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História O feio mais belo - 21. Heechul - O conselheiro amoroso


Escrita por: Misakihime

Notas do Autor


Olá pessoas lindas do meu coração!
Tudo bem com vocês?
EU ESTOU DE VOLTA!!
AHHHHHHHHH!
Confesso que esse calor horrendo do Rio de Janeiro não me ajudou em nada, porque eu não tinha vontade de fazer nada mesmo tendo todas as ideias.
Espero que todos tenham tido uma ótima entrada de ano <3
Ahhh, vocês se lembram do meu especial de natal? Então, eu postei a minha fanfic chanbaek especial de natal haha. Deixarei o link dela nas notas finais para vocês darem muito amorzinho para The Rescue também <3
Como sempre o capítulo está recheado de acontecimentos haha. Espero que gostem =3.
Vejo todos nas notas finais.
Boa Leitura!

Capítulo 21 - 21. Heechul - O conselheiro amoroso


Fanfic / Fanfiction O feio mais belo - 21. Heechul - O conselheiro amoroso

Tae Hoon está com saudades de mim? Ele é mesmo o babaca que estudou comigo no ensino médio ou o substituíram por algum robô mecha com alta inteligência artificial? Era tudo que Baekhyun conseguia pensar no exato momento em que suas narinas captavam aquele aroma totalmente diferente do de Chanyeol. Era enjoativo. E aquela mão dando leves tapinhas em seu ombro como se fosse seu amigo fazia com que seu estômago revirasse em resposta.

         Se pudesse, o secretário vomitaria, ali mesmo, no sapato do maior.

         Se falsidade e hipocrisia matassem, Tae Hoon já estaria morto há muito tempo. O ruivo pensava mais uma vez, agora voltando a olhar aqueles olhos castanhos tão dissimulados e tão despertadores de memórias nem um pouco legais.

         Afinal, o que ele estava fazendo ali? A entrevista era com Byun Baekhyun e não com Cha Tae Hoon. Para o menor estava sendo uma decepção atrás da outra. Tudo isso o levava a concluir como cargas d’água Heechul poderia gostar de um apresentador tão idiota como aquele. Onde estava o diretor esse tempo todo para falar corta, encerra ou sei lá o que para poder mandar todos para as suas respectivas casas? Era o que perpassava a mente do ruivo.

         - Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – seus olhos percorriam todas as câmeras do estúdio. E em todas era possível ver o brilho de pavor naqueles orbes castanhos.  – Por que ele está aqui? – apontava com o seu dedo indicador enquanto voltava a observar a figura de Tae Hoon da cabeça aos pés.

         Se Jun apenas soltou uma risadinha agindo de forma malevolente.

         - Este é o nosso quadro “Espionando o passado” em que relembramos alguns momentos ou pessoas que marcaram a vida dos convidados.

         - Você realmente acha que eu quero relembrar tudo o que eu já vivi? – Baekhyun estava totalmente desconfortável. – Quem vive de passado é museu e se eu soubesse que iria me reencontrar com esse traste, tinha ficado em casa assistindo Netflix que era a melhor coisa que eu faria.

         O apresentador tornou a soltar uma gargalhada nervosa. Tae Hoon apenas tentou se controlar para continuar com a sua pose. Já Chanyeol parecia estar se controlando para não ir até o palco fazer alguma besteira.

         - Tae Hoon, sente-se ao lado de Baekhyun.

         - Posso trocar de lugar?

         - Infelizmente só temos essas duas poltronas.

         - Ah, que forma péssima para ser torturado. – o secretário tinha que se contentar com aquilo.

         O maior apenas olhou para a figura do secretário com o canto de seus olhos sem dizer palavra alguma.

         - E então Tae Hoon, como vocês se conheceram?

         Ele fazia questão de sorrir como se fosse o galã dali.

         - Nos conhecemos no ensino médio...

         - Conhecido como o meu inferno pessoal. – Baekhyun falava baixinho, virava a cabeça para o lado em um gesto de vergonha e coçava a sua têmpora direita.

         Tae Hoon relevou a pequena interrupção.

         - Como era Baekhyun? – Se Jun tornava a perguntar.

         - Em questão de aparência? A mesma coisa. Digamos que Baekhyun era peculiar e era o nerd da sala.

         - E você?

         - Eu era o popular da turma.

         - Ahhh aquele famoso clichê. – o apresentador sorria e colocava a mão em seu coração.

         O secretário colocou o dedo indicador dentro de sua boca como se fosse vomitar com aquele comentário.

         - Baekhyun, qual foi a sua primeira impressão sobre Cha Tae Hoon?

         - Eu não posso ir embora? – soltava uma risadinha nervosa.

         A plateia também soltou algumas gargalhadas em resposta.

         Se Jun já não sabia mais o que fazer com o comportamento completamente atípico do seu convidado de honra, mas sabia que com toda a certeza aquilo lhe renderia uns picos de audiência a mais e os internautas poderiam estar comentando tanto coisas boas como coisas ruins.

         - Por que iria embora? A entrevista ainda está acontecendo.

         O olhar intenso de Tae Hoon pairou sobre a figura do menor.

         - Não precisa se preocupar. Eu não vou te morder. – o canto de seus lábios se contorcia em um sorriso mínimo.

         Baekhyun soltou uma gargalhada em resposta.

         - Ah, claro. Como se já não bastasse ter ressurgido das cinzas, agora diz que não vai me morder. É a mesma coisa que falar que um cachorro não vai cagar.

         A plateia se segurava para não rir, mas era difícil. Ver o ruivo naquela enorme sinuca de bico era interessantíssimo, como também muito engraçado. Não era a toa que Heechul praticamente amava esse programa. Todo dia o circo pegava fogo.

         - Tae Hoon, eu ouvi dizer que vocês tem uma música. – nesse momento o olhar de Se Jun era sombrio. – Isso é verdade?

         - É sim, Se Jun. – o maior sorria. – Acho que você a conhece, se já ouviu falar sobre.

         Os lábios de Baekhyun ficaram secos. Seus olhos arregalaram enquanto seu coração batia cada vez mais forte por carregar um sentimento nada bom. Ele não estava acreditando que aquilo estava acontecendo de fato.

         - Seria esta daqui? – ergueu a mão direita para que alguém da produção colocasse a música.

         Foi então que começou a tocar Creep do Radiohead.

         As defesas mentais do secretário foram derrubadas da pior forma possível. Seu estômago começou a embrulhar enquanto a sua mente tinha a sensação de estar girando, sendo sugado para o próprio buraco negro de suas memórias.

         A sua frente conseguia ver a chuva caindo forte da entrada do restaurante, algumas pessoas da sua turma cochichavam, olhavam para ele e foi quando Tae Hoon desdenhou de si. Disse na frente de todos o quão repugnante Baekhyun era para si.

         O garoto pelo qual o secretário foi apaixonado deixou bem claro o quanto esse era esquisito como um verme. Ele se arrependeria amargamente de ter gostado de Tae Hoon, pois naquele mesmo dia o maior descobriu o presente que deixou em seu armário com uma dedicatória em que confessava seus sentimentos.

