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História O Presidente - Jantar


Escrita por: gioberlusse

Notas do Autor


• Oi meus amores <3 Tudo bem com vocês?
• Estou tentando postar um capítulo a cada semana, já faz 7 dias que postei o último hehe
• Peço que vocês comentem por favor, os comentários são meus incentivos e me fazem muito feliz!!!

Capítulo 2 - Jantar


         O restaurante favorito dele, graças a Deus não era fitness. Serviam uma variedade imensa de massas. Eu acreditava que aquela paixão dele por carboidratos fosse culpa de sua descendência italiana. Mas era melhor para mim, por que eu também amava massas.

            Eu comia saboreando os temperos da comida, que não era muito apimentada mas tinha um gosto típico, gorduroso e muito bom. E ele ria só de me olhar comer daquele jeito, fechando os olhos e murmurando “hm” toda hora.

            —Então, como foi o encontro com o Todo Poderoso? –ele  perguntou com uma expressão brincalhona no rosto

            —Foi tudo certo... Ele convidou a gente para ir numa festa na Casa Branca hoje mesmo. E eu não tenho a mínima vontade de ir. –suspirei enquanto limpava a boca no guardanapo

            Algumas pessoas passavam olhando para Mike e eu estava começando a ficar irritado. Talvez elas nunca tivessem visto um cara lindo todo tatuado comendo massa. Eu ri com o pensamento.

            —Mas você tem que ir, já pensou se você consegue um trabalho lá?

            Eu arqueei as sobrancelhas pra ele, dando mais uma garfada cheia na massa do prato. Só de imaginar ficar por dentro de todos os podres dos Estados Unidos me dava calafrios.

            —Não sei se quero... –suspirei tomando o vinho que haviam nos servido

            —Mas é algo importante –ele pegou minha mão por cima da mesa- Pense no seu currículo. Vai estar escrito lá que você trabalhou para o presidente! –ele sorriu me encorajando

            Apertei as mãos dele. Eu estava com tanta saudade... Fiquei olhando para aqueles olhos escuros que eu tanto amava. As tatuagens iam do peito até os braços e seguiam pelo torso até as pernas. Eu queria muito sair dali e ir pra um lugar mais reservado com ele.

            —No que está pensando? –ele soltou minhas mãos pra comer um pouco da comida

            —Ah... –fiquei vermelho ao lembrar- A gente podia ir pra outro lugar... –murmurei desviando o olhar dele

            Não interessava quantas vezes nós já havíamos feito sexo, eu sempre ficava envergonhado quando o assunto era mencionado. Ouvi a risada gostosa dele e senti um calor por dentro, como eu sempre sentia quando estava com Mike.

            —A gente pode ir pro meu apartamento –ele falou com um sorriso brincalhão nos lábios- Você fica todo envergonhado só de falar sobre isso. –ele riu mais

            Eu franzi o cenho olhando pro outro lado do restaurante. Podia sentir meu rosto queimando, e com certeza eu devia estar parecendo um pimentão.

            —Eu não consigo não ficar vermelho. –falei baixinho

            E o fato de que eu havia perdido minha virgindade com ele me deixava mais estranho ainda. E eu não fazia ideia por quê. Mas fazia umas semanas que não arranjávamos tempo assim pra sair juntos.

            —Eu acho que você fica mais bonito ainda assim –falou- Mas então vamos, já que você está com pressa pra usar meu corpo- eu ri baixinho e ele também.

             Limpamos nossas bocas no guardanapo, já havíamos terminado de comer mesmo. Ele me puxou pra levantar e pude perceber vários olhares das pessoas sobre nós. Me senti mais envergonhado ainda, mas Mike pegou minha mão e nos encaminhamos para o caixa. Deixei ele pagar para mim, por que eu queria sair logo dali e ele estava com a carteira em mãos.

            Saímos para o calor insuportável de Washington. Cada ano piorava mais. A moto estava estacionada perto do restaurante. Nos encaminhávamos para lá, ainda de mãos dadas quando o telefone de Mike tocou.

            —Alô? –ouvi uma voz grave do outro lado e a expressão de Mike ficando séria- Claro, sim senhor, mas é sério? –eu o encarava e ele me olhou como quem pede desculpas- Sim, então estou indo. –desligou o celular

            Mike trabalhava em um escritório de artigos esportivos, que sempre me causava problemas por me afastar dele cada dia mais.

