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História O Príncipe (Fillie) - O Governanto


Escrita por: robys_el

Notas do Autor


BOA TARDE AMIGUINHOS!!!

Um Feliz Ano para todos vocês!!! Que esse ano seja muito melhor que o ano passado e que traga muitos capítulos de todas as fics que vocês curtem! Feliz Natal atrasado também e que Deus abençoe todos!

Eis porque demorei para postar: eu procrastinei kkkk Obviamente né amores, mas saibam que apesar de eu estar muito melhor e já estar tomando a medicação certa pra isso, eu passei por muitos altos e baixos também. Até o remédio acertar (que é uma injeção subcutânea), tive algumas recaídas e precisei recuperar meu metabolismo. Nesse tempo tive uma anemia séria e estou tomando ferro na veia. Porém nunca desisti de vocês. Nunca desisti dessa história que eu vou acabar. Se Deus quiser estarei de volta ao jogo logo logo e postarei muito nesse começo de ano. Também vou atualizar Stranger Liaisons.

Só sejam pacientes. A recuperação está sendo mais demorada do que eu imaginei. E estar doente me tira o ânimo para escrever, mas nunca aceitei deixar por isso mesmo essa história.

Esse capítulo para mim é importante e eu queria que ficasse perfeito! Para vocês terem uma ideia, estou escrevendo desde o dia 22 de abril.

Também quero avisar que contém sexo, mas está avisado caso queiram pular. Eu achei importante e estou ansiosa para que vejam como segue a história!

Enfim, aproveitem!

Capítulo 24 - O Governanto


Fanfic / Fanfiction O Príncipe (Fillie) - O Governanto

"Não existe outra via para a solidariedade humana senão a procura e o respeito da dignidade individual."

Pierre Nouy

 

Quando abriu os olhos pela primeira vez naquela manhã, Millie respirou fundo sabendo muito bem que seria um dia difícil. Finn era indomável, como serviria de empregado? Que ele tivesse o bom senso para perceber que se continuasse naquele caminho iria servir o resto da vida e não ser servido.

 

Ela tinha que admitir que escolhera essa opção parte por vingança pessoal. Millie não era de guardar rancor, já fora maltratada por tanta gente, mas Finn a machucou de outro jeito. Estava descobrindo outros tipos de relações em sociedade, fez uma coisa horrível para proteger aquela família e foi jogada no lixo por ele. No fundo, ainda gostava muito dele e queria ajudá-lo a passar essa fase, seja lá qual fosse o fator principal que o fazer agir daquele modo. Percebia que era sofrido para Finn ser daquele jeito, pois encarava a vida como se o mundo inteiro estivesse contra ele e não era assim. 

 

Seria divertido assisti-lo fazendo aquelas tarefas, mas o que mais queria era que ele percebesse seus erros e mudasse, para ficar bem consigo mesmo. Assim, sua família seria poupada também e ela ficaria feliz ao vê-lo feliz, pois convenhamos, Finn não era feliz. Tentava se distrair com rock’n’roll, álcool e sexo, deixando os outros para baixo para ele se sentir em cima, mas felicidade, se algum dia sentira, há muito tempo que não.

 

Todos merecem ser felizes. Uma lição muito importante que aprendera com o sr. Wolfhard. Ela estava feliz. Trabalhava, estudava, tinha um lar. Como não ser feliz assim? O que podia acrescentar era a felicidade de Finn. Estaria completa então.

 

Bateram à sua porta e Millie franziu o cenho. Ninguém nunca batia. Pelo menos não àquela hora. E Sadie já ia entrando. Quem seria?

 

— Pode entrar.

 

Espantou-se ao perceber que era Finn logo ali. Ele viera por pura espontânea vontade? Ela não precisara chamá-lo? Eles não precisaram brigar? Tinha coisa ali.

 

— Bom dia, srta. Bobby? É por esse sobrenome que gosta de ser chamada, não? – Ele foi entrando com uma conduta completamente diferente. Não estava vestindo seu estilo. Estava bem... normal. – Posso perguntar como gosta do seu café da manhã?

 

Finn tinha mesmo acordado antes das cinco para estar ali?

