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História Obsessão Perigosa - Long fic Gdragon (REPOSTANDO) - Capítulo 26 - Incertezas.


Escrita por: giglio_

Notas do Autor


Ei leitoressssss! Aparecendo depois de dias para finalmente atualizar obsessão perigosa! Sei que estou atrasada mas a rotina de universitária está cada vez mais apertada, espero que entendam esses atrasos e não desistam de mim! O capítulo foi revisado, mas pode haver erros, então me desculpem por isso! Boa leitura!

Capítulo 27 - Capítulo 26 - Incertezas.


Busan;; Coreia do Sul


Por Lina Carter


Naquele dia, após o expediente na casa do magnata, Kim Seokjin pediu para que eu cobrisse Joe no restaurante. Meu melhor amigo tinha precisado se ausentar e como haveria um importante jantar para um grupo de banqueiros naquela noite o restaurante não podia ficar na mão. Avisei a Seokjin que estaria lá assim que saísse da mansão e ele ficou tão feliz e aliviado por minha ajuda que me prometeu um aumento caso a noite desse certo. Tudo o que fiz foi rir de seu exagero pelo telefone quando ele me ligou para solicitar ajuda, mas ele disse que não estava brincando e que cumpria com suas promessas. 


Exagerado. Foi o que pensei comigo. Quando estava saindo, me encontrei com Sandara chegando, parecia cansada mas ainda continuava linda. 


— Finalmente um pouco de descanso, não é? — ela brincou depois de me cumprimentar, eu ri e retribuí o cumprimento, mas neguei.


— Parece que ainda não, vou cobrir o chef de cozinha hoje no restaurante, descanso para mim só mais tarde. Hoje deixo por sua conta o tempo ocioso.— Respondi, ela sorriu consternada, me desejou boa sorte e uma boa noite de trabalho, então parti. O caminho foi tranquilo, exceto por meus pensamentos inquietos. Me lembrei do livro, da declaração imposta nele e no que tais coisas implicavam. Minha cabeça estava a mil e por um momento me senti grata por poder ocupá-la com mais trabalho.


Cheguei ao restaurante em poucos minutos, cumprimentei o pessoal, que ficou feliz em me ver, e enquanto adentrava o ambiente de trabalho senti uma nostalgia enorme e boa ao estar entre eles novamente, mesmo que Dak-Ho não estivesse mais conosco. Esbarrei com o chefe Kim logo na entrada e ele mais uma vez me agradeceu, de seu jeito afobado. Assim, depois de todos os cumprimentos e agradecimentos, me vesti com o uniforme reserva e mergulhei no trabalho.


O restaurante, como sempre, estava cheio, mas nossa equipe deu conta de tudo. O jantar mais importante era o do pequeno grupo de banqueiros, Kim Seokjin me passou o cardápio da noite, pediu minha opinião em relação a sobremesa e após sugerir que servissemos pudim caramelizado e suspiros de caramelos feitos à mão e que trocássemos o vinho tinto pelo branco, preparei tudo com o maior esmero possível. Com o auxílio de Dan-bi cuidei da sobremesa e após todos os preparativos e ajustes conseguimos concluir a noite com excelência. 


— Eu estava sentindo falta de trabalhar contigo! — Kang-Dae disse, me fazendo sorrir contente e anuir em concordância.


— Eu também estava. — falei, e não menti. Sentia muita falta da minha antiga rotina com meus amigos no restaurante, falta de como éramos uma equipe unida apesar de sermos tão diferentes. A nostalgia bateu forte por uma segunda vez e por um momento senti falta de retornar pro meu lugar ao lado deles, mas então me dei conta do que perderia, de quem perderia, não me parecia mais tão desejável. 


O expediente no restaurante finalmente chegou ao fim e por ter ficado na cozinha a noite toda, só percebi quem havia ido jantar lá naquela noite quando estava de saída do estabelecimento.


— Olha só quem encontrei de novo!


Seungri disse assim que me avistou a caminho da saída, ele estava terminando seu drink no balcão de bebidas e tinha o mesmo sorriso gentil e doce de sempre, me aproximei para cumprimentá-lo e não me surpreendi quando ele me abraçou. Entendi que Seungri era diferente das outras pessoas, entendi que demonstrações de carinho eram importantes para ele.


— Parece que o destino quer mesmo nos colocar no mesmo lugar. — falei risonha, assim que nos afastamos. Ele assentiu, ainda rindo. Finalizou sua bebida e quando informei que estava indo para casa ele me acompanhou até a saída. 