         O popular fez questão de ler a carta em voz alta para todos na sala com um tom de voz zombeteiro. Depois disso, quebrou o presente bem diante de si, assim como disse também que Baekhyun não se encaixava em lugar algum, que ele não merecia estar ali, que o mundo era das pessoas bonitas e com dinheiro e não gordos com a pele oleosa, que se vestiam de forma péssima. Ninguém gostaria dele, não servia para ficar com alguém, porque quando vissem o seu corpo, vissem as suas gorduras abdominais, o quão esquisito era, que as pessoas vomitariam em vez de sentir excitação.

         Todas essas lembranças, todos esses sentimentos ficavam ainda mais fortes, por conta de Tae Hoon estar bem ali a sua frente. Aqueles olhos castanhos pareciam lhe fitar com o mesmo brilho de dez anos atrás. O sorriso naqueles lábios o deixava enjoado, encolhido.

         O secretário nunca se permitiu ficar para baixo, como também nunca se permitiu que alguém o impedisse de ser ele mesmo. Entretanto, o popular deixou marcas profundas, que só eram sentidas com intensidade ao ouvir Radiohead. Ele simplesmente queria esquecer que tal coisa havia acontecido em sua vida.

         Só que ficava difícil com o seu pesadelo bem a sua frente.

         Tae Hoon se virava para Baekhyun, colocava a sua mão sobre a dele enquanto dizia:

         - Baekkie, eu senti a sua falta.

         Foi a gota d’água.

         - CHEGA! – levantava-se com os olhos vermelhos em irritação. – CHEGA! PAREM COM ESTA MÚSICA!

          O som desapareceu e todos ficaram em um silêncio mortal.

         - EU NÃO ADMITO ISSO! – Baekhyun jogou o microfone no chão com raiva, mas ainda havia um em sua camisa. – NÃO SOU UM IDIOTA! E EU NÃO SOU UM VERME! ESTÁ ME OUVINDO, CHA TAE HOON?!

         O popular apenas observava o menor explodir.

         - Veja bem, vim para esse programa pensando que fosse ser algo legal. Só que pelo o que eu vi, vocês são fúteis e babacas demais para fazer algo decente. Esse cara aqui não contribuiu em nada de bom para o meu passado, ele é apenas uma merda no meu sapato. Esse tipo de gente eu quero longe da minha vida. E outra coisa, programas como o seu deveriam acabar. Vocês que estão assistindo isso, por favor, vão fazer outra coisa, vão cuidar de si mesmos, é mais importante. Não vou mais ficar aqui. Não sou obrigado a ficar no meio do lixo. Prefiro mil vezes ir para a minha casa e ficar com o meu namorado. Vocês são nojentos.

         Chanyeol, que assistia a tudo como uma bomba relógio, também explodiu. Ele se levantou, a protesto do diretor, e saiu em direção a Baekhyun. Ali pegou a mão do menor, como também disse:

         - Não ouse fazer isso com Baekhyun novamente. E você. – olhou para Tae Hoon. – Afaste-se dele ou acabo com você.

         Cha nada disse. Apenas engoliu todas as palavras que tinha em mente ao observar a fúria nos olhos do presidente da K-Beauty.

         - Quanto a você Se Jun, farei questão de esmagá-lo, como também o seu programa, com as minhas próprias mãos.

         - Chanyeol. – o apresentador esboçou uma expressão de pavor.

         - Considere-se desempregado.

         Sem nem pensar duas vezes, o modelo levou o ruivo para fora daquele estúdio, para fora daquele ambiente pesado e que o consumia de maneira intensa.

         Depois de um interminável momento, Byun Baekhyun sentiu que poderia respirar outra vez, quando sentiu a brisa noturna ricochetear em sua face.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

         “Venha até o meu apartamento. Hoje está uma bela noite para ficar no terraço”.

         Essa foi a mensagem que Sehun deixou no celular de Baekhyuna e era a última que a mulher se lembrava tão bem. De início tinha achado aquele convite um tanto peculiar, esquisito, confessava, mas chegou a conclusão de ir para qualquer lugar e parar de ver aquele programa ridículo, que seu irmão estava participando, era bem melhor. Com toda a certeza um avanço.

         Ela foi sem nem pensar duas vezes e com o coração acelerado.

         Ele ainda continuava a bater rápido, principalmente quando a brisa gelada daquela noite fazia questão de bater em sua face e deixar as suas bochechas vermelhas.

         Sehun tinha razão. A vista daquele terraço era linda com todos os prédios luminosos de Seul a cercá-los, entretanto o que parecia reluzir em seus olhos não eram os prédios, mas a figura do editor chefe da K-Beauty que esboçou um sorriso discreto no canto de seus lábios.

         Sorriso este que afetou a expressão no rosto da mulher, o qual era bloqueado por algumas mechas de seus cabelos castanhos que voavam com o vento, e seus olhos pequenos tiveram uma nuance do ato de arregalar.

         Hyuna teve a leve sensação de que o tempo ao seu redor parou, congelou. A imagem de Sehun ainda estava diante de si a lhe sorrir. De forma inconsciente a mulher procurava fotografar aquele momento com os seus próprios olhos, guardá-lo em sua memória. A visão do editor chefe com um sorriso misterioso no canto de seus lábios enquanto seletivas mechas de seus cabelos castanhos esvoaçavam com a brisa e os prédios de Seul, atrás desse, rodeavam-no.

         O tempo não havia parado, é claro. A mulher só estava estática demais para sequer dar um passo a frente. Estava nervosa, prendia a respiração parecendo esperar pelo momento em que algo seria dito para quebrar aquele silêncio e a encarada tão intensa do moreno.

         - Pensei que não fosse vir. – o editor, em um ato de esconder o nervosismo, coçava a nuca.

         - Eu também não. – sussurrou.

         - O que disse? – houve um arquear de sobrancelhas.

         - Hã? – Hyuna parecia voltar a si. – Nada. Tinha dito que não tinha nada para fazer em casa, então... – suas mãos se entrelaçavam atrás de seu corpo enquanto seu olhar ia para o sapato de salto no pé direito, o qual girava de um lado para o outro.

         - Ah. – Sehun voltou a sorrir. – Pode se aproximar. Eu não mordo. – gargalhou.

         Em resposta, a mulher gargalhou também.

         - Sente-se aqui. – Sehun dava tapinhas na superfície do enorme tabloide de madeira no qual também se sentou.

         - Por que me chamou para vir aqui? – franzia as sobrancelhas.

         Ela escondeu as mãos nos bolsos de seu sobretudo em uma forma de também esconder o seu nervosismo, de fazer com que essas parassem de tremer. Esperava que tivesse feito de modo discreto, porém o editor chefe observou muito bem tal ato com os olhos castanhos enigmáticos.

         - Queria conversar com você.

         Na verdade, Sehun queria era admirá-la, mas não poderia dizer isso em voz alta. Talvez, ele nem mesmo sequer quisesse admitir tal fato para si.

