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História Ódio de irmãos - Capítulo 1


Escrita por: Kataryn

Notas do Autor


Prometido é devido!

Para quem é novo aqui, essa fanfic está sendo renovada - vou reformular totalmente, nada irá ser igual (os casais podem mudar, as relações, as abordagens, a maturidade das personagens, tudo está sujeito e análise e reavaliação).

Espero que gostem, um beijo!

Negrito marca os pensamentos das personagens.

*** marca uma mudança de cenário/foco

Nas notas finais, tem imagens com as roupas que descrevi, para quem quiser visualizar melhor.

Também tem algumas músicas que me inspiraram.

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Ódio de irmãos - Capítulo 1

A respiração da rosada encontrava-se acelerada, quase como se tivesse acabado de correr em torno de toda a cidade onde morava. Em simultâneo, a sua mente funcionava como um acelerador de partículas, atingindo velocidades estonteantes, acompanhadas pela pressão intensa na têmpora esquerda e a turbulência das memórias regressando.

O filho da minha madrasta me beijou.

A Haruno queria acreditar que tudo o que tinha acontecido a noite anterior era um sonho. Ela e o Uzumaki mais novo viviam discutindo um com o outro. Sempre fora assim desde o momento em que se conheceram no jantar de noivados dos seus pais. Sakura apenas tentava suportar a criatura porque o seu pai tinha implorado pela sua cooperação, frisando que estava perdidamente apaixonado pela mãe do seu objeto de ódio pessoal.

Ele me beijou. Eu correspondi. E nós transamos no meu quarto.

Cansados de todas as brigas causadas pelos primogénitos, Kushina e Kizashi tinham decido partir num fim-de-semana romântico, longe de toda a adrenalina do seu quotidiano. O resultado esperado era uma casa totalmente bagunçada, talvez um sofá quebrado ou alguns sinais de tentativa de incêndio. Era isso que a rosada esperava também. Ela previa qualquer coisa exceto o que tivera acontecido na noite anterior.

E agora teria de enfrentar as consequências das suas ações.

Respirou fundo mais uma vez, procurando focar a sua atenção em tudo, menos no som do caminhar que vinha do outro lado da porta do seu quarto. Terminou de vestir o cropped branco, reatou o fio das calças de moletom cinzentas e colocou a mão sobre a maçaneta da força, abrindo a porta cautelosamente.

- Sakura. – A voz do seu “irmão” gerou um arrepio em todo o seu corpo. Estava sendo infantil, mas ela ainda não tinha forças suficientes para aceitar os acontecimentos da noite anterior. Sem erguer o olhar, girou os calcanhares, se dirigindo para a cozinha. – Você está me ignorando? – Conseguia detetar a frustração do Uzumaki em cada sílaba que pronunciava. E ela queria falar alguma coisa, simplesmente não conseguia. – Não faça isso, por favor! – O corpo masculino estava quase colado ao seu, onde azul e verde disputavam a batalha mais covarde da história.

- Não há nada a dizer. – Sussurrou tão suavemente que, se não fosse a curta distância entre os dois adolescentes, não seria possível decifrar a mensagem.

- Claramente há muito para dizer. – O loiro se pronunciou, tentando controlar todas as emoções que encandeavam o seu raciocínio. – O que aconteceu ontem… temos de falar sobre isso… sobre nós.

Num movimento rápido, a Haruno empurrou o adolescente, visivelmente ansiosa com o diálogo entre eles. – Eu preciso de tempo, Naruto! – Saiu caminhando para o espaço cómodo da sala de estar, procurando aumentar a distância física.

Antes que o Uzumaki manifestasse a sua revolta, os progenitores de ambas adentraram o apartamento, confusos com a situação presente. Aborrecida, a ruiva pousou uma das malas de viagem sobre o cadeirão, se preparando mentalmente para a discussão que iria começar entre os dois adolescentes. Era em momentos como esse que adorava que ambos conseguissem colocar suas diferenças de lado e tentassem conviver como duas pessoas civilizadas.

- Acabámos de regressar a casa. – Uma das mãos da matriarca da família se elevou, massajando a têmpora. – É possível ter apenas mais uns minutos de paz antes que o caos comece? – Os dois jovens trocaram um olhar rápido entre ambos, quase como se uma doce ironia pairasse sobre o discurso da Uzumaki.

Sakura sabia que o verdadeiro caos já tivera começado na noite anterior. Era tarde demais para apagar o que aconteceu, mas ela iria ser adulta e madura e iria resolver o problema o mais rapidamente possível. Só não o conseguia fazer naquele momento… ou nos próximos dias. Sem se pronunciar, aproveitou a oportunidade, agarrou a sua bolsa e quase correu em direção à porta, deixando os outros elementos da família surpresos com a reação.

Todos, exceto Naruto.

***

A Haruno sabia que era suposto produzir algum som ou, no mínimo, fingir interesse no tema que as suas amigas discutiam. Cerrou as orbes claras, tentando se relembrar do início da conversa, mas o seu cérebro teimava em se focar em todo o seu ambiente, quase como um animal selvagem em alerta máximo. Se não podia fugir de Naruto em casa, iria tentar evitá-lo no colégio.

Uma tarefa impossível visto que ambos frequentavam o mesmo edifício, apenas em turmas diferentes.

Tremeu ligeiramente quando sentiu uma mão sobre o seu ombro. – Sakura? – A voz da Yamanaka quebrou a sua linha de pensamento. – Você está bem?

- Sim. – Respondeu, continuando a focar o vazio.

Outra voz diferente se pronunciou. – Mentir não é o seu forte, amiga. – As pérolas que adornavam o rosto da Hyuga fitaram a amiga, claramente preocupados com o seu estado.

