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História O Lado Bom da Física (Hiatus) - Luzes


Escrita por: Lolacradora

Notas do Autor


Desculpem-me pela demora, eu disse que iria compensar, então possivelmente o próximo capítulo sai ainda essa semana yaaay.
Muito obrigada à vocês que estão gostando da história e me dando esse apoio todo, sério, eu amo muito isso, cada um de vocês significam muito para mim.
Nesse capítulo eu tive que pôr um pé nas origens de OLBDF, quem viu do começo sabe o que estou falando, quem não, não vai interferir.
Boa leitura e perdoem-me pelos erros.
Amo vocês.

Capítulo 4 - Luzes


Fanfic / Fanfiction O Lado Bom da Física (Hiatus) - Luzes

Seis da manhã, desci as escadas ainda de pijamas, apressada e sem fazer barulho para não levantar suspeitas, abri a porta da frente vendo o céu cinza de outono, nada de entregas, talvez fosse cedo demais para dizer, mas eu me sentia decepcionada.

Bufei e entrei de volta, aproveitei que já estava no andar de baixo e decidi fazer o café da manhã. Peguei dois pratos de café da manhã e duas xícaras, pus na mesa e fiz o café do jeito que minha mãe tinha me ensinado a fazer, bem forte e com bastante açúcar. Bomba calórica mesmo, mas precisávamos acordar e a cafeína é maravilhosa para isso.

Minha mãe desceu as escadas parecendo a segunda dama com o seu uniforme cinza de trabalho, servi o café e sem dizer nada ela sentou, fritei os ovos e ela se pronunciou.

— Bom dia, obrigada pelo café. — ela disse meiga e eu pus os ovos nos pratos.

— Bom dia, mamãe. — disse e me sentei de frente para ela, comecei a comer.

— Obrigada, vai para a escola hoje?

— Não sei, não quero ir, mas ainda é primeira semana, então se eu ficar doente ou qualquer coisa já vou ter faltas e sabe como é.

— Ah, então tudo bem. Termine de comer, tome seu banho e se arrume. Temos bastante tempo.

— Vai me levar ou devo pegar o ônibus?

— Eu vou te levar, mas eu não volto para o almoço. Pode fazer hoje?

— Sim, posso, eu só não estou muito afim de cozinhar.

— Pegue dinheiro na minha bolsa e vá no Starbucks tomar um frappé, aquele que você gosta.

— Hoje não, eu faço a comida, tudo bem. E eu tenho dinheiro, não se preocupe.

— O.k., eu vou chegar tarde hoje, várias cirurgias marcadas, desculpe-me, queria passar mais tempo com você, quem sabe no domingo.

— Eu posso ir para a casa da vovó no fim de semana?

— Não pode ser no próximo? Eu quero ir no Circo com você.

— Mas eu tenho medo de palhaços.

— Ah, vamos, por favor. — insistiu.

— Eu vou, mas agora eu tenho que tomar banho. — disse já me retirando, deixei o prato e a xícara na pia e subi as escadas.

Corri para o banho e tomei um bem rápido, me vesti com uma calça surradinha e uma blusa de mangas cinza, escovei meus dentes, penteei o cabelo e verifiquei a hora no celular. Ainda tinha vinte minutos de vantagem antes de estar atrasada, arrumei minhas roupas da noite anterior e joguei-as no guarda-roupa junto com a jaqueta do sr. Müller, algumas mensagens de Kath apitaram no meu celular.

Ei, bom dia (emoticon de sol)

Dormi com Adam, NÃO pense o que eu sei que está pensando, eu não "dormi" tecnicamente, só dormi. Ele é um amor, estou apaixonada.

Ele vai na casa da minha mãe hoje, é, ele vai ser apresentado à madame. Nos deseje sorte, queremos oficializar (três emoticons de gatinho apaixonado)

Quer ir com a gente no carro do Adam? Sua ruiva preferida quer te ver.

Depois de ler cada uma das mensagens e rir um pouco, pensei e escrevi tudo o que queria em uma mensagem só.

Eu: Dormiu com Adam? Eu também, não se empolgue. Mentira (emoticon de gatinho chorando de rir) pode celebrar, eu também celebraria. Eu sabia que se apaixonaria, só não o magoe pelo amor de Deus. Eu realmente espero que a tia goste dele (mas é claro que vai, é do Adam que estamos falando), vocês irão ser o melhor casal (dois emoticons de corações brilhantes). Infelizmente, tenho que ir com a mamãe, mas posso te ver hoje na aula de química no primeiro tempo.

Não passei nenhum tipo de maquiagem porque minha pele estava totalmente aceitável, peguei minha mochila — agora bem mais leve. — e desci as escadas, minha mãe tinha lavado a louça e já estava do lado de fora com o carro me esperando.
Entrei no carro e ela pôs na rádio, começou a tocar uma melodia muito familiar, eu a conhecia de algum lugar. Ela ligou o carro e partiu, eu tentava lembrar de onde conhecia.

— Mãe, qual é o nome dessa música? — perguntei intrigada.

— Por Elise.

— Eu a conheço de algum lugar.

— Claro que conhece, você tocava piano e só tocava essa música aos seis anos.

— Queria voltar a tocar.

— As aulas de piano são muito caras, meu amor.

— Mas você sabe tocar, não sabe?

— Eu não tenho tempo para te ensinar, me desculpe.

— Tudo bem, só achei que saber piano seria legal.

— Nem temos um piano, ele foi para a casa do seu pai.

— Mas não é possível! Ele nem toca.

— Acho que Louise toca para ele, não sei dizer se é verdade.

— Isso não é justo.

— Minha mãe tem um piano, semana que vem você pode ir lá, como já combinamos e pedir para ela te ensinar.

— A vovó vai me ensinar, eu sei disso. — disse esperançosa.

— Claro que vai, querida, ela ama o piano, ela vai ficar bastante feliz. Essa é a canção preferida fela. — disse rindo de lado.

— Me esclarece uma coisa. — disse curiosa.

— Só dizer.

— Seu nome foi escolhido por causa dessa música ou o quê?

— É uma história engraçada, quer dizer não tão engraçada, mas estranha.

— Temos duas quadras até chegar na escola.

— Então tá, a história é a seguinte: como eu já disse, a sua avó adorava e ainda adora essa música, ela já foi à França uma vez, justamente quando estava grávida, e como sou filha única, você já deve imaginar. Mas como nem tudo é do jeito que a gente quer, ela achava que eu seria um menino, seu falecido avô queria Pierre porque é fascinado por Paris, sua avó também queria, mas descobriram que eu seria uma menina por uma cartomante de Paris, uma cigana. Minha mãe ficou desesperada porque não tinha nenhum nome em mente, mas a cartomante disse que eu teria que ter um nome importante e que a minha mãe gostasse muito mas não disse o porquê, minha mãe pensou uns dias e ela tinha uma linda caixinha de música que tocava essa música, aí que ela pensou em Elise. Mas, seu avô muito do teimoso, não queria Elise de jeito nenhum porque era apaixonado por nome de rainhas britânicas, até que finalmente entraram em consenso no exato dia do meu nascimento de que meu nome seria Elizabeth igual ao da rainha e mas me chamariam de Lizzie para me lembrar que meu nome originalmente seria Elise.