         - O que quer conversar? – sentava-se ao lado do moreno. Agora ela conseguia ver aqueles olhos escuros ainda mais perto de si.

         - Sobre qualquer coisa. – voltava a sorrir.

         - Qualquer coisa é um tema muito abrangente. – franzia as sobrancelhas.

         O editor chefe soltou uma risadinha.

         - Ok, você venceu. Te chamei aqui, porque queria saber mais.

         Hyuna tentou se esforçar para não corar. Sabia do que se tratava, mas tentava se fazer de desentendida.

         - Saber mais sobre o que?

         O sorriso se alargou mais naqueles lábios finos.

         - Sobre você.

         A mulher mordiscou os lábios.

         - Não tem mais muita coisa para saber sobre mim. Sou uma pessoa bem comum, por sinal.

         - Por que então tenho a sensação de que quanto mais te conheço, mais quero te conhecer?

         - Não faço a mínima ideia.

         Sehun gargalhou.

         - Vamos ver as estrelas.

         - O que?

         - As estrelas. – apontava para o céu. – Esse também foi um dos motivos pelo quais te chamei para vir aqui. Deite-se.

         Sem nem protestar, Baekhyuna fez o que lhe fora pedido. Tão logo o céu estrelado tomou conta de seus olhos. Era ainda mais lindo do que os prédios.

         No entanto, sua mente não conseguia se concentrar naquela vista, pois sentia o corpo quente de Sehun próximo ao seu. Os ombros quase se tocavam e os dedos do maior pareciam deslizar sobre os seus.

         Tum...Tum...Tum...

         Era inevitável. Seu coração batendo forte era o único som que conseguia ouvir. Ela estava tão perto, tão...

         Aquilo não poderia estar acontecendo. Hyuna não poderia se deixar levar, pois Sehun já havia gostado de seu irmão, assim como ela também se lembra muito bem da expressão de decepção daquele modelo na cafeteria. Ela não queria se intrometer, não queria, só que...ele estava tão perto, o seu sorriso...

         Baekhyuna parecia remar contra a maré.

         - Hyuna, você está vendo as estrelas? – o tom de voz de Sehun era grave, macio, intenso. Sedutor para falar a verdade.

         - E-estou. – sua mão direita agarrou a barra de sua saia com força.

         - Elas são bonitas, não são?

         - São.

         - Elas só não são mais bonitas do que uma estrela.

         - Onde essa estrela está?

         - Bem ao meu lado.

         Em um ato instintivo, Hyuna olhou para a face de Sehun. Ele sorria. Já ela sentia suas bochechas ficarem ainda mais coradas. Seu coração batia mais forte enquanto aquela face sorridente preenchia toda a sua mente.

         Não dava mais para se segurar. Naquele momento, Byun Baekhyuna havia se rendido totalmente. Não havia mais como voltar atrás. Ela estava apaixonada.

         Enquanto isso, no apartamento do editor chefe, sobre o balcão da cozinha, seu celular vibrava indicando que havia recebido uma mensagem. Era de Lu Han.

         Xiaolu: Você já olhou para o céu hoje? Está tão estrelado.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

Baekhyun caminhava batendo o pé enquanto sua respiração estava acelerada, seus ombros tremiam e os olhos deixavam escapar lágrimas não de tristeza, mas de raiva.

Eles não tinham o direito de ter feito aquilo. Reviver o seu passado daquele jeito, levar Cha Tae Hoon para o estúdio. Não. Aquilo não poderia ter acontecido.

O ruivo sentia o coração ser pressionado em seu peito, suas têmporas pulsavam ao mesmo tempo em que sua face atingia uma coloração avermelhada por conta da raiva que sentia pelo o que havia acabado de passar. Pela humilhação, por ter de olhar mais uma vez nos olhos da pessoa que o mais desprezou.

Sua temperatura corporal estava elevada. Nem mesmo a brisa gelada daquela noite era capaz de resfriá-lo tamanha era a sua raiva.

- Eles não poderiam ter feito isso comigo! Não poderiam! – berrava em pleno estacionamento do estúdio.

- Baekhyun, espera! – Chanyeol vinha logo atrás.

O moreno também continha as bochechas coradas, porém, diferente de seu secretário, o rubor era causado pela corrida apressada que fazia com o intuito de se aproximar de seu namorado.

Era evidente que o presidente da K-Beauty estava possesso com o que havia acabado de acontecer. Entretanto precisava manter a calma naquele momento para acalmar o menor.

Ao ouvir a voz de Chanyeol, Baekhyun parou de andar. Seu corpo permaneceu estático enquanto as lágrimas ainda rolavam por sua face.

Ele odiava aquilo, como odiava. Sempre achou que fosse fraco o suficiente para nunca conseguir controlar os seus ductos lacrimais em um momento explosivo. Seu choro logo entregava a sua ira, fazendo com que ficasse ainda mais irritado por estar chorando sem de fato precisar fazer tal coisa.

Além do mais, o presidente da K-Beauty faria perguntas e ele teria de respondê-las. Teria de falar sobre o traste do Cha Tae Hoon, quando tudo o que ele mais queria era se enfiar debaixo o edredom da sua cama e ali ficar até o século passar ou, pelo menos, até o Cha se esquecer da cara de Baekhyun.

- Baekhyun! – sentiu a mão do modelo envolver a sua.

Chanyeol, por breves instantes, sentiu-se afetado com a ira que via naqueles olhos gigantescos. Esses também choravam. Mostravam todo o tormento que há muito havia sido enterrado no interior do secretário. As palavras desapareceram dos lábios do modelo. Ele não sabia mais o que dizer.

- Me deixa em paz! – soltava a mão do outro de forma bruta e continuava a andar.

- Por que está assim? Me deixe ajudá-lo. Por que está tão atormentado? – tentava alcançá-lo.

Baekhyun só queria ir para casa. Não importava se iria de carro ou a pé, por mais que já estivesse bem longe do carro do presidente da K-Beauty. Só queria estar no seu quarto. Só queria a sua mãe por perto.

- Você não pode me ajudar, Chanyeol. Não pode. – falava sem nem mesmo olhar para trás.

As sobrancelhas do maior se contorceram. Estava preocupado. Ver o menor daquele jeito estava lhe afetando, ferindo o seu coração.

- Tem a ver com Creep do Radiohead? – começava a entender um pouco do que se passava. – Tem a ver com Cha Tae Hoon.

Foi então que Baekhyun parou de caminhar. Sua mão direita se fechou em punho enquanto a sensação que lhe invadia era a de um soco bem dado no estômago por conta de todas as lembranças que vinham a sua mente.

Por mais que tentasse rebater aquela resposta e dizer que não, seus lábios apenas se contorciam ao mesmo tempo em que um nó era formado em sua garganta. Estava verídico demais para criar uma mentira.

- Você se lembra do que eu disse naquele dia no jardim da K-Beauty? – o modelo quebrava o silêncio. – Você é um funcionário da K-Beauty e funcionários da revista são fortes, não se abalam por qualquer coisa. Por isso, não saía chorando por ai.

