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História O feio mais belo - 6. Nem tudo se resume a beleza


Escrita por: Misakihime

Notas do Autor


Olá pessoas lindas do meu coração =D. Tudo bem com vocês?
Eu demorei um pouco para vir com o sexto capítulo haha, pois é. Achei que esse foi bem denso para escrever e teve dias que era difícil escrever as partes engraçadas do capítulo, porque é tenso quando você precisa escrever uma cena de comédia, mas não está feliz o suficiente para pensar em coisas engraçadas rsrs.
Bem, não vou dizer muita coisa agora, pois esto muito ansiosa para saber a reação de vocês <3
Vejo todos nas notas finais ^^
Boa Leitura!

Capítulo 6 - 6. Nem tudo se resume a beleza


Fanfic / Fanfiction O feio mais belo - 6. Nem tudo se resume a beleza

Na noite anterior...

O secretário conseguia sentir o aparelho celular quente em sua orelha direita enquanto conversava com Minseok. Ele sabia que era errado falar ao telefone durante o expediente de trabalho, mas quase todos já haviam ido embora e Baekhyun estava fazendo praticamente hora extra, então o rapaz pensava que aquilo merecia um desconto.

Sentia-se magoado por relembrar as palavras ditas por Chanyeol. Mesmo que não tivesse sido de forma direta, elas magoaram tanto quanto. O menor se sentia irritado pelo fato de seu “querido” presidente não reconhecer as suas habilidades e competências, e sim, ligar somente para a sua aparência.

Baekhyun sentia raiva, porque depois daquele esporro no ensaio fotográfico arruinado, passava noites acordado estudando para tentar entender o mínimo que fosse de moda. O rapaz estava fazendo o possível para tentar sobreviver àquela selva purpurinada e fashionista, porém era inegável o fato de que às vezes se sentia como um peixe fora d’água. Principalmente quando o seu  chefe não reconhecia o seu esforço.

- Hum...E por quê não dá uma lição de moral nele? – tornava a ouvir a voz do amigo.

- Como assim? – ele não havia entendido.

- Faça-o ver que ele não precisa sentir vergonha de você e que se está ocupando o cargo de secretário é porque tem capacidade para isso.

Antes que Baekhyun pudesse responder algo em troca, a figura de Chanyeol passou por diante de seus olhos. O modelo tinha uma expressão visivelmente irritada em seu rosto, as têmporas pareciam pulsar, dos olhos sair raio lasers e os lábios estavam torcidos.

- Mãe, eu já disse que não vai dar. – havia impaciência em seu tom de voz. – Eu não posso jantar com você. Quantas vezes eu terei de dizer isso? Tenho coisas mais importantes para fazer!

Foi então que...Eureka!

- Isso! Muito obrigada Minseok-ah. Você é o melhor que nós temos. – um sorriso surgia em sua face por conta daquele lampejo de ideia.

Do outro lado da ligação foi possível ouvir uma gargalhada.

- Não se esqueça de me visitar qualquer dia desses. Não vejo você e a Hyuna há séculos.

- Pode deixar. – encerrou a ligação quando pareceu sentir que Chanyeol havia olhado para si.

O modelo ainda tinha tanto o que aprender. Ele achava que era o rei do mundo, mal sabia que se o mundo quisesse poderia destruí-lo em dois segundos.

- Ei. Por que está encarando tanto o Chanyeol? – a voz de sua irmã próxima ao seu ouvido fez com que se assustasse.

- Esse daí está caidinho por ele. – dessa vez foi Heechul quem falou. – Tinha que ver como ele o olhava na reunião de hoje.

Baekhyun olhou para a expressão curiosa no rosto de Hyuna, as sobrancelhas franzidas, os braços cruzados. Ela queria uma explicação.

- A propósito, conseguiu tirar uma foto com Siwon? – mudava de assunto e isso para a mulher queria dizer que falariam sobre tal assunto em outro lugar.

- Claro. – um enorme sorriso surgia em seu rosto. – Ele é lindo, bonito, simpático...

- Ei, pode tirando o olho do meu homem. – Heechul colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Você não tem namorado? – era a vez do secretário falar alguma coisa.

- Siwon e eu estamos em um relacionamento há tempos, mas ele não sabe disso. E o meu namorado...bem...ele já está me incomodando. Não estava brincando quando disse que se o Siwon me chamasse para me dar uma massagem eu largava tudo.

- Tá... – foi tudo o que o menor conseguiu dizer.

- Baekhyun, o que ainda faz aqui? – sua irmã o encarava.

- Eu estava trabalhando. Fazendo hora extra sabe?

- Chega de hora extra. Está tarde e o senhor vem comigo para casa. – ela saía puxando-o pelo braço. Hyuna não se importava tanto assim com o horário de trabalho do irmão. Ela queria mais era saber daquela história sobre Chanyeol.

- Ei! – Baekhyun reclamava enquanto tudo o que podia fazer era deixar ser guiado por sua irmã.

- Hyuna, eu já te adicionei no Kakao Talk para conversarmos mais. Preciso te contar umas boas fofocas! – Heechul gritava com um sorrisinho no canto dos lábios.