— Nossa, mãe. Não quero nem perguntar a história do meu nome. — disse rindo e muito impressionada com a história fascinante e complicada da mamãe.

— Um dia eu te conto, é engraçada também.

— Um outro dia?

— Sim, faltam menos de dez metros, preste atenção, você já está na escola. — disse me alertando.

— Perdão, eu nem percebi. — disse voltando a prestar atenção na escola.

Tirei o cinto e desci do carro, joguei um beijo e corri para a escola não deixando de olhar para o estacionamento, o Porsche não estava mais lá, deixei uma lágrima cair e um sorriso transparecer, ele havia realmente ido embora da escola, "o professor de Física pede demissão" com certeza esse seria o assunto do dia, mas eu estava feliz porque ele havia cumprido o que havia dito. Eu seria dele.

— Por que demorou tanto? — Kath disse me tirando de meus devaneios quando entrei na sala de química distraída.

— Eu não cheguei atrasada dessa vez. — disse ponto minha mochila na cadeira ao lado da que ela estava sentada.

— Eu te mataria, faltam cinco minutos para a aula começar e eu tenho que te contar muita coisa.

— Pode começar. — disse desanimada.

— Está com essa cara de bunda por quê?

— Por nada, pode continuar a história? Eu quero saber.

— Eu dormi na casa do Adam, mas eu falei com a minha mãe antes, nunca se sabe quando ela vai mandar a polícia atrás de mim de novo.

— Eu lembro daquela festa. — disse rindo.

— Não me interrompa.

— Não vou, prossiga.

— Ela disse que quer conhecê-lo e até falou com ele ao telefone, eu podia sentir o sorriso dela e ver o sorriso dele, eles parecem próximos mesmo não se conhecendo, não é estranho?

— É, e aí? — disse incentivando-a a continuar.

— Aí que minha mãe vai fazer um puta jantar para o Adam.

— Mas você disse que o Adam é super chato com comida e que ele sabe cozinhar?

— Não, ele mesmo fez questão de dizer isso. Foi muito esquisito ver os dois falando de massas italianas.

— Santo Deus, isso é pior do que eu imaginava. — disse rindo.

— Realmente, é muito estranho, só que o mais estranho é que ele gargalhava, gar-ga-lha-va falando com ela, é da minha mãe que estamos falando, será que ela vai aprontar alguma?

— Com o Adam? Não mesmo, ele é legal demais para qualquer maldade dela. Acho que ela só quer aproveitar o fato de que você achou alguém decente, não acha?

— Talvez, mas ainda tenho minhas dúvidas.

— Com a sua mãe? Sempre tenha um pé atrás da orelha, até eu tenho um com a minha mãe.

— Hoje ainda é quinta, acho que estamos na aula errada.

— Santo Deus, a nossa turma do primeiro tempo de química é só na sexta. Corre! — levantamos correndo pegando as mochilas e voando para o corredor.

— Quais são as suas aulas agora? — ela perguntou.

— Literatura. — eu disse olhando no papel.

— Isso é no térreo, graças à Deus.

— Esqueceu que estamos no último andar? Graças à Deus para quem? Eu estou morta. — eu disse quando chegávamos no segundo piso.

— Com essa animação maravilhosa que você tem acho que não vamos chegar hoje.

— O que acha de matar aula?

— Kath!

— Qual é?

— Ainda é quinta.

— E daí? Nunca matou aula?

— Kath, não. Vamos logo, já estamos perto.

— Ai, você é um saco.

— Eu também te amo, preguiçosa.

— A sala de literatura é ali. — disse apontando para a porta no fim do corredor.

Entramos na sala, e nos sentamos no fundo, recebendo olhares de reprovação do professor, a turma inteira nos acompanhou com os olhos, olhei para Kath, o rosto dela estava rosado de suor por causa da leve corrida.

— Vejo que as mocinhas se atrasaram. — disse o professor que eu não me lembrava o nome, esguio e magro.

— Perdão, professor. — dissemos em uníssono.

— Então já que as senhoritas se atrasaram, alguma de vocês pode citar algo da literatura clássica? — Kath arregalou os olhos e olhou para mim. Era lógico que eu sabia o que dizer.

— Fosse manhã ou noite, sexta-feira ou domingo, não havia diferença, tudo era igual para Ivan Ilitch: a dor surda, implacável, incessante; a sensação de que a vida não parava de fugir; a certeza de que a odiosa e temida morte se aproximava como a única realidade; e sempre a mesma mentira. Que importância tinham, portanto, as semanas, os dias, as horas? — disse ganhando um olhar impressionado do meu professor e aplausos da turma inteira.

— Isso foi o que eu estou pensando? — ele perguntou hesitante.

— Sim, se o senhor está pensando em Tolstói, A Morte de Ivan Ilitch para ser exata. Pode prosseguir com a sua aula? — perguntei sutilmente.

— C-claro. — gaguejou e virou murmurando um "droga". Azar o dele, Kath me deu um sorriso aberto.

— O que foi aquilo na aula?! — ela perguntou em êxtase enquanto caminhávamos para a aula de História.

— Ah, você sabe. O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém.

— Isso é Shakespeare, caramba. Estou impressionada, eu deveria ler mais. — ela disse e eu lembrei dos olhos do Sr. Müller por relance.

— Concordo.

— Você está bem? Está ficando pálida. — disse analisando o meu rosto.

— Eu estou, calma.

— Não sei, não. Você não me parece bem, quer dar um pulinho na enfermaria?

— Isso não é uma desculpa para matar aula, né?

— Claro que não, eu não brinco com doença, eu estou falando sério.

— Vamos rápido e você vai ver que não é nada.

— Não acredita em mim?

— Acredito mas com dúvidas.

— Então vamos, vou te provar que está mais pálida do que nunca. — disse me arrastando para a sala de enfermaria.

Todos me olhavam pelos corredores, eu via borrões ao invés de rostos, eu não falaria isso para Kath, ela me chamaria de louca, enquanto Kath me puxava em alta velocidade as vozes que antes eram claras pareciam barulhos, ela me sentou na cadeira e a enfermeira chegou.

— Lola, você está me escutando?

— Claro que estou, eu estou bem. — disse tentando parecer o mais convincente possível.

— Você está pálida, quer um chá? — disse a enfermeira.

— Não preciso de chá, eu preciso ir para a aula de história. — disse teimosa, claro que eu estava bem, os rostos e as vozes estavam bem claros de novo.

— Vamos, beba um pouco. — disse me oferecendo uma xícara. — Isso vai te acalmar.

— Eu não estou nervosa. — eu olhava para Kath com desespero.

— Isso vai te fazer melhor. — Kath disse enquanto eu bebia.

— É só até a sua cor voltar. — a enfermeira disse. — Quer deitar na maca?

— Eu estou bem, eu juro. — disse sendo sincera.

— Deixa de ser teimosa, ninguém vai te esfaquear. — disse Kath com seu jeito super eficaz de tranquilizar pessoas em pânico.

— Tudo bem. — eu disse depois de terminar o chá.

— Consegue levantar? — a enfermeira perguntou.

— Claro. — disse levantando da cadeira e deitando na maca.