O ruivo passou a observar a face do moreno. Seus lábios estavam trêmulos e ele chorava ainda mais. Porque ele se lembrava. Lembrava perfeitamente daquele dia, o primeiro presente de Chanyeol e pela primeira vez o seu chefe babaca não havia sido tão babaca assim.

- Chanyeol. – foi tudo o que conseguiu dizer.

- E, Byun Baekhyun, você é o meu namorado. Portanto você não é uma pessoa fraca, pois teve força e persistência o suficiente para mudar um cara como eu. - aproximava-se do menor e secava as suas lágrimas. – Portanto não chore.

Em uma reação instintiva, Baekhyun abraçou Chanyeol com força. Os seus dedos sentiam a maciez daquele suéter enquanto suas narinas eram inebriadas por aquele aroma almiscarado. Eram preenchidas por memórias de Park Chanyeol. Cada parte. As narinas, os dedos, a mente.

O secretário se desconectava de forma automática de seu passado e passava a criar memórias boas para o seu futuro. Memórias em que o presidente da K-Beauty preenchia o seu ser.

Que ele era finalmente amado.

O patinho feio finalmente havia encontrado o amor.

Parece que o final dessa história será feliz, não é mesmo?

- O que aconteceu? O que Cha Tae Hoon fez com você? – o tom de voz do maior era grave, sussurrado. Seus dedos largos e finos se entremeavam pelas mechas alaranjadas acariciando-as.

O secretário segurou com ainda mais força aquele suéter.

- Ele me machucou da forma mais profunda, que possa imaginar. Tae Hoon me humilhou, pisou nos meus sentimentos. Disse que eu era uma aberração e que todos brochariam ao ver as gorduras que escondo debaixo da minha camisa.

Um calafrio percorreu a espinha de Chanyeol enquanto ele se mantinha paralisado e assustado por perceber que isso era algo que poderia muito bem dizer a uma pessoa como o seu namorado. Ele se assustou por pensar que tamanha crueldade e palavras tão afiadas como essa pudessem ter passado pela sua mente alguma vez. Assim como também sentia vontade de socar a cara de Cha Tae Hoon.

- Não ligue para o que esse idiota diz.

- Eu não ligo. Bem, eu não ligava até ele surgir na minha frente dez anos depois de tudo.

O presidente da K-Beauty, com delicadeza, ergueu a face de seu secretário para que esse pudesse observar bem aqueles olhos castanhos de brilho intenso.

- E continue a não ligar, porque o que importa são as coisas que eu, a sua família e os seus amigos dizem para você. Me desculpe pelo o que vou falar agora, mas eu me sinto bem excitado quando te vejo.

Um rubor acendeu as bochechas de Baekhyun. Seu coração começou a bater mais rápido.

- Você...

- Por isso. – Chanyeol continuou a falar. – Não acredite no que pessoas ruins dizem por aí. Eu gosto de você do jeito que é. E não faço questão nenhuma que mude, por que, veja, o meu coração bate mais rápido cada vez que te vejo, cada vez que fica comigo. – levava a mão do menor em direção ao seu peito.

De fato o coração do modelo batia acelerado. Batia por ele. Baekhyun queria chorar, mas não de tristeza e sim de alegria. Contudo antes que pudesse fazer alguma coisa, Chanyeol enlaçou a sua cintura e o puxou para um beijo apaixonado.

O final dessa história foi diferente de todos os outros, foi feliz. Porque o patinho feio percebeu que ele não precisava ser um cisne para conquistar alguém, para ser desejado. Ele apenas precisava ser do jeito que era. Não um patinho feio, mas um patinho apenas.

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Os beijos rápidos e quentes de Siwon pelo pescoço de Heechul deixavam esse enlouquecido. Seus lábios eram mordiscados em resposta. No entanto por mais que quisesse se concentrar e começar um sexo selvagem naquele momento, não conseguia desviar os olhos da televisão, daquele programa com o Se Jun.

- Chulla, você está tão bonito hoje.

- Eu estou sempre bonito. – contorceu os lábios com alguma fala do apresentador.

Siwon sentiu que o outro estava um pouco distante. Por isso parou de beijá-lo e passou a encará-lo com olhos curiosos.

- O que foi? Por que está com essa cara?

Heechul não respondeu de imediato. Apenas ficou a encarar o programa com os olhos mais afiados do que uma cobra. Via Baekhyun completamente desconfortável e esquivando a todas as perguntas feitas pelo entrevistador.

- Se Jun. – as palavras saíam por entre os dentes.

- O apresentador? O que tem ele? – continuava sem entender.

Heechul segurou o controle com força enquanto uma raiva súbita perpassava por si.

- Quem ele pensa que é para tratar Baekhyun assim? Ele estava tão animado...Eu quero acabar com a raça desse idiota. É hoje que o babado vai queimar para o lado dele.

~X~

Assim que entrou em casa, Byun Baekhyun viu seu pai sentado no sofá apenas com o abajur ligado sobre a mesinha a iluminar apenas metade de seu rosto e deixar o resto envolto nas sombras.

Os ombros de Goong Bae tremiam. Ele chorava.

- Pai! – o ruivo arregalou os olhos indo em direção ao mais velho. – O que foi? Por que está chorando?

O mais velho logo tratou de secar as lágrimas com as costas das suas mãos, como também disfarçar a sua expressão amuada.

- Não é nada. Nem estava chorando. – tentava encerrar o assunto por ali mesmo.

- O senhor estava chorando sim e não venha com mentiras. Ficarei aqui até me falar o motivo de tudo isso.

Apenas um leve contorcer de lábios em um sorriso inexistente aconteceu.

- Você é cabeça dura como a sua mãe.

- Pai...

Não havia outra alternativa. Um suspiro pesado escapou por seus lábios.

- O programa...Não mereciam ter feito aquilo com você. Reviver Cha Tae Hoon daquele jeito, a forma como o entrevistador falava sobre você, sobre as suas roupas...Eu...

Em um ato inconsciente, Baekhyun colocou a sua mão sobre a de seu pai. Ele também esboçava uma reação triste em sua face.

- Pai...

Goong Bae sorriu.

- Meu filho, você foi sensacional. Todas as suas respostas, tudo o que fez. Nunca deixem que lhe digam o contrário sobre você. Nunca perca a sua essência.

- Eu não vou perder. – o ruivo também sorria.

- Uah, acabo de me dar conta de uma coisa.

- O que? – apenas uma sobrancelha foi erguida em curiosidade.

- O meu filho cresceu. E eu tenho tanto orgulho dele. Tenho orgulho do homem que você se tornou, Baekhyun.

Sem aviso prévio, o mais novo abraçou o pai. Lágrimas de reconhecimento deslizavam por sua face. Seu coração batia acelerado enquanto uma felicidade inundava o seu ser.

Como era bom ouvir aquelas palavras. Como era bom sentir o calor do corpo de seu pai.

- Eu te amo, pai.

- Também te amo, filho. – foi a vez de Goong Bae sorrir e dar leves tapinhas no ombro do menor.

