Você sabia o que era melhor para mim, certo?
As palavras ditas por você foram pedras que atingiram meu coração. Seriam motivo de minhas lamúrias, base para os meus devaneios. Serventia para aquela influência impiedosa que dominava os meus pensamentos.
Eu queria acreditar que estava apenas sendo egoísta. Querer sua felicidade apenas para mim? Que tipo de melhor amiga eu sou? Espere. Eu ainda sou sua melhor amiga?
O mundo, no qual eu sempre vivi, quis me privar. E me privou daquela única rota de fuga que me amparava. A influência impiedosa sorriu cruel com deleite.
Domínio. Suas mãos eram sombras com longas garras afiadas, que penetravam ao fundo de meus pensamentos e libertava dos mais repletos pesadelos.
Estava enganada pensando que tudo melhoraria após você se juntar ao clube de literatura?
Eu queria que você fizesse parte daquilo, e então, você acabou se tornando o ponto principal para essa doce manipulação.
Era egoísta achar que sua felicidade agora tinha nome? Yuri? Natsuki? Monika?
Era egoísta achar que somente nós dois possuíamos uma intimidade única?
Era egoísta ver minha inveja manifestar-se, por você conhece-las tão pouco e estar mostrando sorrisos tão sinceros e compartilhando dos seus pensamentos mais profundos?
Minha mente arredia estava me controlando.
E por mais que eu tentasse confundi-la com qualquer pensamento que trouxesse felicidade, naquela altura já não provocava efeito algum.
Tem algo de errado comigo, você ao menos percebeu? Ou talvez eu tenha errado em te esconder isso. Mas eu não queria que perdesse seu tempo tentando me fazer feliz.
Você já fez tanto por mim. Eu seria mais egoísta em te privar da sua felicidade para tentar ser a razão pela qual eu acordaria todas as manhãs.
Mas você sempre foi. Só que agora era também a razão dos meus sentimentos mais obscuros.
Eu não quero ser egoísta.
Eu não quero te privar das coisas.
Eu não quero ser um fardo.
“Saia da minha cabeça”
“Saia da minha cabeça”
“Saia da minha cabeça”
Havia prometido que tudo voltaria a ser como era antes. Mas provavelmente eu não suportaria. Por mais que eu me esforçasse, as coisas nunca seriam as mesmas.
Eu estraguei tudo.
“Emoções.Sayori deletados com sucesso.”
“Sentimentos.Sayori deletados com sucesso.”
Você já teve a impressão de não sentir nada? Estou completamente vazia.
E já não me importo mais com isso.
Não me importo com absolutamente nada.
“Lembranças.Sayori deletados com sucesso.”
Ninguém pode me ajudar. Eu estou sozinha.
Sozinha.
Sozinha.
Sozinha.
Sozinha.
Sozinha.
Morta.
“Manipulação.Sayori sendo executada.”
Apenas fiz. Não tinha nada para me impedir.
Aquela corda parecia ser minha única amiga naquele momento. Em uma de suas extremidades fiz um lindo laço que caberia perfeitamente em meu pescoço. Ele me abraçaria calorosamente, me acalentando na escuridão.
A cadeira preta em meu quarto que arrastei exatamente até ao meio. Subindo devagar, contando os últimos segundos da minha existência.
Esticando meus braços, consegui amarrar a outra extremidade da corda ao ventilador de teto, bem instalado, perfeito para me suicidar.
Com o olhar vazio, admirei o laço que havia feito para aquele momento único.
Minha mão parecia gostar tanto da sensação que o toque causava. E meu pescoço logo se sentiu envolto daquele calor.
Meus pés já não podiam mais esperar. Logo empurraram a cadeira para longe, deixando minha pele atritar-se com a áspera corda.
Aquele vazio em minha mente dominava enquanto me debatia e perdia o ar de forma lenta e dolorosa.
A influência impiedosa sorrindo ao show perverso, envolvendo-me com suas sombras até que me cobrisse por completo.
Não demorou muito para que meu último suspiro fosse liberto dos meus lábios entreabertos.
“Morte.Sayori executada com sucesso.”
“Sayori.chr deletado com sucesso.”
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