— Agora descanse. — ela disse e a última coisa que eu vi foi Kath saindo pela porta.

Luzes piscavam, eu só via luzes piscando, sussurros indecifráveis de uma só voz, eu percebi que estava girando, eu estava em um carro, as luzes eram faróis fortes, estava sozinha, eu estava capotando em um buraco de terra sem fim, eu estava tonta até que consegui ouvir o sussurro claramente. Eu estava assustada.

"Calma, você sabia que esse dia chegaria." — disse a voz.

"Sr. Müller, é você?" — perguntei confusa.

"Sim, você não consegue me ver porque não quero aparecer desse jeito agora. Eu só fiz você desmaiar porque precisava falar com você, achei que não conseguiria fazer isso, mas isso não vem ao caso."

"Por que você fez isso? Por quanto tempo eu vou ficar assim? Quanto tempo já passou?"

"Calma, eu fiz porque fiquei sabendo que sua mãe não vai ficar para o almoço e irá chegar tarde, eu irei te ver, por isso não mandei a carta nem o MacBook, mas ele está comigo."

"Você ainda não respondeu todas as minhas perguntas."

"Calma, teimosa. Vai ficar assim até eu terminar de falar, o que não vai demorar. Não se passou nem dez segundos fora daqui, no mundo dos sonhos o tempo é diferente."

"Então, eu estou sonhando mesmo estando desmaiada?"

"Sim, tudo o que eu fizer aqui vai acontecer com você."

"Prove, me corte."

"Eu não vou fazer isso, só quero que saiba que eu estou aqui e que é melhor você fazer o seu melhor prato para o almoço porque eu vou almoçar com você."

"Como vou saber que isso não é um delírio ou um devaneio?"

"Você tem devaneios, Lola?"

"Constantemente, me corte e me acorde."

"Eu não quero te cortar, mas já que você insiste."  — ele disse e eu senti algo raspar de leve no meu rosto fazendo arder. — "Até o almoço, eu te amo, e me desculpe por isso."

Acordei na maca como se nada tivesse acontecido, derramei uma lágrima, eu sabia que não era real, era só um sonho.

— Você está bem? — a enfermeira perguntou calma.

— Sim, obrigada.

— A sua cor está voltando, quer um band-aid?

— Para quê? — perguntei.

— Seu rosto. — ela disse e eu toquei sentindo um corte bem pequeno, o sangue me mostrou que foi tudo real.

— Quero, por favor. — disse sorrindo.

— Como cortou? — ela disse em quanto procurava o band-aid na caixa dos primeiros socorros.

— Acho que foi unha, nem havia reparado. — menti. Essa era a minha vida, agora eu terei que mentir por ele.

— Agora está tudo bem. — ela disse enquanto limpava com álcool fazendo arder e eu fiz uma careta. — Está ardendo?

— Bastante. — disse quando ela terminou de pôr o band-aid.

— Está bem o suficiente para uma aula ou quer um atestado?

— Não, está tudo bem mesmo. Eu juro.

— Então pode ir. — disse e eu me levantei.

— Onde está Kath? — perguntei.

— Na sala de história, você pode ir também, só dizer que estava aqui.

— Tudo bem, obrigada. — disse e corri pelo corredor sem esperar por respostas.

Minha mochila deveria estar com Kath, porque comigo não estava. Cheguei à sala da aula de História, respirei fundo, bati na porta e o professor abriu-a com uma cara séria.

— Eu estava na enfermaria, desculpe.

— Tudo bem, eu já sabia. A senhorita Lauper havia me dito.

— Obrigada. — disse entrando e vendo Kath. Sentei ao seu lado.

— Como se sente? — ela perguntou.

— Bem melhor.

— O que é isso no seu rosto?

— Me cortei sem querer, longa história.

— Quero respostas, vou cobrar.

— Pode deixar. O que ele já explicou?

— Hitler, Segunda Guerra Mundial, nada demais.

— Kath! Como assim nada demais?! A Segunda Guerra é incrível.

— Eu não gosto de história, prefiro números, deixei de ser de humanas desde que começamos ciências do corpo humano.

— Argh, eu lembro dessa aula.

— Eca. — dissemos em uníssono.

— Senhoritas, posso explicar a minha aula agora? — o professor chamou nossa atenção e nos calamos. — Muito obrigado.

Ao sairmos da aula de Geometria de quinta-feira que era a nossa última, Adam apareceu nos abraçando por trás no fim do corredor em direção ao estacionamento.

— Como estão as mulheres da minha vida? — ele perguntou nos fazendo rir.

— Estamos bem. — respondemos em uníssono.

— Não é a primeira vez que eu vejo vocês fazendo isso, é algum tipo de telepatia ou sei lá? — ele perguntou enquanto riamos.

— Não que eu saiba. — eu disse enquanto Kath ainda ria, sendo interrompida por um selinho de Adam.

— Para de rir, palhacinha. — ele disse para ela, me fazendo ter vontade de dar um soco nos dois de tão fofos.

— Me obrigue. — ela disse fazendo biquinho.

— Oi! Gente, eu ainda estou aqui. — disse chamando atenção.

— Esqueci que a senhorita sou apaixonada pelo professor ainda está presente. — Kath disse me entregando.

— O QUE? — disse incrédula, eu não tinha falado nada.

— Qual é? Sou sua amiga antes mesmo de seus pelos pubianos começarem a nascer, eu te conheço, você está apaixonada pelo professor.

— Cala a boca, conversamos depois. — disse reprimindo-a.

— Eu quero saber disso direitinho, vamos todas de carro comigo. — ele disse nos arrastando até o seu carro no estacionamento.

Entrei no banco traseiro, deixando os pombinhos felizes na frente.

— Lola, confessa, eu sei que você ama o sr. Müller. — disse Kath quando Adam ligou o carro e partiu.

— Claro que não, pff. — menti.

— Você sempre arranja um jeitinho de falar dele.

— Malfoy apaixonada, meu Deus, não acredito.

— Cala a boca, Adam. Eu não estou.

— Tudo bem, depois não diga que eu não avisei. Ele deve ter saído da escola porque descobriu o jeito de como você falou da voz e olhou para a bunda dele, sua pervertida.

— Eu? Santo Deus, hoje é o dia do juízo final e ter Kath como juíza não está sendo nada legal.

— Para de falar sozinha, isso assusta. — Kath me advertiu.

— Ai, como você nojenta, Kath! — reclamei.

— Você me ama. — retrucou.

— Amo, mas as vezes fica bem difícil conviver com você.

— Kath é muito implicante. — Adam disse levando um peteleco no braço logo depois. — Ai, vadia!

— Sua mãe. — Kath disse.

— Não fala assim da tia. — eu disse.

— Chegamos, Pizza Girl. — Adam disse quando parou na frente da minha casa.

— Pizza girl? Quem? — perguntamos eu e Kath em uníssono mais uma vez.

— Você, Malfoy. Depois daquela vez da pizza marguerita nunca mais vou esquecer.

— Shhh, não é para falar. Obrigada pela carona, amo vocês e nos vemos amanhã, eu ligo se precisar de alguma coisa. — disse saindo do carro.

— Está escondendo carregamento de droga em casa? Para com essa mania de expulsar as pessoas. — Adam disse.

