Ao acordar, Sasuke sorriu levando os dedos até os lábios. Ainda podia sentir a boca macias de Sakura e sua língua molhada.
Com um suspiro longo, o moreno se levantou. Já se passava das 14hrs e era natal. A madrugada na casa de seu pai foi menos insuportável graças a rosada, que estava sempre o fazendo rir com alguma brincadeira e o proibindo de ter tempo para odiar seus familiares.
O ponto alto da noite, sem sombra de dúvidas, foi o beijo. De resto, nada mais aconteceu. O moreno, graças aos céus, conseguiu voltar para casa antes das duas da manhã e dormiu feito um bebê até mais tarde que o normal.
Ele pegou uma roupa qualquer e se direcionou para o banheiro. Quando chegou de madrugada, foi incapaz de simplesmente tomar um banho rápido antes de partir para cama. O cheiro de suor e gordura por ter ajudado Itachi na cozinha estava impregnando em todo seu corpo.
A água quente foi a melhor coisa do mundo naquele momento. Relaxante e revigorante. Não ficou horas de baixo do chuveiro, foi o mais breve possível, afinal, já era tarde e ele não queria perder o resto do dia.
No momento que saiu do boxe, secou o cabelo com toda a calma do mundo.
Céus, como teria sido melhor se ele tivesse feito tudo mais rápido. A porta foi quase arrombada por uma demônia de cabelos rosas que não foi nem um pouco discreta quando encarou o corpo nu do moreno de cima a baixo.
Como o Uchiha foi trouxa em não trancar a porta. Estava se sentindo tão sujo e estava tão acostumado em ter só homens morando na casa que, nem por um segundo, passou pela sua cabeça ser pego nu por uma garota.
Os olhos verdes ainda o admiravam. Ela olhava da cabeça até ao pés apenas para poder olhar novamente. Ele, em pânico, nem teve capacidade mental de se cobrir com a toalha que tinha em mãos.
Em um ato de desespero e um fio de sanidade, ele se virou de costas com o rosto mais vermelho do que a roupa de sua sobrinha na noite passada.
Após a virada, Sakura teve a total visão da bunda dele. Mais branca do que neve, redonda, durinha e grande para um rapaz que não praticava nenhuma atividade física. Era uma coisa linda de se ver.
O Uchiha proporcionou a Haruno a visão completa de seu corpo nu e nem tinha se dado conta de tal fato.
Ela segurou uma risada e fechou a porta com força para indicar que ele já podia se virar, estava seguro.
— Juro que não vi nada – quase gargalhava. – Eu não estou usando meus óculos, então não vi nadinha.
— Sakura, você não usa óculos – a voz estava um pouco baixa e engasgada.
— É só você fingir que eu uso e botar na sua cabeça que sou uma míope fodida que não viu essa sua bunda branquinha e redondinha.
O murmúrio do rapaz foi perfeitamente audível. Mais uma vez, ela se controlou para não gargalhar.
— Só saia daqui.
— Eu preciso muito usar o banheiro – fez charme para demonstra que estava mesmo apertada.
Foi possível ouvir o moreno suspirando. Em menos de um minuto, o rapaz abriu a porta enrolado na toalha. Ele nem ousou levantar os olhos para olhar Sakura, aquilo era a conformação de que o Uchiha estava a um passo de ter um colapso nervoso.
Assim que se trancou no quarto, ele pode respirar. Ou pelo menos tentar.
Seu coração estava acelerado e sua respiração descompensada. Ele podia cair morto de vergonha no chão a qualquer momento.
Nunca sentiu seu rosto queimar tanto. Céus, como a situação havia sido constrangedora. Como caralhos ela ainda podia ter a capacidade de brincar com aquilo como se não fosse nada?
Ele não conseguia se lembrar de uma única mulher que havia o visto nu como ela havia acabado de ver. Com que cara o moreno iria encarar a garota agora?
Ele suspirou e, enquanto se vestia, não conseguia tirar o olhar quente dela de sua cabeça. Ela havia o encarado como se fosse devorá-lo e, por alguns centésimos, Sasuke desejou ser a presa daquela tigresa. Mas, obviamente, o sentimento não se manteve por muito tempo, a vergonha era sempre maior.