 

Estava perdida em seus pensamentos. Demorou para processar a pergunta.

 

— A-ah, eu como lá embaixo junto com meus amigos.

 

— Só os empregados comem lá e você é hóspede – ele falava como se fizera aquilo a vida toda. Sem dificuldade alguma. Seria tudo aquilo falsidade? Atuação? – Devem saber então como gosta dessa refeição, vou providenciar em um instante. Como gosta do seu banho? Quer que eu pegue suas roupas?

 

Millie estava ficando sem palavras. 

 

— N-não. Pode ir providenciar a comida, por favor.

 

Finn assentiu e pediu licença antes de sair.

 

Millie precisou de alguns segundos para gritar:

 

— Quê?!!

 

Algo de errado não estava certo. Ela pulou da cama e entrou debaixo do chuveiro querendo ficar pronta logo para investigar aquilo.

 

— Mas como? É um jogo? Quem ele pensa que é pra jogar assim? Do Finn não pode sair coisa boa...

 

Foi saindo do chuveiro e resmungando. Logo quando pegou a toalha Finn abriu a porta e disse:

 

— O Café já chegou. – Millie se cobriu rapidamente, mas então percebeu que ele não olhava. Nem dentro do banheiro estava.

 

— Já vou.

 

Ela terminou de se enxugar e foi colocar as suas roupas, mas se tocou que na correria não as separou. Saiu do banheiro constrangida, tentando imaginar como iria lidar com a situação.

 

A vista foi diferente de tudo que imaginou. Finn segurava uma calcinha e um sutiã.

 

— Tomei a liberdade de separar suas roupas debaixo.

 

Ela arrancou as peças dele e ele se virou imediatamente para que ela pudesse se trocar.

 

Millie não tinha vergonha do seu corpo, dos homens. Depois de tanto tempo naquela vida, perdeu suas inibições. Cobriu-se, porque Finn a tinha visto daquele jeito em um momento em que estava bastante vulnerável descobrindo algo novo. E sentia-se nua naquele momento não por de fato estar despida, mas por não saber o que se passava na cabeça dele.

 

Por isso teve coragem de se trocar ali, querendo testá-lo, esperando para ver se espiava, algo que não aconteceu e logo ela estava pronta para trabalhar. Faltava somente o sapato, mas colocaria depois do café da manhã.

 

— Quer que eu te acompanhe no trabalho? 

 

Millie o mirou de cima para baixo e então respondeu:

 

— Sim. Me encontra na saída 3 em 20 minutos. Gostaria de ficar sozinha agora.

 

— Sim, senhorita.

 

Foi um pouco arrogante e ele não reclamou. Mas o que estava acontecendo?

 

Engoliu a comida e saiu correndo para o escritório do sr. Wolfhard.

 

— Sr. Wolfhard? – Ela batia freneticamente na porta, rezando para que ele estivesse acordado.

 

Eric abriu com um olhar de alerta. Teria Finn já feito alguma coisa de errado?

 

— Millie? Está tudo bem? – perguntou preocupado.

 

— Sr. Wolfhard, o que você falou pra ele?

 

— Que? – Eric perguntou confuso. Ele havia acabado de levantar e estava acordando ainda, porém era tão comprometido com seu trabalho que gostava de fazer isso em seu escritório.

 

— O Finn! Ele acordou e foi até meu quarto trabalhar! O que você disse pra ele?!

 

Eric arregalou seus olhos e piscou um pouco tentando absorver a informação e por fim acordar.

 

— Eu acabei de levantar, Millie. Ainda não vi o Finn.

 

— Sério? – ela perguntou surpresa. Esse comportamento de Finn dava medo. O que será que estava tramando?

 

Millie então se virou com tudo e correu em direção a porta dos fundos onde seu carro a esperava.

 

— Millie! – Eric tentou chamar, mas ela já estava longe intrigada com a situação. – Esse jovens... – ele refletiu antes de fechar a porta.

 

Como combinado, Finn já estava à espera de Millie e abriu a porta do carro para que ela entrasse. Antes que pudesse fechar, ela disse:

 

— Meu ‘governanto’ senta ao meu lado.

