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História O mundo de Avatar sem o Avatar. - Eu te amo, maninha.


Escrita por: Cotinha

Notas do Autor


Olá. Estamos quase chegando no final, hein. Finalmente hahahahhaa. Boa leitura, espero que gostem :3

Capítulo 27 - Eu te amo, maninha.


Fanfic / Fanfiction O mundo de Avatar sem o Avatar. - Eu te amo, maninha.

Dia dezenove, dois dias para a festa.

 

Sokka pensando:

Quão grande pode ser esse barco que eu não acho o refeitório? Minha barriga já estava roncando assim que coloquei o pé para fora daquele hotelzinho, as duas horas na fila, mais o tempo de embarque e tudo que veio depois não ajudaram em nada e minha barriga está urrando, literalmente. Já percebi o olhar de umas duas ou três mulheres sobre mim enquanto eu passava, minha vontade era virar e falar que a culpa não era minha, porém não seria nada educado e com certeza eu gritaria, tamanha a minha frustração.

Como alguém consegue ficar sem comer? Como alguém consegue não se alimentar a cada meia hora? Essas pessoas não devem ser humanas, não podem ser, assim como aquele amiguinho careca da Toph. Só de pensar nele sinto meu nariz torcer de desgosto. Como aquele nanico vive sem carne? Não é à toa que é tão magrinho, consigo ver os ossos dele de longe. Bom, ele é um monge, acho que precisam ser leves e tudo mais, o negócio com ar e... tanto faz, isso não importa.

Mesmo esses milhares de devaneios sobre o peso ou não do nanico careca não me tiraram da minha fome. Okay, a coisa estava ficando séria, eu poderia desmaiar, assim sem mais. Comecei a apertar o passo e quando vi estava chegando no fim do corredor, a única saída era virar à direita, que foi o que eu fiz, sem desapertar o passo. Escutei vozes e algumas risadas, comecei a me animar com aquilo, só podia ter a ver com comida. As pessoas felizes e sorridentes, de bem com a vida e bom astral sempre estão rodeadas de comida.

Quando percebi já estava correndo em direção a abertura lateral quase no fim do corredor. Já podia imaginar o gosto da carne e do molho e do arroz e das batatas e dos frutos do mar e coisas fritas e um belo suco de cacto para finalizar, tantas imagens deliciosas que vinham à minha cabeça que quando esbarrei num grupo simplesmente murmurei algo que pensando bem agora, não deve ter sido uma desculpa muito boa, e continuei a correr. Finalmente a distância foi diminuída e dei de cara com as mesas de comida. A decepção tomou conta de mim. Fui na expectativa que iria comer um banquete, ou no mínimo, um pouco de carne e molho quente, porém só vejo na minha frente sacas e mais sacas de pães e laranjas. Fala sério, pães e laranjas(?), que tipo de embarcação que eu fui me meter. Paguei por essas passagens na maior confiança de que poderia comer bem e economizar na peça hoje à noite, visto que as entradas não devem ser lá muito baratas, todavia vejo que terei que abrir o bolso e comprar comida lá, o que é um empecilho enorme, mesmo. Pelo menos nossa estadia está garantida, Zuko super falou que poderíamos ficar na casa, junto com todos os outros jovens que só chegariam amanhã. Bufando me dirigi a primeira mesa da fila, mesmo decepcionado com o magro desjejum, é o que eu teria.

A disposição de mesas e cadeiras era incomum, geralmente os lugares se dividiam e a comida ficava num extremo da sala, distante das mesas e cadeiras, para que a circulação não atrapalhasse quem estivesse comendo. Nesse lugar, quem organizou, simplesmente não se importou com nenhum tipo de incômodo que alguém poderia ter e fez do seu jeito. O resultado foi um salão grande que parecia superlotado, mas não estava nem perto da capacidade máxima. O problema foi que as mesas e cadeiras se encontravam centradas ao redor das bancadas de comida, o que complicava muito a locomoção.

Meu humor já estava abalado pelo tipo de refeição que decidiram servir e ainda me vem com essa de eu ter que pedir licença a cada três passos porque uma cadeira estava no meu caminho, ou tinha que parar porque um pivete qualquer passou correndo pelas minhas pernas e eu quase que caio com bandeja e tudo. Devo ter demorado muito tempo entretido com a laranja que parecia mais bonita e o pão que estava mais escurinho, pois quando me virei para sentar, o salão estava cheio. Quando digo cheio, era mesmo, parecia que não tinha mais espaço para uma única nova respiração. Bufei, frustrado, e larguei a bandeja, catando minhas duas frutas e meu pão. Caminhei para fora, sendo constantemente amassado pelos brutamontes do barco. Suei um pouco e quando finalmente sai daquele ambiente claustrofóbico, pude inspirar e expirar o ar suavemente. Depois de recomposto, fui andando pelo barco.

Minhas laranjas estavam doces, não me arrependo de perder tempo escolhendo elas tão cuidadosamente, e o pão estava crocante, porém meio frio. O tempo foi passando e o sol já estava alto e forte quando veio a voz do capitão anunciando que chegaríamos mais cedo, finalmente uma boa notícia para o meu ouvido.