°°°°°°°°°°°°°°

Minseok, pela primeira vez em muito tempo, sentia-se tão bem. Ainda que estivesse a caminhar pelas ruas sempre cheias e movimentadas de Seul, estava bem.

Desde sempre tivera receio sobre o que as pessoas falariam sobre a sua aparência, sobre o que diriam caso vissem as cicatrizes de suas queimaduras. Porém ele era quase imperceptível com sua máscara e os óculos escuros.

Finalmente parecia se encaixar no meio de todas aquelas pessoas.

O rapaz havia escapulido do hospital outra vez. Sentia que se permanecesse mais um pouco trancafiado naquele quarto extremamente branco, seria assombrado pelas memórias do passado. Por isso, não pensou duas vezes em escapar delas.

Ele queria também comprar um presente para Jong Dae. Tinha a completa noção de que o aniversário do médico já havia sido a alguns meses atrás, entretanto queria comprar algo do qual o maior gostasse e fazer também uma surpresa.

Seus olhos logo foram bombardeados pelo logo do salão de Baekhyuna. Seria interessante começar pelo visual, não é mesmo?

- Bom dia. Em que posso ajudá-lo? – Hyuna vinha a lhe cumprimentar.

- Que tal um corte?

- Minseok? – seus lábios sorriram enquanto os olhos esboçavam um brilho surpreso. – O que faz aqui?

- Digamos que eu dei uma leve escapada.

- Sabe que Jong Dae vai ficar furioso, não é?

O moreno soltou uma risadinha.

- Ele vai ter dois trabalhos: o de ficar puto e o de desputecer.

- Só você, Minseok. – Hyuna gargalhava.

- Então? Quanto custa o corte?

A mulher estalou os lábios em resposta.

- Você é meu cliente VIP. Por isso, farei de graça.

- Eu já disse que você é a melhor amiga de todas?

- Eu sei que sou. – gargalhava.

~X~

Com o novo corte, o rosto de Minseok ficava muito mais aparente. Era como se, de algum forma, precisasse lidar com as suas cicatrizes, pois elas já faziam parte de quem ele era.

Olhar o próprio reflexo no espelho depois de tanto tempo ainda era algo que o deixava desconfortável. Ver a pele repuxada do lado esquerdo, o olho que antes era castanho e agora era encoberto por uma névoa azulada, como também não funcionava.

Tudo isso lhe causava desconforto. Mas ele não poderia ignorar. Aquilo era uma segunda versão de si mesmo e por mais que tivesse remendos, aquela ainda era a sua casa. Não havia outra igual. Isso era o que tornavam as coisas ainda mais legais.

Hyuna não poderia lhe dar mais atenção, pois as clientes começavam a chegar e, de uma hora para outra, o salão ficou bem cheio. No entanto ela prometeu lhe fazer uma visita qualquer dia desses para colocarem os assuntos em dia.

As lojas espalhadas pelas ruas tomavam conta de seus olhos enquanto ele simplesmente não sabia muito bem ainda o que comprar.

Jong Dae reclamava das apostas nas corridas de cavalo, mas era com o pouco dinheiro que ganhava delas que Minseok iria comprar o presente.

Aquele dia estava atipicamente frio. Por mas que o moreno ainda estivesse agasalhado, sentia o vento gelado entrar por debaixo de sua roupa e corroer os seus ossos.

Para esquentar suas mãos, esfregava uma na outra ao mesmo tempo em que sentia seus pulmões reclamarem em protesto. Ele chegou a tossir algumas vezes.

- Que merda. – reclamava baixinho antes de tossir outra vez.

A caminhada a procura do presente de Jong Dae estava demorando muito mais do que havia pensado. Já começava a se sentir frustrado por não conseguir encontrar nada que o remetesse ao médico, que fosse a cara dele.

Seu corpo reclamava. Cada articulação doía e seus pulmões ficavam cada vez mais cansados, assim como as tosses vinham com mais frequência. Ele não saberia dizer quando começou, mas Minseok tinha a leve sensação de que suas roupas começavam a ficar quentes demais. Estaria ele suando? Em meio àquele frio?

Um pouco mais a frente de si, havia uma pequena barraca vendendo pulseiras, cordões e outras bijuterias. Logo assim que bateu o olho naquele colar com um pingente de raio, soube na hora que aquele era o presente para Jong Dae.

- Bom dia. Quanto custa esse colar? – apontava.

A senhora olhou para o moreno mascarado, de óculos escuros e disse:

- Cinco mil won.

- Eu vou levá-lo. – esboçava um enorme sorriso por debaixo da máscara.

- Vai dar de presente para alguém? – colocava o cordão em um saquinho de papel.

- Sim.

- Essa pessoa é sortuda.

- Por quê? – erguia uma de suas sobrancelhas.

A senhora voltou a sorrir.

- Posso não conhecê-lo, mas consigo perceber o quanto deve gostar dessa pessoa.

- É. Eu gosto bastante.

- Tomara que ela goste do seu presente.

- Assim espero. Muito obrigada. – disse saindo dali.

Minseok parou para fitar o céu. Apesar de estar um clima gelado, seus olhos eram preenchidos pelo vasto azul cerúleo acima de sua cabeça. Era uma imagem por deveras bonita. Sentia até mesmo suas bochechas corarem em resposta.

Depois de tanto tempo...Sentia-se livre. Era uma das melhores sensações que poderia desfrutar. Bom, pelo menos até baixar a cabeça e voltar a andar.

Seus pés não conseguiram dar um passo a frente, pois tudo a sua volta pareceu girar como o abismo de Alice no país das maravilhas. Seu corpo, que já estava cansado, caiu no chão como uma estátua que tinha sido acabada de ser derrubada.

Com isso, sentiu a sua testa bater em algo e logo em seguida sua pele foi preenchida pela textura de um líquido rubro e viscoso. As tosses aumentavam, os pulmões reclamavam ainda mais. Não conseguia respirar.

Suas mãos, trêmulas, tiravam a máscara de sua face, como também os óculos. Ainda conseguia sentir tudo a sua volta girar e o frio ficava ainda mais congelante, apesar de estar muito quente por debaixo de suas roupas.

Em sua mão direita ele segurava o presente de Jong Dae. Não poderia perder aquilo nem por um decreto.

Minseok estava sozinho, caído naquela calçada enquanto as pessoas passavam e nem sequer notavam a sua presença. Foi só então, quando já estava envolvido pelo cansaço e seus olhos ameaçavam se fechar que conseguiu ter o vislumbre de uma garotinha a lhe fitar com uma expressão de pavor. Um grito fino escapou pelos lábios dela.

Minseok se limitou apenas a sorrir.

É. As pessoas ainda me acham uma aberração. Talvez, o melhor a ter sido feito era ter continuado no hospital. Sei que sou a minha casa, mas é bem difícil quando as pessoas se assustam com elas. Eu acabo tendo a me assustar também.

Depois disso, tudo se afundou em uma completa escuridão.