 

Ele revirou os olhos, mas entrou mesmo assim e então partiram.

 

— Então quer dizer que hoje você vai ficar às minhas ordens? – Millie perguntou sarcasticamente apoiando seu braço no encosto do banco de modo sedutor, para que pudesse se virar para ele.

 

— Sim, senhora – Finn respondeu tentando ser educado, mas claramente irritado com a situação.

 

Ela soltou um riso ríspido.

 

— Abre logo o jogo, homem! O que você tá fazendo?

 

— Cumprindo meu castigo.

 

— Onde você quer chegar com isso?

 

Ele olhou para ela fingindo estar indignado.

 

— Você acha que eu sou incapaz de obedecer? Seguir regras?

 

— Acho – Millie respondeu secamente.

 

Finn revirou os olhos.

 

— Tem muito que aprender ainda, Brown.

 

— Dá licença, Matt – Millie pediu e subiu a janela separando-os do motorista.

 

De repente, ela virou com tudo, sentando-se no colo de Finn, com uma perna de cada lado do corpo dele. Abriu alguns botões de sua camisa deixando seu sutiã preto de renda à mostra. Ele arregalou os olhos.

 

— M-mas o q-que...

 

Millie começou a beijar o pescoço de Finn fazendo suas costas arrepiarem. Ele fechou os olhos querendo sentir cada toque.

 

Era difícil resistir.

 

Colocou as mãos na cintura dela e disse:

 

— Se acha que eu ainda gosto de você, está muito enganada...

 

Um Finn apaixonado era um Finn fraco na cabeça dele, e por isso não podia demonstrar amor. Esse tipo de sentimento era para os fracos.

 

Millie riu sarcasticamente, deixando-o confuso.

 

— Eu não acho que gosta de mim, Wolfhard – tratou-o pelo sobrenome assim como ele fizera com ela –, eu acho que você não mudou nada.

 

Ela lambeu a boca e o nariz dele de uma só vez, como um gato, tirando sarro do garoto. Saiu de cima, fechou sua blusa e ficou quieta.

 

Finn ficou com um tempo chocado com aquilo, sem entender o que havia acabado de acontecer. Somente quando estavam parando na frente da porta da empresa ele percebeu e foi brigando o caminho inteiro até a sala dela por isso.

 

Ele disse que estava obedecendo o seu pai, mas claramente nunca obedeceria. Era a primeira vez que fazia isso, de fato. Poderia ter mudado? Sim. Mas a prova que não tinha foi ele aceitando Millie apesar de ter ódio dela agora. Finn jamais negaria sexo, não importava quem fosse.

 

— Eu não tô conseguindo acreditar que você fez um negócio desse, Millie! – Finn ia dizendo atrás dela, enquanto Millie andava até o seu setor – Foi muito baixo!

 

Ela riu.

 

— Baixo? Então, já deveria esperar isso de mim, já que considera ‘prostututração’ algo baixo, né? – Ainda não estava familiarizada com o termo ‘prostituição’.

 

— O que?! – Finn ficou confuso com aquela palavra.

 

Finalmente chegaram na sala onde mais de 100 pessoas trabalhavam. Bem ao fundo ficava a mesa de Millie, ao lado da porta do sr. Wolfhard.

 

— Senta aqui do lado e fica quieto! Estou cheia de coisas pra fazer! – disse com autoridade e começou a trabalhar.

 

Finn não sabia o que era tão importante e trabalhoso que precisava que Millie se concentrasse tanto sendo ela apenas a secretária, mas obedeceu e ficou no canto de braços cruzados, mal humorado.

 

Acontece que ser secretária não era algo tão simples assim. Era Millie que escutava todas as reclamações e xingamentos para que Eric não precisasse, porque ele sim estava resolvendo coisas muito importantes da empresa. Era ela a intermediária e ainda por cima estudava no trabalho, pois estava muito atrás para sua idade e usava aquele ambiente para isso. Queria alcançar o ensino condizente com sua idade rápido, porque tinha ainda muito o que fazer na vida.