- Ahhh, mal vejo a hora! – ela sorria enquanto acenava para o rapaz até a porta do elevador se fechar bem na sua frente.

Já na rua, os irmãos caminhavam devagar aproveitando o ar fresco da noite, todas aquelas luzes espalhadas pela cidade e as árvores que estavam ao longo de toda a calçada.

- Baekhyun, o que está acontecendo entre você e Chanyeol? – a mulher era certeira quando queria.

Uma gargalhada escapou pelos lábios do rapaz. Como se eles tivessem alguma coisa...aquilo era mais engraçado do que um programa de variedades.

- Apenas uma relação de ódio e vingança. – falava em tom de brincadeira.

A menina parou então na frente do jovem impedindo-o de andar. Seus olhos castanhos tinham um brilho sério e ela não sorria. Aquilo era o que se poderia chamar de uma conversa séria.

- Baekhyun, ele te humilhou na frente de todos. Me parte o coração dizer isso, mas Chanyeol é um babaca fútil.

- Eu sei disso, mas é inevitável. Alguma coisa parece me atrair nele.

- Não acredito nisso. Quer ser trouxa mais uma vez?

As bochechas do rapaz ficaram coradas.

- Não é questão de querer ser trouxa mais uma vez e nem de querer declarar amor eterno. Sinto que preciso ajudá-lo.

- Ajudá-lo em quê? – franzia os lábios.

- A deixar de ser um completo idiota.

Hyuna riu.

- Você é tão ingênuo. Acha mesmo que Chanyeol irá mudar da água para o vinho da noite para o dia?

- Não, mas eu darei esse empurrãozinho.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

- Baekhyun, me solta. – Chanyeol observava poucos olhares direcionados para si e seu pulso na mão de seu secretário. Ele começava a transpirar de nervoso.

- Não. – dizia de forma plena.

-Baekhyun, olhe para mim.

Nesses poucos segundos de fala do presidente, o secretário sentiu os pelos da nuca ficarem eriçados. Ele sempre se pegaria surpreendido com aquele tom de voz grave e talvez até mais com aqueles olhos castanhos de brilho tão intenso, que sem querer, sentiu suas bochechas corarem.

Chanyeol estava rindo, mas não era um sorriso qualquer. O lábios estavam contraídos no canto, era revelada apenas uma parte de seus dentes e por poucos segundos, ou talvez tivesse sido apenas coisa da sua imaginação, o modelo estava com um ar psicodélico.

- O que foi? – ele se segurava para não sentir o tremor nas penas. Precisava continuar com aquilo.

- Está vendo esse sorriso?

- O que tem ele?

O rosto do presidente parecia que iria virar um tomate pela irritação e apreensão que sentia.

- Me solta enquanto eu estou rindo e volte a fazer o seu trabalho. Será o melhor para nós dois.

- E se eu não quiser?

- Baekhyun... – a voz saía em um rosnado. – Você não...

- Na verdade eu já estou fazendo. Como eu disse há alguns minutos atrás, meu “querido” presidente, você é meu hoje.

Dito isto, o secretário voltou a puxar seu chefe pelo braço, que a todo custo tentava não mostrar o quanto estava apreensivo e com vontade de voltar para a sua sala. Tudo para que os outros funcionários não percebessem.

Mas Heechul percebeu.

- Ihhh Sehun, estou vendo o que senhor perdeu dessa vez. – ele cutucava o ombro do platinado, que o fitava com uma cara de sono, de estar aéreo, só que o rapaz estava apenas olhando para o monitor do seu computador.

- O que foi? O que eu perdi. – não entendia nada.

- Olhe lá. Baekhyun está com um sorriso nos olhos enquanto puxa o Chanyeol pela mão. O que será que esses dois irão fazer, hein?

Sehun observava tal cena passar por diante de seus olhos. Aquilo o incomodou, principalmente a forma como Baekhyun sorria em uma felicidade que não conseguia ser suprimida, como se tivesse conseguido algo de fato, já a expressão no rosto de Chanyeol ele nem se deu ao trabalho de olhar, porque aquilo o incomodava de forma suficiente para pegar os fones, colocar em seus ouvidos e voltar a ouvir Shangai Romance, para logo em seguida não desviar mais os olhos do monitor.

- Ihh, se estressou. – Heechul pegava a sua lixa para uniformizar ainda mais as suas unhas e também para se afastar do platinado.

Sehun entrou em um abismo logo assim que começou a ouvir a música. Ele não queria pensar em nada no momento, nem mesmo sentir aquele incômodo que parecia lhe espetar como uma agulha. Só que cada vez que cantavam shangai boy, seus pensamentos eram imediatamente direcionados para Baekhyun.

Que merda, ele pensava enquanto jogava um lápis com força em sua mesa.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

- Que merda de lugar é esse?! – Chanyeol cuspia as palavras em raiva enquanto observava a discreta loja de roupas em uma rua pouco movimentada de Seul.

