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História O Espírito Azul e a Dama Pintada - Livro 10: Distância - Capítulo 3


Escrita por: Enora

Notas do Autor


Oi leitores lindos! Tudo bem com vocês? Eu demorei eu sei e o capítulo tá curtinho também, mas está emocionante! Eu estou com um bloqueio extremo para a fic e não quero forçar para não sair coisa ruim, então peço que perdoem a demora.

Agradecendo aos favoritos maravilhosos de:

~KaiicaDrew
~LisaLoud
~Bonnie2017
~Kira_Kawaii
~Jujubared_blue
~Jull2000
~BooPark
~Moraes_Landgraf
~Sans-do-ketchup
~Maisa111
~ailou_
~LSolomon
~heracles
~FanficS_chan
~SrtaZabini
~ericafsantos87
~Dillectus
~HannahBaker

Boa leitura!

Capítulo 54 - Livro 10: Distância - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction O Espírito Azul e a Dama Pintada - Livro 10: Distância - Capítulo 3

POV Zuko

Trouxeram para mim uma espécie de roupas ritualísticas tradicionais dos Guerreiros do Sol e pediram que eu as vestisse. Consistiam de uma calça de tecido pesado em um tom de vermelho escuro profundo, um colar redondo metálico dourado e vermelho ligado a ombreiras também metálicas e braçadeiras, e por fim um cocar de leves e compridas penas negras como as que estavam nas estátuas espalhadas pela cidade.

Da última vez que eu estive aqui esse tipo de formalidade não havia sido necessária, ou seja, esse chamado era mais importante do que dois estrangeiros que seriam torrados vivos caso os mestres não se agradassem deles.

Quando um dos soldados entrou com um pote da mesma tinta que eles utilizavam para se pintar e ofereceu-se para fazer as marcas em mim eu comecei realmente a ficar nervoso.

Quando saí da tenda percebi que praticamente todos do povoado estavam me aguardando do lado de fora da tenda. Respirei fundo e me dirigi ao chefe e iniciamos a subida até o monte dos mestres.

Obviamente subir sem precisar manter uma chama acessa na mão deveria tornar essa subida mais agradável que a anterior, mas não foi isso que aconteceu. Eu sentia a mesma tensão da primeira vez e havia algo pior que carregar a pequena chama: eu estava recebendo olhares das moças que me faziam agradecer por Katara não estar ali para jogar uma delas barranco abaixo.

Quando finalmente chegamos ao pátio aos pés da escadaria que levava aos mestres, os Guerreiros do Sol começaram a se distribuir em círculo e uma batida, diferente da que eu ouvira daquela vez, ressoava dos tambores.

- É chegada a hora Zuko, os mestres já sabem que está aqui e eles têm urgência em vê-lo. - o chefe falou e a subida parecia ter drenado fortemente suas energias já que sua fala saiu entrecortada pela falta de fôlego.

Respirei fundo e comecei a subir os degraus enquanto meu corpo ficava mais tenso a cada centímetro que eu avançava. Sequei as palmas das mãos suadas na calça antes de subir o último degrau.

Reverenciei para a gruta da direita e depois para a gruta da esquerda e fitei por fim o mar que ficava após as montanhas lembrando dos olhos de Katara enquanto meu coração parecia parar junto com a última batida dos tambores.

O berrante que convocava a presença dos mestres soou atrás de mim.

E então meu coração voltou a se acelerar quando eu senti o tremor vindo das pontes. O tremor de grandes corpos sendo movidos e estavam sendo movidos em minha direção.

Senti as correntes de ar se agitarem ao meu redor e logo borrões de azul e vermelho pairavam em minha visão. Será que eles queriam a dança? Mesmo eu sendo apenas um?

Mas antes que eu pudesse pensar no que fazer ele haviam parado e usando suas poderosas garras agarraram-se as pilastras e posicionaram-se cada um em um dos meus lados.

Aqueles olhos dourados e vermelhos me fitavam, enxergando cada canto obscuro e escondido da minha alma, nada que eu pudesse dizer sobre mim contaria mais a eles do que o que eles mesmos eram capazes de entender enquanto perscrutavam-me.

Então eu levei o maior susto da minha vida. Eu ouvi.

Ouvi a voz dos mestres. Ela não ressoava no ar, mas vinha dos recantos da minha mente, como uma brisa que adentra a janela do quarto em tardes quentes e limpa tudo.

Era como o crepitar da lenha na fogueira, era o som do fogo cortando o ar, parecia pequenas explosões ritmadas e ordenadas e era assustadoramente distante de qualquer coisa terrena que eu já tivesse ouvido, pois a voz era uma e duas ao mesmo tempo, como uma alma que habitasse dois corpos e só de ouvir aquela voz entendi mais sobre Ran e Shaw do que qualquer livro poderia ensinar sobre os mestres originais.

“Zuko, você finalmente veio atender ao nosso chamado.”

Ajoelhei-me ainda olhando o mar, ainda pensando na calmaria de Katara, tentando manter algo que eu pudesse segurar, porque eu sentia minha sanidade esvaindo aos poucos com cada sílaba proferida naquela voz ancestral. Acenei com a cabeça concordando quando percebi que uma resposta era esperada de mim.

“Temos uma tarefa para você. Ela pode ajuda-lo, mas também pode destruí-lo. Independente disso ela tem que ser levada ao fim.”

Todos os meus músculos já estavam tensionados e o ar saía entrecortado de meus pulmões. Forcei o pensamento “O que? Porquê?” na esperança de não ter que usar cordas vocais.