— Não. — disse rindo. — Eu tenho que fazer o meu almoço, tenho que ir.

— Tudo bem, tchau. — disse acelerando. Kath jogou um beijo e eu entrei em casa.

Suspirei de alívio, joguei a mochila no sofá, Kath sabia que eu gostava do sr. Müller, então com certeza ela desconfiou da minha despedida forçada, espalmei a mão no rosto, ele não podia ler os meus pensamentos, mas Kath podia e nem precisava ler realmente. Eu era mesmo tão transparente como ele havia dito? Se ele soube da minha mãe, com certeza sabia disso agora.

Subi as escadas para o meu quarto e me despi, entrei no banheiro e tomei um banho relaxante, me vesti com uma camiseta branca e um casaquinho cinza, pus uma calça porque o vento já balançava as folhas amareladas das árvores. Sequei meus cabelos com o secador e os prendi em um rabo, eu pensei no que poderia cozinhar para o sr. Müller, estrogonofe seria uma boa pedida. Sim, todo mundo ama estrogonofe. Pus uma sapatilha branca e desci as escadas, indo direto para a cozinha.

Eu havia desistido da ideia de cozinhar e tinha cochilado por dez minutos no sofá, teria cochilado mais se não fosse por uma batida incessante na porta que me fez despertar, levantei do sofá sonolenta e enfurecida. Abri a porta deixando toda a expressão enfurecida no chão, ele realmente tinha vindo, ele deixou a caixa que estava segurando no chão, abriu os braços e eu pulei, ele me abraçou com força, me fazendo deixar os pés flutuando no ar. Eu me sentia minúscula com aqueles grandes e fortes braços ao meu redor.

— Eu não esperava que viesse. — disse sorrindo com ele ainda me abraçando.

— Eu disse que viria. — ele disse finalmente me soltando.

— Eu duvidei um pouco.

— Te machuquei muito? — ele disse tirando o band-aid do machucado.

— Ai. — gemi. — Não, eu nem senti.

— Eu tive que tomar cuidado.

— Percebi, tive que mentir.

— Eu sei, eu agradeço por isso.

— Eu senti sua falta.

— Eu quase apareci lá, mas iriam desconfiar. Não quero complicar as coisas para você.

— Obrigada por isso. — o abracei de novo.

— Não foi nada, querida.

— Já disse que não sou sua querida.

— Me desculpe.

— O que você está esperando para entrar? — perguntei me afastando da porta.

— A baleia sair. — disse rindo, dei um tapa em suas costas quando passou por mim. — Isso doeu.

— Foi para doer mesmo, idiota.

— Eu também te amo.

— Eu não te amo, sr. Müller.

— Ama sim, você disse para a senhorita Lauper.

— Não me recordo disso.

— Eu trouxe o MacBook como prometido, onde posso colocar?

— Lá em cima, me siga. — disse subindo as escadas correndo com ele na minha cola.

— Aqui é o seu mundinho? — disse analisando o meu quarto.

— Na maioria das vezes.

— Então, quando a Alice não está no País das Maravilhas, o seu refúgio é o seu próprio quarto?

— Praticamente isso. Já leu esse clássico também?

— Muitas vezes, um dos meus preferidos. — disse em quanto tirava o meu velho computador da minha escrivaninha e pondo o MacBook recém-tirado da caixa no lugar.

— Obrigada, mas você sabe que não é necessário.

— Eu posso te dar mais que isso.

— Eu não quero nada de você.

— Mas eu quero poder te dar tudo o que você quiser.

— Eu não quero ficar te devendo tanto.

— Você não está me devendo nada, é um presente.

— Não acho que seja certo.

— Mas eu acho que você não tem muitas escolhas.

— Claro que tenho.

— Eu quero te levar para Nova York comigo.

— Você sabe que eu nunca aceitaria.

— Pelo fato de você não me conhecer?

— Praticamente.

— Bom, acho que depois do sonho que você teve, já deveria estar sabendo que eu não sou um cara normal.

— Não mesmo.

— Não acha que eu te amo o suficiente?

— Isso não é amor, isso é loucura!

— Sabe como mexer em um MacBook?

— Sim, Kath tem um.

— Ah, então o que cozinhou?

— Na verdade, nada.

— Como assim "nada"? — perguntou incrédulo.

— Nada do tipo zero, tipo nem ovo.

— Mas eu te pedi no sonho, eu sei que você se lembra.

— Mas eu não quis fazer, só isso.

— Ingrata.

— Eu?

— Sim, eu te compro um MacBook e você não pode simplesmente cozinhar para mim, que petulante.

— Eu não pedi nada, se for para ficar jogando na minha cara, eu prefiro que pegue até a poeira que deixou no meu chão e vá embora.

— Ah, então você quer ser a bravinha?

— Eu não sou bravinha.

— É sim. — retrucou me fazendo revirar os olhos.

— Você é tão infantil.

— Você é tão infantil. — disse me imitando, o que me deixou com mais raiva.

— Dá para você ir embora? — disse de cara fechada.

— Não, eu vou ficar aqui. — disse sentando na minha cama.

— Então eu vou.

— Claro que não vai.

— Vou, você não percebe, argh. — esbravejei. — Você é tão chato, insensível, maduro, completo e cheio de si. — disse batendo os pés no chão com raiva.

— Claro que sou. — disse indiferente.

— Viu! Está fazendo de novo, convencido.

— Bravinha.

— Idiota.

— Petulante.

— Intruso.

— Linda. — disse se aproximando.

— Para.

— Para. — me imitou.

— Palhaço. — disse deixando escapar uma risada.

— Finalmente desamarrou a cara, obrigado, meu Deus! — ele disse sorrindo. — Ri de novo.

— Não. — eu disse rindo.

— Eu vou apelar. — ele disse ficando a centímetros de distância de mim.

— Ah, vai? — eu disse andando para trás.

— Vou. — disse e como um foguete me pegou no colo e me jogou na cama. Suspirei pesado.

— Eu odeio a minha risada.

— Ela te deixa mais bonita. — disse e começou a fazer cócegas. Eu gritei e gargalhei.

— Para, por f-favor. — disse com dificuldade.

— Eu amo a sua risada. — disse parando e se deitando do meu lado.

— Eu acho que a Kath tem razão. — disse recobrando a respiração.

— O que você quer dizer?

— Acho que eu gosto de você, não do jeito que você gosta de mim, mas de um jeito diferente.

— Um jeito estranho?

— Tratando-se de você sempre vai ser estranho.

— Você não faz ideia.

— Com o que você me fez sonhar?

— Não reconheceu o buraco?

— Não.

— Hoje eu te mostro tudo.

— Como você pode gostar de uma pessoa que nem conhece?

— Eu conheço você.

— Como?

— Meu emprego me fornece coisas boas.

— E eu não posso perguntar com o que você trabalha?

— É claro que não.

— Foi o que eu pensei.

— Posso te mostrar o meu outro lado e te contar coisas pelos sonhos ao invés de cartas, acho que foi uma péssima ideia.

— Também acho, os correios iriam desconfiar eu indo todos os dias para mandar cartas.

— Garota esperta, foi o que eu pensei.

— Eu ainda acho que os e-mails são uma boa.

— E-mails são facilmente rastreáveis.