 

De repente a sala parou e todos olharam para porta. Era Eric que entrava. Finn revirou os olhos imaginando que era uma ditadura militar também na empresa, mas de repente todos começaram a cumprimentá-lo com muitos sorrisos e abraços.

 

Finn caiu sentado na cadeira que Millie havia disponibilizado para ele a seu lado. Então era só com ele que seu pai era chato? Era adorado pelo resto do mundo? Quanta falsidade! Se ao menos soubessem...

 

— Olá, Millie – Eric disse quando finalmente conseguiu atravessar o escritório. Era difícil com tanta gente para cumprimentar. – Estou mais tranquilo essa manhã por isso pode tirá-la para se dedicar aos estudos.

 

— Obrigada, chefe! – Millie sorriu, Eric entrou e Finn revirou os olhos.

 

Coitada de Millie, era tão ingênua. Se fosse esperta sairia correndo para longe daquele homem. Havia conseguido muitas oportunidades de fato, mas o preço era alto. Logo, Eric começaria a exigir coisas dela e o paraíso acabaria. Finn sabia muito bem disso. Em troca de um lar, tinha que estudar, ser educado. Onde já se viu algo assim?

 

Millie começou a fazer seu dever de matemática. Divisões! Isso porque ela tinha 18 anos e nem tinha começado os números decimais. É claro que Finn não ia deixar isso passar em branco.

 

— Fazendo divisões, Brown? Não sei se você é burra demais ou vagabunda demais para frequentar a escola.

 

Millie havia decidido que jamais deixaria alguém diminui-la de novo pelo seu passado. Ela nunca quis aquilo, nem sabia o que estava fazendo. Nunca tivera a oportunidade de estudar, mas assim que conseguiu, jogou-se de cabeça.

 

— E que moral você tem, Wolfhard? Não repetiu de ano, não? – Ela nem levantou a cabeça ou tirou seus olhos do que fazia. Não valia a pena.

 

— Por que todo mundo tem esse preconceito com repetentes? Não é bem assim...

 

Ela riu.

 

— Uma coisa é repetir por vários problemas pessoais, outra é por ser vagabundo mesmo e não estudar!

 

— Eu não sou... – levantou a sua voz, mas o escritório inteiro fez ‘shh’ para ele.

 

Millie tentou segurar o riso.

 

— Vai pegar um café, vai, Finn!

 

Ele já ia brigar, mas então lembrou que era esse seu trabalho ali para com a Millie. Ainda tinha que aguentar mais essa.

 

Foi na direção errada e ela chamou sua atenção.

 

— Não tomo o do escritório, Finn. Quero da Starbucks! Café com leite com nozes e chantilly extra!

 

— É sério isso?

 

— Vai logo, não tenho o dia inteiro!

 

Finn respirou fundo e saiu resmungando enquanto ela ria. A verdade é que nunca havia tomado nada da Starbucks, mas ouviu a mulher que a treinou, Janice, dizendo que ia tomar aquele especificamente e por isso pediu. Era a única coisa que conhecia da loja. Para Millie, simples do jeito que era, o cafezinho do escritório já estava ótimo. Isso porque a máquina de café daquela empresa não era nada simples. Para Millie só café estava bom. Do jeito que David fazia. Descomplicado, assim como ela.

 

O telefone bipou como fazia quando seu chefe queria vê-la e Millie foi.

 

— Ah, graças a Deus que Finn não entrou! – Ele imaginou que iria sendo que o seu trabalho era seguir Millie para todo canto. – Preciso falar com você sobre ele.

 

— Ele foi buscar um café para mim...

 

Eric sorriu.

 

— Você não toma o café daqui, Millie!

 

— Por isso mesmo ele foi até a Starbucks!

 

Os dois caíram na risada e demoraram uns bons minutos para se recuperarem. Primeiro que não havia nenhuma Starbucks por perto e segundo, Millie tomando algo de lá? Era hilário!

 

— Eu te chamei, porque precisamos dar trabalho para ele fazer, mas vejo que já está dando conta do recado!

 

— Não, senhor! Ele precisa se ocupar mais. – O tom de deboche era claro.