 

O barco atracou no pequeno porto da ilha e eu fui acordado pela euforia de todos. Desci com minhas malas e encontrei uma Katara sorridente agarrada no príncipe que tinha um sorriso que nem cabia no rosto. Com toda a certeza eu não shippava aqueles dois, mas devo admitir que preferia muito mais ele do que aquele metido do Jato. Apertei os olhos fortemente ao lembrar daquele palhaço e o que ele fez para minha pequena, minha atitude foi reparada por eles, que encurtaram rapidamente a distância e se mostraram preocupados comigo. Eu não iria correr o risco de estragar a alegria deles com aquele assunto passado, então dei uma desculpa qualquer de que estava tentando desembaçar a vista porque estava dormindo. Eles assentiram e Zuko começou a nos levar pela ilha.

A casa de verão da família não era grande como o palácio, mas facilmente englobaria cinco ou seis casas da minha tribo. Eu e minha irmã estávamos boquiabertos e Zuko ria com aquele jeito desleixado e divertido dele. Ele nos levou a um quarto e disse:

- Não se preocupem com aquele anúncio besta de: se preparem para dormir no chão. – Ele disse fazendo aspas na frase que nunca nem tínhamos ouvido. – Podem usar esse quarto antigo meu, a cama não é das melhores, mas basta.

Num jeito preguiçoso ele pegou a mala dele e jogou no guarda-roupa, nos encorajando a fazer o mesmo. Não desfizemos as malas e nem iríamos, nossa estadia ali seria curta, tínhamos vindo pela peça e pela praia, nem aquela festa eu queria participar direito.

- Zuko, vai ter muita comida na festa da sua irmã? – Perguntei com um meio sorriso enquanto abria o fecho da minha mala e pegava uma roupa de banho.

- Claro que vai. – Ele riu, também pegando uma roupa de banho para ele. – Tudo do bom e do melhor.

Aquela notícia me alegrou, eu estava sim querendo participar daquela festa agora, e muito. Ri com o fato de que comeria muito na festa, que tinha tudo para ser ótima. Toph viria, só aquilo já bastava, mas a comida sempre ajuda.

- Hum, amor? – Escutei o murmúrio de Katara, meio tímido, ela devia estar ponderando se devia chamar o dominador de fogo assim na minha frente.

- Sim? – Zuko se virou pra ela enquanto tirava a camisa e começava a dobrar.

- Que coisa era aquela de dormir no chão? Os jovens que vão vir amanhã terão que fazer isso? – O tom de preocupação dela era eminente, mas ao mesmo tempo que ela se mantinha firme na fala, seu rosto adquiria tons cada vez mais rosados. Ela estava ficando rubra, muito rubra, porque Zuko estava tirando a camisa, sério isso?

- Não se preocupe, linda. Vai dar tudo certo, somos todos jovens e dormir no chão uma noite não será problema. – Ele se aproximou dela, passando as mãos dos seus ombros até encontrar as dela, as unindo a dele e acariciando com o dedão. – O chão pode ser melhor do que acha.

Ele se inclinou e depositou um selinho na minha maninha. Okay, aquilo estava indo longe demais para meu gosto.

- Para, para, para! Afasta aí mocinho quente, não sou obrigado.

Eles se soltaram e riram, Zuko bem mais abertamente que Katara.

- E veste uma camisa cara, ninguém aqui quer ficar contando seus gominhos.

Ele dirigiu o olhar para sua barriga, soltando um risinho e se virando de costas, a procura de uma camisa na sua mala. Eu bufei e terminei de me arrumar. Deixamos Katara sozinha para que pudesse se trocar. Já na frente da casa, Katara nos alcançou correndo e um pouco cansada pela recente acelerada se jogou em Zuko, que a carregou pelo caminho que levava a praia.

Eu só consegui pensar em uma coisa: OOGIE. (N/A: Pra quem não sacou, vai ler as hqs, nunca te pedi nada hahahaha, vai amar.)

Parecia que o mar nunca iria chegar, eu só queria me afundar e parar de ver aquele cara dando em cima da minha maninha, uma criança praticamente.

- Pronto casal, chegamos. Agora se me derem licença, vou me afogar para não ver mais isso.

- Não enche, Sokka. Vê se para hein. – Katara disse saindo do colo de Zuko e soltando seu coque, deixando os cabelos completamente soltos.

- Fecha a boca garotão, vai afogar a areia. – Ri abertamente para a expressão de Zuko.

O dominador de fogo me deu um soquinho brincalhão no ombro esquerdo e eu neguei com a cabeça, ainda rindo um pouco, enquanto tirava a roupa e me preparava para a água gelada.

 

A tarde foi agradável, tirando aquelas conversas melosas de: o mar não é nada comparado a você, o sol não brilha tanto quanto seus olhos e blá blá blá. Juro que se meu estômago tivesse algo além de laranjas, eu vomitaria tudo. Falando nesse amiguinho aqui, ele está faminto, mas na casa da família real não tem comida, já que ninguém nunca ia ali e a festa só seria depois de amanhã, já de noite, não tinha porquê os preparativos já começarem.

