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História O preço de uma vida (Stony) - A verdade póstoma


Escrita por: Pequenolirioh

Notas do Autor


Oii,

Como estão meus patinhos e patinhas? Tendo um ataque pela demora da postagem? imprevistos.

Então, essa autora já expôs que gosta de um pouco de drama aqui, um sofrimento alí, enfim. Já peço cuidem dos corações pela primeira parte do capítulo, mas faz parte né. E esse capítulo tem três momentos de mexer com os nervos! 💣💃

Boa leitura e eu que gostem do capítulo!!

Capítulo 33 - A verdade póstoma


Fanfic / Fanfiction O preço de uma vida (Stony) - A verdade póstoma

Por causa da situação e de suas condições, Tony voltou para o Congo. Tentaria mais uma vez conseguir o transporte até o país em que o informante estaria, além de outras coisas que precisava fazer.

— Foi como eu te disse da última vez, não há muitos o que se fazer... 

— Quanto tempo?

— Eu já te disse: sem o tratamento adequado, uns 6 meses ou até menos... Eu não entendo um homem com tanto dinheiro, por que não procurou tratamento? Não está nos melhores hospitais com as melhores tecnologias e médicos? Um lugar como esse e um simples médico como eu não poderiam fazer muito por você, e também veio a mim com a doença já avançada.

— Fez muito sem questionar os meus motivos, mesmo sabendo que eu tenho muito mais do que o povo ao qual atende.

— Eu jurei salvar vidas, Sr. Stark, sejam pobres ou ricos, heróis ou vilões.

— Vocês são os verdadeiros heróis estão mais próximos de salvar vidas do que os que se fantasiam e saem pelas ruas

— Eu agradeço pelo serviço que os heróis prestam, não lutamos contra alienígenas nem lunáticos com fantasias que causam constrangimento coletivo. — Começou a rir. Soltou um suspiro — Os sintomas vão ficar cada vez piores, como eles tem progredido?

— Tem piorado muito nos últimos meses, como eu já te disse.

— Algum sintoma novo?

— Não.

— Ótimo — Deu uma pausa e suspirou. — Sendo sincero, devia procurar um hospital para que tenha um fim mais tranquilo, acho que sabe como será suas últimas semanas de vida... os remédios já não devem mais ajudar, quimioterapia e a radioterapia poderiam te dar um pouco mais de tempo, mas os efeitos colaterais nesse estágio seriam devastadores... mas é uma opção caso queira mais tempo.

— Agradeço pela sua ajuda, eu darei um jeito de retribuir, acredito que essa é a última vez que nos veremos, estou saindo do Congo, dado meu tempo de vida não devemos nos ver novamente.

— Foi um prazer conhecê-lo, Sr. Stark, sinto não poder fazer mais por você. A Fundação Setembro tem feito muito pelos jovens do mundo, principalmente as regiões mais pobres, é um projeto muito nobre e necessário, temos mentes brilhantes que precisam apenas de uma oportunidade e sua fundação tem dado isso a eles.

— Obrigado. — Agradecia a Pepper por ter gerido tão bem as indústrias Stark e a Fundação Setembro. 

Estava morrendo e não tinha nada que pudesse ser feito. A vida tinha um jeito engraçado de fazê-lo pagar pelos seus erros, quando decidiu ter Sarah e depois de tudo que passou, pensou que morreria no campo de batalha. Mas não! Morreria como qualquer ser humano, sendo corroído por um câncer, talvez fosse um fim apropriado para ele. 

Descobriu o câncer há um ano na nave de Dane, lá tinha todos os recursos necessários para se manter minimamente saudável, até chegar na Terra, onde era procurado pelos heróis e ainda tinha a Hydra e Tentáculo. Não podia ir atrás de um tratamento, o encontrariam se o fizesse, precisava encontrar Sersei e proteger Sarah. Tudo bem morrer para proteger sua filha e já estava confirmado o seu fim, quando chegasse o momento certo deixaria sua pequena com Steve.

Depois de ir ao médico e resolver tudo para ir a outro país, voltou para o quarto onde ele e Sarah estavam.

— Patinha?

— Porque... não me disse? — Ela perguntava entre lágrimas.

— O quê?

— Câncer no cérebro, estágio três... Por que escondeu isso de mim?

— Sarah eu... como soube?

— Eu te vi entrando na clínica e achei estranho e o segui... eu sabia que tinha alguma coisa errada... as tonturas, a confusão, está aéreo! Disse que era o cansaço e o estresse, por isso as vitaminas, foi o que disse... mentiu para mim, papai.