 

— Ótimo! – Eric colocou em cima da mesa uma peça preta que Millie não reconheceu. – A sua impressora quebrou. Você não pode fazer seu trabalho direito sem ela, porém o técnico desse andar está com gripe e eu odiaria tirar os técnicos dos outros andares. Viraria uma bagunça. Todo mundo ia emprestar técnico daqui e dali e isso nunca iria acabar!

 

— Mas como que essa peça caiu da impressora?! – Millie perguntou. Enquanto Eric fazia seu discurso ela só conseguia pensar nisso. Não era possível, então quem tirou? Queria que Finn a colocasse de volta?

 

— Ela não caiu. Eu mandei tirar ontem à noite!

 

Então, ela entendeu. Estava bem mais esperta e menos ingênua.

 

Começou a rir.

 

— Você é mau, senhor! – Não conseguiam para de rir juntos.

 

— Não precisa fazer ele sofrer demais. Só o quanto achar suficiente.

 

Millie assentiu e se retirou.

 

Eles não queriam ser maus, porém o castigo de Finn ia muito além da bondade. Do jeito que era nunca aprendera com castigos banais que a sociedade ocidental está acostumada. Tirar o celular? Impedi-lo de sair? Deixá-lo pensando sobre seus feitos no quarto? Essas coisas nunca adiantaram. Millie e Eric concordaram que podiam fazer diferente, porque não queriam que Finn se afundasse na vida por conta do jeito que a levava. Gostavam dele demais e por isso estavam dispostos a pregar algumas peças no garoto. Ele precisava aprender por bem ou por mal.

 

Millie, porém, ainda não tinha comprado a submissão de Finn. Concordar tão facilmente com seu castigo? Tinha coisa aí e ela ia descobrir.

 

Finn voltou e colocou com tudo o copo na mesa de Millie.

 

— E aquela educação bem no início da manhã? Me chamando até de srta. Bobby? Devo contar ao seu pai que não está cumprindo seu dever direito? – tentou provocá-lo para ver onde daria.

 

— Perdão, srta. Bobby. Eu me exaltei. Não vai acontecer de novo.

 

Millie quase mostrou sua expressão de irritação, mas conseguiu se segurar. Uma hora ou outra Finn iria explodir e revelar porque havia aceitado tão fácil tudo aquilo. Esperava que até o fim do dia pelo menos alguma coisa teria aprendido.

 

— Obrigada pelo café! Chegou bem na hora. Minha impressora não está funcionando!

 

— Já considerou ligar na tomada? – ele debochou, mas Millie arregalou os olhos, deixando claro que não gostou daquela atitude. Ele então verificou que estava ligada. – Perdão, srta. Bobby. Chamarei o técnico imediatamente!

 

— Nosso técnico está em casa com gripe!

 

— Com certeza temos outro técnico, afinal, essa é a Wolfhard Inc...

 

— Chamar os técnicos dos outros andares significaria acabar com o equilíbrio da empresa.

 

— Com essa ditadura militar, você diz? – Ele não aguentou o deboche novamente, porém Millie só piscou seus olhos. Ela claramente não sabia o que era ‘ditadura militar’. – Você quer que eu faça o que?

 

— Eu quero que você mesmo dê uma olhada!

 

Finn piscou bastante e abriu e fechou sua boca diversas vezes querendo retrucar, mas percebeu no final que ele tinha que fazer o que ela pedia naquele dia. O que custava dar uma olhada, não é mesmo? Na verdade, para ele muito. Era Finn Wolfhard e não um técnico de impressoras qualquer, mas ok.

 

Ele começou a mexer no computador e na impressora por um bom tempo. Ela está ligando e o computador tentava mandar arquivos, mas simplesmente não imprimia.

 

Ficou ali por um bom tempo, até que uma moça, parecia ter a idade deles, aproximou-se da mesa de Millie.

 

— Oi, Mills!

 

— Oi, Mali! Posso te ajudar em alguma coisa? – No crachá da garota lia-se Malina Weissman. Ela era extremamente bonita, Finn não pôde deixar de notar.

 

— Sim, eu queria saber se o Sr. Wolfhard...