A rosada sentiu os olhos lacrimejarem com a bondade de Hinata. Era naquele momento que sabia que não só tinha acabado de complicar toda a situação na sua casa, como também podia perder as suas melhores amigas. Ela sabia o que o Uzumaki tivera feito com a morena, há um ano atrás. Eles estavam se conhecendo melhor e quando a situação tomou outro rumo, uma foto de índole mais provocadora, que era destinada para o loiro, tinha terminado na mão do colégio todo.

Ela e Ino foram o apoio principal da Hyuga, que nunca cedeu perante a pressão da escola quando questionada sobre suspeitos. As duas amigas sabiam que, no final do dia, ela tinha sentimentos pelo jovem e não seria capaz de prejudicar o currículo académico do mesmo. Com a ajuda da polícia, conseguiram resolver o caso, mas Hinata tinha ficado traumatizada para sempre e, atualmente, tirar uma simples foto com suas amigas era uma ideia capaz de estimular um ataque de ansiedade.

 Elas vão me odiar.

- Dormi mal, nada demais. – Forçou um sorriso, dessa vez, procurando ser mais convincente.

As orbes azuis de Ino continuavam encarando as suas, uma sobrancelha arqueada, como se tentasse desvendar os pensamentos atribulados dentro da sua cabeça. Num segundo, o olhar iluminou-se, como se tivesse descoberto uma solução milagrosa. – O seu pai e a Kushina regressaram a casa e você começou a manhã com um sermão de três horas, provavelmente.

Antes que outra ideia ocupasse as suspeitas da loira, a rosada ripostou. – Exato. Foi tudo culpa dele e eu sofri também. – Em retrospetiva, não era mentira. Na noite anterior, eles tinham começado mais uma discussão porque o Uzumaki não queria ajudar com as tarefas domésticas. Irritada, uma ação levou a outra e quando era tarde demais para recuar, os lábios de ambos distribuíam beijos pelas áreas expostas dos rostos enquanto os pés tropeçavam, em direção ao quarto da adolescente, se perdendo na intensidade do momento.

- Mais uma discussão com o seu irmão? – Dessa vez, uma voz mais forte. A mesma voz que fez com que toda a culpa que Sakura sentia se multiplicasse cem vezes. Para além de ter dormido com Naruto, o mesmo idiota que tinha exposto Hinata de uma forma indecente e incorreta, tinha traído o seu namorado, Neji Huyga, que era o primo da morena.

Apesar de o namoro ser recente, Neji lhe tratava de uma forma tão doce, tão carinhosa, tão suave, que a Haruno tinha de estar completamente fora de si para ponderar trair alguém como ele. Se existia uma pessoa que merecia um lugar no inferno, não havia dúvidas que ela seria uma das principais candidatas.

Sem coragem para pronunciar alguma palavra, se atirou contra o corpo robusto e agarrou o adolescente com todas as suas forças, as lágrimas ameaçando cair a cada segundo. Ela só queria que aquele momento fosse congelado no tempo, só queria que os seus pensamentos parassem um pouco.

Apenas um momento de silêncio.

E parecia que Neji estava lendo a sua mente. Sem questionar os comportamentos incomuns da namorada, envolveu os braços fortes em redor da cintura, com uma delicadeza que deixava o coração da Haruno falhando pulsações. Conseguia escutar as vozes deles o três, murmurando algumas palavras entoadas com preocupação, mas cerrou os cílios longos com força, acalmando os seus batimentos cardíacos.

***

Frustrado, o loiro tentava colocar o capacete da moto na cabeça de um jeito confortável. Tivera procurado pela rosada por todo o colégio, sem sucesso, durante um dia inteiro de aulas. Eles eram de turmas diferentes, mas, naquele momento, ele apenas conseguia acreditar que ela tinha decidido encarnar o ilusionista Houdini e desapareceu do recinto.

Até a encontrar conversando com as amigas e o respetivo namorado.

Honestamente, Naruto nunca teve nenhum problema com o primo de Hinata. Ele era uns meses mais velho que ele, extremamente educado e não vivia comentando as suas relações amorosas, como vários amigos do Uzumaki faziam. Pela sua experiência, Neji também era bastante inteligente, sempre deslumbrando os professores com as melhores notas da turma ou curiosidades carregadas de antiguidade e um ligeiro toque de poeira.

Não podia negar que observar o casal de longe, convivendo e apaixonado, lhe deixava incomodado. Porque, por alguma razão deturpada de noção, Naruto não conseguia evitar ponderar a possibilidade de Sakura agir daquela forma a seu lado, focando a atenção das esmeraldas reluzentes de paixão na sua pessoa.

E, por uns segundos, entre dezenas de pessoas, verde encontrou azul, desacelerando o tempo.

Mas o Uzumaki não visualizou o calor ou desejo que imaginava. Na vida real, a sua irmã, por lei, focava-o com confusão e receio, uma mágoa que não era possível traduzir em palavras. Já não havia espaço para gemidos perdidos entre beijos e carícias, sussurros de prazer que construíam as memórias de uma noite intensa e inesquecível.

Estou me iludindo com essa merda toda.

Num movimento brusco, terminou de colocar o capacete, equilibrou o seu peso sobre a mota e rodou o acelerador, deixando o estrondo do motor ecoar entre os diálogos dos alunos. Nesse momento, desejava conseguir deter a mesma inteligência emocional que Sakura porque enquanto ele estava sofrendo, tentando interpretar o acontecimento, ela seguia a sua vida, como se horas antes, não gemesse o seu nome em entoações diferentes.


Notas Finais




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