°°°°°°°°°°°°°

- Tá. Quando chegarmos, meus pais vão estar na sala te esperando. É só fazer uma curta reverência e tentar sorrir para qualquer coisa que eles estejam falando. – Chanyeol repetia a mesma coisa pela décima vez enquanto segurava o volante com força. – É só não ficar nervoso.

- O único que está nervoso aqui é você. – Baekhyun, com seus olhos grandes, observava o suor escorrer pela têmpora do maior.

- Eu? – desviava o olhar para o ruivo.  – Nervoso? É imaginação sua.

- Quer mesmo me fazer acreditar nessa história para boi dormir?

- Só foca no planejamento, okay?

~X~

Os pais de Chanyeol os esperavam na sala do jeito que esse havia dito.

No carro, Byun Baekhyun estava a plenitude em pessoa. Entretanto ao se deparar com o senhor e a senhora Park bem ali a sua frente, não como seus chefes, mas sim como sogro e sogra respectivamente, o ruivo sentia vontade de sair correndo dali e se esconder no seu quarto.

Suas mãos transpiravam, assim como o sorriso formado em seus lábios era de puro nervosismo. O modelo conseguiu observar tal expressão nervosa na face de seu namorado e tudo o que ele conseguiu esboçar com os seus olhos foi um “eu te avisei".

- Mãe, pai, esse é o meu namorado Byun Baekhyun. – o moreno quebrou o silêncio interminável de apenas alguns segundos.

Sem nem perceber, o menor deixou a sua boca se abrir em um perfeito ‘0'. Pela primeira vez aquilo nunca tinha soado tão oficial como naquele momento. Era como se de fato fossem namorados a partir dali.

Às vezes o secretário tinha que se lembrar constantemente de que não estava vivendo um sonho, de que aquele namoro era mais realista do que a sua vontade de fazer dieta.

- Olá, Baekhyun. – a senhora Park sorria. – O que acha de jogarmos badduk hoje? Será que eu vencerei outra vez.

O ruivo soltou uma gargalhada competitiva.

- Não quero lhe ofender, senhora Park, mas sou o melhor jogador de badduk do meu bairro.

- Pode me chamar de mãe.

As bochechas do rapaz coraram de imediato, assim como seus olhos se arregalaram em surpresa. Algo em seu interior havia mudado. Era como se alguém tivesse dado um click e tudo o que ele queria era abraçar aquela mulher.

Um pigarro foi ouvido. O senhor Park ainda estava um pouco sem saber muito o que dizer ou fazer. O secretário havia percebido que tinha deixado o mais velho um pouco de lado, ainda que fosse por pouco tempo e se repreendeu mentalmente por cometer tal ato.

- Ah, senhor Park. É um prazer conhecê-lo. – as palavras saíam apressadas por conta do nervosismo. – Eu admiro muito o senhor. O plano administrativo e de negócios que criou para a K-Beauty é simplesmente incrível.

Tae Pyo abriu um largo sorriso em resposta. Era praticamente impossível não gostar de Byun Baekhyun.

~X~

Depois daquela pequena apresentação Tae Pyo grudou em Baekhyun e não o soltou mais. Ambos conversavam animadíssimos sobre as mais diversas estruturas de planos de negócios, formas de se administrar uma empresa, como outros tópicos também.

O senhor Park havia encontrado no ruivo um filho que ele não tinha. Bem, antigamente, Chanyeol detestava conversar sobre essas coisas, por isso sentia-se um pouco sozinho. Entretanto com a chegada do Byun, Tae Pyo tinha a total certeza de que a K-Beauty estaria em mãos seguras caso aquele relacionamento resultasse em matrimônio.

Chanyeol, por sua vez, revirava os olhos a cada cinco minutos. Já haviam se passado horas desde que haviam chegado e seu pai monopolizou completamente a atenção de seu namorado. Onde estava a parte nisso tudo em que eles poderiam aproveitar e dar uns beijos?

O modelo olhava para sua mãe com o canto de seus olhos. Ela tinha uma expressão felicíssima em seu rosto e pouco se importava se teria um momento  de conversa com o secretário. Para a mulher bastava observar aquela conversa.

Para o presidente da K-Beauty não. Ele também queria um pouco da atenção do menor. Aquilo era tão injusto. Pensava cruzando os braços e fazendo um biquinho de irritação como uma criança de cinco anos.

- Baekhyun, o que acha de conhecer o resto da casa? – interrompia a conversa.

- O que? – o ruivo olhava para o maior como se tivesse sido puxado de repente da realidade paralela na qual parecia estar.

- Chanyeol, nós estamos conversando. Isso é falta de educação. – Tae Pyo o repreendia.

- Vocês já estão conversando há horas. Baekhyun ainda não viu nada. – parecia uma criança reclamona.

- Chanyeol...

- Querido, nosso filho está certo. – a senhora Park o interrompia entendendo por completo o que o modelo queria dizer. - Deixe-o mostrar o resto da casa para a visita.

- Ah... – Tae Pyo via o brilho nos olhos de sua esposa. Sabia o que estava tentando dizer. – Sendo assim, eu gostei muito de conversar com você, Baekhyun.

O rosto do menor se iluminou.

- Eu também gostei muito de conversar com o senhor, presidente.

- Venha, Baekhyun. Temos muito o que ver. – agarrava o secretário pela mão e o levava escada acima.

- Para onde estamos indo? – perguntou baixinho.

- Para o meu quarto.

~X~

- Uau. É bem grande. – Baekhyun percorria os olhos por todo o cômodo.

O quarto de Chanyeol era moderno, entretanto parecia que havia estacionado na decoração de sua infância e adolescência. Havia muitos jogos, muitos brinquedos. Baekhyun havia ficado curioso com tal coisa.

- É. – foi tudo que o modelo conseguiu dizer.

- Por que o seu quarto tem tantas coisas antigas? – erguia uma sobrancelha como se pensasse em uma piada para dizer depois.

- Porque eu não durmo aqui. – o modelo esboçava um sorriso no canto dos lábios.

- Hã? Como assim? – não estava entendendo nada.

- Eu não durmo aqui. Tenho o meu próprio apartamento, mas os paparazzi não podem sequer saber disso. Então, para todos os efeitos, moro com os meus pais.

Baekhyun se sentia um pouco traído. Como Chanyeol nunca havia lhe dito tal coisa?

- Você...quem sabe disso?

- Só os meus pais e o meu primo Jong In. – o modelo se aproximava do menor com um sorriso obsceno. – Está com ciúmes?

- Não! – suas bochechas coraram com a aproximação repentina. – É que você nunca me disse sobre isso.

- Não achei que fosse tão importante assim no início, mas em breve saberá onde fica.

- Irei mesmo?

- Alguma vez já prometi algo e não fiz?

- Não.

- Então...Olha, o aviãozinho.

- Onde?

Baekhyun tentou esticar o pescoço para ver, porém foi pego de surpresa pelo presidente da K-Beauty que o derrubou na cama. Suas costas ricochetearam contra o colchão macio ao mesmo tempo que via Chanyeol ficar sobre si e estender os seus braços, um de cada lado do corpo do ruivo.