— Isso é ótimo, naquele dia não pudemos conversar muito, e gosto da sua companhia, foi bom revê-la de novo. — ele disse, assenti e então ele continuou. — Não sabia que trabalhava nos dias de semana também.


— E eu não trabalho, hoje foi uma exceção, meu chefe precisou de uma forcinha na equipe de funcionários e pediu que eu o auxiliasse. Então cá estou eu. — expliquei e ele sorriu mais uma vez, chegamos à rua e a brisa noturna me abraçou com carinho.


— Acho admirável a forma como você preza ajudar as pessoas mesmo que isso a deixe exausta, porque eu aposto que o dia de trabalho na mansão foi cansativo o suficiente para você desejar sua cama mas olha só você aqui, quebrando o galho do seu chefe quando não tem obrigação nenhuma de fazê-lo. — ouvi-lo falar daquela forma a meu respeito me deixou contente e com a certeza irrefutável de que Seungri além de observador também era bastante empático. Ele se preocupava comigo.


— Fico contente em ouvir você me definir como admirável, mesmo que eu não me veja assim. Eu apenas tento fazer o melhor que posso, honestamente ainda sinto que falta muito para chegar lá. 


Ele balançou a cabeça, negando e rindo descrente.


— E ainda por cima é modesta. — brincou, me fazendo rir. — Você está se saindo muito bem, pode acreditar. Agora me conte, como foi o evento beneficente?


E foi naquele momento que travei, surpresa com sua pergunta, e confusa sobre como ele sabia que eu havia ido ao evento com o magnata. Demorei a responder e minha expressão deve ter denunciado meu choque. Seungri gargalhou.


— O que foi? Pensa que eu não sei que Gdragon te levou? Somos melhores amigos desde a infância Lina, como poderia pensar que ele não mencionaria a mim que havia lhe convidado? — disse e eu assenti, ainda um pouco atordoada.


— Para falar a verdade eu não pensei nisso, mas vendo-o falar dessa forma faz todo o sentido ele ter lhe contado, desculpe a expressão de choque, eu só… — não consegui concluir, travei, mas Seungri completou sem ressalvas.


— Você só ficou com medo do meu julgamento quanto ao fato de ter aceitado um convite do seu patrão, certo?


Engoli em seco mas não pude negar, era exatamente isso. Eu não fazia ideia do que Gdragon falava a meu respeito para os seus amigos e pensar que ele falava de mim era extremamente caótico e estranho. Eu não queria que as pessoas pensassem coisas que não eram verdadeiras. 


— Sim, foi exatamente isso…— fui honesta, sem saber mais o que dizer. Seungri me olhou com carinho e voltou a falar.


— Não precisa temer por um julgamento ou uma crítica, você não terá tais coisas de mim, e fique tranquila pois Gdragon mencionou apenas a mim, ninguém sabe e se depender de nós dois continuará dessa forma, Gdragon é muito reservado. 


As palavras de Seungri me tranquilizaram um pouco.


— Fico feliz em ouvir isso, não quero passar a impressão errada sobre nossa… — escolhi bem a palavra. — interação. Honestamente não sei o que existe entre nós e gostaria muito que essa nossa conversa ficasse apenas entre eu e você. 


O coreano assentiu, rindo de leve. Vi verdade em seus olhos e soube que podia confiar nele.


— Não trouxe esse assunto à tona com a intenção de fazer você me contar o que há entre vocês, honestamente é algo que só cabe aos dois, mas confesso que fiquei contente em saber que Gdragon está se permitindo ter a presença de alguém tão adorável como você do lado dele. Mesmo que ainda não saibam exatamente qual a natureza dessa relação. 


E mais uma vez senti verdade em Seungri, gostava do tom da nossa conversa e sentia um certo cunho aprovador do empresário quanto à possibilidade de me ver envolvida com seu melhor amigo. Não consegui segurar o sorriso aliviado e grato.


— Obrigada por isso, Seungri, é aliviante. — falei. — E quanto ao evento posso dizer que gostei bastante, adorei ver todas as obras de arte expostas e ver de perto como funciona um leilão. — completei e Seungri riu.


