Desdenhei do desenho só para provocar e o seu olhar ficou sobre mim como se sonhando acordado. Estralei os dedos a frente do seu rosto e ele me encarou nos olhos.
_ Não sabia que você sabia brincar e sorrir.
_ Acho que nem eu sabia disso.
Foi quando ele se levantou da sua cadeira e veio até mim, sentando em meu colo. Começou a me beijar quando o abracei e a forma como me beijava quente deixava bem claro aonde aquilo ia dar.
Tirou minha camisa e eu a dele e quando lembrei de quem sou, já estávamos no sofá cama despidos aos beijos. Parei seus beijos com dois dedos sobre os seus lábios e falei olhando em seus olhos _ Não faça nada que te leve a se arrepender.
Sorriu debochando e voltou a me beijar. Assim foi a nossa primeira vez que precedeu a segunda vez, a noite. Também outra vez, pela manhã, antes de eu voltar para a minha casa no domingo.
Em casa, pedi para o segurança, Jay, conseguir o relatório sobre a morte dos pais do Thay.
A vida recomeçou na segunda-feira. Thay me divertiu no único momento o qual nos encontramos na Universidade, no intervalo. Éramos de anos diferentes e não tínhamos nenhuma aula em comum, mas depois da aula o levei para casa com a intenção de ficar com o Thay um pouco.
_ Você nunca fala sobre a sua vida _ reparou.
_ Você nunca perguntou.
_ Estou perguntando.
_ Huh, qual foi a pergunta?
_ Fala sobre a sua família.
_ Por que?
_ Para que eu não banque o idiota no caso de encontrar algum deles.
_ Tipo...?
_ Tipo na sua casa.
_ Eu moro sozinho.
_ Você não quer falar.
_ Não.
_ Tudo bem. Você vai falar sobre eles algum dia?
_ Não.
_ O que pode ser tão ruim?
Por um instante, imaginei que o Thay podia ser sequestrado só por causa de estar comigo assim e fiquei triste. A urgência de ficar longe dele para manter a sua segurança sempre me impelia a sair. Desde o início, sempre foi assim.
_ Eu tenho que ir.
_ Assim de repente? A gente podia comer fora amanhã?
_ Não _ fui ríspido no falar _ Desculpa... tenho compromisso e não vou poder sair para comer amanhã.
_ Fica um pouco mais? Podemos pedir o jantar?
_ Claro _ fiz uma concessão.
A conversa mudou, nós escolhemos o cardápio e conversamos sobre música e amenidades.
Aquilo não era certo. O meu plano era ensinar guitarra para ele e me afastar. Isso só pode dar em lágrimas. Pensava no carro a caminho de casa.
Novamente tentei evitar encontrar com ele na escola, mas duas semanas depois, ele me encontrou no estúdio.
_ Você sumiu _ cobrou.
_ Estive ocupado.
_ Estou com saudades.
_ Eu estou ocupado.
Chegou até mim e me abraçou com beijos. Não consegui resistir e fui com ele para a sua casa. Fizemos amor no seu quarto, finalmente ele me deixou ver o seu quadro bizarro. Explicou que eu era a sua inspiração artística.
_ Sinto-me honrado.
_ Justin, você me ama?
Se eu disser que sim, você não vai me deixar ir quando for preciso.
_ Por que você insiste tanto nisso? _ afaguei os seus cabelos _ Por acaso, acha que faço esse tipo de coisa com pessoas de quem não gosto?
_ Mas você não diz nada.
_ Eu sou assim.
_ Justin, eu te amo tanto que parece que meu peito vai explodir quando ficamos juntos.
Seus olhos brilhavam e ele sorria.
Por que você tem que ser tão adorável? Responde para mim? Aproveita e me diz, como faço para te esquecer e parar de brincar com fogo?
Se eu dissesse tudo o que pensava, estaria perdido.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.