— Eu só quis te proteger, Sarah, foi necessário.

— Está morrendo e fez isso para me proteger, o que eu vou ter depois que você se for? Estarei sozinha... não posso te perder! Não devíamos ter fugido do porta-aviões.

— Precisamos achar Sersei...

— Isso é mais importante do que sua vida?

— Você é mais importante do que qualquer coisa para mim.

— Vai morrer por minha causa..

— Não! — Foi até a menina e segurou seu rosto e limpou suas lágrimas. — Foi minha decisão, patinha, você não tem nenhuma culpa nisso, culpe a mim... me perdoe, eu cometi tantos erros... e você tem sofrido por causa disso..

— Eu não posso te perder... por favor, papai. — Chorava como há muito tempo não chorava. Odiava nesse momento o fato do seu poder não poder curar seu pai. 

Os dois se abraçavam entre lágrimas, Tony não queria que sua filha soubesse da sua doença dessa maneira, doía tanto vê-la sofrendo por sua causa, como ele queria que fosse tudo diferente.

— Precisa se tratar... um tratamento adequado...

— Sarah...

— Eu não saio daqui se não prometer fazer o tratamento — Estava decidida.

— Isso seria apenas uma medida paliativa, patinha — Tinha uma expressão triste no rosto.

— Por favor... — Tinha que ter um jeito, havia visto tantas coisas pelo universo, devia ter um jeito de salvar seu pai.

— Tudo bem. — Beijou a testa da menina e mostrou um leve sorriso.

— Para onde vamos?

— Para o Brasil.

 

★★★⎊★★★

 

Alguns minutos depois da fuga de Tony, Visão chegou ao porta-aviões. Tiveram então que relatar o ocorrido para os outros Vingadores.

— Eu não acredito que vocês deixaram ele escapar — Thor esbravejou, tinha acabado de chegar no local.

— Eu detectei o uso da joia. Ele a usou para fugir, não é de se admirar que ele tenha conseguido — Visão falou.

— Então, ele realmente está com a jóia — Clint observou.

— Usou a joia... Não disseram que humanos não podem manipular os poderes das joias? — Steve questionou, estava cansado dessa caçada e principalmente de tudo relacionado a Tony.

— E não pode, o poder destruiria a pessoa em segundos e mesmo o Éter agindo como hospedeiro como aconteceu com Jane, seria impossível usar seus poderes sem morrer — Thor explicou.

— Sabemos que o Doutor Estranho consegue manipulá-la por causa da sua magia. Será que Stark criou algo que pudesse ajudar ele a usar o poder da jóia? — Natasha indagou.

— Seria difícil e pelo que sabemos não tinha nada com ele quando o trouxeram para cá — Bruce expôs.

— Tony sumiu por seis anos, não sabemos o que ele fez durante esse tempo, devemos pensar na possibilidade dele ter achado um jeito de usar a joia — Steve ponderou.

— Não deviam ter escondido que o encontraram — Thor bateu na mesa.

— A decisão foi minha, Thor, a responsabilidade é minha, considerei que era a melhor decisão dado as circunstâncias..

— Que circunstâncias? Isso foi uma decisão estúpida — Thor falou e Steve lhe lançou um olhar irritado.

— Não conseguiríamos nada com violência ou ressentimento, devemos agir com a cabeça. Teria vindo até aqui furioso e piorado a situação — Steve respondeu.

— Mas teria tirado a informação dele e ele não teria fugido, Capitão — Thor retrucou.

— Essa discussão não nos levará a lugar nenhum. Já começamos as buscas, Tony tomará muito mais cuidado agora não podemos perder tempo — Visão advertiu.

— E a menina? — Bruce perguntou e os demais o olharam.

— O que tem a menina? — Clint questionou.

— Não sabemos muito dela e é um mistério total, talvez ela seja mais do que só a filha do Tony.

— O que quer dizer? — Steve perguntou com as sobrancelhas levantadas.

— Talvez ela tenha usado a jóia.

— Isso é ridículo! — Thor afirmou dando um sorriso de escárnio.

— É uma possibilidade, afinal pelo que sabemos ele não poderia usar a joia — Bruce explicou.

Foi uma reunião longa e cansativa e Steve estava tão cansado, sua cabeça doía e queria muito ter um saco de pancadas para aliviar o estresse. Ia para um quarto descansar quando Natasha apareceu.

— Tenho que falar com você.

— Agora, Nat? Foi um dia muito cansativo. — Tinha uma expressão cansada.

— Eu sei..

