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História Omega - Desculpas x Desculpas


Escrita por: vanaheim

Notas do Autor


A imagem do capítulo é representação animal do espírito do Stiles no momento.

Capítulo 10 - Desculpas x Desculpas


Fanfic / Fanfiction Omega - Desculpas x Desculpas




Quanto tempo havia passado desde que havia passado pela porta? estava ali, naquela sala? Os minutos pareciam se arrastar da maneira mais lenta possível para Stiles. Como se viesse montado em uma preguiça; que pegou carona em uma tartaruga, que montou numa lesma…

Ele queria muito ir para casa. Assistir alguma besteira, ler um livro, afagar Bruce. Fazer qualquer coisa. Tudo, menos estar ali acompanhado. Se perguntava se seu bichinho estaria bem. Estava bastante preocupado com seu cachorrinho, era isso que mantinha sua mente longe do cárcere. Estava também indeciso se levaria ele no veterinário ou não. Algo criava um receio em si, enraizado em seu âmago, dizendo que não era uma boa ideia.

Era a mesma voz que em 95% das vezes possuía razão.

Aquilo tudo só lhe deixava mais agoniado. Ainda mais de braços atados como estava. E seu pai de recusava a responder suas mensagens, a dar qualquer notícia.

Maldito Harris e sua mania de perseguição. E Scott polenta por ser um chato.

Stiles estava – obviamente – inquieto. Embora tentasse manter seu lado zen ativo a todo momento. Para uma pessoa hiperativa estava sereno de mais, “calmo” de mais. Bom, ao menos ele tentava, claro que uma ou duas bufadas lhe escapavam, mas já era um progresso.

Mas toda aquela calmaria não aliviava em nada seu traseiro, que estava dolorido por permanecer parado na mesma posição por tanto tempo. Stiles estava parado feito uma estátua desde que ouvira o comando “sentem-se, não ousou se levantar nem quando Harris saiu da sala, não daria uma brecha para ele lhe manter ali por toda a eternidade. Porque sim, ele faria isso. O Stilinski tentava ao máximo manter seus pensamentos longe dali; murmurava Bruce, pão, queijo, bundas e cheetos, como se fossem seus mantras do dia.

Mas até isso possuía um limite. Chegava a ser impossível com seu talvez-ex-melhor-amigo sentado do seu lado. Usando toda sua experiência de como como ser irritante.

Ele não calava a boca.

Stiles desejou que mais alguém estivesse ali e pudesse dar um tapa do silêncio nele. Até mesmo Harris, nível de desesperado/irritabilidade estavam altos. Só estavam eles – de alunos – ali, o que era bastante estranho. Se ao menos Liam ou Matt tivessem se metido em alguma encrenca para lhe fazer companhia. Mas aquilo era pedir de mais. E, de qualquer forma, era mais fácil um esquilo voar do que Matt se meter em confusão por livre e espontânea vontade.

Stiles podia sentir sua veia estalar na testa, a ponto de estourar, cada vez que seu nome era pronunciado e o dedo lhe cutucava o braço.

— Stiles. Stiles. Stiles. — Disse Scott. — Não pode me ignorar o dia inteiro. Inda mais em uma detenção…

Ditou o rapaz, sua voz saíra como se estivesse ofendido e estava ficando. Encarava a expressão de paisagem do castanho, que evitava lhe encarar a quase uma hora.

“Dia” Stiles rangeu os dentes, os olhos vidrados. Então o seu talvez-ex-melhor-amigo achava que era assim tão fácil. Que amanhã estaria tudo bem, como de nada tivesse acontecido?

O que contribuía bastante para a raiva de Stiles. Era exatamente aquilo. Como se o McCall não tivesse feito nada de errado. Como se fosse ele a vítima.

Stiles havia lutado contra aquilo por bons minutos, mas não era de ferro, acabou por encara-lo. Scott estava debruçado sobre o braço fino da cadeira. O dedo esticado pronto para lhe cutucar e o nariz torcido como se sentisse algo desagradável. A expressão de Stiles era lívida. E claramente dizia: “estou te ignorando garoto lobo, estou te ignorando. ”

Ele esperava veementemente que Scott entendesse o recado de uma vez.

