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História O Drama De Luna (Uma História Sobre Abuso Sexual) - Visita à Casa de Natalie


Escrita por: dannypereira_

Capítulo 6 - Visita à Casa de Natalie


-Não pai, por favor não faça isso, me deixa, me solta, eu não quero. Tá doendo.

Nisso eu me acordo muito assustada, estava ofegante. Olho para todos lados, noto que não há ninguém e me sinto mais aliviada. Odiava esses pesadelos. Ah, esqueci de falar, nunca mais consegui dormir no escuro, só dormia de luz acesa ou abajur ligado, precisava ter alguma claridade para eu poder enxergar, odiava escuro, odiava tudo o que me fizesse lembrar dele.

Nicolá sentia muita falta de uma presença masculina, ele tinha convivido com nosso pai até os 11 anos e os dois eram super grudados, viviam jogando futebol e videogame juntos.

Enquanto meu irmão ficou com as lembranças boas, eu fiquei com as ruins, não conseguia sentir nada por ele a não ser um ódio imenso, confesso que se ele morresse eu ficaria muito feliz, como queria isso…

Estava sentada em um banco de uma praça, esperando por Naty. De repente uma mão cobre meus olhos.

-Quem é? -Pergunto.

-O amor da tua vida. -Disse aquela doce voz.

-Mentira, chocolate não fala.

-Como é? -Questionou Naty ao sentar do meu lado.

-Tô brincando, amor. -Falei.

Naty sorriu e me deu um selinho. Nisso, um casal (hétero) passou pela gente e ficaram nos encarando, não gostei do jeito que eles nos olharam.

-Estão olhando pra gente. -Falei.

-Estão admirando o nosso amor. -Falou.

-Não gosto desse jeito que olham pra gente.

-Ná dá bola, vidinha. -Pediu Naty.

Natalie era uma das poucas pessoas que conseguia me acalmar e me deixar mais tranquila, como gostava de estar com ela, era tão bom ter tê-la por perto.

Naty me convidou pra ir a sua casa, já que eu estava lhe devendo uma visita, pois ela havia ido por último à minha casa e agora eu tinha que retribuir.

Entro na casa de Naty e logo cumprimento sua mãe. Os pais dela haviam se separado quando Naty tinha uns 10 anos. Confesso que só assim pra eu ir à sua casa, pois se ela morasse com o pai nunca que eles me veriam lá.

-Lunaaaa! -Falou Juan ao pular no meu colo.

-Oi baixinho. -Falei.

Juan era o irmãozinho de Natalie. Ele tinha 7 anos e era muito fofo, um garoto esperto, educado e muito carinhoso. Sei o que vocês devem estar pensando ´´mas Luna, você não disse que não se dava com homens, além do seu irmão, que tinha medo dos garotos...´´, sim, e é a mais pura verdade, porém com criança não tinha essa, pois eles são anjos de Deus, seres iluminados, puros, ingênuos, pelo menos é assim que é pra ser. Criança não possui a maldade dos adultos e por isso que eu os amo tanto.

-Então Luna, já sabe o que vai fazer na faculdade? -Perguntou dona Angelina (mãe de Naty).

-Sim senhora. -Falei. -Quero fazer Serviço Social pra trabalhar em abrigos e casas lares com crianças e adolescentes que foram vítimas de negligências, maus tratos ou abusos. -Falei.

-Uau, que lindo isso. -Ela disse. -Mas por qual motivo?

-Pra poder ajudá-los, mostrar que eu me importo, que eles não estão sozinhos, poder acolhê-los, porque infelizmente eu não posso impedir que essas coisas aconteçam, então se acontecer, eu quero estar lá para ajudar.

Senti umas lágrimas escorrer pelo meu rosto, pois lembrei da minha história. Quero poder fazer pelos outros aquilo que nunca fizeram por mim, saber ouvi -los, abraçá-los e mostrar que tem pessoas, como eu, que só querem ajudá-los. 

Naty me deu um selinho e dona Angelina pegou em minha mão. Senti uma coisa tão boa nesse momento. 

Naty queria ser psicóloga, até nisso éramos meio parecidas, pois assim como eu, ela também queria ajudar outras pessoas. Como eu adorava essa mulher!

Na segunda feira tive que ir pra escola, não gostava muito porque eu era obrigada a conviver com meus colegas, costumava sentar bem afastada deles em um canto e rodeada pelas minhas amigas. Nenhum menino da minha turma falava comigo, nem tentavam porque eles me conheciam há uns dois anos e sabiam que eu não me dava com garotos, só o que eles não sabiam era o porquê, mas isso eu nunca tinha contado nem pra Naty, e acho que assim seria pra sempre.

 



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