— É urgente?

— Antes dos agentes revistarem o quarto onde o Tony estava eu achei isso — Mostrou o envelope — Está destinado para você —  Steve olhou por um tempo o envelope.

— Entregue para Hill, quaisquer evidências devem ser levadas para análise, sabe disso.

— Tem certeza?

— Devia olhar o que tem dentro — Bruce falou surgindo atrás de Natasha — isso não foi deixado para trás, por um acaso o colocaram lá para você encontrá-lo, deve ser importante para fugirem, mas deixaram um envelope.

Steve passou a mão pela cabeça e ponderou, devia agir como líder dos vingadores, talvez ali tivesse alguma informação útil para capturar Tony, e também estava preocupado com Sarah, não era bom aquela vida para a menina, mesmo acreditando que Tony faria de tudo pela filha.

— Tudo bem, mas depois entregamos para Hill, para análise.

— Certo — Natasha analisou o ambiente. E entraram no quarto, olharam por um tempo o envelope — então, não vai abrir?

— Sim. — Pegou o envelope que era pardo mais de um material firme nele estava escrito: Para Steve Rogers, Capitão América. Dentro dele havia outros dois envelopes lacrados de plástico e um bilhete.

"Steve, se está lendo isso eu devo estar morto e não consegui dizer tudo o que precisava. Aqui está toda a verdade que precisa saber, todas suas perguntas serão respondidas, ou não, é uma linha sutil. A verdade sobre Sarah e o Éter, só você pode ver o que tem dentro desse envelope. Me desculpe. Tony Stark. Abra o envelope número um." 

Morto? Como assim? Um arrepio passou pela espinha de Rogers como uma sensação ruim. Pegou o envelope com o número um e nele tinha um pen drive. 

— Preciso de um notebook.

— Ok!— Romanoff saiu para procurar um e ao encontrar voltou ao quarto. — Encontrei.

— Ótimo — Rogers colocou o pen drive no notebook, só tinha um arquivo e dentro dele um vídeo intitulado Sarah. Clicou em cima do vídeo. Tony aparecia com um semblante muito cansado, tinha olheiras e o cabelo estava bagunçado, usava uma camiseta regata.

— Isso foi alguns meses após a Guerra Civil — Bruce observou, e apontou para o canto da tela que tinha a data.

Steve olhou a data e depois voltou a olhar para o cenário no geral. No vídeo, Tony tomou um gole de uma bebida que devia ser uísque.

" Oi Steve... eu sei você deve estar uma fera, não respondi muitas perguntas não foi? — Ele mostrou um sorriso fraco. — Não sei como estão as coisas agora aí no momento que está vendo isso. — Tony passou a mão no rosto. — Eu cometi muitos erros, eu sei... o registro... sinto muito. Vou tentar dar um jeito. — Uma criança chorava ao fundo, e Stark olhou para trás. — Eu... não sei por onde começar. — Bebeu mais engolindo de uma vez o líquido e enchendo mais o copo em seguida."

"O que está fazendo? Acabou de dar à luz, não pode beber assim! — Uma voz masculina era ouvida ao fundo. Mas ele  a ignorou."

"Nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginei algo assim... pode acreditar, foi muito difícil para mim acreditar, então não o culpo se não conseguir absorver tudo de cara... Eu ainda tenho dificuldades... — Stark olhou mais uma vez para trás. — Talvez eu apenas devesse começar do início. — Bebeu mais. — Há um ano, um ser chamado Colecionador foi até mim e Reed querendo proteção, ele nos disse que estava sendo caçado por Thanos." 

Quando ouviram o nome de Thanos, os três se entreolharam. Tony sabia de Thanos antes mesmo de Bruce e Thor? 

"Pois possuía o Éter, a joia da realidade. Nós dissemos que se ele quisesse proteção ficasse na Terra, estávamos no começo da Guerra Civil, ele não ficou feliz com a resposta. E por ser um grande filho da puta colocou a joia dentro de mim sem eu saber... Depois que a Guerra Civil acabou ele veio buscá-la... talvez ele quisesse tirar do meu corpo morto, vai saber o que passa na cabeça de lunáticos. — Tomou mais um gole e fez uma careta. — Mas o Éter fez algo que nem ele imaginava... ele modificou o meu corpo... as condições certas. — Stark  olhou com o olhar carregado para a câmera. — E meu corpo gerou uma vida... — Tony passou a mão pelo rosto e o manteve por um tempo no seu queixo. — Achei que tivesse virado uma incubadora... mas não... as condições certas. — Ele  abaixou o olhar e entornou o líquido do copo na boca."