— Então é assim?

De forma exasperado Scott se levantou. Já estava irritado com aquele gelo estúpido e seu amigo agia feito uma criança quando estava irritado. E não havia motivos.

Stiles observou em silêncio o moreno afastar sua mesa com um empurrão, levando as outras com ela. Scott pegou uma cadeira e se sentou de frente para si. Lhe encarando de foram inquisitória.

O Stilinski respirou calmamente, mantendo-a, mantendo a sanidade. Se Adrian Harris chegasse, olhasse aquela bagunça, e acrescentasse algum minuto a mais em sua sentença… Á! Ele mataria Scott.

— Vamos. Fala comigo.

Pediu o McCall. Mas aquilo parecia mais uma exigência. E ele sabia disso.

O castanho o fitou com intensidade. Seus olhos de âmbar pareciam ouro, líquido e borbulhante. O que fez o moreno estremecer e engolir em seco.

Stiles apoiou os cotovelos nas coxas, abriu sua bolsa e puxou um caderno dali, passando a folheá-lo com bastante interesse.

Aquilo deixou o McCall frustrado. E ele tentou traçar um plano. Mesmo pensando no cheio forte que a roupa do rapaz exalava, não só a roupa ele também. Parecia de sobressair a raiva, irritação e a ansiedade.

Scott foi se inclinando, inclinando, o nariz fungando. Se mantendo firme diante daquele odor mistério.

— Mas que….

— Se você falar do meu cheiro. Quebro sua cara agora mesmo.

Stiles fitou, tão logo se censurou. Mas já estava de saco cheio de o seu cheiro ser assunto de conversa. E havia passado tanto tempo em silêncio, sem pronunciar nenhuma palavra que suspeitou que alcançaria o Nirvana fácil, fácil. Aquilo era um verdadeiro recorde pessoal.

Scott sorriu vitorioso e a vontade de soca-lo com força voltou.

— Você poderia ter ao menos ligado. — Disse baixinho, mas era mais do que suficiente para um lobisomem. Aquilo era só a pontinha do iceberg. — Fiquei esperando por você. Igual um idiota.

— Eu sei. Me desculpa, cara.

Scott desviou os olhos, seus pés se remexiam inquietos. Era algo que sempre fazia quando estava escondendo algo. Stiles sabia muito bem disso.

— Não precisa disso. — Stiles disso. E Scott o encarou. — Eu já sei de tudo.

Os olhos de Scott se sobressaltaram levemente. Ele realmente não conseguia disfarçar.

— Liam te contou. — Deduziu. Um rosnado reverberando por trás dos seus dentes. O tanto que havia conversado com seus betas. Mas era só olharem Stiles que as línguas ficavam frouxas.

Aquilo não afetou o Stilinski. Tampouco o intimidou.

— Porque? ele não pode contar que você deixou outra matilha entrar na cidade…

Stiles ergueu suas sobrancelhas de forma incisiva. Mas sua pergunta pairou no ar e continuou sem resposta. Scott não sabia o que falar, só pensava na bronca que iria dar. E se seus betas conheciam o conceito básico de 'segredo', 'sigilo'.

O silêncio naquela sala era somente interrompido com um estalido causado pelas persianas que balançavam. Stiles sorriu e riu sem humor.

— Então é isso…

Ele murmurou, segurando o próprio rosto, como se estivesse tendo uma revelação. E Scott o encarou confuso.

— Fui excomungado da matilha. — Murmurou amargo. — Acho que ao menos deveria ser avisado. Pessoalmente.

Scott suspirou, massageando as têmporas. Estava cansado daquilo. Tinha coisas mais sérias para resolver, do que lidar com drama. Mas antes queria ao menos fazer as pazes com seu amigo; embora não entendesse toda aquela irritação.