— Ah, tem isso. Você deve ser uma pessoa importante demais para perder tempo com garotinhas insignificantes.

— Você não é insignificante.

— Mas ainda continuo sendo uma garotinha.

— Você vai crescer.

— E você vai embora algum dia.

— Eu discordo.

— Eu acho que você ainda vai se cansar desse joguinho de conquista.

— Talvez, mas quando eu cansar vai ser porque já tenho você.

— Eu posso te contar uma coisa bem pessoal?

— Claro.

— Quando eu era mais nova... — comecei.

 — Mas você é nova.

— Não me interrompa.

— Desculpe.

— Obrigada.

— De nada.

— Continue.

— Claro. — disse tentando me lembrar onde eu tinha parado. — Meu pai traiu a minha mãe, ela o expulsou de casa, e eu o vi amaldiçoar o vento por isso, minha mãe chorava toda a noite se perguntando o que faltava aqui. Ele chorou quando ela o mandou ir embora, mas acontece que ele partiu seu próprio coração e desde então eu me fechei para tudo, até para os amigos.

— Você acha que não tem o suficiente para me fazer ficar com você?

— Não é bem isso, no fundo da minha alma, eu acredito que o amor nunca dura, temos que arranjar meios de nos mantermos com o pé no chão, com a cara bonita mas mesmo assim sozinhos.

— Você não acredita no amor, eu percebi isso.

— Sr. Müller, entenda que isso não é amor! Nada disso é real, você não sabe o que sente. — disse cobrindo o rosto com as mãos.

— E isso? — disse tocando o pequeno corte em meu rosto. — Você sabe que isso foi real.

— Você me provou que era real.

— Eu posso te provar que isso é real também, só me dê algum tempo para que eu organize as minhas ideias.

— Você muda toda a minha concepção de que eu estava feliz com a minha solidão, mantendo uma distância bastante confortável disso tudo eu estava bem, eu juro que estava, o que você sente é pura loucura.

— Isso é loucura, eu sei, mas é o que eu sinto.

— Eu não consigo corresponder, eu sinto muito.

— Não diz isso.

— Por favor, sr. Müller. Eu quero que me deixe em paz.

— Você é minha, entenda isso. Eu te escolhi.

— Mas eu não! O que minha mãe e Charlie pensariam?

— Me veja fazê-los mudar de ideia.

— Me deixe em paz, por favor. — disse chorando.

— Não chora, por favor. — ele disse me abraçando como um filhote. Continuei em silêncio, a habilidade dele de me acalmar era quase instantânea.

— Me desculpe. — sussurrei.

— Eu faria o mesmo se um estranho dissesse que me ama.

— Você não é um estranho.

— Sou o seu maníaco do parque. — ele disse me fazendo rir. — Está melhor?

— Estou.

— Sabe o que meus amigos dizem sobre você?

— Você tem amigos? — disse rindo e secando as lágrimas.

— Tenho, não muitos, mas um dia você vai conhecê-los.

— Assim espero.

— Você espera conhecer meus amigos?

— Não, eu espero que você tenha amigos. — disse mentindo. — Mas o que eles dizem?

— Que eu sou um idiota de pensar que você é pessoa certa para mim.

— Eu concordo plenamente.

— Aí eu disse à eles que você é um anjo que veio dos céus.

— Ai, quanto mimimi. — eu disse fazendo cara de nojo.

— Deixa eu me declarar. — ele disse fingindo irritação.

— Gay. — retruquei.

— Sou. — respondeu.

— Eu sei.

— Daqui a uns anos eu te mostro o gay. — ele disse me fazendo arregalar um pouco os olhos.

— Por que não me mostra agora? — disse provocando.

— Porque eu não posso.

— Sei. — disse indiferente.

— Não me provoque, você não sabe com o que está brincando.

— Claro que sei, com um idiota.

— Que te ama, sua ingrata.

— Você não aguenta sinceridade.

— Me engane que é melhor para o meu coração.

— Não vou ficar te iludindo, tenho uma tendência para deixar corações quebrados por aí.

— A bruxa má já quebrou corações?

— Eu não sou a bruxa má.

— Claro que é.

— Você é todo cheio de "não me toque" com essa pose toda de "sou o cara perfeito", nem vem.

— Você me chamou de quê?

— Chato, insensível, maduro e cheio de si.

— Eu sou chato até te ver triste.

— Não comece a citar Tolstói de novo.

— Sou insensível até te ver chorar.

— Eu disse para parar. — insisti já me emocionando.

— Eu sou maduro até te ver sorrir.

— Eu. Disse. Para. Parar. — disse pausadamente. — Qual parte você não entendeu?

— A que era para parar. — disse rindo e me fazendo rir também. — Eu estou com fome.

— Eu não vou cozinhar.

— Então eu vou.

— Na minha cozinha?

— Sim, a madame não quer cozinhar, então o macho alfa vai ter que agir.

— Acontece, macho alfa, — disse fazendo aspas com os dedos. — que eu não quero que você chegue perto da minha cozinha.

— Ela não é sua tecnicamente.

— Nem sua. — eu disse sendo infantil.

— Os Estados Unidos é um país livre, você não pode me impedir.

— Isso é invasão de domicílio! — retruquei.

— Mas você abriu a porta para eu entrar, não precisei arrombar nada.

— Eu te mataria.

— Você não tem força nem para impedir que eu te faça cócegas.

— Mas isso é um ponto fraco, uma mera exceção.

— Vamos, eu vou cozinhar para você hoje, vou ser o seu chefe. — ele disse quando levantou.

— Não quero levantar da cama. — disse rolando de bruços.

— Nem precisa, só espere. — disse e eu ouvi barulho de passos corridos na escada.

Aproveitei que ele tinha descido para soltar meus cabelos e ficar descalça, desfiz a cama e deitei confortavelmente até voltar ao sono que ele tinha interrompido.

"Dormiu de novo, Bela Adormecida?" — ele disse em meio às luzes que piscavam de novo, o mesmo buraco infinito.

"Dá para parar de interromper meus sonhos? Assim fica difícil." — eu resmunguei.

"Não, não dá. Eu estou cozinhando, sabe o quanto é difícil fazer duas coisas ao mesmo tempo?"

"Vai cozinhar e me deixe dormir em paz."

"Eu quero conversar com você."

"E eu quero dormir, eu acordei cedo hoje caso queira saber."

"E eu tive que pegar o meu avião para vir, viagens de avião são bastante cansativas."

"Tá, que seja, me deixa dormir."

"Não. Diz que me ama que eu volto a cozinhar e te deixo dormir."

"Só se me responder uma coisa."

"O que quiser."

"Por que comprou o MacBook para mim?"

"Porque você precisa de um bom computador."

"Não um computador caro."

"Dinheiro não é problema."

"Eu sinto que estou te devendo."

"Meu dinheiro é seu, eu te dou um pouco mais porque eu te amo."

"Por que você nunca vai embora?" — reclamei.

"Porque eu quero sempre passar mais tempo com você. Me diga a verdade, você sentiu a minha falta como disse quando eu cheguei? Eu não vou esquecer nada."

"Senti, sua chatice faz falta, eu odeio me acostumar a falar com você porque quando você some, eu me sinto vazia."