Aqueles olhos grandes observavam os lábios do modelo contraírem em um sorriso enquanto seus ouvidos percebiam aquela risada gostosa. Seu coração acelerou em resposta. Ele estava tão lindo.

- Por que está me encarando assim? – Chanyeol passava a fitar Baekhyun.

- É que...que...você está bem bonito.

- Eu sei que sou bonito. – gargalhava outra vez. – mas você está mais do que eu com essas bochechas coradas.

Não era preciso dizer que o menor corou ainda mais.

- Chanyeol...

- Eu queria tanto te beijar lá embaixo, mas o meu pai ficava te monopolizando.

- Por que não me beija agora? – um lampejo perpassou os olhos do secretário.

O presidente sorriu de forma maliciosa outra vez.

- Se é o que deseja, concederei ao seu pedido.

Sem pressa e de forma apaixonada, Chanyeol beijou os lábios de Baekhyun.

Eles tinham um gosto adocicado. Seu dedo indicador fazia uma trilha delicada de carinho por cada traço da face do ruivo.

Baekhyun, por sua vez, sentia seu coração bater mais rápido do que o de um passarinho, seu corpo esquentava e seus dedos sentiam urgência em agarrar aquelas madeixas escuras do modelo.

Os beijos ficavam mais intensos, mais apaixonados conforme o tempo passava. Quando ambos perceberam, beijar já não era suficiente, então Chanyeol passou a mordiscar o lóbulo da orelha do ruivo, a deslizar a ponta do seu nariz pela pele nua daquele pescoço.

Baekhyun parecia que não iria aguentar. As emoções em seu corpo eram tão intensas, aquele calor tão enlouquecedor, que começava a ficar excitado. Um gemido ameaçava escapar de seus lábios. Porém tudo pareceu desandar quando Chanyeol desabotoou um botão de sua camisa.

Era como se um alarme vermelho tivesse soado em sua cabeça e toda a situação caísse sobre si como uma bomba. Ele havia ficado nervoso, sem sombra de dúvidas, e em um impulso entre o limiar do prazer e do medo por conta das coisas que surgiam em sua mente, o secretário afastou o presidente da K-Beauty de si com um leve empurrão.

Na face de Chanyeol havia apenas uma expressão interrogativa enquanto um brilho desconhecido tomava conta de seus olhos. O que foi aquilo? Por que ele me parou? Eram perguntas que passavam por sua mente naquele momento.

- Eu sou virgem! – exclamou de uma só vez com os olhos arregalados e com as bochechas ainda coradas por conta da vergonha e do tesão.

“Ahhh. Então era isso”. O modelo pensou exibindo um sorriso aliviado e compreensivo em sua face.

- Por favor, eu... – balançava as mãos espalmadas no ar em negação.

- Não se preocupe. Não irei fazer nada que não queira. - sentou-se na cama ao lado do menor.

- Hã? – franziu as sobrancelhas ao mesmo tempo em que viu aquele brilho compreensivo naquela imensidão castanha.

Baekhyun respirou aliviado, todavia ainda estava com muita vergonha do que tinha acabado de acontecer e do modo que agiu.

O presidente da K-Beauty soltou outra risada.

- Sabe, se tem uma coisa que prezo é o sexo com prazer. De ambas as partes. Posso ser um babaca, mas não forço ninguém a fazer nada que não queira. Além do mais, isso é crime.

- Ainda bem que tem essa consciência. – o secretário ria de nervoso.

- Eu não sou um criminoso. Talvez, o único crime que eu cometa seja me apaixonar por você todos os dias. – apertou as bochechas do menor.

- Awwnn. Você está fazendo aquelas cantadas bregas para mim?

- Estou.

- Que bom, porque eu gostei.

Ambos soltaram uma gargalhada em uníssono. Por mais que tenha acontecido muito rápido, era gostoso sentir aquele clima descontraído. Os rapazes se sentiam bem com a companhia um do outro.

- Chanyeol... – mordiscou o lábio inferior.

O presidente da K-Beauty colocou sua mão sobre a de Baekhyun e disse com um sorriso singelo:

- Não se preocupe. Esperarei até que esteja pronto.

°°°°°°°°°°°°°°

- VOCÊ FEZ O QUE?! – Heechul berrava indignado enquanto colocava o seu copo de cerveja sobre a mesa.

Baekhyun se encolheu na cadeira ao sentir a intensidade das emoções do moreno. Hyuna já se certificava de que seu pai estava na cozinha e não tinha ouvido nada daquilo.

- Eu....

- Já sei o que você fez! – estalava os lábios. – E você não coloca o doce na boca da criança para depois arrancá-lo sem dó nem piedade. Isso é errado!

- Só que... – o ruivo tentava dizer algo em seu favor.

Foi então que Heechul ficou ainda mais possesso.

- Só que?! Não tem só que?! Se você me deixasse de pau duro e depois não fizesse nada a respeito, eu te bloquearia dos meus contatinhos na hora! Ai, preciso beber a minha cerveja.

Depois de longos goles e um silêncio mortal no recinto. Baekhyun e Hyuna pareciam conversar por troca de olhares, Heechul pareceu ponderar sobre o que tinha dito.

- Ok, ok. Você é virgem, logo é inexperiente. Então é algo a se relevar.

- Acho que agora conseguiu entender o meu ponto de vista.

- É por isso que vamos começar uma sessão de Heechul – o conselheiro amoroso. – havia ignorado completamente o que o outro tinha dito.

 - O que?

- Preste bastante atenção. Vou lhe ensinar uns truques para chegar no boy da maneira certa. Começa dando beijos no pescoço, depois na orelha, nisso o tesão já vai começar a subir. Depois, você arranha as costas dele, mas também não é para tirar sangue do coitado. Arranha de forma sexy. Aí vem uma das melhores partes: você sussurra umas coisas sujas no ouvido dele, porque isso faz parte do sexo selvagem, tem que ter a putaria. Nessa parte as coisas já vão estar a ponto de bala e aí, meu filho, você libera essa bicha safada que há em você.

Baekhyun estava envergonhado demais, como também surpreso para tentar dizer algo que prestasse. Às vezes ele se esquecia de que Heechul tinha uma mente poluída e poderia ser muito direto quando quisesse.

Foi Baekhyuna que veio em sua ajuda.

- Heechul, o que acha de ir para casa? Acho que já não está muito bem...

Ele soltou uma risada em resposta.

- Minha querida, eu sou o maior entornador de cachaça que você conhece. Esses cinco copos de cerveja são pinto para mim.

- AH! Como pude me esquecer. – a mulher deu um tapa em sua testa. – Siwon me contou uma coisa.

As orelhas de Heechul ligaram como duas antenas. Ele estava totalmente imerso naquela fofoca que estava por vir.

- O que ele te contou?

Hyuna sorriu de um jeito obsceno. Aquilo só deixou o moreno ainda mais curioso.

- Anda, desembucha. O que ele falou?