O clima era agradável. O céu azul era infinito, o sol quente despontava no céu e a brisa gelada amenizava ainda mais o clima ameno. No entanto, para aquele ceo de uma revista famosa, o dia parecia estar indo de mal a pior.

- Aish! Dá para ser um pouco menos irritado? Está estragando o clima.

- Eu sou o seu chefe, então...

- Não estamos mais na empresa, então você é apenas Park Chanyeol. Sem honoríficos, sem ceo, sem nada.

Aqueles olhos grandes e irritados vistos através das lentes fizeram o modelo sentir um pouco de medo, mas não revelou isso. O maior estava muito mais estupefato e irritado com o modo como Baekhyun se importava do que com iria acontecer dali em diante.

- E além do mais, estamos em um brechó,

- O QUE?! Um brechó?! Como se não bastasse você me tirar o meu carro e me fazer vir até aqui de táxi, ainda quer que eu entre em um brechó?! – aquilo era o mais perto da morte que o modelo poderia chegar.

Baekhyun não poderia negar, ele estava adorando ver aqueles olhos arregalados, a respiração arqueada, os lábios entreabertos enquanto o choque perpassava o rosto de Chanyeol. O secretário gargalhava por dentro, porém por fora ele apenas se limitava a erguer uma de suas sobrancelhas.

- A não se que queira ser reconhecido por aí, andando com uma pessoa tão maravilhosa como eu...

- Vamos entrar nessa espelunca. – ele disse enquanto andava sem olhar para trás.

- Meu Deus, me dê forças para não rir da cara do Chanyeol. Sei que não sou uma má pessoa e por isso estou dando esta lição nele, mas eu não consigo me controlar quando ele parece estar em uma dor suprema ao ver coisas tão normais. Tentarei não rir mais, tentarei. – completava entrando na loja.

Lá dentro, o modelo passeava pelas araras com uma cara de quem comeu e não gostou. Ele estava perdido, isso era perceptível, só que era ainda mais estranho o fato dele sentir nojo das roupas do brechó só porque não eram de marcas. Mesmo não tendo uma assinatura da Channel, Ralph Lauren, elas ainda continuavam sendo roupas e cumpriam o seu propósito não é mesmo? Era o que Baekhyun pensava.

- Baekhyun, quanto tempo! – a voz de uma senhorinha ecoou em seus ouvidos. – Está precisando de roupas novas? Eu tenho um desconto camarada para você.

- Olá Soo Yeon. – sorria.

A senhora vinha a passos calmos, os cabelos acinzentados estavam presos em um coque, os óculos deslizavam por seu nariz e um sorriso iluminava a sua face. Soo Yeon era dona do brechó e amiga de Baekhyun. Eles conversavam sobre várias coisas, a mulher sentia que o menor era como se fosse o seu neto. Tão gentil e fofo, Baekhyun era praticamente de casa.

- Não vim comprar roupas hoje, mas um amigo meu veio. – apontava na direção de Chanyeol.

- Amigo... – o modelo ria como se estivesse sentindo seu estômago com dor daquilo. Seria gastrite? – Amigo... – seria cômico se não fosse trágico. Ele queria cancelar aquele dia totalmente.

- Sun Hee, acredita que ele não compra roupas se não for de marca? – o secretário fingia uma indignação só para perturbar ainda mais o seu chefe.

- Aigoo! Por quê? Se são tudo a mesma coisa e continuam a nos vestir? O que muda é apenas um nome que é posto sobre ela.

Chanyeol se virou então de frente para a mulher. Ele respirava fundo, os olhos castanhos estavam distantes, era quase como se pudesse ouvir no fundo de sua mente tocar o início de Sound Of Silence: “hello darkness, my old friend”.

- Não é apenas um nome. – sussurrava para si, porém Soo Yeon escutou.

- Meu rapaz. – aproximava-se do maior colocando sua mão sobre o braço direito deste. – Você querendo ou não, roupas são apenas pedaços de tecido que são superestimados. Está reclamando de barriga cheia enquanto há tantas pessoas lá fora que dariam muito pouco por uma roupa quentinha só para não morrer de frio. – os olhos castanhos da mulher faziam o modelo se encolher. As palavras o haviam atingido, porém tentava ignorar tal fato.

- Já escolheu alguma coisa? – Byun perguntava com uma expressão curiosa no rosto para seu chefe.

- Já, já. – saía pegando qualquer coisa e entrando no provador.

- A propósito, ele é seu amigo mesmo? Você não me parece o tipo de pessoa que faz amizades como ele.

Baekhyun soltou uma risadinha em resposta ao mesmo tempo em que passava os dedos por entre seus cabelos. Como ele iria explicar aquilo?

- Está gostando dele?

- O que? Não...não...eu... – suas bochechas ficavam coradas.

- Touché. – um sorriso malicioso surgia nos lábios da senhora.

Em uma fração de segundo, a porta do provador foi aberta e Chanyeol saiu de lá com as suas novas roupas. Baekhyun não conseguia desgrudar os olhos, era como se o mundo parasse e tudo o que ele ouvisse fosse os batimentos acelerados de seu coração.