"Eu gosto quando você se expressa, fica mais fácil de admitir a cada palavra que você diz. Agora diga que me ama."

"Eu te amo." — disse de saco cheio.

"Um dia ainda vou ouvir um desses só que verdadeiro sair da sua boca por livre e espontânea vontade, você vai estar muito bem acordada."

"Um dia, quem sabe. Aquele... como é? 30 de Fevereiro."

"Então ótimo."

"Naquele feriado, dia de São Nunca."

"Você me distraiu por um segundo, espertinha."

"Eu sei que sou."

"Convencida."

"Aprendi com você. ME DEIXA DORMIR." — gritei.

"Minha cabeça dói."

"Eu preciso dormir em paz, sabe? Do tipo, sem você."

"Eu posso te beijar?"

"Só nos seus sonhos."

"Então, posso considerar liberado te beijar enquanto está aqui?"

"Não foi isso o que eu quis dizer."

"Mas disse, e agora eu vou voltar a cozinhar, já estou satisfeito. Boa noite, Boo."

"Você me chamou de quê?" — perguntei sorrindo, eu tinha gostado.

"De Boo, lembra?"

"De quê?"

"Seu filme de animação preferido."

"Não é meu preferido, é um dos preferidos."

"Que seja."

"Boa noite, gatinho." — disse imitando a voz da Boo, fazendo-o rir.

"Boa noite, Boo."

Ele disse e as luzes pararam de piscar, eu parei de cair e o carro havia sumido.

— O almoço, ou devo dizer jantar, não sei, está pronto. — ele gritou, parecendo vir da escada, me fazendo despertar.

— Obrigada, o que você cozinhou? — perguntei quando ele entrou com uma bandeja na mão.

— Caldo de ervilha com bastante bacon. — disse pondo a bandeja no meu colo com dois pratos fundos com caldo.

— Já disse que te amo? Porque eu te amo. — disse sentindo o cheiro maravilhoso do caldo entrar pelas minhas vias aéreas.

— Sabia que iria ouvir isso, eu também te amo. Mas cuidado que está muito quente. — ele disse quando eu já tinha posto uma colherada fervendo na boca.

— Ai! — gemi. — Tá muito quente. — disse soltando a colher.

— Eu avisei, seu projeto de anta.

— Anta é a sua mãe. Me ajuda. — disse com os olhos cheios de água.

— Me deixa ver, põe a língua para fora, fala "A". — pediu segurando no meu queixo.

— Não vou fazer isso, é humilhante demais. — disse e ele me olhou de cara feia. — AAAA — disse com a língua para fora com cara de indiferença.

— Está só um pouco vermelha. — disse analisando a minha língua queimada como se a situação não fosse ficar pior. — Assopra antes.

— Não quero mais comer.

— Ah, vai sim. Eu fiz com tanto carinho.

— Lavou a louça?

— Lavei.

— Que bom, porque eu é que não ia lavar.

— Imaginei, preguiçosa.

— Sou.

— Vai comer?

— Não.

— Quer que eu te dê?

— Não, eu não sou nenhum bebê.

— Para mim você é, o meu bebêzinho.

— Você fala igual a minha mãe.

— Vem, eu vou te dar na boca mesmo. — disse pegando uma colherada e assoprando.

— Isso é muito humilhante.

— Só estou cuidando de você. Abra a boca. — pediu e eu abri sentindo o gosto de caldo delicioso.

— Está uma delícia. Parece que o macho alfa sabe cozinhar.

— Fui bem educado. — disse assoprando outra colher e pondo na minha boca.

— Imagino.

— Nasci prendado. — assoprava outra e punha na minha boca.

— Já pode parar de se gabar.

— Na hora que estava ficando bom.

— Eu já acho que está na temperatura normal, posso comer sozinha.

— Tudo bem, não se queime de novo, por favor. — disse me dando a colher e eu comecei a comer novamente, dessa vez com mais calma.

— Obrigada. — disse quando terminei, ele já havia terminado e só estava me esperando.

— Você gostou?

— Não está óbvio? — disse sorrindo.

— Não, quero ouvir da sua boca.

— Eu amei, estava muito, muito bom.

— Vou lá lavar e volto depois que comprar sorvete.

— Eu vou engordar desse jeito. — disse rindo.

— Eu pago uma cirurgia de lipoaspiração se for o caso. — disse pegando o pratinho da minha mão e desceu as escadas.

Fui ao banheiro e escovei os dentes, tirei o meu casaco e troquei pela jaqueta do sr. Müller que estava guardada secretamente e estrategicamente debaixo de uma pilha de roupas minhas, peguei A Menina Que Roubava Livros e terminei de ler.

— Eu trouxe seu sabor preferido de sorvete. — disse aparecendo na porta do meu quarto me fazendo sobressaltar de susto.

— Santo Deus, sr. Müller, você me assustou.

— Desculpe, e eu trouxe duas colheres. — disse mostrando o pequeno pote de sorvete de amora e as colheres, me fazendo sorrir.

— Aonde está o menino super educado?

— Bem aqui. — disse sentando ao meu lado da cama me fazendo pôr o livro no criado mudo.

— Bons meninos usam potes.

— Mas os maus meninos fazem isso melhor. — disse deixando o pote de sorvete com as colheres ao lado do meu livro e colou a boca na minha.

Fechei os olhos, ainda sem fazer sequer movimento, ele continuou ali, sorrindo contra a minha boca e eu correspondendo o seu sorriso, não sei se ele achava se deveria continuar ou não, eu não queria saber, eu queria ser beijada por ele. Abri os olhos para ver se aquilo era mesmo real, ele estava me encarando com seu olhos azuis, o que me fez rir de novo.

— Você está me desconcentrando. — ele disse rindo e se afastando.

— É isso o que os maus meninos fazem? Acho que já vi melhores. — disse provocando.

— Eu estou tentando achar um jeito de não tirar a sua roupa enquanto faço isso. — ele disse me fazendo suspirar.

— Acha que consegue? — perguntei como se fosse algo normal.

— É que eu não costumo beijar gentilmente, sem uma segunda intenção. — ele disse me fazendo corar.

— Sei o que quer dizer, não é o tipo de bom garoto que sabe o que é o romantismo.

— Acorda, os maus meninos que são românticos só existem nos livros.

— Você não é um vilão, olhe só para você, prometendo mundos para uma garotinha indefesa? É isso o que você chama de vilão? Por favor.

— Eu vou te mostrar o pior vilão que eu consigo ser, é só você esperar.

— Preciso dizer que não tenho muita paciência e nem todo o tempo do mundo.

— Dentro de todos nós há uma chama, e você, Boo, está deixando a minha acesa e eu tenho medo de não poder controlá-la.

— Então não controle-a.

— Cale essa maldita boca. — disse e me deitou, me assustando de primeira e depois encostando sua boca na minha de novo, dessa vez com determinação.

— Foi você quem pediu para ver o pior vilão que eu poderia ser, acha que aguenta?

— Totalmente.

Ele se apoiava com os joelhos para não jogar todo o peso no meu corpo, o cheiro de sua jaqueta subiu e eu fechei os olhos, eu estava totalmente presa, agora não tinha mais volta, era óbvio que eu o amava, eu sabia disso, ele separou os lábios dos meus. Praguejei internamente.

