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História O Drama De Luna (Uma História Sobre Abuso Sexual) - A Experiência


Escrita por: dannypereira_

Capítulo 12 - A Experiência


Mamãe, Nick e eu estávamos cada dia mais apaixonados por Maytê, ela era uma criança adorável, super obediente e não incomodava em nada, ainda estava querendo sempre ajudar a gente, era um anjo em forma de criança.

Ah, Maytê havia me contado que os tios tinham um filho de 4 anos e que faziam de tudo pelo menino, e que seu tio tinha loucura pelo garoto.

-E você sabe se ele tentou machucar seu priminho também? -Perguntei.

-Acho que não. -Falou. -E que bom, né tia? Porque meu primo é muito pequeno.

É, muito pequeno mesmo, tem a idade que eu tinha quando tudo começou. Sabem, quando May me contou sobre tudo isso, eu senti muita vontade de lhe falar que comigo tinha acontecido o mesmo, pra ela saber que eu a entendia e estava com ela, mas mesmo querendo, eu não consegui falar, cada vez que eu pensava em contar pra alguém, as palavras faltavam.

Nicolá também sabia do que May havia passado e assim como mamãe e eu, ele fazia questão de cuidá-la e protegê-la, ele dizia que queria que ela soubesse que nem todos os homens são iguais, mas eu discordava disso, pra mim todos são uns lixos, uns monstros, bom, quase todos, tiro meu irmão dessa lista, ele era o único que prestava, o único homem que eu sabia que não faria uma monstruosidade dessas.

Dei banho em May, jantamos e logo a coloquei para dormir.

-Você parece com alguém que me faz muita falta. -Disse Maytê sem tirar os olhos de mim.

-Quem? -Perguntei ao acariciá-la.

-Minha mãe. -Ela disse docemente.

Baixei a cabeça em silêncio, não sabia o que dizer, ela ficou a me olhar na espera de eu falar algo, mas a única coisa que eu consegui fazer foi sorrir e lhe dar um beijo no rosto. A garota me sorriu também, fiquei com ela até que pegasse no sono, o que não demorou muito para acontecer.

Algum tempo depois foi a entrega do certificado do meu curso, estava muito feliz, pois finalmente conseguiria trabalhar na área que eu tanto queria, acho que com o curso concluído ficaria mais fácil de eu conseguir um emprego.

Era uma quarta - feira, deixei May com mamãe e fui pra aula. Minhas amigas já tinham conhecido a minha pimpolha e tinham adorado ela, também não poderia ser diferente. Eu queria muito matricular May no meu colégio, mas mamãe disse que não seria possível, já que não sabíamos quanto tempo ficaríamos com ela, ah, não queria nem pensar na hipótese de nos tirarem ela.

Maytê não podia ter chegado em minha vida num momento melhor, eu estava me sentindo péssima, querendo morrer, com medo da depressão voltar, e ela chegou para dar um novo sentido a tudo isso, pra me ensinar a ser forte e que a vida vale a pena, que não devo desistir, pelo contrário, tenho que levantar a cabeça e seguir em frente, não gostava nem de pensar na hipótese de algum dia ter que me despedir dela.

À tarde resolvi levar May à casa da Naty, mamãe não gostava muito que eu saísse com ela, mas resolveu autorizar nesse dia.

-Luna, cadê o seu pai? -Me questionou May enquanto íamos pra casa da Natalie. -Ele também morreu?

-Quem dera. -Falei.

Ela me olhou sem entender nada. Ah, se ela soubesse… Não quis contar pra ela, na verdade até queria, mas não conseguia falar disso pra ninguém.

Dona Angelina e Juan conheceram May e adoraram ela, eu já disse que é impossível alguém não gostar dela? Tá, vou tentar parar de falar isso, mas não tenho culpa se ela é a coisa mais incrível desse mundo. Maytê e o meu cunhadinho acabaram ficando amigos, passaram o tempo todo brincando juntos.

De repente, meu celular toca, era pra uma entrevista de uma vaga de emprego em um abrigo, era longe da minha casa, mas isso já não importava.

Deixo May na casa da Naty para ficar brincando com Juan e vou para a entrevista. Mesmas perguntas de sempre, mas beleza.

-Por que você resolveu trabalhar em abrigo? -Me perguntou uma moça bem bonita.

-Porque eu fui abusada pelo meu pai quando criança e agora quero ajudar pessoas que passaram pela mesma situação. -Pensei.

Eu sabia que não podia dizer aquilo, aliás, até podia, mas eu não conseguia.

-Porque eu quero cuidar e dar amor pra quem precisa. -Falei.

A moça sorriu, acho que tinha gostado de minha resposta, o que me deu uma certa esperança. Estava sonhando em conseguir essa vaga e o salário ainda era bom. 

No dia seguinte fiz uma experiência no abrigo, lá tinha diversas crianças e jovens com idades entre 3 e 17 anos, todos foram vítimas de negligências, maus tratos, abusos. O caso mais grave foi do Pietro, um garoto de 15 anos que sofreu de tudo que é tipo, aos 8 anos viu o pai matar a mãe com 78 facadas, e sem ter pra onde ir, ficou morando com o pai que era drogado e sempre se drogava na frente do menino, quando ele tinha 10 anos seu pai foi morto por traficantes, sem ninguém no mundo, o garoto foi morar nas ruas, sem ter o que comer e dormindo em um chão gelado, porém 1 ano depois, uma tia o encontrou e conseguiu a guarda do garoto, porém ela era muito ruim para Pietro, deixava ele amarrado e sem comer, e quando ele reclamava de fome, o obrigava a comer as próprias fezes e a beber sua urina, e se ele vomitasse, tinha que comer o próprio vômito, era agredido com cinto, madeiras, cabo de vassoura, o que a mulher encontrasse pela frente, era castigado por qualquer coisa, em um dos castigos ele foi obrigado a dormir do lado de fora da casa na chuva, onde ele contraiu uma forte pneumonia, chegando a quase morrer, vivendo em um terrível pesadelo, acabou fugindo e voltou a morar nas ruas enfrentando fome, frio, chuva, sendo espancado por vândalos, mas um dia a dona Suzy, a diretora, o encontrou e o tirou dessa situação levando o garoto para o abrigo.

Era uma história pior que a outra, queria tanto poder fazer algo por eles, conhecer um pouco mais da história de cada um, fazê-los sentir que não estão sozinho, Como eu queria essa vaga.

 



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