— Imaginei que você iria gostar, sempre achei que você era uma pessoa que apreciava a arte. Queria poder ter ido mas tive outros compromissos naquela noite, fico feliz que tenha gostado. — ele disse, me fazendo sorrir. Ainda parados no meio da rua, Seungri me ofereceu uma carona para casa, a princípio não iria aceitar mas ele foi tão insistente em fazer essa gentileza que acabei não recusando, seu carro não era escuro como o do magnata mas a prataria branca era tão elegante quanto. Adentrei o veículo com timidez, mas à medida que Seungri conduzia em direção ao meu prédio, após eu lhe informar o endereço, me senti confortável e relaxada. 


Conversamos sobre trivialidades durante boa parte do caminho, Seungri me contou como havia sido sua infância, ele era filho de dois grandes empresários e assim como Gdragon havia sido educado para herdar as empresas da família, a diferença é que fazia isso com uma leveza extraordinária. Ele me contou que conheceu Gdragon logo no ensino fundamental, afinal suas famílias eram amigas e parceiras de negócios, e que desde essa época eram inseparáveis. Como irmãos de alma. 


— Claro que ao longo do caminho nosso grupo de amigos aumentou, adicionando TOP, Daesung, Taeyang, CL e todo o resto, mas a nossa conexão se deu muito antes disso tudo, sempre fomos companheiros, não é querendo me gabar mas sou a pessoa que ele mais confia no mundo. 


Aquilo trazia uma sensação gostosa para mim, eu adorava saber que ao longo de sua vida caótica Gdragon tivera alguém como Seungri ao seu lado, para apoiá-lo e ajudá-lo com o que quer que fosse. Mas ao mesmo tempo eu não conseguia parar de pensar que talvez Seungri fosse a única pessoa que soubesse dos segredos do magnata e talvez fosse o único que tivesse as respostas que eu tanto precisava a respeito da declaração encontrada no livro do magnata. Óbvio que minha intenção não era perguntá-lo diretamente sobre isso, porém sondar não seria um pecado.


— Imagino que vocês dois tenham tido muitas histórias juntos… — comecei, como quem nada quer, e Seungri assentiu, sorrindo nostálgico, imaginei que estivesse sendo compelido pelas lembranças. 


— Mais do que pode imaginar, sei basicamente de todos os passos da vida do magnata. — ele afirmou e eu decidi ser incisiva.


— Até dos passos românticos?


Minha pergunta o fez me encarar de canto de olho e sorrir com provocação, senti meu rosto quente pela vergonha mas preferi deixá-lo acreditar que minha pergunta era apenas pelo ciúme e não por algo além. 


— Sim, até dos passos românticos, mas honestamente não há muito o que saber sobre isso, Gdragon nunca foi um homem romântico, o que não significa que não possa se tornar.  


Assenti com leveza, sentindo verdade em suas palavras. 


— Então ele nunca teve um relacionamento? Nunca namorou ou teve algum tipo de affair mais sério? — continuei, encarando-o com curiosidade. Seungri negou com a cabeça, já não tinha mais o olhar provocador e divertido mas ainda sorria com leveza.


— Gdragon sempre atraiu belas mulheres, já colecionou muitas em sua cama, e definitivamente deve ter partido muitos corações com seu jeito frio e arrogante, mas nunca teve um relacionamento sério com alguém, tampouco se apaixonou. — ele concluiu, um tanto taciturno. — Ao menos não por alguém que tenha valido realmente a pena. — acrescentou por fim, baixo, em um sussurro quase inaudível para que eu pudesse ouvi-lo. Mas ouvi e essa pequena sentença fez meu coração saltar pela boca. 


— O que quer dizer com isso? Que ele já se apaixonou mas pela pessoa errada? — indaguei, não escondendo minha curiosidade explicita, que era acentuada pela lembrança da declaração que eu havia lido mais cedo no exemplar de Romeu e Julieta. Dessa vez Seungri ponderou na resposta, me olhou com os olhos escuros enevoados e eu soube, através desse olhar, que havia mais por trás de suas palavras do que ele queria deixar transparecer. 


— Honestamente não é algo que caiba a mim revelar. Gdragon é meu melhor amigo e você é uma pessoa importante, alguém por quem já tenho um enorme carinho. Gosto de ambos, mas não acho prudente me envolver no que quer que seja que os dois estejam construindo. Se tem alguma dúvida, deve perguntar a ele. — a resposta gentil dele foi a resposta esperada e também seria a resposta que eu daria se estivesse no seu lugar. Não fiquei magoada, mas seus olhos enevoados eram o suficiente para que eu tirasse minhas próprias conclusões. 