— Tem certeza do que está pedindo? — disse.

— Tenho, Santo Deus, pare de me torturar. — eu disse e ele me olhou malicioso, encostou sua boca na minha de novo, fechei os olhos e me deu um selinho firme e demorado.

— Isso é uma tortura para você? — ele sussurrou com os lábios nos meus, puxando-os com os dentes e soltando-os, fazendo-me abrir os olhos.

— Você não faz ideia. — eu disse com o maxilar trancado.

— Acho que a boa menina quer um beijo. — disse sugestivo.

— Acho que o mau menino quer mais coisas.

— Parece que a boa menina tem uma boa intuição em relação ao mau menino.

— Parece que o mau menino deveria fazer o que foi pedido.

— Deixe-me de dizer uma coisa muito importante para que isso continue. — disse chegando perto do meu ouvido, ele assoprou o meu pescoço, me fazendo estremecer e mordeu o lóbulo da minha orelha. — Os maus meninos não recebem ordens.

— Parece que hoje eles recebem.

— Uh-oh. Acho que não. — disse para finalmente segurar na minha nuca e encostar nos meus lábios para valer.

Ele movimentou os lábios, me fazendo sentir como uma rainha, eu estava totalmente dominada pelo desejo, nunca tinha me sentido assim antes, eu sabia que ele era o único, senti sua língua acariciar meus lábios, e com ele não tinha essa de dar permissão, eu sentia que o meu corpo já conhecia o dele, foi totalmente automático, fui sentindo sua língua entrar em minha boca lentamente, o gosto de hortelã de creme dental, ele segurou mais forte em minha nuca como um apertão, tombei a cabeça para trás e ele acompanhou, acho que era isso que ele queria, que a minha cabeça tombasse, o seu beijo era doce, rápido e refrescante, eu me sentia a rainha das nuvens. Passei o braço direito pelo seu pescoço trazendo-o para mim e deixando o beijo do jeito que eu queria, lento, e como eu pensava, ele não cederia tão fácil, então ele se afastou.

— Quer sorvete? — perguntou como se nada tivesse acontecido. Pegou as colheres e me ofereceu uma.

— Quero. — disse aceitando-a. Ele pegou o pote de sorvete, abriu e pegou uma colherada para si.

— E o leão se apaixonou pelo cordeiro.

— Crepúsculo. — notei.

— Eu não sou um vampiro.

— Poderia ser.

— Não.

Me aquietei e continuei a comer, depois da décima colherada eu me sentia cheia.

— Preciso de água. — eu disse e ele assentiu me entregando as colheres e o pote já no fim. — Quer um copo?

— Sim, por favor, bem gelada.

Desci as escadas até a cozinha, pus o pote de sorvete na geladeira, as colheres na pia e peguei a água do lado de fora da geladeira, dois copos, gelada. Tomei o meu e pus o copo na pia, subi com um copo cheio de água para o sr. Müller.

— Sua água. — disse lhe entregando o copo.

— Está cansada, Boo? — ele perguntou bebendo a água em quatro longos goles.

— Bastante. — eu respondi ao me sentar na cama ao seu lado.

— Deite comigo e durma, não vou interromper seu sono novamente. — disse e pôs o copo no criado-mudo.

— Sério?

— Eu prometo. — disse se deitando. — Deita aqui. — ele disse, eu me deitei e me recostei no seu peito.

 — Não vai me atrapalhar?

— Não, eu vejo que está cansada.

— Agradeço muito, por tudo.

— Só estou retribuindo o que você faz para mim.

— Você disse que seria o vilão e não o mocinho.

— Eu sei, eu tenho que te recompensar, então, se isso significa expressar meus sentimentos, eu irei fazer.

— Posso dormir? — eu disse o abraçando.

— Sim, Boo. — ele respondeu afagando meus cabelos. — Eu te amo.

— Eu também te amo, sr. Müller. — disse de olhos fechados.

Se eu pensava que a voz dele era incrível, o jeito que ela me envolvia em silêncio era ainda mais, eu sentia que ele me entendia melhor do que qualquer pessoa, mesmo quando não falava nenhuma palavra. Se eu achava que o toque dele era inesquecível, a forma em que ele acordava a minha pele, mesmo quando era apenas um gesto simples, me deixava atônita. A sua boca bonita fazia com que o jeito que ele me beijava ser de outro mundo, tão completo, uma coisa única na vida. Eu só descreveria-o como perfeito.

Acordei vendo ele dormir, me afastei e continuei encarando a sua beleza, ele coçou os olhos como um bebê e os abriu.

— Sabia que você não parece nem um pouco um mau menino quando dorme?

— Eu não queria falar nada mas você fala dormindo.

— O que eu falei?

— Não vou te dizer, mas foi o suficiente para me fazer acreditar que eu consegui o que queria.

— O que você queria?

— Que você se apaixonasse por mim.

— Eu disse "eu te amo" ou algo parecido?

— Não, muito mais complexo do que isso. Você citou Shakespeare.

— O que eu disse?

— Não vou falar.

— Por favor, deixa de ser criança.

— Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio. — ele disse com uma voz grave.

— Pode dizer de novo? Eu quero anotar. — disse procurando pelo meu celular e pondo nas Notas.

— Assim que se olharam, amaram-se; — fez uma breve pausa para dar tempo de eu anotar. Digitei.

— Continua.

— Assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; — disse e fez uma pequena pausa, digitei.

— Hmm?

— Assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio. — ele terminou de dizer e eu de anotar. — Por que quer anotar isso?

— Não sei, achei importante.

— Sabe eu não vou deixar em paz nos seus sonhos hoje, não sabe?

— Desconfio.

— Se eu fiz isso, — disse tocando o pequeno corte que havia feito no meu rosto. — eu também posso fazer outras coisas, e eu acho melhor você pedir um cachecol para a sua mãe, vai precisar.

— Por que? — perguntei desconfiada.

— Você vai ver, algo relacionado à isso. — disse encostando os lábios no meu pescoço e beijando.

— Mas vai deixar marcas.

— A intenção é essa, por isso disse do cachecol, não é possível que você seja tão inocente.

— Um alô para os meus treze anos.

— Eu já transava aos treze anos. — o encarei com os olhos arregalados. Treze, meu Santo Deus.

— Eu não sou você. — disse apavorada.

— Claro que não, nos seus dezoito a gente conversa sobre isso.

— Sobre o que? — perguntei.

— Do que estamos falando agora? — perguntou sarcástico.

— Ah, desculpe.

— Você é tão lerda que dói.

— Você tão frio que dói.

— Eu não sou frio, o que vai doer em você não é nem um pouco frio. — ele disse e eu ri, não acreditando que ele tinha falado.

— Inacreditável. — disse gargalhando. 

— Isso você entende rapidinho. — disse rindo.

— Você que começou. — eu respondi ainda rindo.

— Está ficando escuro, que horas são? — perguntei mudando de assunto e ele olhou em seu Rolex.

— São seis da tarde, ainda tenho que pegar um voo para Nova York.

— Você me disse ontem que estava em Chicago.

— E eu estava, mas os planos mudaram e eu tive que voltar para a empresa da minha mãe, tive que sair do meu outro emprego por um tempo, pedi uma licença.