O modelo vestia uma calça jeans rasgada nos joelhos, uma camisa preta de meia manga que tinha a seguinte frase estampada em letras brancas: “sorry, but I’m not your bae”. Sobre a camisa preta, vestia uma camisa xadrez nas cores vermelho e preto, com suas mangas compridas. Já o sapato, Chanyeol calçava um par de all star preto de cano longo, tênis esse que ele detestava em Baekhyun. Em sua face, usava óculos escuros de armação redonda para esconder seus olhos.

O secretário se perguntava como seu chefe conseguia ser bonito mesmo usando roupas tão casuais e que de fato não usaria. Era quase como se estivesse o conhecendo pela primeira vez. Sinos tocavam em sua cabeça, suas mãos sentiam vontade de abraçá-lo, os lábios de beijá-lo, os olhos de admirá-lo. Havia algo de errado consigo? Como Baekhyun poderia ter tais sentimentos por alguém que sentia vergonha de sua aparência? Ele era masoquista?

Bem, eram perguntas que o rapaz infelizmente não poderia dizer. O menor queria ser forte o suficiente para se arrepender e deixar de nutrir aqueles sentimentos, mas à medida que o tempo passava aquilo só parecia crescer cada vez mais em seu peito e criar raízes. Baekhyun estava caminhando em uma estrada só de ida. Já era praticamente impossível voltar.

- Como eu estou? Normal demais? Brega? Feio? – Chanyeol indagava enquanto dava um giro de 360° sem sair do lugar.

- Está lindo. – era evidente o fascínio na face de Baekhyun.

- O que?

- Quero dizer...está completamente aprovado para não ser reconhecido na rua.

- Isso quer dizer que terei o uso da sua capa de invisibilidade mais uma vez? – ele erguia uma sobrancelha e um sorriso discreto surgia no canto de seus lábios.

- Capa de invisibilidade? Virou o Harry Potter agora? – Soo Yeon não havia entendido a piada.

- Não é nada demais. – Baekhyun corava ainda mais ao mesmo tempo em que Chanyeol soltava uma gargalhada pela fala da senhora. – E sim, terá. – olhava fixo para o moreno, que parou de gargalhar e por poucos segundos sentiu o efeito daquele olhar sobre si.

- Agora que eu escolhi a minha roupa e irei pagá-la. Para onde mais quer me levar?

- Surpresa.

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- Ah, ótimo. Um cemitério. O que quer fazer comigo?

- Por que você reclama tanto?

- Bem, você me tira do meu escritório, diz que vou ser seu por um dia e até agora você me fez andar de transporte público, comprar roupas em um brechó. Agora estamos aqui, em um memorial cheio de pessoas que já morreram. O que mais você pretende fazer?

- Quero lhe apresentar alguém. Só fique quieto e me siga, por favor.

Chanyeol percebeu que Baekhyun estava com uma aura diferente. Por mais que estivesse sendo audacioso e brincalhão durante todo esse tempo, ali ele parecia querer mostrar um lado que guardava para si. Lado esse que carregava apenas os sentimentos de saudade e tristeza.

Seus lábios apenas se fecharam para fazer aquilo que o menor tinha pedido. Ele observava os ombros curvados de seu secretário por conta da má postura, os cabelos desarrumados flutuarem com a brisa que passava por ali, as roupas de estilo cafona, o par de tênis igual ao seu e a forma como ele caminhava. Lenta, porém ansiosa, como se estivesse depois de muito tempo voltando para o lugar em que ele chamou de casa alguma vez, ou alguém que era a sua casa.

De repente, era como se o modelo tivesse retornado para o dia em que deu um longo sermão em Baekhyun pelo ensaio fotográfico arruinado. Ele se lembrava daquele par de olhos aumentados pelas lentes dos óculos, esses estavam vermelhos, embargados, os lábios trêmulos e a figura do rapaz ensopada pela chuva que havia pegado. Chanyeol não queria admitir, mas havia algo em seu inconsciente que o fazia se sentir incomodado ao pensar na ideia de que seu secretário estaria com aquela expressão no rosto mais uma vez.

- Sinta-se honrado, porque já é a segunda pessoa da minha família que você conhece. – Baekhyun parava de frente para um armário com vários jarros de pessoas cremadas, junto com as suas respectivas fotos, sejam estas com a família ou sozinhas.

- Como assim?

- Esta é a minha mãe.

Chanyeol olhou para a direção em que o menor apontava observando o jarro escrito Lee Sun Hee, ao lado estava a fotografia de uma mulher com seu marido e filhos. Baekhyun desde sempre usava os óculos grandes, com lentes fundo de garrafa, ao lado dele estava Baekhyuna ainda criança também, mas para o modelo já dava para ver quem tinha mais o senso de moda, atrás das crianças estava um homem alto, de cabelos pretos, pouco parecido com Hyuna, enquanto ao lado desse estava uma mulher de cabelos pretos, olhos pequenos, lábios rosados, ela usava a mesma armação de óculos que Baekhyun usava agora, parecia ter aquela aura gentil e doce que toda mãe tem.

- Você se parece com ela. – sua voz estava mais grave do que o normal. – Por que me trouxe aqui?