 

— Sim? – Finn disse naquele momento tentando chamar atenção para si. Malina piscou confusa. – Ó desculpe, pensei que estivesse me chamando. Sou o filho e me chamam de senhor toda hora. Perdão.

 

Millie reconheceu o tom encantador de Finn e revirou os olhos.

 

— Você é o Nick?

 

Na hora o garoto fechou a cara. Sempre Nick, não é? Por que tinha que sempre viver na sombra do irmão?

 

— Não! – ele respondeu com raiva e voltou a mexer na impressora.

 

— Esse é o outro, Finn – Millie explicou para Malina e ele se segurou para não pirar com as duas. Como comentara e já sabia há muito tempo, vivia na sombra de seu irmão.

 

— Bom – Malina continuou –, eu queria saber se o Sr. Wolfhard já decidiu se...

 

Finn suspirou e voltou a dar atenção para o aparelho. Resolveu mais uma vez olhar dentro da máquina e tentar encontrar algo de diferente, mas como saber se ele nunca prestou atenção em todas as peças de uma impressora? Para começo de conversa, por que mesmo era ele que estava consertando aquele negócio? Isso obviamente ia além de um simples problema técnico que essas máquinas tinham o tempo todo. Não era a tinta, não era um problema de conexão entre ela e o computador. Mas o que estava acontecendo? Estava ligada na tomada...

 

Finn não era uma pessoa paciente. Ele definitivamente não tinha paciência para consertar aquela impressora. Mas sabe-se lá o que seu pai faria se ele não obedecesse Millie. Estava com medo de perder seus privilégios. Com certeza não iria arriscar e logo estaria no controle de novo.

 

Quando Malina foi embora, Millie disse:

 

— Ai que saco, Finn! Você é muito inútil! Vai pegar um cafezinho. – Ela apontou para a máquina de café e ele revirou os olhos. Ela percebeu. – Se revirar os olhos pra mim de novo, você vai ter que ficar comigo mais um dia!

 

Finn respirou fundo e foi. Outro café? Até pouco tempo ela nem comia direito. Sem contar que ela disse que não tomava o da empresa. Enquanto a máquina trabalhava, ele parou para pensar na vida de Millie e como devia ter sido difícil. Ele era órfão, mas pelo menos tinha uma casa (o orfanato). E agora estava sem sua mãe, porque aquela mulher era horrível. Prostituindo a própria filha... 

 

Finn chacoalhou a cabeça. O que ele estava pensando? Millie era uma puta. Trocava sexo por dinheiro e não tinha coragem de admitir isso. Fazia-se de desentendida e santa para que recebesse casa e comida. Agora estava aqui muito bem de vida graças a sua grande arte de persuasão. Ainda bem que Dacre apareceu para desmascararem-na. Ainda sim seu pai não tinha se tocado.

 

— Aff... – ele resmungou.

 

Aquele dia fatídico... Estava tão feliz que alguém poderia gostar tanto dele sem julga-lo pelas suas ações como todos faziam e aquilo tudo acabou em um segundo. Às vezes queria voltar atrás e nunca ir àquela festa, mas se não tivessem ido, nunca descobriria quem Millie era de verdade. Ela estava tão bonita...

 

Mas o que estava pensando?!

 

Quando percebeu o café já estava quase esfriando.

 

— Finalmente! Pensei que tinha morrido lá! – ela exclamou e ele bufou.

 

O resto do dia foi a mesma coisa. Millie ordenava que Finn fizesse tarefas para ela e ele as fazia de mau gosto. Enquanto isso não acontecia, ele ficava sentado, mal humorado, por não poder se distrair.

 

Chegou até a tentar assistir Netflix no celular, mas Millie proibiu assim que percebeu. Confiscou o celular dele! Ninguém merece...

 

Após as 18 horas, todos do andar haviam se retirado, menos os dois. O horário de trabalho em si tinha terminado.

 

— Quando vamos embora? – ele perguntou deixando claro em sua voz que estava de saco cheio.

 

— Eu só saio daqui depois que seu pai vai embora. Pedido dele!