— Não seja dramático. — pediu-lhe. — Você é bastante importante. Nas l…

Scott se censurou. Pensando no que estava dizendo e como estava. Não entendia muito bem o que Stiles tinha, mas era útil e ele odiava ser comparado a um objeto. A algo que possuía dias certos para ser utilizado. E basicamente o que Scott havia feito. Reconheceu o seu erro, mas viu que já era tarde de mais. Pela expressão do outro.

— Eu não sou a droga de uma droga que vocês tomam quando. Aí tudo bem, eu sou útil, necessário. Mas para ação, tomar alguma decisão relevante? Não! — Resmungou. Demostrava calmaria. Mas Scott sabia que por dentro ele era uma bomba nuclear. — Pasme, Scott, eu sou a personificação do drama.

Ele piscou para o moreno. E não havia humor nesses gesto, como nas outras vezes. Stiles passou a folhear seu caderno com raiva. Basicamente havia escutado que só era necessário uma vez no mês. Que nos resto ele não útil.

Uma parte de si sinalizava que aquela não era um verdade completa. Mas a outra deixava seu raciocínio turvo.

— o que você quer que eu diga?

Scott perguntou atônito, tentando amenizar a situação. Sem saber o motivo de Stiles estar tão zangado. Não ter sido chamado para uma reunião, tomar uma decisão? Afastar seus betas do rapaz? Ele ter faltado as noites dos amigos para visitar sua namorada? Não entendia mesmo. Ele sentia seu plano indo por água abaixo. Sentia a inquietação do amigo, sua irritação fluindo por cada poro e aquele cheiro estranho. Ao invés de apaziguar, as coisas parecia estar jogando gasolina em fogo. Stiles não queria papo, aquilo o magoava, a última vez que ficaram mal desse jeito foi na quinta série.

— Nada Scott. Eu não quero que você fale nada. Apenas me ignore.

Stiles fechou o caderno com brutalidade. O som retiniu nos tímpanos do McCall que piscou algumas vezes.

— Nossa… Você é um porre as vezes. — Rosnou o moreno. Ele estava tentando.

— Obrigado.

Scott bufou. Mas se forçou a manter a calma. Stiles estava lhe provocando.

— Você está bem? — Ele o encarou com atenção. Os olhos percorrendo o amigo, em busca de algum sinal. Tinha algo de errado e ele não sabia do que se tratava.

— Não está vendo? — Stiles balançou o braço que ainda lhe doía. Estava ótimo, ainda dolorido, mas bem melhor.

— Você caiu do segundo andar. E feio. — Ele lembrou-o. Guardando para si a frase “se jogou.”

— vai ficar me enchendo de perguntas. De novo? — Aquele assunto era passado. Mas o ponto se resumia nele e sempre retornava a ele.

— quer saber? — O moreno grunhiu, apertando a mesa a ponto da madeira estalar. — Cansei de correr atrás de você. Quando você estiver afim de falar comigo, me procure.

Ele cruzou os braços. Virando a cara.

— Correr? Você é tão estúpido assim? — Stiles jogou um bola de papel, acertando-o bem na bochecha. Scott o encarou incrédulo. — não entendeu até agora que eu não quero falar com você. Sua lerdeza me fascina.

Scott corou de raiva e vergonha.

— Somos amigos, Stiles. Melhores amigos. — Ele lembrou. Meio que apelando, meio que ameaçando. — Se não fosse por isso teria feito você voar pela janela.

As sobrancelhas do Stilinski se ergueram.

— Hã, queria ver você tentar. — Ele levantou o queixo em desafio. — e bem lembrado. O lance de amizade. Ainda assim me ignorou por três dias. Meu pulso e costelas estão ótimos, obrigado por perguntar.

Stiles Resmungou. E Scott torceu o nariz, se lembrando bem que a pouco havia perguntado como ele estava.

— E agora o que eu descubro? Enquanto estava em casa, abandonado, você proibiu que os garotos fossem me visitar. E que tem uma outra matilha na cidade. Obrigado por me manter informado, meu amigo. Quer me afastar tanto assim? Basta dizer.