"Por Deus, pare de beber, isso não fará bem para o seu bebê!  — Um homem apareceu na filmagem, tinha cabelos e barba branca e usava umas roupas estranhas. Ele olhou para Tony com reprovação e tirou o copo da mão dele e levou a garrafa ao sair."

"Uma vez eu ouvi você dizer que se tivesse uma filha ela teria o nome da sua mãe, então eu a chamei de Sarah... lembra do hotel fuleira? Eu não sabia o que fazer, não sei se o que fiz ou estou fazendo é certo, mas eu decidi tê-la. O Éter fez possível eu gerar um bebê, a prole de dois pais... Eu sei que agora deve achar que eu bebi demais e fiquei louco. Abra o envelope dois, tem o exame de DNA e outras provas do que estou falando."

PUTA MERDA! Era a frase que se repetia na cabeça de Steve aquilo não podia ser possível Tony devia estar louco ou era uma brincadeira de mal gosto. Por mais coisas que ele tivesse visto ao longo dos anos como herói, estava totalmente fora da realidade o que tinha acabado de ouvir. NÃO, não era possível e raiva acendia, como Tony poderia brincar com isso, fazer esse tipo de piada? Depois de tudo, como podia ser tão infantil, irresponsável e egoista.

Os três estavam visivelmente perplexos. A mente de Rogers estava um caos, ele nem conseguia raciocinar direito, estava tão perdido que nem percebeu Natasha pegando o envelope e entregando a Bruce. 

— Isso é incrível, nunca vi algo assim... ele está dizendo a verdade... — Steve e Natasha o olharam. — Tony gerou a menina e ela é filha de vocês dois. 

— Se pararmos para pensar que foi a joia da realidade, não é algo impossível — Natasha opinou. Rogers estava atônito. — Steve? 

A mente dele tinha entrado em colapso, não podia acreditar, Bruce tinha confirmado, mas era tão surreal, Deus como isso era possível? A mente e coração de Steve estava um caos. Precisava ter certeza, seu mundo estava se desfazendo. Se sentia tonto, teve que regular sua respiração para não ter uma síncope. 

— Vamos... continuar vendo o vídeo. — Foi o que conseguiu falar naquele momento. Precisava ver, saber de tudo. Aquilo era tanta informação e tão difícil de conceber.

"Há essa altura, deve ter certeza do que eu disse. O Éter se fundiu com a Sarah... eu só não morri porque ela me protegeu durante a gestação... ela é o Éter, Steve. Ela acabou de nascer e não sei do que é capaz, porém eu decidi protegê-la com tudo que eu tenho, até minha vida se for necessário. E apesar de não saber se tê-la foi a decisão certa, eu não me arrependo, nunca imaginei amar alguém dessa forma como eu a amo. — A criança chorava muito ao fundo e começou a ficar inquieto. — A proteja. — Uma moça de pele rosa se aproximou com o bebê no colo. — Eu..."

"Desculpe interromper, ela deve estar com fome."

"Tudo bem. — Ele pegou a criança e deu um leve sorriso, e o vídeo acabou, porém outro começou."

"Deve me odiar nesse momento... e talvez você tenha razão. — Os olhos de Tony estavam inchados, ele devia ter chorado. — Eu disse tantas coisas para você... para logo em seguida te decepcionar, não só você, eu decepcionei todo mundo... Não sei quando nos veremos novamente e se nos veremos. Saí da Terra com a Sarah, era arriscado ficar... A Hydra e o Tentáculo estavam se juntando para obter o Éter, e ainda tem Thanos, infelizmente ela está cercada de perigos por causa dos seus poderes, preciso protegê-la. — Tony fechou os olhos e soltou um longo suspiro. — Eu não quis que nada daquilo acontecesse... Jéssica, ainda sim, foi minha culpa e minhas intenções não importam. — ele soltou um suspiro. — Eu devo estar morto, não espero que me perdoe... Fiz tudo por Sarah, deixei tudo que sei sobre os poderes dela no envelope dois. Não tem como eu explicar tudo em um vídeo, até porque eu irei adicionando informações conforme eu for descobrindo elas..."

"Papai? — Se ouvia uma voz infantil no fundo."

