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História O garoto do ônibus - Casa de Sakura, cerejeiras e beijo


Escrita por: RayOfficial

Notas do Autor


E aí?
Outro capítulo, espero que gostem.
Conversamos mais tarde.

Capítulo 4 - Casa de Sakura, cerejeiras e beijo


Não sabia o que era pior. Sua dor de cabeça ou a visão do garoto do ônibus irritado, o que era terrível, já que ele estava com raiva dela, pelo menos era assim que pensava. Mal o conhecia, mas estava sendo levada no carro dele para casa. O carro tinha um cheiro bom e no porta luvas três embalagens de Trident, que ela queria muito pedir, mas não tinha coragem. Oh, vida essa que tinha...

Agora, mesmo bêbada e vendo dois Sasukes, sentia-se horrível, o que fez a deixava com a maior vergonha de sua vida, ligou para ele, e ainda por cima foi Sasuke quem foi buscá-la.

Se arrependeu de não ter chamado Karin. Assim as duas ficariam bêbadas, e mesmo assim, a ruiva não deixaria que ligasse para ele.

Fechou os olhos e via a cena novamente, com sua cabeça latejando e sua embriaguez impedindo que fizesse algo responsável, foi a uma loja bêbada, poderia ter acontecido alguma coisa, qualquer coisa, agradecia internamente por Sasuke ter aparecido.

Quando o moreno a olhou parecia sua mãe quando a pegou com bebida pela primeira vez. Ela tinha dezessete anos e Ino, sua amiga, tinha levado para a sua casa uma garrafa escondida de seus pais. Sakura nunca tinha bebido, era uma verdadeira criatura curiosa, cedeu a sensação de adrenalina por estar no quintal, perto da grande cerejeira e poder beber álcool. Só não tinha como saber, com toda a animação que sentia, que sua mãe acabaria descobrindo. Foi um verdadeiro inferno, mas superaram aquilo.

Podia contar nos dedos todas as vezes que bebeu, mas se falasse isso ao moreno ele não acreditaria. Estava irritado com aquela atitude da rosada, não que ela não estivesse no seu pleno direito de viver sua própria vida, e cometer erros e acertos. Mas chamá-lo e dizer tudo daquilo bêbada, foi ultrajante.

Deixou o café que estava tomando, se vestiu adequadamente para o frio da noite, pegou a chave do carro e foi. Não poderia deixá-la sozinha. Não naquele estado, como já disse, gostava dela. Do seu jeito, desde que começou a observá-la no ônibus.

Teve que pegá-lo da primeira vez porque Itachi “roubou” o seu carro para encontrar uma mulher que conheceu em uma festa, ficou terrivelmente irritado. Xingou o irmão aos quatro ventos. Mas a viu. Não sentiu interesse de imediato, curiosidade sim, mas o interesse romântico não.

Mas aquela criatura tão peculiar estava o atraindo. Começou com algumas vezes no mês, depois já tinha uma rotina. Gostava de observá-la, quase como um estudo.

O jeito engraçado e atrapalhado o instigava.

Foi quando a tentativa de assalto aconteceu, não ficou parado, viu aquela situação e sua reação foi automática. Aí soube o seu nome, quando viu a carteira caída e uma parte do registro de identidade amostra. Haruno Sakura.

Se lembrava daquele nome de algum lugar, não sabendo exatamente de onde, até ser transferido. Eles trabalhavam no mesmo lugar. Oh, o destino era uma criança brincalhona e malvada.

 

- É aqui? – perguntou o Uchiha ao parar em um prédio de seis andares. Olhou para a rosada, que se encontrava encolhida e com vergonha, mas ainda assim bêbada. Ela só confirmou com a cabeça, quase dissipando o restante da paciência de Sasuke.

- Obrigada – Sakura ainda cambaleante tentou abrir a porta. Empurrou a primeira vez não deu certo, puxou a segunda e nada.

- Merda... – estava iniciando uma pequena batalha por sua liberdade naquele sedã preto.

- Sakura? - chamou Sasuke, fazendo com que a rosada lhe desse “Hum” como resposta – eu ainda não destravei as portas.