— Desculpe, não quis ser intrometida e te colocar numa situação desconfortável, só estava tentando entendê-lo… — falei por fim, e não menti quanto a isso, honestamente não havia mentido sobre nada. Seungri voltou a sorrir e eu soube através desse sorriso que estava tudo bem entre nós, que ele não havia ficado magoado. 


— Está tudo bem Lina Carter, eu entendo sua curiosidade e não a julgo, Gdragon é realmente misterioso, faz parte da natureza dele despertar a curiosidade das pessoas ao seu redor. 


E aquilo não poderia ser mais do que verdade. 


— Concordo plenamente, misterioso poderia ser seu sobrenome, facilmente. 


O carro então seguiu seu caminho, indo em direção ao meu prédio, onde eu finalmente poderia descansar. As ruas de Busan estavam calmas então não demorou para que finalmente chegássemos. 


— Está entregue, senhorita. Espero que tenha uma boa noite de sono e que possa descansar. — Seungri disse, me despertando de meus pensamentos e me fazendo voltar para a realidade. O agradeci pela carona, desejei-lhe boa noite e quando estava prestes a sair do carro, Seungri tocou em meu pulso gentilmente.


— Ei, espero que não fique magoada comigo por não revelar mais nada a respeito da vida amorosa do magnata, realmente não é algo que caiba a mim. — suas palavras eram baixas, mas sinceras, e pude apenas assentir. Honestamente não havia ficado magoada, não havia motivos para fazê-lo. 


— Está tudo bem, Seungri, mesmo. Sei que não cabe a você me contar essas coisas. Só peço que essa conversa fique entre nós, não me sinto pronta para conversar com o magnata sobre isso ainda, pelo menos não nesse momento.


Seungri rapidamente assentiu. 


— Pode ficar tranquila, não revelarei absolutamente nada, será um segredo nosso. Honestamente espero que possamos ter mais conversas como essas, eu adoraria me tornar um amigo e confidente.


Eu também desejava o mesmo. Sem pensar muito no quanto aquilo ia contra as formalidades coreanas, apertei Seungri em um abraço, seus olhos brilhantes e suaves davam a impressão de que eu podia usá-lo como um apoio, um ombro amigo, vê-lo admitir isso era reconfortante. Seungri se pegou surpreso com minha aproximação mas retribuiu meu toque com gentileza e carinho.


— Muito obrigada, Seungri, honestamente eu também espero muito que possamos nos tornar confidentes e ombro amigo um do outro. — sussurrei e foi com esse pequeno pacto de amizade selado que finalmente parti para o meu prédio, o dia havia sido cheio e eu precisava, mais do que tudo, descansar.


[...]


Me obriguei a não pensar em Gdragon durante o resto da noite, mas quando adormeci ele invadiu meus sonhos. Sonhei que ele dizia que estava apaixonado por mim e que queria construir um futuro ao meu lado, seus lábios macios e convidativos se aproximavam para me tomar em um beijo mas no instante em que isso estava prestes a acontecer eu despertei. Já era hora de ir para o trabalho e eu me senti estranhamente melancólica e triste por saber que aquele sonho não era verdade, era apenas fruto da minha imaginação.


Enquanto me aprontava para mais um dia na mansão pensei em Seungri, na conversa que tivemos.  Gdragon sempre atraiu belas mulheres, já colecionou muitas em sua cama, e definitivamente deve ter partido muitos corações com seu jeito frio e arrogante, mas nunca teve um relacionamento sério com alguém, tampouco se apaixonou. Ao menos não por alguém que tenha valido realmente a pena. Fora o que ele dissera na noite passada. Isso me fazia ter ainda mais certeza de que havia existido alguém na vida do magnata e que esse alguém era responsável pela declaração feita no exemplar de Romeu e Julieta. Quem seria essa pessoa e porque Seungri a julgava como a pessoa errada? Será que era por isso que o magnata não podia retribuir meus sentimentos? Será que ainda nutria sentimentos por essa pessoa?


Pensar nisso era doloroso demais, todavia fazia sentido, eu odiava pensar que ele havia se apaixonado por outra pessoa e que tal ainda o assombrasse mas se este fosse o caso então não havia espaço para mim e para os meus sentimentos. Dak-Ho havia ido embora da cidade por não suportar ficar do meu lado, fiquei pensando o que eu teria de fazer. O que será que Gdragon faria? 