            Eu estava agora de braços cruzados o olhando com raiva. Já podia imaginar o que era. Trabalho. Não podia ficar um dia sem trabalhar? E era sempre quando estava comigo. Apertei as unhas nas mãos, quase me machucando.

                 —Então, você vai ter que ir trabalhar de novo?

            —Sim... –me olhava angustiado- Olha, me desculpa. – falou com uma expressão derrotada- Surgiu um imprevisto no escritório, meu chefe quer que eu vá até lá tentar ajeitar tudo.

            Eu realmente não me importava. Minutos atrás eu estava feliz, agora preferia ter ficado em casa.

            —Eu não posso fazer nada mesmo... –eu disse consternado- Por que você não larga esse emprego? –respirei devagar tentando me acalmar

            Ele se aproximou e colocou as duas mãos nas laterais do meu rosto. Eu fechei os olhos suspirando. Era pedir muito passar 1 dia com meu namorado?

            —Não é tão simples. Eu prometo que vou te recompensar D. –beijou minha testa- Eu te levo pra casa.

            —Ao menos isso. -murmurei emburrado

            Mike estendeu o capacete extra e eu coloquei em silêncio. Havia perdido a vontade de conversar. Seguimos o caminho inteiro sem dizer nada. Sentia a brisa me refrescando do calor daquela cidade e senti meu corpo se acalmando da irritabilidade que tomara conta de mim minutos antes. Não demoramos para chegar.

            Ainda era cedo. Faltavam 3 horas para a tal festa na Casa Branca. Desci da moto, entreguei o capacete e fiquei olhando pra ele, ele pra mim. Eu não sabia como me despedir. Eu estava irritado demais.

            —Tchau –murmurei

            —Eu te mando mensagem ainda hoje –eu revirei os olhos e entrei em casa, ouvindo o barulho da moto se afastar

____________

            Fomos revistados de cima a baixo assim que chegamos à Casa Branca. Meu pai estava nervoso e minha mãe parecia afobada demais, ansiosa, assim como a minha irmã.

            Eu era o contraste daquela família: entediado. Lembrava do almoço com Mike e só queria voltar e ficar com ele.

            O lado de fora da Casa Branca estava silencioso, mas assim que entramos, depois de ouvir todas as regras do tipo “não fale com o presidente a menos que ele fale com você primeiro” nós finalmente entramos no salão de festas. Música clássica tomou conta dos nossos ouvidos, um perfume de jasmim intenso pairava sobre todo local.

            Percebi vários músicos sorrindo enquanto tocavam seus violinos, pianos... Nós olhávamos deslumbrados para todos os cantos enquanto éramos guiados por um segurança até nossa mesa, marcada com uma plaquinha com nosso sobrenome “Novak”. Tapetes vermelhos, mesas com toalhas douradas e flores, talheres de prata... Eu não sabia no que reparar primeiro.

            Havia várias pessoas sentadas, outras em pé conversando, várias sobre negócios, obviamente. A maioria só estava ali pra fazer acordos e lucrar. Sorri cinicamente. E eu estava ali contra minha vontade.

            Nos sentamos e nem sinal do presidente. Um garçom serviu champagne para nós e eu beberiquei um pouco do líquido.

            —Onde ele está? –minha irmã cochichou

            —Você não precisa cochichar –fiz uma careta- Todo mundo está falando bem alto... E respondendo à sua pergunta, não tenho bola de cristal ainda, mas algo me diz que ele está se preparando

            —Acho que ele está vindo –minha mãe disse me repreendendo pela resposta que dera à Lilith

            Pudemos perceber uma movimentação no salão, principalmente dos seguranças. Havia um palco na parte dos fundos do local, bem centralizado, com um microfone no meio.

            Quando ele subiu ao palco todos se levantaram. Senti o clima ficar mais alegre ainda e como demorei pra me mexer recebi um beliscão do meu pai.

            Assim que levantei e olhei para ele, percebi porque ele cativava tantas pessoas. Era simpático e tinha um sorriso contagiante. O tipo de pessoa para quem você olha e quer desesperadamente falar com. Mas o que me deixou surpreso foi a mulher ao seu lado, que o acompanhava.

            Estavam de braços dados. Franzi o cenho. Achei aquilo estranho. Ouvi finalmente as pessoas cochichando. Fofocas e boatos com certeza já pipocavam na internet, eu previ.

            Thomas aproximou-se do microfone, mas todos pareciam olhar apenas para a mulher ao seu lado, curiosos. Usava um vestido azul simples, os cabelos pretos encaracolados e soltos sobre os ombros. Um sorriso grande nos lábios.