Assim que estava vestido, ele se jogou na cama e encarou o teto com o seu melhor olhar de “que porra eu tô fazendo com a bosta da minha vida?”
Pegou o celular, que estava no criado mudo, e se surpreendeu ao ver 3 mensagens de um número desconhecido. Com certo receio, ele se colou para ler o conteúdo.
“Feliz natal!”
“Não sabia como mandar a primeira mensagem, desculpe”
“Enfim, eu sou Valerie, cursamos administração juntos. Como você está?”
Arqueou uma sobrancelha enquanto encarava a tela do celular.
Ele sabia quem era a autora da mensagem. Ela sempre sentava atrás dele, sempre mesmo. Tinha olhos azuis mais bonitos do que os de Naruto e cabelo tão negro quanto o do Uchiha.
Ela era, definitivamente, uma das garotas que entrava para quase todas aquelas lista idiotas de “mais bonita da faculdade”.
Devia responder aquilo?
Ele suspirou e pensou em cada palavra que digitaria. Não queria parecer grosso, mas era a sua natureza ser assim.
“Onde conseguiu meu número?”
E foi tudo. Bloqueou o celular e se levantou, precisava de um bom copo de café forte e quente para tentar esquecer que a rosada havia o visto nu.
A cozinha, infelizmente, estava ocupada. Ocupada justamente por ela.
Estava de costas e usava uma regata branca apertada que marcava bem a sua cintura. O short era algo lindo de se ver, soltinho e curto. Parecia distraída, pois balançava a bunda, e que bunda, enquanto cantarolava baixinho uma música.
Nem parecia que minutos antes viu um homem completamente nu no banheiro.
O rapaz se aproximou e se sentou à mesa desejando se um fantasma para que ela não notasse a sua presença. Botou o celular na mesa e ficou no mais puro silêncio.
— Boa tarde, Sasuke.
É, definitivamente ele não era um fantasma.
— Preparei seu café – ela se sentou de frente para o moreno entregando a xícara e em seguida suspirou. – Desculpa por mais cedo.
Ele encarava a xícara pois não tinha nem um pingo de coragem de encará-la.
— Eu deixei a porta destrancada. Você não bateu. Fui descuidado e você só estava apertada. Tá tudo bem, de verdade.
— Você mente tão mal, Uchiha – revirou os olhos enquanto bebia seu café.
Sasuke, por um breve momento, encarou a garota. Aproveitou que as íris verdes da garota estavam focadas em olhar o fundo de sua caneca de coruja, e a observou.
Céus, ela realmente possuía um piercing no mamilo, agora ele tinha total certeza. A blusa apertada e um pouco transparente dava a confirmação de peça metálica.
E, com toda certeza, ela podia afirmar que Sakura possuía belos seios.
O celular vibrou e ele apenas ignorou. Estava empenhado em uma tarefa que era muito melhor do que responder uma colega de classe.
Ele arfou e mordeu os lábios discretamente enquanto deixava sua mente fluir em pensamentos sujos envolvendo aqueles malditos piercings. A ideia de vê-los era extremamente excitante.
Céus, o ar até faltava.
— Sasuke, eu vi isso! – ela quase gritou largando a caneca.
Ela havia visto o Uchiha admirando seus seios?
Definitivamente, ele conseguiu ficar mais vermelho do que nunca, mais vermelho do que ficou quando Haruno o viu pelado.
Tossiu e bagunçou os cabelos. Estava tão nervoso que nem era capaz de formular uma desculpa plausível.
— Me dê esse celular agora! Eu vi vibrando e sei que quase ninguém te manda mensagem.
Primeiro o Uchiha ficou em dúvida do que a garota estava falando, mas em seguida entendeu o aparelho para ela e sentiu um peso enorme sair de suas costas.
Não havia sido flagrado. Não ainda, mas se continuasse tão descuidado, logo seria.
Ele, sem dizer nada, apenas empurrou o celular pela mesa até Haruno. A rosada já estava na casa a tempo o suficiente para saber que não havia nenhuma senha que bloqueava o aparelho.
— É só uma garota da minha faculdade desejando feliz natal.
O moreno disse sem muita empolgação enquanto acariciava o Sr. Botinhas que miava para pedir atenção. O gato estava no chão e, por conta disso, ele tinha que se abaixar um pouco para mimar ao felino.
