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História O Plano Perfeito - (James e Richard) - Noticiário


Escrita por: RebelD

Notas do Autor


Os links de imagens de roupas e outras coisas que aparecerem na fanfic serão colocados nas notas finais do capítulo.

Capítulo 7 - Noticiário


Strobelite - Gorillaz (Feat. Peven Everett)

A garota rumou ao seu dormitório, mas durante o percurso, ficou pensando se não estaria um clima tenso no lugar por conta do ocorrido no refeitório mais cedo. Ela estava começando a se dar bem com Charlie e ele começou a fazer as gracinhas que acabaram com tudo. Era uma situação péssima! Como poderia dormir no mesmo lugar que aquelas pessoas? Lyne ficaria fazendo um questionário, isso se já não tivessem contado a ela. E o nerd computadorizado a irritaria ainda mais.

“Não posso dormir no mesmo lugar que Richard de novo. O que ele vai pensar se eu aparecer lá mais essa noite?!”

Quando estava prestes a tomar uma decisão do que fazer naquela noite, Lyna abriu a porta do dormitório para ela, como se estivesse olhando no “olho mágico” e esperando pela colega. Fez uma referencia com os braços para que Mistye entrasse, ela passou pela porta e a primeira coisa que notou foi Charlie sentado com os fones olhando a tela do notebook. Ele, percebendo a chegada da colega de quarto, fechou o notebook prontamente e a mirou com culpa nos olhos. Quase parecia pedir desculpas.

 - Veio pegar mais roupas? – o garoto perguntou receoso.

 - O que isso importa?! – respondeu grossa.

 - Sinto muito por termos feito você passar vergonha hoje no almoço... – com a voz fraca e meiga Lyne se desculpou antes que os outros dois começassem a discutir. – Nós não queríamos chamar atenção.

 - Ta... – falou indiferente. Ela não sabia se devia acreditar, mas Lyne parecia tão mal com aquilo que tentou relevar. – Você não fez nada, o seu único problema é achar que James está envolvido em tudo. – completou a frase sincera. Se era pra ter uma amizade com eles, era melhor começar a abrir seus pensamentos.

 - Bom, Charlie me disse que James não era seu amigo, e que quando falou aquilo ele só estava brincando. Mas me diz: Quem é o seu “amigo”? – a menina perguntou curiosa.

“Então você não contou a ela?”

 - Só uma pessoa gentil que me ofereceu o quarto pra passar a noite. – disse sem querer contar o nome.

O problema é que Mistye não sabia se podia confiar na sua colega, pois Lyne falava mais que a boca, então não seria difícil ela deixar essa informação escapar pra outras pessoas.

 - Então ta, boa noite! E durma com a gente! – sorridente, Marilyne deu um beijo no rosto dela e acenou para o colega, logo em seguida entrando em seu quarto.

Mistye ficou alguns poucos segundos encarando Charlie e ele a encarando, pois ela não sabia o que falar, nem sabia se queria falar com ele.

 - Por que não contou sobre Richard? – iniciou a conversa com o questionamento que circulava em sua mente.

 - Achei que iria preferir se eu não contasse. Você não quer que os outros saibam, porque não quer ser julgada.  – mostrou que entendia o raciocínio dela. – E acredite, eu não te julguei por isso, eu só estava brincando.

 - Que brincadeira sem graça. Não faça mais isso! – ordenou sentando-se ao lago dele.

 - Desculpe-me, de verdade, não pensei que fosse se chatear tanto. Eu só queria chamar atenção dela... – contou olhando para a porta do quarto de Lyne. – Pensei que ela me acharia engraçado, só que esqueci o quanto Marilyne é doentiamente apaixonada pelo riquinho. – revelou seus sentimentos e o motivo das ações em tom melancólico.

Naquele momento, Mistye deixou de sentir raiva ou qualquer coisa ruim por aqueles alunos. Ela entendia muito bem o que Charlie sentia! Um sentimento não correspondido. Talvez ele estivesse apaixonado pelo jeito alegre e animado de Lyne, e por esta razão fez coisas nada agradáveis, simplesmente porque quando você se apaixona deixa de pensar logicamente, às vezes nem sequer pensa no que faz ou fala. As coisas acontecem sem que possa controlar.