Disparou, o castanho, numa lufada de ar. O pescoço estava rosado e a cor subia pelo seu rosto. Foi nesse momento que ele se lembrou de respirar.

O McCall piscou algumas vezes. Processando, absorvendo as palavras de Stiles. Aquela discussão para ele era totalmente sem sentido.

— não estou te afastando. — Protestou. A única coisa que conseguiu processar de início.

— A, não? — O Stilinski riu. — Porque não fui chamado para essa reunião? — Indagou insistente.

— Porquê? — Scott grunhiu. Seu amigo era difícil as vezes. Mas naquele dia? Impossível! — Você precisava descansar, tonto. Sua presença n-ã-o era necessário. Era assunto do bando.

— Que eu não faço mais parte…

— DEUS! — o McCall explodiu. — Para. Isso é você quem está dizendo, não eu.

— Está claro para mim.

O McCall encarou-o por um tempo. E Não adiantava prosseguir, seu amigo estava irredutível e com aquela ideia fixa de perseguição e banimento e essas merdas. Seria o mesmo que dar murro em ponta de faca.

— Deaton me contou que você tem um cachorro? — Balbuciou num suspiro, tentando mudar de assunto. Estratégia número três de cinco. Ao menos fora preparado. Agora só esperava ter a paciência para executa-los.

— E daí? — Stiles deu de ombros. — Para de mudar de assunto!

Ele esbravejou. Scott sempre queria fugir. Sempre achando que um simples pedido de desculpas podia resolver tudo. Qualquer briga, qualquer discussão.

O McCall fechou os olhos e respirou fundo. Controlando seus rosnados e praguejos. Não fora ali para brigar, apesar de aparentemente ser o que Stiles desejava. .

— Os Hales compraram a propriedade na preserve. Eles já moraram aqui, se mudaram há alguns anos, agora retornaram. Essas terras eram da família deles. O pouco que restou, que não foi segmento eles conseguiram de volta. Lembra do leilão importante que seu pai havia comentado uma vez? Era a mansão e parte da preserve. Eu não podia simplesmente expulsa-los. Não tenho esse direito.

— foi difícil? — Stiles perguntou com ironia. Gostava, sim, de provoca-lo. Irrita-lo. Mas aquilo não l deixou satisfeito. — Porque não me contou antes. Me chamou para alho tão importante, que afetaria não só você, mas todos nós?

— Eu já disse. Queria te proteger. — Scott balbuciou num suspiro cansado.

— Proteger? Eu sei me cuidar.

Scott o encarou cético.

— Caramba, como é cabeça dura. Você não aguento um treino. Foi um erro ter deixado você ir atrás daquele omega. Você e a ideia estúpido de ataca-lo? Empurrando do terceiro andar, isso não é para você.

Stiles o encarava imparcial. Guardando o que sentia para si mesmo. Scott não sabia de nada. Ninguém entendia seus motivos.

Scott ficou sem reação, com a volta do silêncio. As vezes ficava sem saber o que Stiles sentia ou como reagia. Aquilo sempre o incomodou.

— Sinto muito. — se apressou em falar. — Não foi isso que eu quis dizer. Eu me expressei mal.

O Stilinski riu e negou com a cabeça, passando a massagear o pulso. Queria que aquilo acabasse. Queria estar sozinho. Queria tempo.

O McCall permaneceu a encara-lo. Sustentando seu olhar sobre o rapaz que insistia a querer ignora-lo.

— Poxa, Stiles. Achei que se mantivesse você fora, de toda essa merda, fosse bom para a sua recuperação. — Ele falou com calma. Tentando a todo custo mudar o rumo da situação. — falei para os betas te deixarem em paz, para que não exigissem de você. Principalmente o Liam.

— Obrigado, mamãe. Como se você soubesse o que é melhor pra mim. Ser ignorado, ficar sozinho por quase quatro semanas? Muito esperto da sua parte. —o Stilinski sorriu sarcasticamente. Fitando a parede ao lado do quadro.