            —Boa noite senhoras e senhores! –ele riu- Sentem-se por favor.

            Eu agradeci mentalmente pois estava me sentindo um pouco tonto. Todos faziam silencio agora, e ansiavam por uma declaração sobre a mulher misteriosa. E eu só queria ir pra casa, sem paciência para os joguinhos políticos dos Estados Unidos.

            —Eu espero que se divirtam esta noite. Aproveitem para fazer negócios! – riu e todos o acompanharam- Agradeço a vinda de vocês e espero que se divirtam, ao final teremos um leilão cujo lucro será revertido à instituições de caridade. Obrigado.

Todos se entreolharam e entendendo que o discurso havia terminado bateram palmas. Ele se afastou do palco, ajudou a mulher a descer e encaminhou-se para sua própria mesa.

            Aquilo nem foi um discurso, sejamos sinceros. Mas o motivo daquele jantar não era tão político assim e a fala dele foi um aviso para que a comida começasse a ser servida, finalmente. Eu observava ao longe a mesa do presidente, e não podia negar que estava um pouquinho curioso para saber quem era aquela mulher.  Os dois não pareciam ter intimidade, apenas sorriam cordialmente um para o outro.

            —Mamãe e agora? Ele arranjou uma namorada! –Lilith falou

            —Não se preocupe querida, com certeza é só um caso sem importância.

            —Você realmente acha que empurrando Lilith para cima de homens mais velhos vai ajudá-la em algo? –revirei os olhos, questionando-a

            Antes que ela pudesse responder meu pai se intrometeu:

            —Acabei de ver Norman Johnson, aquele empresário que se fosse cliente do nosso escritório seria ótimo para as finanças. Vou falar com ele. – se levantou

            Eu suspirei. Às vezes eu achava que era o único sensato daquela família. A comida nos foi servida e estava tão boa que eu só conseguia comer mais e mais, afinal era camarão, e eu amava camarão. Minha mãe e minha irmã não pararam de conversar entre si e eu tentei me desligar delas, sem muito sucesso.

            Quando terminei de comer me senti meio enjoado e estufado. Acho que havia comido demais... Resolvi dar uma volta. Olhei para o meu pai do outro lado do salão, rindo com um grupo de homens da idade dele. Olhei para a mesa do presidente e ele não estava lá, só a mulher misteriosa, rodeada de outras mulheres, com certeza querendo alguma informação sobre o relacionamento dos dois.

            Caminhei para fora do espaço onde as mesas estavam, contornando-as. Eu estava distraído, reparando nos detalhes do lugar quando senti um toque em meu ombro. Me virei e ele estava ali.

            Pude ouvir mais cochichos a minha volta. E eu não consegui desviar o olhar daquele sorriso.

            —Olá Damien. –ele falou me olhando com divertimento

            —O-oi. –ainda estava em choque- Senhor. –acrescentei rapidamente

            Criei uma nota mental para chama-lo de senhor sempre. Ele podia ter trinta anos mas continuava sendo presidente dos EUA e esse título exigia respeito. Senti meu rosto esquentando e olhei para meus pés.

            —Sei que não é o momento mais adequado para isso mas... –ele colocou as mãos nos bolsos da calça- Você pensou na proposta que eu lhe fiz de ser meu assistente?

            Eu não sabia o que responder, como sempre. Não havia pensado muito naquilo. O dia com Mike me fizera esquecer de tudo, mas eu realmente não tinha certeza se queria trabalhar na Casa Branca.

            —Você pode vir amanhã e fazer um teste... – me olhava esperançoso

            —Claro. –afinal, o que iria me custar tentar?

            Ficamos em silêncio por alguns segundos. Thomas me olhava com um sorriso estranho, como se estivesse se divertindo com minha falta de traquejo para com ele. Poxa, ele era o presidente, eu não sabia mesmo como me portar.

            —Eu te espero amanhã então. Às nove da manhã pode ser?

            —Pode. Hã, obrigado. Mas se me permite perguntar, porque eu? –eu ainda estava curioso

            —Ah... Eu conheço sua família, você terminou a faculdade recentemente. E eu preciso de alguém jovem e conectado para me ajudar.