“Você não me julgou. Quem sou eu para te julgar?”

 - Então é isso! – anunciou decidida. – Vamos esquecer aquele inconveniente e voltar ao normal. Você tem o direito de errar Charlie.

 - Obrigado, você é maravilhosa! – a abraçou carinhosamente.

Mistye foi para seu quarto dormir com a consciência muito mais leve do que antes. Ela estava contente. Aquele tinha sido um péssimo e ótimo dia ao mesmo tempo, no qual ela pode passar um bom tempo com Jared e se encantar ainda mais pelo rapaz, além de dar um belo fora em Mathilde e ainda se reconciliar com seus colegas de quarto. No final das contas tudo de resolveu!

 ...

04h40 da manhã, o celular dela começou a tocar indicando que alguém a estava chamando.

“Quem eu vou matar a essa hora?”

 - Numero desconhecido... – ao ler os números na tela, ela pensou em nem atender, mas já tinha acordado mesmo. – Seja quem for, espero que tenha um bom motivo pra me acordar! – disse com voz de sono e até humorada.

 - Vou deixar a Cleópatra reconhecer minha voz. – a pessoa de voz conhecida falou do outro lado da linha.

 - Cleópatra? Tá tirando uma da minha cara ou o que? – perguntou tentando perceber de quem era a voz.

 - Esqueceu? Thiel falou que seu sobrenome significa rei, faraó, mas como você é uma mulher, te chamarei de Cleópatra. Agora já tem um apelido. – o ser respondeu deixando bem claro para Mistye quem era.

Suas mãos se aqueceram enquanto ela apertava forte o aparelho que segurava perto da orelha, e seus hormônios ebuliam na cabeça enquanto ela procurava mentalmente uma bela e trágica forma de assassinar aquele ser que ousava acordá-la no meio da madrugada. A voz dele estava alterada, fora o fato de que falava um pouco arrastado. Ou seja:

“Bêbado!”

 - Tem noção de que horas são? – Mistye perguntou indignada com a inconveniência do garoto.

 - Daqui a pouco vai amanhecer. Liguei-te para que não se atrase como ontem. – justificou-se, e para qualquer um que ouvisse pareceria sincero, mas com a embriaguês era difícil acreditar em uma desculpa dessas.

 - Ligou cedo demais não acha?! – retrucou irônica não achando nada engraçado.

 - Sei disso, mas você vai se acostumar. Veja, eu nem dormi essa noite! – contou tranqüilo. – Só queria saber se você estaria dormindo com Richard. – revelou o verdadeiro motivo da ligação.

O coração dela parou por alguns segundos. Como assim? Para aquela informação ter chegado nele, pessoa que nem tinha aparecido no dia anterior, com certeza muita gente devia ter comentado. Se todos comentavam, ela já deveria estar sendo mau vista.

 - Como sabe disso James?! Mas que droga! O que andam falando de mim?! – perguntou desesperada despertando completamente.

 - Calma aí. Ninguém anda falando nada, você não é importante para as pessoas ficarem prestando atenção em ti. – disse de forma irritante e convicta. – Eu tenho contatos! Sei de tudo! – complementou convencidamente.

 - E eu já cansei! A Cleópatra não tem tempo para perder com você, um simples idiota. – terminou a ligação.

 Tacou o celular sobre a cama e começou a socar o colchão, como se isto fosse levar embora os nós que se formaram em sua garganta. Ela simplesmente não conseguia engolir James, chegava a ser insuportável, toda vez que o via ou escutava, uma onda de impulsos irracionais tomava conta dela.

“Será que isso é odiar alguém?! Se for, eu não gosto de sentir ódio!”

Tentando afastar os pensamentos nebulosos que a rondavam, saiu do quarto e foi assistir um pouco de televisão na “sala” do dormitório. O problema é que àquela hora da manhã não havia nada de bom passando, portanto, sem muitas opções deixou em um noticiário desconhecido que entrevistava algumas pessoas.

“Repórter: E então, o que será que esses civis humildes têm a dizer sobre o império Palentir?! Iremos descobrir já, pois estamos presenciando o início da rotina de trabalho dessas pessoas que por sinal parece ser bem desgastante.

O repórter se aproximou de uma das pessoas que parecia trabalhar em uma espécie de mercado de artefatos egípcios. Um garoto, de pele morena, roupas simples, estatura mediana e cabelo aparado bem curto.