- Ah, é? – deu uma risadinha nervosa – desculpe... – disse baixo, o que não fez sentido, já que ele ouviu assim mesmo.

A Haruno não sabia onde enfiar a sua própria cara. E ele tinha que admitir que aquela situação era no mínimo cômica, mas não deixaria sua irritação de lado. Não, não e não.

- Você precisa de ajuda? – perguntou a olhando preocupado

- Não, estou legal – disse com um sorriso vergonhoso.

Saiu do carro cambaleante, subiu com dificuldades na calçada. Sasuke observava tudo atento, lutando internamente para saber qual seria a decisão certa a tomar: Acompanhar ou deixá-la sozinha em casa?

Claro que a primeira opção era a mais correta vendo como a rosada não estava no seu melhor estado. Mas ir à casa dela, enquanto estava bêbada pareceu errado para ele.

- Aaaah

Seu processo para decidir qual seria a alternativa certa foi interrompido, quando ouviu um grito de Sakura.

Saiu do carro rapidamente, o que estava acontecendo?

Ela estava caída no chão, tinha machucado o tornozelo.

- Droga – disparou em direção da Haruno

- Você não está bem, Sakura – afirmou

Ela não disse nada. Subiram, ela indicou o número do apartamento, tiraram os casacos e ligaram as lâmpadas. Sasuke notou seu pijama de algodão com pequenos leques azuis, e como era a decoração de seu lar. Uma vez, ouviu de Naruto que o lugar onde você vive fala muito sobre você. Se fosse verdade, apostaria que ela era bem animada, as cores chamativas em seu apartamento demonstravam isso, mas as paredes eram brancas o que dava mais iluminação no ambiente.

Ela o fitava triste, até mesmo melancólica.

- Você precisa de um banho frio, vai ajudar.

Ela forçou um sorriso, ele não acreditou nela.

- Está bem... Você pode me deixar – dirigia-se ao banheiro, ela não queria que ele fosse, mas não seria justo que ficasse com ela naquele estado, era demais para pedir

-Eu não vou te deixar

Sakura o olhou e sorriu, dirigindo-se ao corredor e posteriormente ao banheiro.

 

Estava sentado no sofá vermelho esperando Sakura. Olhava as suas fotografias estendidas na pequena estante de mogno, era uma variedade de situações ali retratadas, ela em uma bicicleta, outra na escola e uma na formatura, entre outras. Vislumbrou nas fotos sua cor de cabelo original, um loiro parecido com o da mãe da Haruno, supôs ao ver a mulher mais velha ao lado dela.

Sakura estava demorando, começou a pensar na possibilidade dela ter caído no banheiro. Deu impulso apara levantar-se, mas logo se sentou ao ouvir a porta do banheiro ser aberta.

- Sakura? – falou alto e esperou a resposta.

- Vou vestir uma roupa – agora não parecia tão embriagada, com uma voz rouca respondeu baixo.

Olhou as chaves em suas mãos e refletiu sobre tudo que estava acontecendo ali. Ela era bem problemática, lembrou-se de um amigo que vivia lhe dizendo que ele ficaria com alguma mulher assim.

Complexa.

 Ele queria muito café, e cairia muito bem para a Sakura nessa situação. Desatou pelos armários a procura de um pote ou pacote de café, e nada. Encontrou somente embalagens de doces e salgadinhos e jarras de suco artificial na geladeira. Ela sobrevivia com apenas aquilo?

Ele mal conseguia se imaginar comendo só aquilo, sempre teve uma alimentação forte, sua mãe colocou em sua cabeça isso desde cedo. Não aceitava que aquela rosada comesse só isso, constatou então que ela comia muito fora, ou um dique entrega era muito bem-vindo em sua casa.

Pegou o celular e olhou a tela, ao ver o horário entortou os lábios.

01h09min

Pegou o casaco e suas chaves do bolso, saiu da cozinha e foi a sala, que era somente separada do primeiro cômodo por uma bancada. Virou-se para o corredor em que a rosada estava, pegou na maçaneta da porta, mas não queria pensar que ele estava indo embora, mesmo tendo dito que não a abandonaria.