Todos prontos e limpos, fomos caminhando para o teatro. O casal seguia de mãos dadas e eu já estava cansado de segurar aquela vela interminável, queria saber quando minha linda baixinha viria, precisava pelo menos dar um oi para ela, isso deixaria as coisas melhores. Fui pensando nos sorrisos e brincadeiras de Toph e quando me dei por mim já estávamos na porta do local. A duração era de uma hora, nada insuportável, embora Zuko já tivesse me avisado que seria um porre só, claro que longe dos ouvidos da mais jovem, afinal ele não queria perder pontos com ela. Eu deixei eles sentados e fui buscar comida para nós. Voltei um tempo depois, munido de vários salgadinhos e bebidas, Katara recusou o suco de cactos, já eu e Zuko mandamos para dentro coisa de cinco ou seis latas cada. Suco de cactos era uma das minhas bebidas favoritas, exportada do deserto do reino da Terra. Não era alcóolica, mas dava uma sensação boa e isso que impedia Katara de tomar, ela parecia minha mão quando falava: isso só pode fazer mal, olha o estado que ela te deixa. Só não existem pesquisas para descobrir os efeitos porque vende como água e blá blá blá.

 

A peça passou um pouco do horário, já que tinha começado atrasada, pelo visto um dos atores principais teve uma daquelas emergências que necessitam de banheiro e paciência. Eu não me importei, estava alimentado e feliz e nada poderia retirar as lembranças dos curtos momentos com Toph. Quanto a peça eu nem sei o que dizer, não prestei mais atenção do que teria prestado se uma lesma estivesse cruzando o palco. Levantamos e esticamos a perna, preguiçosamente. A caminhada de volta foi calma e fria o que, com toda a certeza, não combinava nada com aquela tarde ensolarada que tivemos na praia.

Chegando na casa, eu me joguei na cama com roupa e tudo e virei para a porta, de onde vinha cochichos. Claro que era o casalzinho. Forcei a audição e pude escutar algumas palavras como:

-... eu acho que eles poderiam ter melhorado aquela parte de... – Era sobre a peça, não estava interessado, deitei a cabeça pesadamente e bufei alto, esperando que eles me escutassem e percebessem meu cansaço.

Nada aconteceu por alguns minutos, então levantei a cabeça e pude ver os dois se beijando na minha frente. Bom, se beijando é eufemismo, estavam se comendo sem dó e eu não tava afim disso, voltei a cabeça a encontro do travesseiro e gritei:

- Larguem-se agora mesmo e vamos todos dormir.

Eles se soltaram, a contragosto, pude reparar pelos murmúrios que soltaram, altos demais até. Deram mais alguns beijos bem estalados e eu estava afim de gritar o maior OOGIE da minha vida, porém me segurei.

- Pronto, maninho, tudo terminado. Não vai trocar de roupa? – Ela me perguntou, se aproximando do guarda-roupa e colhendo uma muda de roupa, voltando para a porta e dando para Zuko, mais um estalo e a porta foi fechada.

- Não. Se apressa que quero apagar as luzes logo.

Ela começou a se trocar no pé da cama enquanto mantinha um sorriso enorme no rosto. Eu revirava os olhos para os comentários que ela fazia sobre o príncipe e sempre que podia soltava comentários irônicos como:

- Sério mesmo que o cabelo dele é tão macio assim, amiga? Nossa, amanhã eu preciso tocar.

Ao que ela respondia rindo e pedindo desculpas, só para repetir a mesma atitude e embora eu zoasse toda hora, ela simplesmente não perdia o bom humor.

Depois que terminou de se arrumar, eu agradeci e levantei para escovar os dentes. Ela reclamou dizendo que eu deveria já ter feito aquilo, simplesmente dei de ombros, retirei a camisa e deitei na cama que dividiria com ela.

- Nem pense em sair daqui. Eu tenho sono leve.

- Ah, tem sim. – Ela riu e me deu um cutucão nas costas. Me virei para ela, que estava me olhando séria. – Maninho, não se preocupa comigo, tudo vai dar certo.

- Só quero te proteger.

A mão dela foi para minha bochecha acariciando-a, eu sorri um pouco e abri os olhos com ela falando:

- Assim como fez com Jato, eu sei, e por isso eu te amo.

- Te amo também, tampinha. Embora esteja beijando demais para meu gosto. – Não pude deixar a piada passar. Puxei ela para um abraço e baguncei-lhe o cabelo.

Dormimos meio abraçados e meio soltos, a noite estava fria então não tinha problema o contato. Eu amava minha irmã, mas tudo que eu conseguia pensar era naqueles pezinhos mágicos que sentiam a terra vibrar. Será que se ela estivesse aqui poderia sentir meu coração quase querendo pular só de lembrar dela?


Notas Finais


Obrigada por lerem, tudo de bom sempre, até o próximo :3


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