Repórter: Olá, meu caro rapaz. Conhece Howard Palentir?

Entrevistado: Pra não conhecê-lo, só morando em uma caverna.

Repórter: É impressionante como um único homem pôde construir tantas coisas, parece que a cada passo que damos por aqui, vemos algo com a marca dos Palentir.

Entrevistado: Ele não está sozinho, tem um bando de empregados que fazem a maior parte do trabalho. O lance do Palentir é ter dinheiro, pois a maioria das coisas pode ser comprada nesse mundo!

Repórter: O que quer dizer com isso? Talvez esteja insinuando que os Palentir compraram todo o prestígio que têm hoje?!

Entrevistado: Talvez seja isso mesmo, de qualquer forma todos trabalhamos para ele, direta ou indiretamente.”

A porta de um dos quartos se abriu chamando a atenção de Mistye. Era Marilyne, sua companheira ruiva com cara de sono e uma expressão peculiar.

 - Acordada tão cedo... – resmungou enquanto esfregava os olhos. – O que é isso? – perguntou mirando a televisão.

Mistye se virou para a tela e para sua surpresa o noticiário havia terminado, em vez dele começava a chamada de algum programa de fofoca e famosos.

“Como vão telespectadores de todo o mundo? Hoje em nosso canal teremos uma pequena matéria com ninguém menos que James Palentir. Porém, antes disso...”

 - Não sei, algum programa pra quem não tem o que fazer... – respondeu com desdém.

 - Certeza? – Lyne questionou a veracidade daquela afirmação franzindo o cenho. – Me parece que você está assistindo a reprise da matéria que fizeram ontem com James, porque não quer que descubram que é uma das fãs! – falou acusadoramente e desconfiada.

 - Mas o que? Você ainda está dormindo, só pode. – sem querer discutir com a amiga por causa de James mais uma vez ela se levantou e foi para o banheiro tomar um banho, o que demorou mais do que o normal.

Ao terminar, rumou para seu quarto e se vestiu com uma “cropped” básica preta, short jeans claro e um casaquinho caso ventasse. Tudo bem, aquela não era a roupa mais apropriada para aparecer em uma aula da faculdade. Mas quem disse que ela pretendia ir para aula? Aquele dia tinha começado mal – “E como!” - portanto a meta era terminá-lo bem. E ela com toda certeza não estava disposta o suficiente para aprender o que fosse. Então era isso, matar aula logo na primeira semana...

“Fazer o que!”

Saindo do quarto, ela foi na direção do limite mais próximo da entrada, estava pensando em deitar na grama e passar a manhã descansando já que não conseguiu paz durante a madrugada. Só precisava ser cautelosa para que nenhum dos monitores ou seguranças notassem-na.

Quantas regras ela já tinha quebrado naqueles primeiros dias?! Se começou mal, como poderia acabar bem? Será que todas as pessoas ali eram tão complicadas como pareciam? Eram algumas perguntas que a garota se fazia.

Já deitada na grama e sem conseguir pegar no sono por conta da agitação de pensamentos em sua cabeça, a única coisa a fazer era tentar se acalmar diante de tantos questionamentos. Ela nunca foi uma garota que poderia ser classificada em um único grupo, como de patricinhas, rebeldes, nerds, populares, etc, pois sua personalidade tinha diversos lados, era uma mistura de muitas coisas. Mistye costumava ser completamente doce e gentil com as pessoas que gostava, assim como age diante de Jared. Porém sua impaciência era um defeito que não tinha conserto. Nunca foi o tipo de pessoa que gosta de brigar, ela achava perda de tempo se rebaixar ao nível de quem não gosta com brigas. Mas ao mesmo tempo, quando perde a paciência, não tem quem a acalme. É uma pessoa movida pela paixão, quando toma alguma decisão geralmente acaba esquecendo um pouco da razão, e muitas vezes agindo por impulso. E mesmo que por fora parecesse completamente forte e inabalável, já que sempre respondia a todos com respostas rápidas e algumas vezes sarcásticas, ela utilizava uma barreira que mantinha as pessoas longe de si, dessa forma ninguém poderia magoá-la, pois quando conseguiam machucá-la, ela se tornava completamente frágil. Portanto sempre tentava manter todos afastados, pois havia sido muito difícil a perda dos pais, e ela não conseguiria superar mais perdas. Por um lado adiantava, mas por outro, ninguém a conhecia de verdade, ninguém podia saber quem ela realmente é. E ela também não chegava a descobrir quem eram as pessoas que a rodeavam.