— Ela é bonita – seu tom de voz era sério. – E você é burro ao ponto de não notar quais são as intenções dela. Você foi tão seco com a bichinha.
— Em um dia normal eu nem teria respondido.
O Uchiha pegou o gato no colo para poder conversar encarando a garota. A rosada revirou os olhos e depois bufou. Parecia estar impaciente.
— Vou te mostrar como se faz.
O sorriso sacana era um pouco assustador. Haruno começou a digitar sem dizer nem uma palavra enquanto mantinha um sorriso cômico nos lábios. Em menos de cinco minutos, ela bloqueou o aparelho e empurrou de volta para Sasuke.
— Leia – foi tudo que disse.
Ele suspirou com medo do que poderia encontrar. Assim que desbloqueou o celular, a conversa já apareceu.
“Estou incomodando? Desculpe mesmo, peguei seu número com Shikamaru. Eu não sabia como falar com você pessoalmente”
A garota havia mandado mensagens que o rapaz planejava ignorar, mas ela aproveitou todas elas.
Valerie parecia levemente tímida e Haruno, se passando por ele de uma forma bem escrota, respondeu com toda a atenção que a uma garota deseja.
“Está tudo bem, gata, você nunca atrapalharia. Mas enfim pq queria o meu número?”
“Ah, você sabe...”
“Oh, então o sentimento é mútuo, gatinha”
— Sakura, gatinha? Sério? – isso foi o que mais indignou o rapaz.
Em que vida ele diria aquilo? Não era um cara escroto, gostava de chamar as pessoas pelo nome ou por algum apelido carinhoso.
— Continua lendo, Uchiha.
“O que acha de eu, você e um cinema amanhã, gatinha? Eu levaria um casal de amigos, mas nada que nos atrapalhe”
— Meu deus, fósforo. Nunca mais deixo você mexer no meu celular.
— Ah, pelo menos agora você tem um encontro – ela sorriu – E eu vou junto.
— E você tem alguém para fazer par?
— Amanhã você saberá – suspirou – Temari chamou a gente para dar um pulo na casa dela. Hinata e Naruto vão estar lá. Sabe, comemorar o natal com o amiguinhos e essas coisas. Você sabe fazer isso?
— É melhor do que ficar aqui correndo o risco de você fazer alguma merda.
— Calado, Uchiha, amanhã vai ser bem divertido.
X X X
Parar em frente à casa de Shikamarui era um pouco estranho. Afinal, a um mês e alguns dias atrás, o Nara ainda dividia o aluguel com o Uchiha.
A nova casa do casal era agradável. Podia perfeitamente abrigar um grupo de amigos para uma pequena festa no fim de semana e isso era o que importava para Temari. Era a casa ideal para um casal jovem como eles.
Sem delongas, os dois entraram no lugar sem bater, como havia sido instruído pela loira nas mensagens.
A sala era mil vezes maior do que a sala da casa do moreno, era melhor decorada também. Havia uma porta a esquerda que, pelo cheiro, era a cozinha. Nem pararam para olhar o resto do local, apenas seguiram caminho para o lugar.
Entraram na cozinha juntos. Era menor que a sala, mas ainda ampla. Era o esperado já que foi Temari que escolheu o local.
Sasuke se surpreendeu ao notar que havia mais gente que o habitual no lugar. Ao lado de Hinata, Neji ria com alguma piada do Uzumaki. O Hyuuga era primo da morena e era quase impossível encontrá-lo, já que o mesmo estava sempre viajando.
O rapaz, por ser 2 anos mais velho que o resto do grupo, já havia terminado a faculdade e era um excelente advogado. Antes de Neji terminar seus estudos, ele costumava fazer parte do pequeno grupo de amigos do Uchiha.
Um grupo bem pequeno mesmo.
— O mais novo casal chegou – foi a primeira coisa que Temari disse.
Ao lado dela, havia um ruivo com a cara amarrada. Ele nunca trocou uma miséria palavra com o ruivo, mas sabia que Gaara era um primo distante de Temari. Era um relação familiar estranha, pois eles quase nunca se falavam. Uma grande surpresa ter ele ali.
— Não somos um casal – ele já se defendeu.