"Eu já vou, patinha... Sarah tem agora três anos, ela é muito poderosa e às vezes eu tenho medo. Se está vendo isso Steve, é porque a minha vida não foi suficiente para protegê-la, eu não mereço muita coisa de você, mas ela sim, por favor cuide dela por mim, proteja Steve, a minha filha, a nossa filha... só me resta você. Sinto muito por tudo... Eu não menti naquele dia, adeus, Stee. — O vídeo foi encerrado"

Ao ouvir Tony se despedindo, Steve sentiu uma angústia junto a uma agonia, uma sensação parecida com a do episódio com Madelyne. Sua cabeça não funcionava direito e suas emoções eram uma bagunça sem fim. Ele tinha uma filha biológica com Tony. PORRA! Sarah era filha dos dois. Passou as mãos pela cabeça, e as lembranças começaram a vir com tudo. 

Um silêncio se instalou por um tempo, Natasha e Bruce queriam dar espaço para Steve, e esperar que ele se pronunciasse.

— Pelas datas a criança foi gerada no meio da Guerra Civil, quando foi que eles arrumaram tempo para fazer um bebê? — Banner pensou alto e Romanoff o olhou com reprovação.

— Tem mais alguma coisa no envelope? — Steve se manifestou.

— Só o que ele falou que teria, têm alguns documentos com informações sobre o poder da menina — Bruce respondeu.

— Steve..

— Eu preciso de um tempo — Saiu do quarto. Tinha muita informação para processar e era tudo muito surreal, não sabia o que pensar e sentir, explodiria a qualquer momento.

★★★⎊★★★

Romanoff andava de um lado para o outro nervosa.

— Ele está demorando — A ruiva falou.

— Não é uma informação fácil de processar, se eu ainda estou tentando absorver, imagina ele.

— Eu sei, mas estamos sem tempo, ele pode surtar, ou tentar assimilar isso depois. O que descobrimos é muito importante, e eu sinto que agora as coisas vão tomar outro rumo.

— Pegamos o DNA da menina quando ela esteve aqui, sabe como Fury é precavido, protocolo feito por ele. Vou fazer uma análise mais profunda, e ver se tem mais alguma coisa.

— Certo, só não deixe ninguém descobrir o que está fazendo. Cuidado com o Clint, Visão, Thor e Hill — Bruce concordou com a cabeça e saiu do quarto.

...

Romanoff ficou mais algumas horas no quarto, então foi atrás de Steve. Encontrou ele do lado de fora do porta-aviões olhando o céu estrelado.

— Toma — Entregou uma lata de café para ele.

— Nove anos! Natasha, nove anos! — Gritou com a voz pesada. Tinha remoído nas últimas horas as informações que recebeu e principalmente as lembranças de Sarah, o dia que passou com ela e o momento que deixou ela escapar e Tony.

— Ele teve os motivos dele.

— Eu não vi nada dela, não a vi crescer... Só a conheci há três dias  e a deixei escapar — Estava com raiva e confuso.

— Você não sabia.

— Eu senti algo por ela logo de cara, não sabia o que significava, agora eu sei... Eu perdi tanta coisa — encarou Romanoff com o olhar carregado — Deus, eu perdi toda a infância dela, Natasha. O que ele estava pensando? Ele podia ter me contado, por que ele não me contou? — Gritava andando de um lado para o outro.

— Tudo bem você sentir raiva, Stee.

— Antes do registro cair eu até entendo, mas por que ele não me contou depois que conversamos?… E ele… ele foi embora e levou ela, tirou ela de mim… o direito que eu tinha de conhecê-la — começou a chorar — de vê-la crescer. Qual foi a primeira palavra que ela disse? Achei que quando eu tivesse um filho eu acompanharia tudo… perderia até o sono para não perder cada detalhe dos sorrisos soltos dos primeiros meses enquanto o bebê dorme, agora o que eu tenho?

— Uma filha, não viu 9 anos, mas tem todos os outros pela frente.

— Perdi praticamente toda infância…

— Não se preocupe, você vai se divertir com a adolescência — Sorriu e Steve limpou as lágrimas.

— Estou uma bagunça, não sei o que sentir, na verdade estou sentindo tudo ao mesmo tempo... Eu tenho uma filha, Nat, tem noção? Uma filha de nove anos — passou a mão no rosto — Deus, tenho uma filha com Tony — olhou para o céu. — Isso é tão surreal... jamais poderia imaginar algo assim, ainda é difícil de acreditar. — Estava a ponto de ter uma crise de nervos.

— Eu entendo, é impressionante o que as joias podem fazer, mas o Éter vai além da nossa compreensão.

— É incrível! — Deu um leve sorriso — Eu tenho uma filha com o Tony, Sarah é nossa filha... isso é maravilhoso — Uma hora sentia raiva e na outra pensava em quão incrível tudo aquilo era. 