Talvez eu simplesmente devesse esquecer, talvez simplesmente devesse ignorar a declaração contida no livro, bem como os meus sentimentos pelo magnata. Já havia reconsiderado tal coisa dezenas de vezes, mas então pensava que nunca conseguiria ficar em paz, que nunca descansaria até desvendar esse mistério. Não, não havia como reconsiderar, só havia como continuar seguindo meus instintos para tentar, de algum modo, achar as respostas que eu tanto precisava. 


Em meio ao turbilhão de pensamentos, finalmente me encontrei pronta para mais um dia de trabalho. Saí de casa exatamente no horário adequado e o trânsito foi gentil durante todo o trajeto, de modo que não me atrasei. Na verdade, cheguei na mansão alguns minutos adiantada. 


Sandara não estava a vista, mas cumprimentei Soo-Min e Ji-Hyun com um sorriso cortês, ambas me avisaram que senhora Ji não viria hoje, ela havia ido a uma consulta médica acompanhada pelo filho, então caberia somente a mim o preparo das refeição naquele dia. Fiquei um pouco nervosa, mas pensei que seria um momento ótimo para mostrar a Sandara que eu sabia agir sob imprevistos.


Assim, ao trocar de roupa e me preparar para mais um dia de trabalho, segui a risca as instruções de senhora Ji sobre o preparo do café da manhã do magnata, tal qual eu já sabia muito bem. Eu só não esperava que no meio da confecção dos bolinhos de arroz Gdragon adentraria a cozinha subitamente, a pose imponente e impetuosa me tirando do eixo em poucos segundos, surpresa com sua chegada repentina tudo o que fiz foi ofegar baixinho, ainda em choque por ele estar ali.


— Bom dia, senhorita Carter. — ele me cumprimentou, casualmente. Trajado elegantemente em seu terno escuro, Gdragon se assemelhava a um anjo mal, tal pensamento remontou as lembranças da noite em que fui dele, deitada em sua cama e adornada por seus toques, me perguntei como seria estar naquela posição de novo e me abominei por tal pensamento inoportuno quase no mesmo instante. Me concentrei na realidade. No fato de que ele havia sido grosseiro no dia anterior. No fato de que eu não era igual a ele e que isso de alguma forma soava importante para si.


— Bom dia, Gdragon. — murmurei e não me incomodei com o tom sucinto e incisivo de minha voz. — Estava indo levar seu café da manhã agora mesmo. — concluí e ele dispensou minhas palavras com um aceno de mãos casual, não deixando de me encarar com olhos astutos e semicerrados. 


— Bem, agora estou aqui. — suas palavras simplistas me fizeram arquejar em surpresa e confusão.


— Vai tomar café na cozinha? — perguntei, e ele assentiu.


— Sim, vou, e espero que isso não a incomode. Pode me servir só uma xícara de café. Vou sair mais cedo para o trabalho.


Fiquei um instante parada atrás do balcão, ainda atordoada com o fato dele estar ali para tomar só uma xícara de café, mas depois me lembrei de que ele era o patrão e eu apenas a funcionária. Servi uma xícara de café recém feito e fui até ele para lhe entregar, seu aroma logo me inebriou e eu precisei lutar muito para manter o foco. 


— Aqui está. —falei, e lhe entreguei a bebida quente e forte, ele a recebeu de bom grado, logo tomando um gole enquanto os olhos se mantinham presos em mim. A imagem me fez engolir em seco tamanha a intensidade de suas orbes presas em meu rosto. 


— Está excelente. — ele disse após dar um longo gole. Ficou um instante em silêncio mas logo voltou a falar. — Soube que ontem teve que trabalhar até mais tarde no restaurante, Sandara comentou comigo, espero que tenha conseguido descansar.


Assenti, engolindo em seco e dando um passo leve para trás, tentando ficar livre de sua aura magnética e que me fazia perder o foco, se Gdragon percebeu meu afastamento, não demonstrou. 


— Sim, Kim Seokjin precisou de mim no restaurante. Foi cansativo, mas gosto de ajudar. 


Gdragon assentiu, tomando mais um gole de seu café. 


— Claro que sim. — murmurou e não entendi se seu tom continha julgamento ou adoração, preferi não perguntar. — Espero que não tenha chegado muito tarde em casa, os ônibus geralmente demoram depois das nove da noite. — ele concluiu e eu rapidamente neguei. Por algum motivo eu queria assegurar que havia chegado bem, que ele não precisava se preocupar. 