- Oi mamãe. – ele sorria mostrando seu aparelho. – Este aqui é o meu “querido” chefe de que tanto lhe falo. Ele é tão querido por mim que já chutei a bunda dele.

- Ei!

- Mamãe, às vezes eu peço paciência para poder aguentar tudo, só que é difícil. Eu sei que a senhora queria que eu me tornasse íntegro, porém não dá para ser íntegro quando alguém te faz de escudo para que suas roupas não molhem e quando há mangás em promoção na loja. Não, aí definitivamente não dá para ser íntegro.

- E aquela era uma roupa de grife para o ensaio fotográfico. Acha que eu poderia molhá-la com aquela água fedida assim tão facilmente?

- Park Chanyeol, não me faça chutar a sua bunda mais uma vez. – ele deixava os olhos em fendas.

Baekhyun olhava para a foto de sua mãe e ah, como ele sentia saudades. Como sentia falta daquele abraço quente, do jjangmyeon que só ela sabia fazer, dos seus conselhos, até mesmo da sua presença. É claro que amava o seu pai e o admirava por ter conseguido criar dois filhos sozinho com muito esforço, mas era que às vezes ele precisava de um colo materno; Chanyeol não parecia entender aquilo. Enquanto o modelo tinha a sua mãe ao seu lado e a desprezava, Baekhyun só queria ter a sua de volta.

- Ok, não está mais aqui quem falou. – levantava as mãos em sinal de rendição. – O que aconteceu?

- Um acidente de carro. Eu tinha apenas sete anos quando minha mãe foi atropelada por um cara bêbado.

- Eu sinto muito.

- Não, você não sente. – Baekhyun olhava para a face inexpressiva de Chanyeol. – Nem mesmo se importa.

Na verdade, de forma curiosa, ele se importava. O maior só não sabia disso.

- Eu...

- Tudo bem. Não preciso da sua piedade e nem estou aqui para chorar nem nada. Não sou uma pessoa triste, meus pais me ensinaram a não ser. E mesmo que de vez em quando eu sinta falta, sei que ela está comigo aonde quer que eu vá e ela viu muito bem o chute bem dado que eu dei na sua bunda.

- Sério que ainda iremos falar disso?

Baekhyun soltou uma gargalhada em resposta. O ponto alto da lição ainda estava por vir.

Chanyeol o observava sorrir enquanto olhava para a foto. O rapaz era extremamente parecido com a sua mãe e o modo como falava dela o afetava. Alguma coisa em seu peito incomodava, ele pensava na infância do rapaz, nos momentos em que queria sua mãe por perto, mas ela não estava lá, enquanto que a sua mãe estava lá, ao seu lado, até hoje e ele simplesmente ignorava-a.

De forma inconsciente, seus olhos começaram a ficar marejados. O que é isso? Por que estou com vontade de chorar? Por que esse ser está fazendo isso comigo? Tais perguntas martelavam na mente do modelo, que agradecia por ainda estar de óculos escuros, sendo assim, Baekhyun não veria as lágrimas que o presidente tentava a todo custo fazer com que elas secassem de seus olhos.

- Não, não iremos. – o menor ainda gargalhava. – Ei mãe, você sabia que eu irei ajudar o meu chefe com a nova edição da revista?

O modelo observava seu secretário sorrir de forma espontânea, feliz. Por mais que Chanyeol tivesse feito aquilo como uma espécie de “castigo” para provar que ele era com toda a certeza melhor do que o menor, ali, o presidente apenas se deixou levar por aquela gargalhada feliz e sorriu de forma discreta.

Meu Deus, o que eu acabei de fazer? Pensava ao se dar conta do sorriso. Não, ele não poderia ter sorrido por causa de Baekhyun, aquilo não era possível.

Mas de fato era.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°

- Alô? Hecchul? – Baekhyuna dizia enquanto mordia os lábios.

- E aí garota. Como está? – o tom de voz soava feliz do outro lado da linha.

A mulher também não conseguiu deixar de sorrir.

- Estou bem.

- Qual é o motivo da sua ligação?

- Então, eu queria saber mais como o meu irmão é no trabalho. Na verdade, queria saber como ele é com o Chanyeol.

- Ah, ele é um verdadeiro adolescente apaixonado perto do nosso “querido” ceo. Você, por acaso está querendo juntá-los?

- Er...digamos que eu queira saber um pouco como são as coisas para decidir o que de fato irei fazer. – ela gargalhava mais uma vez.

- Menina, eu já estou me incluindo nisso, porque acho que os dois super combinam, até mais do que aquela víbora da He Ra. Só acho que o Chanyeol tinha que mudar um pouco, sabe?

- É... –  Hyuna se lembrava da fala de seu irmão na noite passada.

- Como iremos fazer isso? Já fiquei interessado.

- Podemos dar alguns empurrõezinhos, o que acha?

- Genial! E também...ai, para tudo. Acho que teremos que lidar com uma coisa antes.

- O que?

Do outro lado da linha, Heechul olhava sem querer para o Instagram aberto no computador de Sehun e via a foto com Baekhyun junto com a legenda.