Estava realmente uma bagunça e não sabia como absorver toda informação que tinha caído no seu colo como uma bomba, era inegável sua raiva, mágoa e frustração. No entanto, não podia deixar de ter a sensação de felicidade por ter uma filha e com Tony.

— Não está bravo com ele?

— Estou e muito, mas não deixa de ser maravilhoso. Naturalmente seria impossível termos um filho biológico, mas temos uma. Tudo o que foi necessário para isso ser possível. É praticamente um milagre.

— Pode ser visto dessa maneira — Esboçou um sorriso, pensando que Tony provavelmente não via dessa maneira.

— Muitas coisas foram esclarecidas sobre os últimos nove anos, sobre o Éter e Tony. Ele passou esses anos escondendo que temos uma filha que se fundiu a joia da realidade.

— Tony sempre teve um jeito meio complicado de fazer as coisas, mas dessa vez não podemos culpá-lo — Steve a olhou sério.

— Pelo menos agora as coisas estão mais claras. Eu sempre me senti no escuro em relação a ele nos últimos anos, acho que fico um pouco aliviado de saber que o homem que eu me apaixonei não é um completo cretino — Os dois sorriram. Mas ainda estava puto por Tony não ter contado a verdade.

— Nunca se apaixonaria por um cretino completo, não duvide do julgamento do seu coração, Capitão.

— Ainda assim, Natasha, ele não me contou e isso me quebra… eu preciso entender melhor, saber de tudo. Fico tão feliz por ter uma filha… e por ser dele. Mas preciso saber por que ele tirou esses nove anos de mim, principalmente os últimos 6, o vídeo não é nem de perto suficiente para explicar tudo.

— Achei vocês — Bruce falou ao chegar perto deles — Então, Capitão, está bem?

— Vou ficar.

— Então, o que descobriu? — Natasha perguntou e Steve fez uma cara indagadora — Quando Sarah estava aqui, coletaram o DNA dela.

— Como fizeram isso?

— Garrafa de água — Banner respondeu — eu analisei...

— Então? — Natasha e Steve perguntaram em uníssono.

— Ela deve ser o ser mais poderoso que eu já vi pelo DNA. Ela não tem só o soro do supersoldado correndo pelas veias como posso afirmar que puxou a genialidade de Tony, mas o mais impressionante é o Éter. Eu diria que ela pode reescrever, refazer e reorganizar a genética do próprio corpo. Como sabemos pela joia, Sarah pode alterar a realidade se não pode fazer mais coisas. A minha análise bate com as informações que Stark deixou.

— Se ela e o Éter, isso é um grande problema, Thanos é uma ameaça a vida dela — Natasha expôs.

— O que fará, Capitão? Steve? — Benner questionou e ele e Natasha ficaram olhando para Rogers esperando uma resposta.

— Mantenham isso em segredo, ninguém pode saber. Eu vou encontrar Tony e a nossa filha! — Agora que sabia que Sarah era sua filha a protegeria com tudo que tinha.

★★★⎊★★★

De noite, saíram do Congo, fizeram baldeação pelo sul do continente Áfricano para despistar; na Angola, pegaram um avião com documentos falsos, pousaram em Brasília e de lá foram para seu destino final, Recife, Pernambuco. Era uma cidade muito bonita, sua arquitetura e praias eram encantadoras e o povo era muito caloroso e hospitaleiro, se assemelhavam aos povos africanos nesse quesito e na alegria.

Não foi muito difícil achar um lugar para ficar, se instalou na hospedagem da Dona Joana. Uma senhora muito prestativa e faladeira, a comida dela era divina. Logo que chegou procurou pela pessoa que poderia lhe dar informações sobre Sersei. Achou a mulher em uma boate, ela era segurança, uma mutante chamada Renata, combinou de encontrá-la no outro dia de tarde.

— Boa tarde. Como é seu nome mesmo? — A garota perguntou meio sonolenta.

— Anthony.

— Ah... Antônio..

— Não, se fala Anthony.

— É, vocês gringos adoram emperiquita os nomes, Mary, Maria, John, João... desebucha, o que você quer?

— Acho melhor irmos para um lugar mais reservado. A rua não me parece um bom lugar para conversarmos — A mulher olhou para ele desconfiada.

— Qualquer pessoa ligeira não vai em uma brenha com alguém que nunca viu na vida.

— Você pode escolher o lugar, o que se sentir mais confortável. 