Ela se aproximou da orelha esquerda do rapaz e colocou a mão na frente dos lábios para que Baekhyun não pudesse entender.

- Siwon me disse que ia passar no sex shop e iria comprar uma fantasia de bombeiro, porque ele está doido para usar a mangueira dele para apagar um incêndio.

No exato instante largou o copo de cerveja na mesa mesmo, pegou sua bolsa, tentou se recompor o máximo que podia e já ia saindo, porém foi parado pelo ruivo.

- Ué? Já está indo embora, Heechul?

- Se me derem a licença, tem um prédio em chamas aqui. – saiu sem esperar por uma resposta.

- O que disse para ele? – Baekhyun franzia as sobrancelhas e soltava uma gargalhada.

Hyuna deu de ombros.

- Ah, sei lá. Talvez eu tenha aguçado um pouco a curiosidade dele, talvez.

- Você é malvada. – tornava a rir.

Depois disso, houve apenas um longo silêncio. Os irmãos Byun pensavam em tudo no que havia sido dito e aquele assunto meio que se tornava uma espécie de tabu, porque nenhum dos dois sabia muito o que dizer.

Isso perdurou por alguns minutos, até Hyuna observar bem a expressão envergonhada no rosto do irmão.

- Baekkie.

- Hm. – erguia o olhar.

- Esqueça tudo o que Heechul disse.

- É o que pretendo fazer.

Ela sorriu em resposta.

- Baekkie. Se quer um conselho...

- Por favor, não me fale nada sobre dizer putarias e sexo selvagem. Só de pensar já é traumatizante.

- Não. Não. – sorria. – O que eu quero dizer é: não tenha pressa. Transar por transar não é legal, mesmo que talvez você queira fazer algo um pouco mais casual, tem que ter um pouco de interesse, de sentimento para que seja bom para ambos. Deixe as coisas fluírem no seu tempo. Sei que gosta muito de Chanyeol, então saberá o exato momento que deve subir esse degrau na intimidade dos dois. E, claro, use camisinha, por favor.

Baekhyun sorriu. Hyuna era demais. Ela sempre conseguia desvendar o seu pensamento mais íntimo.

- Anotado.

°°°°°°°°°°°°°°°

Diferente dos dias tranquilos, Baekhyun fazia coisas e mais coisas em mais um dia de trabalho na K-Beauty. Assim como tinha balancetes e mais balancetes para fazer e revisar, quando tudo o que ele queria era estar deitado no sofá da sua casa assistindo algum programa de variedades.

Heechul estava calado. Parecia estar com uma tromba do tamanho do mundo. Baekhyuna talvez tivesse dito algo que não se concretizou na noite passada.

Sehun, por sua vez, andava de um lado para o outro carregando várias pastas. Pela primeira vez em muito tempo o rapaz estava concentrado em seu trabalho. E isso era motivo para ficar alerta, pois o fim do mundo poderia estar próximo.

- Shangai boy, é impressão minha ou você está trabalhando?

O moreno soergueu o olhar e soltou uma gargalhada em resposta.

- É, Senhor Risadinhas, os tempos difíceis chegam para todos.

- Eu não estou crendo no que estou vendo.  – os óculos do ruivo chegam a deslizar por suas narinas.

- Pois pode crer. - sentou-se em sua cadeira. – Ei, Senhor Risadinhas, tá afim de sair esses dias?

- Para beber?

- Eu não saio mais com você para beber. Vamos fazer outra coisa. Por que não chama a Baekhyuna também?

- Por que eu tenho que chamar a minha irmã? Oh Sehun...

Baekhyun iria ameaçar o seu amigo, porém não deu tempo. As coisas para o fim do mundo já estavam começando a acontecer.

As portas do elevador se abriram e desse saiu Cha Tae Hoon vestido em um terno caro. Uma de suas mãos estava em suas costas como se quisesse esconder algo.

“Ah não. O que esse traste está fazendo aqui?” Pensava consigo mesmo.

- Baekhyun. – esboçava um sorriso enquanto seus olhos exibiam um brilho derretido.

- O que está fazendo aqui? – era evidente o pavor e o nojo em sua face.

Todos pararam os seus trabalhos para observar aquela cena. Heechul foi o primeiro a fazer isso.

- Baekhyun, eu queria vir pedir desculpas. Não merecia ter ido ao programa daquele jeito. Aceitar aquele convite...

O secretário soltou uma risada de escárnio.

- Cha Tae Hoon está pedindo desculpas? Pois saiba que eu não aceito. Sei muito bem que está mentindo.

Soltou um suspiro.

- Eu não estou mentindo. Quero mesmo me desculpar. Baekhyun, não sou mais aquele adolescente babaca de dezessete anos. Eu mudei.

- Continuo não acreditando. Sabe, às vezes eu fico pensando em como você tem a cara de pau de fazer isso depois de tudo.

- Por que não quer acreditar em mim? – uma expressão triste surgia em sua face.

- Quer mesmo que eu responda?

- Baekhyun...

- Vá embora!

Tae Hoon, diante daquela situação, optou pelo lado apelativo. Sem nem pensar duas vezes, colocou um dos joelhos no chão. O ruivo, ao ver o que  o outro tinha feito, arregalou os olhos e disse:

- O que está fazendo? Levanta já daí!

- Baekhyun. – mostrava o enorme buquê de flores que estava escondido atrás de si. – Por favor, aceite o meu pedido de desculpas.

O secretário empalideceu, como também ficou estático. Nenhuma palavra saía de sua boca. Ele apenas passava os olhos por todos os funcionários que observavam aquela situação com um olhar tão surpreso quanto o dele.

“O que...O que...O QUE ELE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? Preciso tomar uma atitude! Como vai sair dessa, Byun Baekhyun?!”

O ruivo pensava. No entanto antes que pudesse fazer algo, Chanyeol saiu do elevador e deu de cara com aquela cena. No mesmo instante, raios lasers saíam de seus olhos. A expressão de ódio em sua face era nítida.

- O que pensa que está fazendo com o Baekhyun! – vociferou.

O secretário, no fim das contas, chegou a conclusão de que tudo aquilo era obra de um apocalipse. O equilíbrio do mundo foi desfeito, quando Oh Sehun começou a trabalhar.

Heechul, que observava a tudo, apenas sorriu de forma obscura e disse:

- Agora sim o dia de fato começou.


Notas Finais


Link de The Rescue: https://www.spiritfanfiction.com/historia/the-rescue-15257580

Link do grupo de leitores das fanfics no whatsapp: https://chat.whatsapp.com/CMbtCBkiYUJF3miwQIH8kW

Eita '000'
O que acabou de acontecer aqui?
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH ESSE MOMENTO CHANBAEK.
O programa....
Minseok apareceu <3
Sehun, Sehun... hahahahahahaha
O que vocês acham desse Cha Tae Hoon hein?
O que acham que pode acontecer nos próximos capítulos?
Deixem as suas teorias aqui nos comentários.
E só digo que: Heechul, eu não aguento com você hahahahaha.
Vejo todos no próximo capítulo
Kisses
Misakihime.


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