- Parece que temos outra pessoa apaixonada.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

Eram exatamente quatro horas da tarde quando Baekhyun e Chanyeol passaram pela porta de entrada do Hospital Universitário de Seul. O cheiro de produtos de limpeza misturado ao odor de álcool incomodava o modelo, quanto ao secretário, ele já estava acostumado com aquilo.

Não era nem preciso dizer que o modelo estava com aquela cara de interrogação direcionada para o menor. Aquele definitivamente estava sendo um dia atípico para o maior. Aquela correria de médicos e enfermeiros de um lado para o outro do corredor o deixava um pouco agitado, sufocado, com vontade de sair dali. Chanyeol não gostava de ambientes hospitalares por conta das coisas que esse deveria guardar.

Do seu lado direito, percebeu que havia uma pequena família chorando, ao lado deles estava o médico a lhes dizer algo. Só aquilo já fez com que seu estômago se embrulhasse em nervoso.

- Ei, Baekhyun, não podemos ir embora? – segredava ao baixinho.

- Ainda está no horário de visitas?

Esse por outro lado ignorou seu chefe enquanto apoiava os braços na bancada da recepção perguntando logo em seguida para a recepcionista.

- Olá Baekhyun! – a mulher de bochechas cheias sorria para o rapaz. – Você está sumido hein. O que aconteceu?

- Ah...muitas coisas. – passava a mão por seus cabelos. – Ainda está?

- Para você nós estendemos por mais quinze minutos. – o sorriso ainda continuava ali. – Ele está no jardim. Da próxima vez, não se atrase. – a expressão doce desapareceu dando lugar a uma expressão carrancuda que fez Chanyeol transpirar pelas mãos.

- Pode deixar enfermeira Shin. – bastou o secretário sorrir para a mulher se derreter em fofura.

O modelo percebeu isso e pensou: o que diabos essa mulher viu em Baekhyun para achá-lo fofo?

- Para onde estamos indo? Por que estamos em um hospital? Dá para explicar que merda está acontecendo aqui? – cercava seu secretário.

- Só me siga Chanyeol. Só me siga. – ele se controlava para não ser afetado por aqueles olhos castanhos de brilho intenso e continuava a andar.

- Não irá responder as minhas perguntas?

- Não. Espere e veja.

- O que?!

Aquilo definitivamente não poderia estar acontecendo. Mas estava.

Não demorou muito para que chegassem ao jardim. Este, por conta do horário, estava vazio. Havia apenas algumas pessoas espalhadas em alguns pontos do local. O céu azul da manhã foi substituído por nuvens cinzentas e brisas gélidas. O tempo estava mudando. As copas das árvores balançavam com o vento. O verde da grama e das folhas não estava mais tão bonito quanto na parte da manhã, parece que com a chegada da tarde e a mudança de tempo, tudo ficou mais melancólico.

- Ei, Minseok! – Baekhyun gritou com um sorriso no rosto.

Chanyeol olhou para a mesma direção que o seu secretário, fazendo com que então passasse a observar a figura das costas de um rapaz baixinho, cabelos de uma tonalidade preta, curtos e espetados. Ele vestia o típico traje de um paciente hospitalar. Calças compridas e blusas também de mangas cumpridas de algodão. Ao reconhecer o timbre da voz que lhe chamou, Minseok se virou na direção dessa e foi então que o modelo de um estado de pânico, passou para um estado de choque.

O tal rapaz cujo nome é Minseok possui o corpo cheio de cicatrizes de queimaduras gravíssimas. No lado esquerdo da face deste, a pele é retorcida e enrugada até a região do lábio superior. A sua orelha esquerda também tem o mesmo tipo de pele. O olho esquerdo era de um azul bem claro e leitoso, ele havia perdido a visão daquela vista. Em contra a partida o lado direito de sua face estava intacto e o olho castanho revelava um brilho de felicidade. Entretanto a pele voltava a ficar retorcida e enrugada em seu pescoço, suas mãos, no braço direito e partes em que Chanyeol não poderia ver por conta da roupa, que eram pernas, costas, uma parte do abdômen, a lateral de suas nádegas. O que mais impressionava o modelo era que a camada de pele retorcida era de um tom avermelhado, era uma cicatriz que nunca poderia ser desfeita.

E isso impactou Chanyeol mais do que todas as outras coisas. A imagem era o ponto fraco do presidente. O exterior era tudo o que ele tinha, era o que mais importava, o seu carro forte, então quando via pessoas assim como Minseok, o seu interior desmoronava e tudo o que ele sentia era pena, talvez até nojo.

- Ei, Baekhyun, eu já estava quase pedindo para Hyuna te arrastar até aqui. – suas sobrancelha direita franziu ao ver o modelo. – trouxe mais alguém?

- É. – coçava a cabeça. – Minseok, este é Park Chanyeol. O meu chefe.

- Ahhh. – a sua boca se abria em um formato perfeito de ‘o’. – Então você é o modelo metido. Achei que se vestisse melhor.