Tony não falava tão bem português, porém o mais complicado da língua era que cada região do país tinha um sotaque e até dialeto, na parte onde estava o nordeste a fala era muito variada. No começo, pensou em como os brasileiros de regiões diferentes se entendiam já que às vezes os dialetos eram muito distintos, segundo Dona Joana isso não era um problema para os brasileiros.

— Se você diz... me segue não é longe daqui, visse. — Foram até um bar de esquina com o nome de Budega do Juca.

— Ó Seu Juca, desce duas geladas aqui! — A mulher gritou e sentou.

— Tem certeza que aqui é seguro?

— Eita... homem nenhum desses cachaceiros estão interessados no que temos para falar e mesmo que tivessem estão mais pra lá do que pra cá.

— Já na manguaça, Morena? — O dono do bar perguntava enquanto colocava a garrafa e os copos na mesa.

— É o gringo que vai pagar hoje, Seu Juca, se estão pagando, a gente está bebendo.

— Deixa de ser abestada, menina! Cuidado, rapaz, essa daí é a maior cachaceira, vai sair no prejuízo.

— Oxente, desde quando o dono do bar incentiva quem vai pagar a não consumir?

— Quem não te conhece que te compre, moleca, só estou dando um aviso para um desavisado — O senhor se virou para Tony — Pode me agradecer depois.

— Oxente, dá para acreditar nesse cabra, tia Dirce vai saber disso — Abriu a garrafa de cerveja e despejou o líquido nos dois copos.

— Não, obrigado.

— Tem certeza?

— Sim... Acho que podemos ir direto ao assunto...

— Está com pressa, Tonho... não se importa se eu te chamar assim, né? Antho... Anthony é comprido, brasileiro gosta de apelido — Bebeu em um gole a cerveja do copo.

— Tony, pode me chamar assim, então fica melhor para você?

— É a forma mais chique de falar Tonho, mas tudo bem.

— Eu preciso saber do paradeiro de uma pessoa... uma mulher...

— Dor de corno, ela te deu um pé na bunda?

— O quê? Não...

— Muitas pessoas me procuram para dar um jeito nos seus probleminhas de galho.

— É uma mutante, isso eu já sei! Quais são seus poderes?

— Por que eu lhe diria?

— Tem razão, não tem porque dizer nada a um estranho, mas baseado no que vi eu arriscaria força e resistência. Sua musculatura é bem definida e é segurança em uma boate.

— Para isso existe academia e aulas de luta.

— Não, baseado na quantidade que você bebe, segundo o Seu Juca. — A mulher começou a rir e bebeu mais uma dose de cerveja.

— Até que você é ligeiro, Tonho Stark, você pode estar disfarçado, mas com ilusionistas por aí a gente dobra a atenção. Me diz o que fez o Homem de Ferro sair do buraco que se enfiou e vir até aqui? 

— Como eu disse, Senhorita Lima…

— Renata ou Morena, é bem estranho no Brasil ser chamado pelo sobrenome, e de senhorita.

— Renata, estou procurando uma mulher e segundo minhas fontes ela esteve no Brasil e você pode saber onde ela está agora. O nome dela é Sersei, porém pode ter usado outro nome.

— Está atrás de gente graúda, não que você mesmo não seja peixe grande. Os vingadores estão virados do avesso com você, é o que fuxicam por aí — Strak deu um leve sorriso — por que está atrás dela?

— Ela tem algo que eu quero — Renata sorriu zombeteira.

— Boa sorte tentando tirar dela.

— Não vou tirar dela, quero que ela me dê.

— Boa sorte com isso também. 

— Vai me dizer o paradeiro dela? — Tony reparou na roda que se formava com pessoas cantando, parecia ser samba ou algo parecido.

— O que eu ganharia com isso? — Renata começava a balançar o corpo com o ritmo dos instrumentos, o bom e velho forró.

— O magnata Tony Stark, também Homem de Ferro, deverá uma para você — Renata riu.

— E acha que só sua palavra basta? É bom de lábia, mas até aí a maioria do povo dessa terrinha também é. Vocês gringos se acham muito espertos: Vamos descer a Terra dos que estão em baixo, a gente caga eles limpam. O que vocês não sabem é que somos especialistas na arte da malandragem. A última vez que um gringo veio aqui, ele fudeu com a minha vida, um mutante filho de uma quenga, mas antes de ir deixou um presentinho. Eu devo ter dedo podre para homens, mas uma hora a gente deixa de ser trouxa.

— Sinto muito que ele tenha sido um cretino com você.