            —Mas o senhor não tem uma equipe inteira na Casa Branca para isso? E uma pessoa mais experiente seria... –me calei na hora. Ele me olhava com o cenho franzido e era o mais perto de irritado que eu já o vira- Desculpe, eu não quis ser rude. Senhor. –pigarreei e olhei para os meus próprios pés, começando a ficar nervoso

            —Venha amanhã, se você gostar o cargo é seu. –ele falou secamente

            Eu fiz uma careta e apenas assenti, evitando olhar para seu rosto. Eu havia deixado o presidente dos Estados Unidos irritado e queria me enfiar num buraco de vergonha.

            —Desculpa. –murmurei

            Ele relaxou a expressão facial, suspirou e finalmente sorriu de lado.

            —Eu não quis ser rude também. Está gostando da festa? –ele me olhou curioso. As sobrancelhas eram o charme de seu rosto, uma moldura incrível para os olhos mais azuis que eu já vira.

            —Sim. Adorei a comida. –engoli em seco. Precisava dar algum jeito de puxar assunto e não parecer antipático

            —Eu ia incluir no convite que sua irmã e você poderiam trazer acompanhantes, mas os seguranças começaram a pirar então tive que me conter. –ele riu

            —Ah... Acho que meu namorado não iria gostar de vir. –murmurei. Ele arqueou as sobrancelhas e um sorriso divertido surgiu em seus lábios- Deve ser estranho ter esse tipo de proteção ao extremo. –acrescentei, agora olhando-o diretamente

            —Me acostumei rápido até. – deu uma risadinha- Aposto que revistaram vocês de cima a baixo umas trezentas vezes.

            —Quase isso... –eu sorri

            Sua presença era imponente e esguia, as costas dele eram largas e cobriam boa parte da minha visão da outra parte do salão. Me senti um pouco intimidado por sua altura, que aliada à cara de mau resultavam numa combinação forte aos olhos. Mas forte no bom sentido, porque ele continuava sendo bonito.

            —Te espero amanhã então. –ele se aproximou e por um momento pensei que fosse me beijar, por isso prendi a respiração, numa posição de alarme

            Mas ele riu bem perto da minha boca. Eu senti a respiração dele em minha bochecha, o hálito de menta, e pude sentir minha alma se esvaindo do meu corpo. Ele ia fazer aquilo em público?

            Antes que eu tivesse tempo de desmaiar de pavor por ter a atenção de todo salão em nós seus lábios tocaram minha bochecha rapidamente, em menos de um segundo. Meu coração parecia que ia sair do peito e meus olhos estavam arregalados ao máximo.

            Assim que ele se afastou, deixando um rastro do seu perfume adocicado pude ouvir risinhos e mais cochichos. Os olhos de todos estavam sobre mim. Olhei para a mesa de Thomas e ele havia sentado lá, olhando-me com malícia e divertimento. Eu comecei a me irritar com aquele comportamento estranho, fechei a cara e caminhei de volta para minha mesa.

            —Todos estão falando sobre você! –minha irmã sorria me puxando pela manga para sentar

            —A sua cara, foi impagável! –minha mãe gargalhava

            —O que foi? Eu me senti constrangido! –senti meu rosto queimando de vergonha

            —Você por acaso não sabe que a família dele é de descendência francesa? Do sul da França, e lá é comum um beijo na bochecha, entre homens. –minha irmã ria baixinho da minha cara

            —Ele fez o salão inteiro prestar atenção em mim. Odeio que fiquem olhando pra mim. –murmurei de mau humor

            Elas continuaram rindo da minha cara, mas eu as ignorei completamente. A última coisa que eu precisava era ficar mais estressado. Já tinha o problema do trabalho de Mike, e só de pensar que eu teria de voltar aquele lugar pra trabalhar me dava um arrepio.

            Tomei mais champagne. E comi mais ainda. Entrei em um estado de “preciso pensar em outra coisa” e tentei solucionar com comida. Mas eu não aguentava mais.

            De repente eu ouvi ecos das vozes ao meu redor, vi o salão rodar à minha volta. Meu pai estava na minha frente segurando minha cabeça mas eu não conseguia falar nada, só queria vomitar. Mas nada saía.

            A última frase que ouvi foi “Evacuem o salão!”. E então eu apaguei.


Notas Finais


• EEEE AGORA A HISTÓRIA VAI IR MAIS RÁPIDO
• Vocês vao acompanhar melhor o desenvolvimento do casal e os dramas e mistérios da história!
• Comentem porque vocês me incentivam assim <3
P.S: Alguém aqui assiste Skam? EU to obcecada por Evak???


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