 

— Ele devia nos pagar hora extra! – Finn disse indignado.

 

— Pra mim ele paga! – Millie debochou, mas era verdade. Finn bufou pela centésima vez no dia.

 

— Bufa, bufa. Resmunga... Vou pensar se vou ou não relatar isso pro seu pai!

 

— E o que poderia acontecer? – Finn quis se fazer de esperto.

 

— Você passar mais um dia comigo.

 

Ah, isso não! Não suportava mais Millie!

 

Ele já ia reclamar, até que percebeu que podia usar seu melhor talento.

 

Finn levantou devagar e se sentou na beirada da mesa.

 

— Sai daí, Finn – Millie disse sem nem dar bola. Continuou olhando para o papel que lia.

 

Ele encostou delicadamente no queixo dela e Millie deu um pulo. Não estava esperando ser tocada por Finn e já pensava que era alguma gracinha.

 

— Calma!

 

— O que você quer? – Millie o confrontou já de pé.

 

— Calma, coração, eu só estava te observando... 

 

Ele pegou uma mecha do cabelo de Millie que caía em seu rosto e levou para trás de sua orelha. Os dois se encaravam, olhando bem no fundo dos olhos do outro e Millie se lembrou de quando Finn se soltou e mostrou que gostava dela. Teria tudo aquilo sido mentira? Um jogo dele? Porque na hora pareceu tão genuíno... como que tudo pôde acabar tão rapidamente?

 

Finn a observava. Era claro como ela ficava perdida em seus olhos e por um momento ele se perdeu nos dela. Queria dominá-la, mostrar quem mandava ali, mas era ela que fazia isso com ele.

 

Ele agarrou o rosto dela rapidamente e a beijou com força, com vontade, como se toda a felicidade pudesse ser retirada daquele simples ato.

 

Millie se afastou assustada, mas não resistiu e fez o mesmo. Logo ela estava prensada contra a parede e os dois se beijavam freneticamente. Às vezes paravam e esfregavam seus rostos para sentirem a pele um do outro e depois voltavam aos beijos. Naquele momento tudo foi esquecido. Eles não se importavam com o que o outro pensava daquilo, ou qualquer um de fora. Somente queriam estar juntos.

 

*CONTEÚDO SEXUAL*

 

Finn tinha um impulso, um costume por ter feito aquilo tantas vezes, apesar de que nada havia sido igual àquele momento. Ele se afastou e abriu desesperado sua camisa querendo sentir a pele de Millie. Ela hesitou. Já havia visto tantos homens fazerem aquilo. Teve medo de sofrer como das outras vezes, mas também queria tanto.

 

Em uma fração de segundo Finn já estava de volta em sua boca, e então em seu pescoço e ela gostava. Ajudava-o a abrir sua camisa também.

 

Sem perceber ele a pegou no colo e a colocou em cima da mesa, passando as mãos por debaixo da sua saia para retirar a calcinha.

 

Finn tentou forçar o corpo dele contra o dela, mas Millie o segurou, depositando sua mão no peito dele e os dois se olharam direto nos olhos.

 

Não que Finn acreditasse que a prostituição de Millie foi contra a vontade dela e que ela havia ficado com Dacre para salvar a família dele, mas o medo nos olhos dela era tão real que ele não pôde deixar de ajudar, porque por baixo do susto conseguia ver o desejo dela de seguir com o que estavam fazendo.

 

Ele a beijou de leve e a guiou para que saísse de cima da mesa. Depois ele mesmo sentou ali, vestiu a camisinha e a colocou em seu colo, uma perna de cada lado de seu corpo. Isso tudo foi feito com muita delicadeza e carinho da parte dele. Queria muito que Millie se sentisse à vontade. Nunca mais queria ver a dor que vira nos olhos de Sadie durante o ato sexual, apesar de acharem que ele nem ligava. Muito menos queria ver Millie sofrendo, apesar de ser insensível o tempo todo.

 

Ele tocou a parte íntima dela para ter certeza que ela estava pronta e disse:

 

— Você faz.