— O arrombado me deixou besta, aqueles olhos verdes, um galego de tirar o fôlego se mostrou interessado, eles sempre dão sinais sutis que não valem o que comem. O filho da égua só queria informações, depois evaporou — pegou a garrafa e bebeu o resto da cerveja — Mais uma. — Fez um gesto para Seu Juca que conversava com um dos clientes.

— O que ele queria?

— O mesmo que você, quer dizer, ele queria encontrar Sersei, mas acho que não queria o mesmo que você quer dela. — Tony franziu a testa.

— Então ele a encontrou? 

— Não…

— Aqui, menina. E como está seu moleque?

— O Diego está bem, Seu Juca.

— E com quem ele está menina? — Renata comprimiu a boca.

— Com minha mãe, Seu Juca — Soltou o ar pela boca.

— Não devia ficar dando trabalho para sua mãe, e deixar seu filho tão novo.

— Oxe, seu Juca, saiu perguntando para esse tanto de cabra manguaçado onde eles deixaram os filhos deles? E deu sermão por deixarem com as mães e mulheres?

— Oxente, menina, mas você é mãe.

— Cabra, isso é arengar demais uma pessoa, onde já se viu, Seu Juca, então pai pode fazer uma zona por aí enquanto a mãe fica com os filhos, e se ela faz a mesma coisa é motivo de fuxico, os dois fizeram. Embuchar a mulher, pagar uma merreca de pensão e ver finais de semana não faz nenhum homem pai não.

— Oxente, bicha arretada, parece sua mãe. — O homem saiu reclamando.

— Porra é só aqui que povo gosta de se meter na vida dos outros, mas não pagam uma frauda pro seu filho? — Abriu a garrafa e se serviu.

— Lamento te informar, mas isso é em todo lugar.

— O mundo é uma merda.

— O universo. Então, Renata, vai me dizer onde posso encontrar Sersei?

— Não!

— Tem um filho, não tem? Eu tenho uma filha, é de extrema importância que eu encontre Sersei, isso envolve a segurança da minha filha. — Ela o analisou e bebeu mais um copo de cerveja.

— Como se chama sua filha?

— Sarah. — Sorriu.

— Mesmo que eu quisesse te dizer, eu não sei onde ela está agora. Há um tempo atrás uma socialite apareceu fazendo um projeto social para crianças carentes e em prol do meio ambiente…

— Sersei!

— Sim, só que ela estava também atrás de uma coisa e sabia que só poderia obter o que queria se aproximando do povo e absorvendo nossa cultura.

— Uma fachada.

— Não, ela realmente ajudou — suspirou — ela estava pesquisando sobre algo muito antigo e estava preocupada, mas ela não achou o que queria, o que ela estava procurando não queria ser encontrado. — Fez uma cara preocupada e se perdeu em seus pensamentos.

— Renata?

— Hum.

— O que ela estava procurando que te deixou assim?

— A essência desse planeta, ela tinha certeza que a encontraria no coração da Amazônia. Não tem porque a essência desse mundo nós dar ouvidos... quando ela decidir que é o fim, será o fim. — Passou a mão nos braços como se estivesse frio.

— Era disso que o mutante estava atrás?

— Não, ele queria encontrá-la para saber informações sobre a origem dos mutantes, os Eternos, tem alguma coisa haver com a nossa origem — encarou Tony que tinha uma cara cansada — eu não sei onde ela está, mas posso te dar a direção, espero não me arrepender. 

— Não vai!

— O mutante seguiu o rastro dela e é provável que ele saiba onde ela está. — Pegou a garrafa e bebeu o líquido.

— Obrigada.

— Não me agradeça, diz para o filho da puta do Trevor White, que eu mandei ele se fuder.

— Merda! — Isso era a porra de um grande problema.


Notas Finais


A Renata não é uma personagem original, ela faz parte dos Universo Marvel, porém eu mudei algumas coisas, nas HQs ela é do Rio. Eu não queria um estado tão manjado então fiz uma homenagem a meu pai que é Pernambucano.

Aí meu coração, nosso Tony está doente, será que a Madelyne está certa??

Steve descobrindo que é pai da patinha e quase tendo um ataque, apesar da reação dele ter sido meio bipolar Hahaha

E por fim Trevor White para o tormento do nosso Stony e nosso 😬

Patinho(a)s eu estou pensando em mudar o dia de postagem para sexta de noite o que vcs acham, preferem como está ou sexta? Eu sei que foram muitas emoções, mas por favor digam o que preferem.

Comentem o que acharam isso insentiva muito 😉

Bjsss até o próximo capítulo ♥️


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