- Sakura? – ouviu um pequeno sussurro ao longe – volto já – bateu a porta e foi.

 

  Subiu as escadas, lentamente para não derrubar o que estava carregando. Os dois copos de café em sua mão estava quentes e com um ótimo cheiro, teve que ir a uma lanchonete 24 horas, se surpreendeu com serviço, e voltou para casa de Sakura depois de trinta longos minutos. Tinha receio de entrar no seu apartamento e encontrá-la bebendo mais ainda.

Mas o que viu foi uma mulher sentada no sofá bebendo água em uma garrafa de plástico, aquela era a terceira, duas estavam no chão. A porta do apartamento estava destrancada, ela tinha a esperança de vê-lo novamente aquela noite.

Sasuke colocou um copo na frente dela, e se sentou em uma poltrona azul. Há única luz que estava no local era a emitida pelos postes da cidade.

Sakura com sua vergonha e desjeito vestiu um vestido longo branco, com aberturas na lateral, mas estava tão absorta em pensamentos que não percebeu que estava sem sutiã.

Mas ele notou isso, não queria voltar a olhar, porém por alguns breves momentos não conseguia desvencilhar as orbes negras daquele ponto especifico de Sakura.

Ela nem ao menos se deu conta e ainda por cima, fazia questão de virar-se para ele, e mostrar mais ainda de seus seios. Ele não queria estar olhando, virou o rosto para o aparelho de televisão desligado.

Viu ela tomar o primeiro gole e sua expressão ser a mais contorcida que já viu. Ela não gostava de café preto, sem açúcar e sem leite, ele não sabia disso e adorava o café daquele jeito, mesmo que soubesse ainda faria com que ela tomasse.

- Obrigada... – Sakura disse –...e desculpe.

Ele só balançou a cabeça, saboreando seu café. Não estava resistindo, sua curiosidade era maior, mais poderosa.

- Por que você fez isso?

Após a pergunta do moreno o clima ficou mais pesado. Longos e tortuosos minutos se passaram, até que finalmente ela retomasse a língua e dissesse:

- Eu estava com raiva de mim e bebi – disse com um sorriso torto, tentando passar um conforto a si mesma, o que foi uma tentativa falha.

- Você gosta de mim? – aquela pergunta a pegou de surpresa, o moreno esperaria o tempo que fosse por sua resposta.

Apertando as mãos em punho disse da forma mais enrolada:

- Sim

Ele sorriu, virou para janela de vidro da sala de Sakura.

- Por que você teve que me dizer isso quando estava caindo de bêbada?

- Eu senti muita vergonha quando você falou aquilo no restaurante – olhou para o chão.

-Quando eu falei que gosto de você? – perguntou com uma expressão dura.

- Eu não acreditei

- E agora?

- O que?

- Você acredita?

- Eu... – suspirou – não sei no que acreditar.

- Por que é difícil acreditar nisso? – a olhou diretamente

- Eu não sei se é possível... – olhou um pouco triste - alguém gostar de mim. Eu sou cheia de falhas e dificuldades...

- Eu também sou – disse a interrompendo

- Tenho transtorno de ansiedade e dislexia – ela disse um pouco alto, se o fizesse da maneira usual não conseguiria soltar aquilo de uma só vez.

Ele a olhou por mais algum tempo e soltou:

- Tenho problema com relacionamentos – admitiu pela primeira vez – digamos que as minhas experiências de longo prazo foram um pouco traumatizadoras.

Ela deitou no sofá, uma lágrima escorreu pela sua face. Ele levantou até ela, e ajoelhou-se ao lado do sofá. De súbito Sakura levantou e deu uma risada.

- Acho que a minha TPM, chegou mais cedo esse mês. Já está tão tarde e eu não quero ir para o trabalho amanhã – Sasuke arqueou as sobrancelhas, mas ela estava falando mais para si do que para o moreno.

- Você tem algum plano para amanhã? – perguntou a fitando intensamente.

