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História O Plano Perfeito - (James e Richard) - Por quê?


Escrita por: RebelD

Notas do Autor


Desejo a todos uma boa leitura!

Capítulo 9 - Por quê?


Brianstorm – Arctic Monkeys 

 

Parou de respirar no mesmo instante que aquelas palavras foram processadas por seu cérebro. Eram assustadores os efeitos que Richard conseguia causar nela ao ponto de deixá-la quase inconsciente por alguns segundos. A voz rouca e a fala repetiam-se mais algumas vezes em sua mente.

“O que ele quer dizer com isso?” Está falando sério ou é só mais um de seus joguinhos?!”

 Da forma que o rapaz agia, não era possível deduzir se estava realmente com ciúmes ou se gostava de brincar com a cabeça das pessoas. Pois era de conhecimento geral que Richard costumava dar em cima de praticamente todas as novatas, portanto ficava esta dúvida na cabeça dela.

 - É lindo, espero que não tenha sido caro. – abriu os olhos observando seu presente e mudando o rumo da conversa.

 - Só algumas libras a mais, nada fora do meu orçamento. Mas mesmo que fosse, ainda valeria a pena, pois você merece tudo o que tiver de melhor. – declarou sorrindo de forma gentil e aparentemente sincera.

Esse era o grande problema, ele mentia muito bem, parecia até natural, como se estivesse acostumado a fazer várias e várias vezes. Sendo assim, como poderia ter certeza de alguma coisa em relação ao garoto?

 - Eu agradeço-lhe, mas tenho que estudar, e você deveria fazer o mesmo. – anunciou querendo acabar com aquela tortura de dúvida.

 - Claro, posso ficar aqui te admirando enquanto estuda. – afirmou com expressão divertida.

 - É... – Mistye tentou ler algumas palavras do livro, mas com o olhar de Richard fixado nela era difícil se concentrar. – Não consigo, eu preciso ficar sozinha. Nos vemos depois. – disse com um sorriso e caminhou para fora da biblioteca.

 Pensou em ir para seu dormitório, mas se o fizesse, ela provavelmente iria acabar assistindo televisão ou dormindo, e não estudaria nada. Portanto olhou ao redor para encontrar um local vazio e claro. Porém, ou haviam pessoas conversando, ou era escuro demais para conseguir ler. 

Caminhou pelas ruas da universidade e inconscientemente, foi parar próxima ao local em que havia a saída de funcionários. O pensamento que veio à sua cabeça foi de ir a alguma lanchonete, comer um sanduíche e aproveitar para estudar em um local bem iluminado e sem distrações. Era a melhor opção, porém ninguém a deixaria sair tão perto da hora do toque de recolher. Portanto, discretamente chegou perto do “beco” que levava à saída e em poucos segundos alcançou a calçada do lado de fora da universidade. Continuou caminhando na calçada, mas como tinha um péssimo senso de direção, foi para o lado oposto ao da cidade onde poderia pegar um ônibus e acabou contornando a extensão do campus até chegar à parte de trás, oposta a entrada. Quando se deu conta disso e estava prestes a dar meia volta, observou que o pingente de seu novo colar estava brilhando, uma luz fraca que parecia refletir alguma coisa. Ela olhou na direção do lugar que estava pouco iluminado, e provavelmente seu colar só poderia estar refletindo aquela luminosidade. Uma onda de curiosidade começou a fluir por seu corpo, como se algo a estivesse chamando. Era uma entrada/saída pelos fundos do campus que ela nunca havia visto antes. Na verdade só podia ver porque o portão estava aberto e parecia ter uma rampa que levava a um andar subterrâneo, o que chamava sua atenção mais ainda. Pensou em ir até lá para ver mais de perto aonde a rampa dava, mas antes de começar a andar novamente, uma vã preta estacionou na entrada e em questão de um ou dois minutos desceu para o subsolo e o portão se fechou. Quando já estava fechado, era possível notar que o muro era idêntico ao portão, portanto aquela deveria ser uma entrada secreta, levando em conta que nunca tinha visto antes. Mas como estava com um pouco de fome e precisava estudar, achou melhor deixar esses pensamentos de lado, por hora, e fez o caminha de volta.

Quase chegando ao ponto de ônibus, um Audi Q7 marrom com vidros escuros estacionou bem ao lado dela e abaixou o vidro do passageiro revelando quem estava dentro do carro.

 - Andando na rua a essa hora com roupas tão curtas. Você não tem noção do perigo né! – falou de forma repreensiva destravando as portas do carro. – Entre! – ordenou sério.

Sem nem parar para pensar, Mistye já estava abrindo a porta do passageiro e entrando no carro. Foi tão automático que ela mesma se surpreendeu com sua reação. A rua estava deserta e as roupas dela não eram nada adequadas para andar sozinha na escuridão.

Quando voltou ao seu estado normal pôde reparar mais na pessoa que dirigia o automóvel. James usava calças na cor khaki e uma camisa polo azul marinho que deixava seus olhos em um tom mais escuro. Ele parecia contrariado e ao mesmo tempo confortável com a situação.

“Quando é que James não está à vontade?!”