Naruto tossiu de forma forçada. O maldito sabia de coisas que havia visto e, provavelmente, Uzumaki já havia espalhado a fofoca para todo o resto.
— Só não somos porque o Sasuke não quer, eu até disse isso para o pai dele ontem.
— Opa, já conheceu a família e tudo? – até mesmo Hinata participava daquilo.
O moreno revirou os olhos e se sentou na mesa. Sentado em uma cadeira e com a perna levantada apoiada em outra. Bem abusado, como sempre.
— Ficamos sabendo dos acontecimentos a uns dias atrás, Sasuke – Shikamaru riu baixo enquanto soltava a fumaça do cigarro pela boca.
Haruno simplesmente riu e se sentou ao lado do moreno.
— Vamos para com isso. O Uchiha não gosta desse tipo de brincadeira e eles são são um casal – Neji parecia completamente por dentro do assunto que perdeu nos últimos três meses.
O Hyuuga se aproximou e estendeu a mão para que trocassem um pequeno toque de amigos. E foi isso que o Uchiha fez, bateu na mão do rapaz e segurou firme com um pequeno sorriso de lado.
Era o necessário. Apenas aquele gesto dizia tudo, deixava claro que estavam felizes em se ver.
Sakura era uma garota abusada. Se sentou ao lado dele e estava usando o moreno como encosto. Nem se importava muito com aquilo, como se fosse algo completamente natural de se fazer.
Ele já estava até acostumado com aquela situação.
— Enfim, vamos terminar as coisas nessa cozinha e curtir o natal – Temari estava empolgada.
— Achei que estava cagando pro natal – o Uchiha provocou.
— Eu estava até Neji dizer que vinha e Gaara decidir que queria entrar oficialmente para o nosso grupo dos fodinhas. Ino também disse que ia vir, mas teve que passar o natal com a família. Bem bad.
— E desde quando somos fodinhas? – Haruno encarava as unhas com um sorriso de lado.
— Whatever – ela deu de ombros.
Todos se movimentavam para adiantar as coisas. Hinata, Naruto e Neji ficaram responsáveis pela comida, como era esperado. Shikamaru, Temari e Gaara arrumaram a mesa.
Já Sasuke e Sakura eram os quebra galhos que ajudavam no que era necessário.
Haruno parecia empolgada em perturbar o loiro cozinheiro. Roubava algumas coisas do fogão e ria feito uma criança arteira. Quando ele se irritou com a felicidade excessiva dela, sobrou para o Uchiha ficar responsável pela criança.
— O meu dia está ótimo.
Haruno se jogou no sofá com um largo sorriso. Ela o encarou e sorriu mais uma vez.
— Mas não aconteceu nada ainda, fósforo.
— Mas é claro que aconteceu. Você me deu um presente de natal ótimo, Uchiha.
O moreno já havia se esquecido da maldita cena mais cedo, mas tudo voltou com força. Por alguns segundos, o ar faltou e novamente ele sentiu o rosto pegar fogo.
— Na verdade foram dois. O beijo foi ótimo, Uchiha.
— E-eu realmente não quero falar disso, Sakura.
A rosada mordeu os lábios e se aproximou bem do rapaz. Fez questão de chegar bem perto do ouvido dele para que só ele escutasse a próxima fala.
— Eu ainda estou te devendo o meu presente, Uchiha.
E lá estava ela sendo provocativa novamente. E a infeliz estava fazendo isso na casa de Shikamaru com os amigos ali presentes.
— Sabe, eu não sou burra – ainda falava no pé do ouvido dele – Eu noto quando você está me olhando durante o café.
E aquela foi a confirmação de que a rosada havia o flagrado durantes as suas espiadas nada discretas. Ele soltou o ar pela boca e serrou os punhos enquanto sentia o seu corpo reagindo às provocações da rosada.
Chegava a doer a ereção dentro das calças do moreno.
— Prometo te entregar o meu presente uma hora ou outra. Sei bem o que você quer, Uchiha – disse a última palavra de forma arrastada.
— Pessoal, vamos aproveitar o resto do natal? – a loira apareceu na porta da cozinha.
Assim que avistou a pequena cena de Sakura cochichando algo no ouvido do Uchiha, o sorriso foi gigantesco. Ela não disse mais nada, apenas voltou para a cozinha com aquele maldito sorrisinho deixando o Uchiha novamente sozinho com Haruno.