— Quantos empregos você tem?

— Atualmente um, na empresa da minha mãe.

— Quem é a sua mãe?

— Mary Müller, editora chefe da Poise.

— Você é filho da Mary Müller? — disse assustada. — Santo Deus!

— Deus não vai te ajudar agora, e sim, eu sou, eu trabalho para ela e sou muito bem remunerado se quer saber.

— O que mais de você eu ainda não sei? — perguntei rindo.

— Muita coisa.

— Ainda vou descobrir?

— Talvez não tudo.

— Ainda vou conhecê-la?

— Ela não tem muito tempo, mas posso ver isso daqui uns anos.

— Marcar um jantar com qual data?

— Um sábado, quando você fizer dezoito, em Paris.

— Em Paris? — disse irônica.

— Sim, eu te prometo.

— Duvido, você vai esquecer.

— Não vou, prometo isso também.

— Dezoito anos está muito longe.

— É quando eu vou poder te tirar do país e seus pais não mandarem a INTERPOL atrás de mim.

— Então tá, por que no sábado? — perguntei intrigada.

— Eu gosto de sábados.

— Eu também, ainda vai vir me ver no meu aniversário?

— Daqui a menos de duas semanas, sim.

— Não vai dar mais nenhuma escapada?

— Não posso e nem devo.

— Mamãe não deixa? — perguntei irônica.— Não, tenho bastante trabalho por lá.

— As modelos da Poise devem tomar bastante o seu tempo.

— Bastante. — ele disse e eu revirei os olhos. — Odeio quando faz isso.

— Isso o quê?

— Revirar os olhos, não faça de novo. 

Nos afastamos.

— Argh, você é muito chato.

— Já me disse isso.

— Chato. — dei língua.

— Quem dá língua pede beijo.

— Talvez eu esteja.

— Sério?

— Não.

— Duvido que não, você gostou, eu sei que gostou. — ele disse convencido.

— Dá para o gasto. — respondi como se tivesse alguma experiência.

— Prepare seu pescoço, peça à sua mãe um cachecol, você vai precisar.

— Você disse isso, não acredito em palavras.

— O que quer dizer?

— Que você fala demais.

— Eu falo demais senhorita amo Shakespeare ao ponto de citá-lo dormindo?

— Cala a boca.

— Vem calar.

— Não vou me dar ao trabalho.

— Você é tão passiva.

— Cadê o macho alfa?

— Bem na sua frente. — disse e iniciamos um beijo rápido e com pressa.

Ele me abraçou sem tirar os lábios dos meus por um segundo, a velocidade em que tudo acontecia era como correr, em um segundo eu estava deitada e no outro estava abraçada em seu colo, minha respiração começou a ficar fraca por não ter mais oxigênio nos pulmões, ele percebeu e me deu um selinho, abri os olhos e encostei minha testa na dele, ele abriu os olhos e suspirou.

— Depois de um tempo você aprende a controlar seu fôlego.

— Temos diferenças físicas e biológicas. — respondi ofegante e ele riu pelo nariz.

Respiramos fundo, seu peito subia e descia rapidamente encostado no meu, ele sorriu.

— O que foi? — perguntei.

— Não achei que seria capaz de ser assim.

— Como?

— Tão gay. — ele disse gargalhando.

— Mas você é.

— Sou o quê? — ele disse e apertou minha cintura me levando para baixo automaticamente, forçando contato entre nossos quadris.

— Nada. — disse depois de um gemido.

— Bem melhor. — ele disse quando acariciei minha nuca e depois subiu para os meus cabelos, pus a mão no seu rosto e ele passou o braço pela minha cintura, me deixando completamente presa à ele. Deixei a boca semiaberta e ele entendeu o recado, nossos narizes se encostaram e ele passou sua língua pelo meu lábio inferior, minha língua reencontrou a sua como se fossem conhecidas de longa data, dançavam em perfeita sincronia, com calma, dei um selinho procurando por ar novamente.

— Seu voo. — sussurrei.

— Ah, claro. — ele disse e eu saí de seu colo.

Ele levantou e abaixou para me dar um selinho.

— Eu não imaginaria que você me faria fazer isso, Boo.

— Nem eu, obrigada.

— Pelo quê?

— Por fazer o meu almoço, por comprar o meu sorvete preferido e por me beijar.

— Eu sou o macho alfa, tenho que agradar a fêmea se quero conquistá-la.

— Está funcionando.

— A intenção é essa, vou lavar as colheres que eu tenho certeza que você não lavou.

— Claro que não, eu vou lavar.

— Não, eu sujei, eu lavo. — ele disse sendo cavalheiro.

— À vontade então, macho alfa. — eu respondi rindo e ele me deu outro selinho e foi em direção à porta.

— Eu te amo, Boo.

— Eu também te amo, sr. Müller.

— Eu não gosto que me chame pelo meu sobrenome.

— Você ainda não me disse seu nome.

Matthew, mas para você pode ser marido.

— Vai sonhando, — disse revirando os olhos e completei. — Matt.

— Bem melhor. — disse e saiu.

Passei o resto da noite assistindo Cake Boss na sala, Kath não ligou e nem Adam, pensei no jantar então decidi mandar uma mensagem para Kath:

Eu: E aí, como foi o jantar?
Kath: Maravilhoso, minha mãe amou o Adam e agora eu estou oficialmente namorando.
Eu: Minha vadia desencalhou, amém.
Kath: Agora só falta você.
Eu: Na verdade não, mas conversamos sobre isso depois.
Kath: Acorda, eu já sei sobre o Müller, você o ama.
Eu: Não, claro que não.
Kath: Me conta logo.
    Mordi o lábio, eu não poderia contar.
Eu: É verdade, eu o amo.
Kath: Isso eu já sabia, me conta o que eu não sei.
Eu: Ele estava aqui em casa.
Kath: Safada.
Eu: Não, nada disso. Mas é...
Kath: Estou um pouco ocupada, amanhã conversamos.

— Mãe, você tem algum cachecol que possa me emprestar? — eu disse entrando em seu quarto.

— Claro, pegue lá no meu armário. — ela respondeu sem tirar os olhos do seu exemplar de Diário de Uma Paixão.

— Quero usar amanhã. — eu disse quando abri seu guarda-roupas procurando por um bonito.

— É uma ótima pedida para o outono. — mamãe comentou tirando a atenção de seu livro. — Pegue aquele marrom ali, fica ótimo com aquela sua jaqueta da mesma cor.

— Sim, obrigada. — eu disse visualizando o look na minha cabeça, peguei o cachecol. — Boa noite. — disse quando saía.

— Durma com os anjos. — mamãe respondeu se despedindo.

— Irei. — gritei do quarto e deitei, esperando mesmo dormir com os anjos, mas não qualquer anjo, o meu anjo.

E as luzes recomeçaram a piscar, sorri.


Notas Finais


Deem ideias para o sonho, o próximo capítulo será só o sonho, então pode ser que fique pequeno — o que é péssimo e eu odeio. —, para evitar isso estou pedindo todo o tipo de ajuda.
Esse capítulo foi TODO dedicado à vocês.
Obrigada e até o próximo.
XXO
Lola


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