Ainda estática analisando a aparência e expressão facial da pessoa sentada ao seu lado, notou que era diferente vê-lo ali relativamente informal e relaxado, ao contrário de como ela costumava vê-lo no campus com todo aquele ar inalcançável e perfeitas vestimentas. Era estranho e ao mesmo tempo menos irritante do que costumava ser.

 - Não é a primeira vez que a senhorita foge dos limites da universidade. Sua sorte é eu ter notado isso e não outra pessoa. – quebrou o silêncio surpreendendo ela por saber disso.

 - Mas como sabe? Você não estava aqui hoje durante a manhã. – perguntou quase incrédula, era inacreditável o poder que ele tinha sobre tudo.

“Será que ele contratou alguém pra me seguir ou coisa parecida?!”

Alguns pensamentos absurdos como esse invadiram a mente dela, mesmo que Mistye soubesse que provavelmente fosse só fofoca que chegou aos ouvidos dele.

 - Eu já disse que sei de tudo! Então não importa o que você fizer, eu vou ficar sabendo uma hora ou outra. – afirmou seguro de si. – Se ainda não notou, eu estou no topo da cadeia alimentar aqui! – gabou-se com aquele mesmo ar arrogante com o qual costumava falar.

 - Já acabou? – questionou de maneira ignorante. – Tenho que estudar.

 - E por isso saiu do Centro Palentir! Pra estudar! – exclamou irônico. Realmente não soava muito convincente, mas era a verdade.

 - Como você sabe, eu andei “fugindo”, então preciso mesmo estudar em um lugar tranqüilo, lá dentro tem muitas distrações. – explicou-se desistindo de discutir com ele.

 - Tudo bem. – respondeu virando para o volante e acelerando o carro.

Mistye notou que ele não estava voltando para Palentir, na verdade o garoto dirigiu em direção à cidade. Porém, sem querer arranjar mais dores de cabeça, decidiu que iria aonde quer que ele a estivesse levando desde que pudesse ler em paz.

Passados uns quinze minutos, o carro estacionou na frente de um pequeno bistrô com arquitetura característica da França. James saiu do carro e Mistye o seguiu para dentro de estabelecimento onde os dois foram rapidamente abordados por um garçom que os acompanhou até o andar superior. A decoração era muito charmosa e ao mesmo tempo simples e iluminação boa: nada muito claro, nem muito escuro. Só continham mesas para duas pessoas e os dois sentaram-se na mesa que se encontrava na frente da janela central, dando visão para a rua.

Ao se acomodarem na mesa, Mistye olhou para o relógio: 21h06. Fazia exatos seis minutos que o toque de recolher soou na universidade. Ou seja, mais uma regra quebrada pela senhorita Quinn.

James ao notar que a garota não estava confortável com a situação, abriu a boca para dizer algo, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, o chefe da cozinha parou ao lado da mesa para perguntar a preferência de seu cliente preferido.

 - Querido James, é tão bom recebê-lo aqui, há algumas semanas não vem à nossa casa. Fico feliz que tenha voltado com uma companhia tão bela. É um prazer senhorita... – estendeu a mão para cumprimentá-la.

 - Quinn! Também é um prazer conhecê-lo chefe... – respondeu simpática ao homem tão educado.

 - Paulo, Chefe Paulo. O que vão querer esta noite?!

 - Aqueles crepes divinos que só o senhor sabe fazer! – respondeu com um sorriso enorme no rosto transparecendo o carinho que sentia pelo chefe. Nem parecia o mesmo James que estava acostumada a ver.

“Talvez seja um irmão gêmeo bonzinho!”

O homem se distanciou regressando à cozinha para preparar os crepes divinos de James.

 - Enquanto a comida não chega pode estudar, eu vou terminar de escrever uns e-mails. – o garoto falou pegando o celular e começando a digitar. 

Ela por sua vez, abriu o livro de história e leu os tópicos da matéria que perdera naquele dia. Em questão de dez minutos já havia terminado, até porque não tinha paciência para passar muito tempo estudando, a coisa tinha quer ser rápida e produtiva.  Olhou para a sua companhia que ainda mantinha os olhos e os dedos no visor do aparelho celular. Percebendo que ele estava ocupado, direcionou seu campo de visão para o exterior do bistrô notando os poucos pingos de chuva que caiam e molhavam a janela. Era uma coisa muito comum para a maioria das pessoas, mas para ela era como arte, a imagem dos pingos batendo contra o vidro com certeza a fazia lembrar dos tempos em que sentava com seus pais na sala em dias de chuva e ouvia as incríveis aventuras dos heróis reais e fictícios. Lembranças que a deixavam feliz, porém também traziam uma melancolia.

 Algumas lágrimas surgiram no canto de seus olhos e antes que pudessem escorrer por seu rosto, Mistye as secou e se recompôs. Voltou a olhar para a pessoa a sua frente e para sua surpresa, James a observava atentamente com peculiaridade, o que a incomodou. Ele não tinha direito de vê-la chorar, ele era um idiota, não entendia e nem se importava. Então por quê?

 - Por quê? – silabou as duas palavras quase sem som. – Por que me trouxe aqui?! 


Notas Finais


Beijos e até o próximo capítulo!

Não esqueçam de comentar suas opiniões e o que acham que vai acontecer.


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