 

 

Não estava acreditando que iria faltar um dia de trabalho, menos ainda como conseguiu concordar com isso. Mesmo gostando de Sasuke ele ainda era um desconhecido, então por que aceitou o convite?

Não estava com paciência para o trabalho, disse para Karin que estava com muita dor de cabeça, se arrumou a agora estava no carro de Sasuke, querendo saber para onde iriam.

Pararam em um pequeno lugar em que eu vendiam café regional e comeram, nada de troca de palavras ou algo do gênero. Isso a deixou triste, mas pensou que ele ainda estava lembrando do que aconteceu na noite passada.

Depois de Sasuke ter perguntado se tinha alguma coisa para essa manhã Sakura respondeu um sonoro não. A casa ficou em silêncio, e por um momento ela cometeu uma verdadeira loucura.

Ela o beijou.

Começou com um pequeno toque de lábios, até Sasuke permitir a passagem. Mas ficou nisso, ele fechou a boca rapidamente, e com uma voz um pouco ofegante, disse:

- Eu quero te beijar, mas não quero que seja assim – disse encostando sua testa na dela.

Ficaram assim por um bom tempo, até ele decidir que era melhor ir embora. Marcaram o horário para se encontrarem e só. Não sabia para onde iria, ele lhe disse que era para usar roupas leves, por isso estava com um short de algodão e regata. Na concepção de Sakura o moreno parecia ótimo com sua camisa branca e bermuda, o olhava de esguelha tentado ao máximo não transparecer seu interesse, mas vez ou outra Sasuke exibia um sorriso de canto. Ele sabia o que ela estava fazendo, porém nada disse.

- Onde estamos indo? –perguntou curiosa, enquanto olhava perdida para a estrada.

- Sossegue, será uma surpresa agradável – disse – além do que estamos quase chegando.

Após alguns minutos Sakura percebeu as cerejeiras, um campo cheio delas. Era lindo.

- Uau... – soltou deixando a boca aberta por segundos, fazendo Sasuke sorrir

- Sou um bom partido ou não sou? – brincou deixando Sakura abobalhada e vermelha.

- Você é um ótimo – disse sem se dar conta do que falou, ainda estava prestando atenção no campo, mesmo assim Sasuke ficou surpreso com sua atitude.

O carro parou e o Uchiha destravou as portas.

- Bom, é aqui – disse ao sair do carro.

Sakura estava realmente impressionada, ela uma pequena casa de madeira, simples rodeada com cerejeiras, podia avistar ao horizonte um pequeno lago. Aquilo era perfeito.

- Onde estamos? – questionou virando-se para o moreno.

- É uma das casas da minha mãe – colocou suas mãos no bolso – ela adora cerejeiras.

Como resposta Sakura só meneou a cabeça.

- Eu devo ter herdado isso dela... – disse olhando para o horizonte, ignorando rubor da rosada – vamos, quero que você veja uma coisa.

Pegou na mão da rosada, que sentiu sua mão ser rodeada de forma tão calorosa que a relaxou. Seguiram pela pedras, e pararam no lago, suas águas eram cristalinas e o banco ao lado de uma grande cerejeira que estava praticamente os convidando para que ficassem ali, admirando todo aquele incrível lugar.

Mesmo sentados no banco, ele não largou a mão de Sakura.

- Ei! – Sasuke atraiu sua atenção – podemos continuar o que estávamos fazendo ontem – sorriu e pegou a rosada pela cintura e selou o verdadeiro primeiro beijo dos dois.


Notas Finais


Lembrem-se comentários deixam uma autora feliz; XD
Qualquer erro reportem, please
Eu estava pensando em fazer ua nova fanfic baseada nesta. Uma mais longa, como eu disse no primeiro capítulo esta daqui seria uma one-shot, mas foi dividida. eu estava pensando em tranformá-la em uma uma estória mais extensa, focando também na ansiedade de Sakura e nos problemas de relacionamento de Sasuke, tudo após essa atual estória. O que acham?

O que vocês acham de uma pequena cena de ciúmes?


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