Sem se dar conta, algumas lágrimas escorriam de seus olhos, por ela lembrar da perda dos pais. Foi um acontecimento repentino, e Mistye não estava preparada para ele. Ainda era difícil pensar:

“Meus pais não estão mais aqui...”

Pois ninguém fica imaginando como seria sua vida se os pais morressem. E não dá para imaginar algo assim, mesmo que você conheça alguém que não tem pais, não dá para ter noção do que isso significa, não dá para pensar em como você viveria depois disso. Por mais que todos saibam que um dia vai acontecer, quando acontece é um choque tremendo. E foi um choque para ela.

“Você já superou isso, pare de ser chorona!”

 - Ei. – a voz de Richard soou próxima à Mistye. – Tudo bem com você? – perguntou parecendo incomodado com as lágrimas dela.

 - Estou cansada... – respondeu em um fio de voz. – Não dormi direito. – e de tudo não era mentira.

 - Claro, por isso está chorando, faz muito sentido! – respondeu com ironia, mas sem humor nenhum. – É sério, se não quer me contar tudo bem, mas matar aula e ficar tão avista é burrice. Vai ser pega desse jeito. – falou mudando um pouco de assunto para amenizar o ar de tristeza da garota.

 - E o que sugere? Não tem como sair daqui sem passar pelos seguranças. – perguntou sentando-se e olhando para ele como se quisesse fugir daquele lugar.

 - Você é muito ingênua se acha que eu não dei um jeito de sair daqui sem ser notado. – afirmou com um meio sorriso no rosto. – Vem, vou te mostrar. – estendeu a mão para ela levantar.

Mistye deu uma das mãos para ele apreensiva. No que ela iria se meter agora? Como costumava fazer quando ficava nervosa, procurou a corrente que seu pai havia dado a sua mãe quando Mistye nasceu, para morder. Pois era algo estranho de se fazer, mas a acalmava de forma esplendida. Porém a única coisa que aconteceu foi ficar mais desesperada, pois a corrente não estava em seu pescoço.

 - Ah... Droga! – grunhiu frustrada.

 - Que? – Richard parou de andar e olhou para ela.

 - Foi o que eu esqueci de trazer pro Egito, a minha corrente.  – revelou desanimada. Aquilo estava indo de mal a pior.

 - É só uma corrente, e está guardado na sua casa. Não tem que se preocupar tanto. – afirmou sem achar tão importante. – Tem um lugar aqui perto com umas coisas interessantes características da região, eu te levo lá. – disse parando em frente a uma moto cinza que estava encostada no muro da espécie de túnel em que os dois entraram.

 - É melhor não... – respondeu relutante olhando para uma saída estreita e meio escondida que parecia ser utilizada por funcionários.

 - Mistye, se eu quisesse fazer algo com você já teria feito, sabe disso. Ainda não confia em mim? – perguntou um tanto quanto decepcionado.

 - Não sei. Vamos logo.

Ela subiu na moto com um pouco de dificuldade, porque não era acostumada a andar em veículos de duas rodas. E eles saíram dos domínios Palentir sem serem notados pelos funcionários. Os pneus deixavam marcas na areia por onde passavam, enquanto isso, Mistye segurava o mais forte possível em Richard para não cair do veículo. Em poucos minutos os dois já estavam em frente a um local com várias tendas cheias de tralhas e objetos com aparência rústica. Quando pararam, a garota pulou da moto em um ato rápido e olhou para o rapaz reprovativamente.

 - Precisava ir tão rápido? – inquiriu recuperando o fôlego – Queria me assustar? Pois saiba que se era essa sua intenção, você conseguiu.

 - Acho que a intenção era mais te impressionar, mas vejo que não deu muito certo. – contou com um sorriso simpático no rosto, ato que fez Mistye perder o ar mais uma vez.

“Ele quer me desnortear ou o que?!”  

Link da roupa nas notas finais!


Notas Finais




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