“O que sua família começou deve terminar. Os dragões precisam voltar ao mundo terreno, esse é um passo importante para que haja equilíbrio novamente. Por muito tempo o mundo não foi um local para nós, para eles, mas você trouxe a oportunidade que precisávamos, que esperávamos.”

Era uma frase tão grande e ela parecia forçar cada pedaço do meu cérebro para fora. Meus olhos já lacrimejavam.

“Você vai precisar alimentá-lo com sua energia até que ele esteja pronto para nascer.”

E eu vi no chão a minha frente, numa espécie de miragem um ovo. Era negro como uma rocha carbonizada e parecia extremamente pesado ao mesmo tempo em que parecia que o menor dos ventos o levaria embora. Uma sequência de memórias que não me pertenciam inundou minha mente e a cada segundo eu entedia melhor o que estava acontecendo ali.

Eu teria que criar um dragão.

“Ele será como vocês?” perguntei.

“Não, ele será um dragão normal. O progenitor de todos os dragões dessa nova era.”

“O Aang, ele tem a capacidade para essa tarefa.” respondi colocando as mãos ao lado da cabeça tentando comprimir a dor.

“Essa não é uma tarefa para o Avatar e ele já possui um guia, já você Senhor do Fogo, ainda precisará percorrer um caminho perigoso, permita que esse dragão proteja você e sua linhagem como Fang o fez um dia.”

Quem era Fang? Minha mente ardia cada vez mais.

Os dragões haviam sido extintos do mundo, essa dívida deveria ser paga, uma dívida dos meus ancestrais, por isso Aang não poderia pagá-la.

“Eu aceito.”

Senti como se um segundo coração batesse em meu peito, forte como uma trovoada e o ovo da miragem materializou-se.

“Que vocês possam guiar o caminho um do outro e que essa amizade atravesse a vida terrena.”

Então os mestres saltaram das pilastras abrindo suas gigantescas asas coriáceas, que por um momento engoliram o sol, e desapareceram para o interior da rocha.

O mundo ao meu redor pareceu mudar, o sol das dez não estava mais ascendendo no céu, mas estava em um notório rubro escondendo-se na linha do horizonte.

Eu estava exausto, meu corpo suava fazendo com que os braceletes deslizassem por meus braços enquanto o tecido e cocar colavam em minha pele.

O ovo estava ali, tão real quanto antes.

Estiquei meus dedos e senti o calor morno que emanava de sua casca e então tudo escureceu.

 

Quando acordei senti a maciez de um colchão sobre meu corpo e me lembrei de tudo que havia ocorrido. Sentei-me de supetão apenas para encontrar o chefe me observando de uma cadeira em frente.

- Como se sente? – ele perguntou.

- Como se o Cometa Sozin tivesse entrado em rota de colisão comigo. – falei enquanto minha cabeça parecia ter sido derretida e remodelada de alguma forma estranha e dolorosa.

 

O chefe riu e aquilo aumentou minha dor de cabeça.

- Quantas horas eu dormi? – perguntei.

- Dois dias. – ele respondeu e aquilo me sobressaltou. – Você se saiu bem, eu fiquei apagado por seis dias depois que os mestres falaram comigo sobre a tarefa.

 

Olhei atônito por um segundo, isso explicava a evidente aparência cansada e doentia do chefe dos Guerreiros do Sol: ele também estava “chocando” um ovo de dragão.

- Há quanto tempo está com o seu?

- Pouco mais que um mês. – ele respondeu fitando-me curioso. – E não me pergunte quanto tempo mais eu vou ter que chocá-lo porque não faço a menor ideia.

- Você sabia, sabia que eles haviam me chamado para isso.

- Sim, mas sinceramente não sabia se você sobreviveria a conversa com eles, acho que nunca ouvi falar sobre espíritos em forma mundana que são tão perigosos em se conversar quanto os mestres. Desculpe se o subestimei.

 

Sim, Ran e Shaw não eram apenas dragões anciãos, aquela voz não era do nosso mundo.

Tantas perguntas giravam em minha mente, mas apenas uma era realmente importante agora.

- Onde está?

- Guardado junto com o meu, assim que se sentir melhor poderá vê-lo. Estão perto da Chama Eterna, isso ajuda a diminuir a energia que drenam de seus portadores.

- Nós vamos des-extinguir os dragões.

- Se não morrermos, parece que sim. – ele sorriu e apesar da ideia iminente de morte que nos rondava a alegria que vinha de ambos parecia palpável.

- Então podemos realmente morrer de exaustão?

- Sim e o pior: se morrermos os ovos morrem, então precisamos nos cuidar e a situação não parece boa para você em seu lar, eu recomendaria que você permanecesse aqui até o seu ovo chocar, mas não acredito que aceitaria.
 

Aquilo caiu como uma pedra em seu estômago.

- Não posso.

- Eu sei, mas eu não recomendaria que contasse sobre o ovo para as pessoas, todos da tribo sabem, mas minha situação é diferente da sua, você está com sérias turbulências.

- Os mestres disseram que o dragão, ele poderia me ajudar, que iria ser o guardião da minha linhagem, como Fang foi um dia, você sabe algo sobre isso? – perguntei.

Ele alisou o queixo e suspirou.

- Entendo, ter um dragão como seu aliado é uma proteção imensa, mas não acho que eles ainda filhotes podem nos ajudar com isso... mas respondendo a sua pergunta, Fang foi o companheiro e guia do Avatar Roku, não imaginava que sua descendência seria o atual Senhor do Fogo.

Fang era então o guardião da linhagem do meu bisavô Roku, da minha avó e minha mãe, o dragão que morreu com seu amigo tentando aplacar a fúria de um vulcão para salvar pessoas inocentes.

- Eu quero vê-lo.


Notas Finais


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