 

Colocou-se dentro dela e imediatamente Millie foi abaixando seu quadril, fechando seus olhos para sentir aquela nova sensação. Não pensava que era possível sair algo bom daquilo, mas era surreal. Gemeu um pouco e começou a se mover freneticamente. Jogou sua cabeça para trás e fechou seus olhos aproveitando o momento.

 

Para Finn também estava melhor do que ele imaginara. Nunca havia transado desse jeito, com essas sensações. Ele a observava, achando-a linda naquele estado. Acariciou as bochechas rosadas de Millie para que olhasse para ele e depois de alguns segundos se encarando, beijaram-se, deitando-se na mesa enquanto continuavam a se amarem, mesmo que não soubessem que era isso que faziam.

 

Ele se segurava para não apertar as coxas de Millie com medo de assusta-la. Não queria machucá-la, só estava tentando aguentar o prazer que estava sentindo.

 

Foi diferente para os dois, mas maravilhoso. Nunca haviam estado daquele jeito com outro pessoa. Sentiam que podiam fazer isso para sempre e iriam se pudessem. Queriam que nunca acabassem. Queriam permanecer conectados para sempre, em puro êxtase, aproveitando um ao outro, amando um ao outro. Porém, depois de Millie atingir o ápice várias vezes, Finn não conseguiu mais aguentar e avisou:

 

— Eu vou... – Ela concordou e o beijou e chegaram lá juntos.

 

Millie deitou sobre Finn cansada. Os dois ofegavam muito e ele a havia abraçado no final.

 

*FIM*

 

Depois de um tempo descansando, Millie foi se erguendo devagar até que puderam se encarar. Ela ficou vermelha. Nunca tinha ficado assim, até como se seu prazer fosse errado e ainda havia sentido com ele.

 

Os pensamentos dos dois estavam uma bagunça. Os mais importantes eram por que agora e de onde saiu essa ideia?

 

Millie se retirou rapidamente de cima dele e começou a ajeitar a roupa e ele fez o mesmo. Estava um silêncio naquele lugar. Só ouviam suas respirações e as roupas que tentavam colocar no lugar.

 

Finn estava se sentindo meio mal com medo de Millie não ter gostado e tê-la traumatizado como fizera com Sadie. Queria perguntar, mas como? Não sabia o que dizer. Não sabia lidar com tantos sentimentos naquele momento.

 

De repente seus olhos se encontraram e ele tentou encontrar as palavras certas:

 

— Mi...

 

— Millie, já estou indo. – Eric apareceu de repente e conseguia sentir a tensão no ar. – Só preciso que envie para o Tim o documento na minha mesa.

 

— Sim, senhor. 

 

Ela saiu correndo para dentro da sala dele.

 

— Estou ansioso para receber o relatório da Millie – disse para Finn e foi embora.

 

Finn entrou na sala de seu pai para ver o que Millie estava fazendo. Não sabia se a interrupção havia sido algo bom ou ruim. Ela acabara de digitalizar o documento e estava no computador de Eric enviando-o.

 

“Ele nem pode mandar. Precisa que alguém faça isso pra ele...”, pensou.

 

Quando Millie terminou, ele se retirou da porta para que ela saísse. Pegou sua bolsa rapidamente, sem encará-lo, e andou até a saída. Finn foi logo atrás deixando para lá qualquer coisa que quisesse dizer. Precisava pensar antes.

 

O carro foi o pior momento. Cada um encostado em uma janela olhando para fora tentando disfarçar e aguentar o desconforto.

 

Millie praticamente queria morrer, mas aguentou firme e assim que chegaram ela saiu correndo para dentro e ele nem teve chance. Quando entrou na casa, ela já havia sumido.

 

Finn foi para seu quarto pensar. Jogou-se na cama e colocou a mão na testa.

 

Que diabos foi aquilo?


Notas Finais


É o que vão descobrir nos próximos capítulos! Não aguento esses dois separados por tanto tempo! Rs

Eu sei que no Twitter prometi pra dezembro, mas ficou pronto no último dia e eu resolvi deixar vocês aproveitarem a virada.

Desculpem mais uma vez pela demora! Espero que continuem comigo. Juro que estou fazendo meu melhor! Beijoooossssss


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