— Não quero nem imaginar o que se passa na cabecinha de vento dela.
Falou a frase como se a ideia de ter Temari pensando coisas que não devia fosse muito divertido.
Ele suspirou e se levantou indo para cozinha. Dava graças ao céus por sua ereção ter se acalmado graças a No Sabaku que interrompeu a incontrolável Sakura.
A garota de cabelo rosa disse que estava faminta. Queria jantar seja lá o que foi que os amigos tinham preparado. Estava tão ansiosa com isso que até tentou roubar uma provinha que estava escondida por debaixo dos panos
O problema é que ela não esperava que um tabuleiro quente estivesse apenas esperando para queimar o primeiro burro que metesse o mãozão.
A reação foi imediata. Ela gritou e afastou a mão sacudindo sem parar em um pouco de desespero. Ela se sentou ao lado do Uchiha murmurando alguns palavrões e isso fez ele rir.
— Deus castiga, fósforo.
O moreno pegou a mão da garota com cuidado e observou o lugar queimado. Queimou as pontas do indicador e do dedo médio.
— Você é muito desajeitada – sorriu.
Ele se levantou puxando a garota até a pia. Abriu a torneira e colocou os dedos da rosada na água corrente. Aquilo foi relaxante, diminui um pouquinho a ardência.
Haruno aproveitou que ele estava totalmente focado naquilo para observá-lo. Ele olhava a água caindo enquanto analisava a queimadura cuidadosamente.
Era uma queimadura que só daria uma pequena bolha mais tarde, mas Sasuke agia como se aquilo fosse algo realmente muito sério.
Isso fez Sakura sorrir.
Ele fechou a torneira e a encarou com um leve sorriso sacana. Sem nenhum resquício de vergonha ou algo do tipo, ele simplesmente levou os dedos da garota até os lábios.
A cozinha estava cheia, mas cada um se ocupava com suas próprias tarefas. Isso era o mesmo de se estar sozinhos.
O moreno colocou as pontas dos dedos da garota dentro da boca e passou a língua pelo local sensível.
Aquilo fazia parte dos primeiros socorros? Não importava, ela só estava adorando ter o Uchiha como seu paramédico particular. Se soubesse que ele era tão sexy dando uma de médico, ela já teria se machucado antes.
Mas ele não havia acabado o serviço. Para deixar a cena mais provocativa, ele fez questão de encará-la com um olhar selvagem e passar a língua entre os dois dedos da garota os afastando um pouco.
Aquilo era tão insinuativo. Ela sabia bem o que eles estava insinuando. Céus, como o olhar dele era sexy.
Como um virgem podia ser tão quente daquela forma?
Após o comentário ousado de Sakura na sala, ele havia tomado a decisão que não deixaria aquilo barato. Ela não iria mais provocá-lo e sair impune, teria que sofrer as consequências.
Ele estava sendo discreto. A cena durou menos de 10 segundos, mas foi o suficiente para provocar uma pequena pontada seguida por um cachoeira no meio das pernas da garota.
O Uchiha soltou a mão da garota e deu um sorriso que foi completamente gostoso de se admirar.
— Céus, você não é virgem.
Ela disse baixo o suficiente para que somente ele escutasse. O rapaz apenas riu de canto como se o comentário o divertisse.
— Claro que eu sou. Mas isso não quer dizer que eu sou uma criança que não sabe de certas coisas. E bom, já fui um adolescente com acesso a vários tipos de site na internet.
E ele voltou para a mesa se sentando no mesmo lugar de antes.
Sasuke, como um bom aluno, havia aprendido perfeitamente como provocar Haruno com maestria. Estava começando a colocar seu plano de tirar a sono dela em ação e não pretendia fracassar, custe o que custar.
Assim que estava em meio aos amigos, ele se sentiu aliviado por ninguém estar a um passo de fazer algum comentário idiota. Temari havia mantido o bico fechado, o que era um pequeno milagre, já que ela costumava conta quase tudo para o resto do pessoal.
Sakura se sentou ao lado do moreno e ele observou que, pela primeira vez, ele fazia algo com os casais sem estar sozinho. A rosada, obviamente, não era a sua namorada, mas foi bom ter uma amiga ao seu lado.