Odiava quando seu amigo fazia aquilo. Como se somente ele fosse capaz de fazer algo. E aquilo só piorou depois da mordida. Como se Stiles não tivesse de livra-lo das merdas que fazia.

— Você está estranho, Stiles.

O McCall murmurou. Ele era muito bom em desconversar.

— Você está errado, novamente. Você é quem está estranho, Scott. Me deixando de lado, me afastando, cheio de segredos. — Afirmou com altivez. E fitou seu pulso dolorido. — todos corremos riscos, não foi a primeira vez e não vai ser a última. Eu escolhi me agarrar ao lobo e pular. Eu aceitei ter saído com o pulso fraturado e um costela quebrada. Agora se você não sabe lidar com isso…

Falou com estranha calmaria. Olhando, pela primeira vez, nos olhos do outro. Scott paralisou, os olhos encolhidos, com a latente sensação de pequenez. Como se estivesse encolhendo sob os olhos de âmbar.

— Estou exausto.

Stiles admitiu num sussurro. E Scott se viu em mais um daqueles momentos, em que não sabia o que ele queria dizer exatamente, sentia.

Sua boca se abriu e fechou sem nada a dizer. Mais um pedido de desculpas não faria muito ideia. Não fazia ideia de como Stiles estava tão zangado consigo. Sentia um gosto de derrota. Stiles estava dececionado e ele não sabia o que fazer para mudar aquilo.

A cabeça do professor Adrian surgiu com a porta se entreabrindo, somente a cabeça. Ele sempre foi preguiçoso. Se percebeu as mesas afastadas, fez questão de ignorar. Parecia tão a vontade por estar na escola naquele horário quanto aos dois adolescentes.

— Estão liberados. Podem ir. E que a conversa não se repita.

O homem avisou e sumiu. Junto ao som dos seus passos pelo corredor.

Quase que seguindo o embalo, Stiles de levantou com o caderno e mochila em mãos. Sendo encarado por um Scott alarmado, seu tempo tinha acabado.

O castanho caminhou apressadamente em direção a saída, como se fosse a sua luz no fim do túnel. Mas parou próximo a porta. Os olhos fixos no mesmo ponto ao lado do quadro.

Scott que o seguiu franziu o cenho, vendo-o cerrar o punho no livro.

— Vocês não cansam de bisbilhotar, não é? Pestes.

Ralhou o rapaz, irritadiço. Golpeando o “ar” duas vezes, lado a lado. O que gerou dois gemidos desgostosos.

Parte da pintura da parede tremulou, criando formas humanoides, como manchas de calor bruxuleando no ar. De mãos dadas Liam e Corey se tornaram visíveis.

Scott grunhiu, fitando a dupla com descrença.

— droga… — Liam resmungou com manha. Massageando a cabeça. — Como sempre sabe?

Stiles conseguiu esboçar um sorriso de canto, com o dedo em riste apontado para os dois.

— E vocês nunca aprendem.

Ele falou antes de sair, feito um vendaval furioso que claramente não queria ser seguido.

— que merda. — Corey resmungou. No auge de sua cena, fitou a própria mão em busca de sangue. Stiles não estava com raiva, estava do ódio.

Liam fitava seu alfa mudamente. Sem saber como dizer. Era um olhar de desaprovação, e sabia que ele não queria ouvir o que quer que fosse dizer.

— Isso foi péssimo, Scott. — Disse Corey. Olhando dele para o Dunbar.

— Eu avisei que ele ficaria assim… — O loirinho não de conteve.

— E nos meio que precisamos dele na lua cheia, certo?

Liam desferiu um tapa seco na cabeça do amigo. Que lhe fitou com raiva.

— Não é esse o motivo dele ter vindo tentar se desculpar. — falou com um olhar de reprovação para o castanho fitando Scott lobo em seguida. — Certo Scott?

— Silêncio! — Scott mandou. E os betas deram de ombros. — O que diabos fazem aqui, afinal?

