Finais


Fanfic por @Manu_Tavares
Capa por @YOUREILUDIDA
Trailer por @LovelyVK

Fanfic em Parceria com @Project_Kpopers participação especial na Betagem por @GiGioo


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