— Encontrei com Seungri no restaurante e ele me deu uma carona, então cheguei cedo e em segurança. — falei e Gdragon, que estava prestes a dar mais um gole no café, parou com a xícara no meio dos lábios, sem tomá-la. Seus olhos se focaram em meu rosto com uma determinação estranha e eu fiquei confusa sobre o que fazer. 


— Não sabia que você e Seungri eram tão próximos para que aceitasse uma carona dele. — ele disse, com a sobrancelha arqueada numa espécie de… julgamento. Percebi que ele claramente estava incomodado mas não entendia como aquilo fazia algum sentido diante de seu comportamento. 


— Bem, ele é uma pessoa maravilhosa e gentil. Me ofereceu ajuda quando necessitei e honestamente se demonstrou uma ótima companhia. Não vejo motivos para que não nos tornemos amigos, ao contrário do senhor ele não demonstra nenhuma aversão ao meu estilo de vida simplista. — as palavras escapuliram antes que eu tivesse a chance de segurá-las, mas acredito que não teria o feito mesmo se tivesse tido a chance. Gdragon me encarou com uma intensidade ainda maior e pude jurar que suas pupilas se dilataram consideravelmente, ele estava incomodado, definitivamente. 


— Não foi isso o que eu quis dizer, senhorita Carter. E, quanto a ontem, não quis ofender seu modo simplista ou sua condição financeira, eu apenas estava tentando dizer que problemas como os meus são mais complexos do que a senhorita está acostumada, não estava me referindo necessariamente a seu status social ou muito menos a sua conta bancária. 


Mas suas palavras não melhoraram em nada meu humor, muito pelo contrário, apenas me deixaram mais irritada.


— Não foi o que pareceu mas não creio que isso seja algo que devamos discutir. Sou apenas uma funcionária aqui dentro, nada além disso. — retruquei e ele me encarou com a expressão impassível, como se estivesse decidindo o que iria fazer dali em diante.


—  É a única coisa que você acha que é? Uma funcionária? — sua pergunta me fez engolir em seco, eu não estava esperando por ela então não soube o que responder, fiquei em silêncio, encarando-o com um olhar incerto e perdido. Isso o deu permissão para continuar falando. — Deveria se resguardar, não é de bom tom entrar em carros de estranhos, porque apesar de tê-lo visto uma vez ou duas, é isso o que Seungri é, um estranho. E não pega bem uma mulher entrando no carro de um homem que mal conhece. 


Daquela vez, suas palavras me atingiram em cheio, e me perguntei se ele estava fazendo aquilo apenas para me ferir, honestamente deduzi que sim. Me senti magoada, de fato, mas mais do que isso, me senti irritada, possessa com suas palavras e seu pensamento machista. 


— Quando entrei no seu carro pela primeira vez você também era um estranho, era meu patrão, de fato, mas eu também não o conhecia, honestamente nem sei se posso dizer que o conheço. — retruquei de prontidão. Gdragon balançou a cabeça em negação, claramente discordando de mim.


— É diferente. 


Foi a minha vez de arquear as sobrancelhas.


— Porque? Porque dormi com você? 


Minhas palavras fizeram com que ele cerrasse os dentes, os olhos escuros se escureceram mais.


— Não foi o que eu disse, senhorita Carter.


— Mas sei exatamente que foi isso o que pensou. 


Então ele ficou em silêncio, me encarando com a xícara de café ainda em mãos. Os olhos se encontravam inexpressivos, como se ele não tivesse vontade alguma de continuar aquela conversa, e ele de fato não o fez. Me entregou a xícara de café.


— Bom dia, senhorita Carter. — foi tudo o que disse, e então partiu, me deixando sozinha. Suspirei, aquilo estava se tornando cada vez mais complicado, e não havia nada que eu pudesse fazer a respeito.  


— A onde esse sentimento vai me levar, meu Deus? — perguntei a mim mesma e desejei o quanto antes descobrir a resposta.


{…}



Notas Finais


Mais um capítulo finalizado! Espero que tenham gostado e por favor não deixem de comentar a opinião de vocês! O próximo capítulo já está pronto, falta apenas revisar 🗣🗣 🗣, e uma coisa posso dizer… vocês vão gostar e muito! Mas uma vez me desculpe pela demora, a rotina está muito apertada mas vocês podem sempre me encontrar no Instagram ou nas mensagens do Spirit! Amo vocês e não desistam de mim!


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