Rosnou o lobo, jogando a pergunta no ar. Pois tão logo tratou de seguir o amigo. Farejando o ar, seguindo aquele cheiro que o acompanhava. Não era como se ele realmente precisasse de uma resposta daqueles dois bisbilhoteiros.

— Stiles. — Scott gritou, no estacionamento. Vendo-o entrar no velho jipe.

O moreno se apressou e se apoiou na janela, enfiando a cabeça ali. O que não foi uma boa ideia por dois simples motivos. 1: Stiles se assustou com a aparição repentina e quase lhe tira um olho. 2: O odor fez seu nariz ganhar vida própria. Ele recuou, no momento em que a chave de venda cortava o ar em sua direção.

O cheiro era forte ali, mais do que em Stiles, emanando dos bancos traseiros. Não chegava a ser desagradável, mas também não era agradável. E essa indecisão deixa Scott tão confuso quanto o humor do seu amigo. Seus olhos permaneciam grudados no estofado, quase podia ver bruxuleando no ar.

— Hã… Desculpa… — Stiles balbuciou. Atordoado com a ideia de quase ter furado o olho do rapaz. E de se perguntar incessantemente se iria se regenerar ou não.

Scott o encarou ainda no seu estado de confusão. Sem dar muita bola para o ocorrido.

— Mas o que você colocou nesse carro? — O moreno coçou o nariz, incomodado.

— Lavanda? — Stiles murmurou. Se perguntava qual era o problema daqueles lobos. Com ele e seu cheiro.

Scott o fitou de relance. Deixando o incômodo de lado. Percebendo o clima mais ameno. Não custava tentar.

— Rola uma carona? — Ele Indagou. Forçando um sorriso.

— Você tem uma moto, mascote.

Stiles o lembrou. Enfiando e girando a chave de fenda, ligando o automóvel.

— Você está sendo infantil. — Scott protestou.

— Minha criança interior as vezes grita!

Berrou com altivez. Pisando duro no acelerador, se ele pudesse choraria. O McCall de desequilibrou e quase caiu com a arrancada.



🌙



Foi questão de minutos para chegar em sua casa. Mais um recorde seu naquele dia. A respiração estava aguda e o coração palpitava, as mãos trêmulas apertando o tecido da calça.

Nem se deu conta do caminho que percorreu, já havia-o feito tantas vezes que fora guiado por puro instinto, já que sua mente estava nublado. Rebobinando as desculpas, a insistência, as palavras.

Era tão difícil assim entender que o momento para uma conversa não era aquele? De respeitar o espaço? As vezes Scott o superava na questão de irritabilidade.

Por alguns segundos deixou que sua cabeça repousasse contra o volante, tentando acalmar-se. Antes de enxugar as bochechas e descer do carro. Sentia-se mentalmente exaurido. E indisposto.

O rapaz entrou em sua casa. Agradecendo mentalmente por ter chegado. Ali não seria pressionado a ouvir desculpa. A desculpar. Teria seu espaço respeitado. Era o que ele esperava.

— Pai, cheguei.

Avisou, ao fechar a porta atrás de si, enquanto encaminhava-se para a cozinha. Esperava que ele estivesse em casa, ao menos. Mas encontrou um bilhete na geladeira que dizia exatamente o contrário.

— Mensagem, pai, mensagem. Não é tão difícil. — Resmungou, amassando o papel. — “Saí” curto e grosso. Nem um pouco específico.

Stiles jogou o papel no lixo. Deixou sua mochila por ali mesmo e subiu para o seu quarto. Se possível gostaria de dormir até o fim do dia, ou do próximo. Mas duvidava que fosse conseguir, sua mente não parava.

Quando abriu a porta do cômodo. Se deparou com uma pequena bagunça pelo chão. E Bruce espalhado na sua cama. Stiles observou-o caminhando; a respiração estava lenta e pesada e Bruce soltava grunhidos baixinhos.

O rapaz esticou o braço e afagou seus pelos. Ele não estava dormindo, claro. As pálpebras se abriram lentamente e foi só olhar naqueles olhões azuis que parte do seu estresse na escola pareceu evaporador. E ele conseguiu sorrir de verdade.