Foi bom não estar sozinho.
Gaara ainda estava com a cara fechada, mas era bem atencioso quando alguém dirigia a palavra a ele. Estava ao lado de Neji e, desta forma, a mesa quadrada ficou ocupada por duas pessoas em cada ponta.
— Ah, amanhã Sasuke tem um encontro.
Foi a frase que ela soltou. Disse com toda a naturalidade que possuía enquanto encarava os dedos queimados.
— É algo sério ou só mais um rolo? – Shikamaru perguntou enquanto colocava um pouco de refrigerante em seu copo.
— Faz anos que não vejo Sasuke com alguém. A última vez foi com aquela gotica que Temari arranjou – disse Neji.
— Ah, sabem como ele é discreto – Temari sorriu divertida.
— Não muito. Conheço uma garota que já passou por Sasuke, acreditam? Ela só tem elogios, mas reclama até hoje por não ter ido pra um quarto com ele – era a primeira vez que Gaara falava abertamente.
— Eu adoraria conhecer essa garota – Naruto disse enquanto se servia.
o Uchiha apenas revirou os olhos com o assunto.
— Eu realmente odeio quando a minha vida amorosa vira assunto.
O rapaz apenas revirou os olhos novamente no fim da frase. Terminou de se servir e colocou o prato na mesa para que pudesse falar melhor.
Todos deram uma leve risada com o humor do rapaz, até mesmo Gaara riu. E, para não incomodar muito o moreno, seguiram para outro assunto aleatório enquanto jantavam.
As conversas eram bem aleatórias. Uma hora estavam falando de problemas ambientais sérios e em outro momento, o assunto mudava para algo banal como a fabricação de salgadinhos de festa.
Durante os assuntos aleatórios, o moreno descobriu que Gaara cursava biologia marinha. O cara era uma verdadeira enciclopédia. Era inteligente e sabia um pouco de tudo.
Ele deixou bem claro que, mesmo sendo um nerd, possuía uma vida sexual bem ativa. Informação desnecessária, mas o Uchiha relevou ao notar que ele estava um pouco alterado após algumas misturas de álcool.
No fim, o ruivo era mais divertido do que aparentava ser.
Todos já estavam um pouco bêbados com exceção de Sasuke e Hinata. A morena não coloca uma gota de álcool na boca por conta de problemas familiares que envolviam a bebida. Já seu primo parecia não ligar muito para o fato.
— Esse cara é maluco!
Gritou Naruto após ouvir a história de como Neji conquistou TenTen, sua atual namorada que morava em outra cidade.
Uzumaki já estava em um estado em que tudo era a coisa mais engraçada do mundo. Sasuke dava graças aos céus por Hinata ser a motorista da relação, assim ele chegaria inteiro em casa.
Haruno não ficava atrás. Estava tão bêbada que o Uchiha se sentiu na obrigação de simplesmente a proibir de ingerir mais uma gota do líquido. Ela não gostou da ideia, mas não tinha escolha.
— Sasuke, para de ser careta e beba um pouco comigo – a rosada gritava.
— Temos que ir. Sr. Botinhas deve estar com fome e alguém aqui já passou dos limites – ele se levantou se esticando – Querem que eu leve Gaara para casa?
— Ah, ele pode dormir na sala, não se preocupe – Temari sorriu olhando para o primo que era o mais bêbado na rodinha.
Sem muita enrolação, Haruno e o rapaz se despediram.
Naruto, novamente ia passar a noite com Hinata. A Hyuuga contou que a família adorou a presença dele na casa. Ele e Neji formavam uma dupla de piadistas cafonas. Mas Uzumaki pareceu não concordar com a informação, disse que os pais da namorada só o suportavam por obrigação.
Drama de babado, deduziu o Uchiha.
Sakura ainda tinha um pouco de sanidade mental, mas lhe faltava equilíbrio. Era um pouco cômico observar a garota andar até o carro tentando se equilibrar. Rebolava mais que o normal e quase caiu de cara na neve três vezes.
Foi uma noite, de fato, divertida. Uma boa comemoração de natal, coisa que o moreno não tinha em anos. Não se esqueceria da noite nem tão cedo.
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