Aquele comentário deixou o presidente irritado. Sua mão esquerda se fechou em punho enquanto ele contava de 1 até 10 mentalmente.

- Por que me trouxe aqui Baekhyun? Qual é a necessidade de mostrar esse tipo de pessoa para mim? – as palavras saíam entre dentes. Ele estava abalado.

Dessa vez foi Minseok que soltou uma gargalhada. O secretário apenas encarava o modelo de forma estupefata, cético com as palavras que tinha acabado de ouvir.

- Ok. Já entendi o que quis dizer, mas deixa eu lhe dizer uma coisa, nem tudo se trata de beleza, grandão. – ele deixava os olhos em fendas.

- Minseok... – Baekhyun franzia o cenho preocupado. Ele sabia que seu amigo havia se irritado pela forma rude como o seu chefe havia se comportado e Minseok quando queria era um pouco parecido com Hyuna.

Nem tudo se trata de beleza. Aquela frase foi como um soco no estômago de Chanyeol, que não conseguia desviar seus olhos do lado esquerdo do rosto do menor.

- A imagem ela é... – o presidente tentava retrucar algo em resposta.

- Não. Ela não é importante. O hospital é um belo exemplo disso. Acha que aqui as pessoas estão preocupadas com a aparência? Não, elas estão mais preocupadas em querer viver. Acha que eu queria ficar assim? Desse jeito? Deformado? – olhava para os olhos baixos do maior. – Hein, responda!

- Não.

- É. Eu não queria. E sabe o que me aconteceu depois disso? Fui abandonado. Pensei que era amado, mas meus pais quando viram o que eu me tornei não aguentaram e fugiram. Mas a minha sorte foi que eu pude conhecer Baekhyun e sua família. E lhe digo mais uma coisa Park Chanyeol, as pessoas valem muito mais pelo seu caráter do que pela sua aparência. Você, como posso perceber, não vale nem um centavo.

O modelo queria ter forças para responder, no entanto cada palavra dita deixava um gosto cada vez mais amargo em seus lábios. Ele parecia ficar cada vez mais chocado com aquela história. Sozinho. Minseok fora deixado sozinho. Por poucos segundos, Chanyeol chegou a se imaginar no lugar do menor. Será que se ele tivesse ficado daquele jeito os seus pais também o abandonariam. Seu corpo se arrepiou com a possibilidade de estar sozinho e de ser esquecido.

- O problema é que o mundo está cheio de pessoas babacas como você e em falta de pessoas como Baekhyun. Acha que eu não sei que sente vergonha dele? Na verdade, você tinha era que sentir vergonha de si mesmo.

As palavras de Minseok conseguiam ser pior do que o tapa de Baekhyuna. Aquilo parecia tatuar-se em sua pele, cravar em seus olhos e a aparência de Minseok estaria para sempre gravada em sua mente.

- Baekhyun, por que não trouxe a Hyuna? Disse que estava com saudades dela. – ele fazia um biquinho com os lábios.

O secretário não sabia o que dizer, ele estava tão chocado quanto o seu chefe, que nem sequer conseguia abrir a boca para dizer uma mísera palavra. Entretanto estava contente, pois era aquele choque de realidade que Chanyeol estava precisando.

- Ela está um pouco ocupada com o salão, mas logo a puxarei pela orelha. – gargalhava um pouco.

- Aish! Deem atenção para mim. Estou carente. – fazia um biquinho e os olhos pidões do gato de botas do Shrek.

Então foi com Minseok que Baekhyun aprendeu isso, Chanyeol pensava.

- Ei, você não tem.... – o ruivo começava a dizer.

- Kim Minseok, a sua visita acabou. O doutor está te esperando. – a enfermeira Shin aparecia para estragar o clima.

- Por causa dele nem pude conversar direito com você. – apontava para o modelo.

- Não se preocupe, da próxima vez chegarei na hora e virei com a minha irmã.

Em um ato surpresa, Minseok abraçou Baekhyun com força e quando o soltou deu o dedo do meio para Chanyeol. Depois disso apenas seguiu a enfermeira calado.

- Em pensar que ele poderia ter ido morar conosco há tanto tempo.... – o secretário divagava em seus pensamentos.

- E por que ele não quis? – o tom de voz de Chanyeol saía baixo, amuado.

- Porque o doutor Kim Jong Dae se tornou a sua casa. – os olhos do menor ficaram marejados.

Não houve resposta, apenas uma brisa gélida passou pelo local ricocheteando a face de Chanyeol e secando as lágrimas de Baekhyun.

°°°°°°°°°°°°°°°

A mansão dos Park estava silenciosa naquela noite. Tae Pyo estava tomando banho, enquanto sua esposa, Hyo Rin, estava sentada no sofá da sala de estar lendo um livro. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo curto, ela vestia roupas confortáveis e encontrava na leitura um modo de suprir a ausência de seu filho no jantar que viria a seguir.

Ela já estava acostumada com o comportamento esquivo de Chanyeol. Por muito tempo, Hyo Rin tentou trazer o rapaz para junto de si, contudo depois de várias tentativas frustradas, a mulher acabou desistindo.