Bruce grunhiu abrindo a bocarra, como em um bocejo. E passou a esfregar o focinho no braço do rapaz, rosnando e lambendo sua pele. Passando pra o queixo, começando a saltar sons que se assemelhavam a choramingos.

— O que foi garoto? — Stiles riu baixinho, afagando o pescoço do animal. A língua deixava deu queixo melado e fazia cócegas. — Isso tudo é saudades? Hein?

Bruce latiu e a cauda peluda balançou de um lado para o ouro de um lado para o outro.

— Eu também senti.

Stiles afirmou, beijando sua cabeça, antes de se levantar. Sobre o olhar atento de Bruce.

Stiles se livrou de sua camisa enquanto de dirigia ao banheiro. E lavava ao banheiro, tentando não pensar muito na escola. Bruce permaneceu exatamente no mesmo lugar, deitado cama lhe encarando.

O humano se livrou dos sapatos e calça. Pegando um calção folgado para se vestir.

— Hoje conheci uma garota. — Falou um pouco animado, enquanto se enfiava na peça de roupa. Para sua total surpresa, Bruce grunhiu e se virou na cama. Parecia não querer papo agora. Era o mesmo que dar as costas para Stiles.

— Nossa. Que mal-educado. É feio me dar as costas.

Bruce abanou o rabo somente. Stiles o encarou de braços cruzados. Quando fez menção em voltar para a cama tropeçou em uma faixa arroxeada. Estava babada e mordida, aquilo lhe trouxe recordações distantes.

— Você andou bisbilhotando por aí, não foi?

Ele chutou a peça para debaixo da cama. Bruce o ignorou prontamente. E Stiles suspirou com a mudança de recetividade do cachorro.

— Espero que você não me morda por deitar aqui…

Stiles de sentou na cama com cuidado, fitando o corpo peludo. E a cauda lhe acertou um combo de três golpes, lhe fazendo cuspir pelos.

— Á, seu lobo azedo.

Ele riu baixinho, passando a não no rosto. Se deitando numa distância segura entre ele e a cauda. Ele fechou os olhos, tentando se concentrar no sono. Algo impossível naquele momento. Dado aos acontecimentos e o que lhe fora contado.

Ele sentiu uma movimentação na cama. Bruce se aconchegou bem ao seu lado. Seus pelos eram macios e quentes. O focinho gelado tocou sua bochecha, a língua traçou um caminho certo pela sua bochecha direito e Bruce se moveu novamente, quase esmagando seu peito e lhe arranhando quando lambeu o outro lado da trilha salgada. Stiles resolveu que deixaria aquilo definitivamente de lado, no momento que fitou seu bichinho de soslaio. Vendo-o lhe encarar atentamente.

Os olhos azuis eram de um tom gelado, mas pareciam mais quentes do que seu corpo. Como um caleidoscópio; parecia girar, lhe puxando para o centro escuro e acolhedor.

Stiles envolveu o pescoço felpudo num abraço apertado. Se usara força de mais, Bruce não pareceu se importar pois aceitou-o.

— Você está melhor? — Stiles indagou tornando a de deitar e o lobo lhe seguiu no ato. Stiles sorriu, com ele se remexendo de forma inquieta. — Só agora? Tem certeza? Um pouco, é…

Bruce se virou, a cabeça apoiada próximo ao travesseiro. Boca estava entre aberta e a respiração calma empurrava um hálito que – só agora Stiles pode reparar – estava carregado de carne, ração e chocolate.

Aquilo apitou na cabeça de Stiles feito um alarme de incêndio.

— você encontrou mais chocolate? Onde? — Ele o observou com atenção. Bruce devolvia o olhar, como se pensasse com cuidado ao latir baixinho. Mas Stiles já havia chegado a uma conclusão. — A não. Ele não fez isso…





Notas Finais


A discussão mais bipolar que vocês respeitam..


Eu... Hã... Não pretendo demorar tanto...
☕🐻


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