Ela estava concentrada na leitura até, quando de repente se assustou com a porta sendo aberta em um rompante. Seus olhos se ergueram de súbito podendo vislumbrar a visão de um Chanyeol pálido e pouco ofegante entrar em casa.

- Meu filho. – ela se levantava. – O que aconteceu?

Não houve resposta. O rapaz apenas olhava de forma fixa para sua mãe enquanto caminhava em sua direção para logo em seguida lhe abraçar.

Hyo Rin claramente ficou desconcertada com tal gesto. Ele sempre foi tão seco e agora estava...bem...abraçando-lhe. Seus braços pequenos também envolveram o corpo de seu filho.

- Meu filho, você quer alguma coisa? Por que está me abraçando assim de forma tão repentina?

Nenhuma palavra foi ouvida durante alguns segundos, até que soluços baixos foram surgindo e lágrimas quentes passaram a molhar a blusa da mulher. Park Chanyeol estava chorando.

- Tudo bem, meu filho. Pode chorar, a sua mãe está aqui. – o seu tom de voz era doce, como toda mãe era.

Chanyeol chorou ainda mais em meio àquele abraço quente. Ele tinha um abraço de mãe para o qual voltar, mas Baekhyun e Minseok não.

Isso o destruía por dentro.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

- Bom dia, flor do dia! – Baekhyun adentrava o escritório de Chanyeol com um sorriso de ponta a ponta em seus lábios.

Hoje, o secretário vestia uma calça jeans extremamente larga em suas pernas, uma blusa preta com estampa do desenho dos Simpsons estava metade para dentro da calça, os suspensórios estavam ali e ele calçava os seus característicos tênis.

O presidente, que antes olhava para o monitor de seu computador, desviou o olhar para o rapaz sorridente, feliz e de bom humor que carregava uma pasta debaixo do braço. Pela primeira vez, o modelo não julgava aquelas roupas que via, nem mesmo o rapaz. Apenas pensava: ah, é o Baekhyun.

- Por que está tão feliz assim? Está animado em começar a trabalhar comigo hoje? – erguia uma de suas sobrancelhas.

- Na verdade, era para eu estar nervoso. Só que de alguma forma acho que iremos nos dar bem. – sentava-se na cadeira de frente para Chanyeol, do outro lado da mesa.

- Qual é o seu percentual de certeza para isso acontecer? – voltava a olhar para o monitor.

- Uns noventa por cento. – o tom de voz  era uma afirmação que parecia uma pergunta.

- Uau, até que é bem grande. – apenas meneava com a cabeça fingindo desinteresse.

- Ah! – ele se lembrava da pasta. – Trouxe algumas coisas que talvez possam nos ajudar. Passei a noite estudando. – sentia-se orgulhoso de si.

- Estou espantado com a sua eficiência. – abriu a pasta quando essa foi posta sobre a mesa. – Ah...Baekhyun...eu...

Chanyeol se engasgava com as próprias palavras, porque havia se lembrado de algo que queria dizer. Só que seu lado orgulhoso dava sinais de estar vivo ainda.

- O que foi? – aqueles olhos grandes o encaravam.

- Eu...é...- as suas bochechas coravam com o contato visual direto.

Fala logo! Dizia para si mesmo. A solução foi desviar os olhos para o monitor e colocar o dedo indicador para bloquear a visão de Baekhyun dos seus lábios.

- Baekhyun, não precisa pegar café para mim se não quiser. – as palavras saíam rápidas, atropeladas.

- O que disse? Eu não entendi.

O presidente arregalou os olhos. Como assim não tinha ouvido? Ele não queria dizer tudo novamente. Uma gota de suor escorreu pela sua testa enquanto observava o secretário erguer uma sobrancelha e sorrir de canto dos lábios.

- Não irei repetir. Você entendeu o que eu disse.

E Baekhyun havia entendido mesmo. Ele só queria ouvir mais uma vez para não pensar que estava sonhando. O mais engraçado naquilo tudo era a expressão envergonhada e desajeitada no rosto do maior, parecia que estava lutando com seu lado egocêntrico para dizer aquilo.

Chanyeol está começando a mudar, o secretário pensava com um sorriso ainda maior em seu rosto. Enquanto que o presidente ao ver seu funcionário sorrir, sentiu-se contagiado por aquilo. Não havia nenhum sentimento de nojo, nem mesmo repulsa. Ele só queria sorrir também.

O que está acontecendo comigo? Pensava em um pequeno desespero.


Notas Finais


Eu chorei escrevendo esse capítulo e estaria chorando até agora se não fosse por causa da música que estou ouvindo no Spotify. Toda vez que paro para pensar, me dá vontade de chorar.
Será que eu consegui passar para vocês a lição que o Baekhyun queria passar para o Chanyeol?
O Sehun está cada vez mais apaixonado hahaha. Ai...ai...
Hum....temos alianças de Hyuna com Heechul
E essas partes Chanbaek aí hein, minha gente? O que acharam?
Quais são as previsões de vocês para os futuros acontecimentos?
Vejo todas no próximo capítulo ^^
Kisses
Misakihime.


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