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História Omega - Ligações


Escrita por: vanaheim

Notas do Autor


Tudo certo?

Capítulo 18 - Ligações


O problema que Lydia mencionou – previu sem precisar de poderes mediúnicos – não tardou em se concretizar. Um dia e meio depois de sua visita. Os problemas de Stiles pareciam ter resolvido de unir e explodir na sua cara no mesmo dia

Stiles estava sentado na poltrona. Remoendo as palavras de Lydia, como vinha fazendo horas à fio. Os braços estavam apoiados nos joelhos, tão curvado que sua coluna doía-lhe.

Sua única certeza era de que não havia como levar aquela situação adiante. De empurrar com a barriga. Já havia enrolado por tempo suficiente.

Pensava, refletia, à todo momento sobre o primo de Malia. Sobre o lobo que abrigou em sua casa. Tentava encontrar uma forma de contar para a coiote e sua família. E de como contar para o seu pai. Tentava prever as reações, mesmo que tentasse deixar de lado, o que lhe sobrecarregava.

Ele até escutou os passos apressados descendo as escadas. Mas nem isso o fez conter um sobressalto quando seu pai o chamou bem à sua. Estava distraído a esse ponto.

— Já estou de saída, Stiles.

O xerife avisou. Olhando para o filho com estranheza, enquanto alinhava o terno em seu corpo.

Stiles ergueu os olhos e fitou-o por um instante. Antes de assentir brevemente.

John girou nos calcanhares. Seu filho andava estranho desde a festa. Ele pensava em uma conversa, enquanto encarava com irritação as marcas de garras na sua porta.

Sua mão já pairava sobre a maçaneta quando Stiles resolveu chama-lo.

— Ei pai.

John olhou por cima dos ombros, espiando o pequeno corredor e o arco. Grunhindo por ter de voltar até a sala. Seu filho estava exatamente no mesmo lugar, na mesma posição. Só que agora o encarava devidamente.

Stiles hesitou quando viu seu pai se reaproximar. Apertava o celular em suas mãos, há horas ele estava do seu lado. Vez ou outra passava minutos à fio encarando o aparelho. Na esperança de que a qualquer momento um número desconhecido surgiria na tela, indicando uma chamada.

Mas Malia não ligou. Seria fácil demais. Talvez tenha até mentido sobre Matt ter lhe dado o número.

Também estava ciente de que mais uma vez estava agindo feito um covarde; ao protelar propositalmente.

— Então?! — John chamou-o. Os olhos estavam fixos no relógio de pulso.

Stiles o encarou em silêncio. Mastigando algumas palavras, tentando cuspir as certas. Não sabia por onde começar, como dizer ao seu pai que há dias andava mentindo. Que já sabia de onde Bruce viera, e quem eram os seus donos.

— filho, assim eu irei me atrasar para o julgamento…

O mais velho se aproximou e se sentou no sofá. Já começando a ficar preocupado.

Stiles umedeceu os lábios. Os dedos se moviam inquietos sobre o celular. A vergonha que sentia era como uma chama prestes a consumi-lo.

— O Bruce vai embora. — Disse por fim. Observando a reação do pai.

John se sobressaltou, passando a encarar o mais jovem com confusão, como se tivesse escutado errado.

— como assim “vai embora”? — Ele quis saber. Olhando ao redor, procurando pelo mencionado. E ditou: — Stiles, explique isso agora!

— Sei quem são os donos dele. — O rapaz disse com cuidado, após um suspiro.

John se empertigou. Semicerrando os olhos não direção do seu filho.

Sabe. — ele repetiu, mastigando cada letra que compunha aquela frase e o seu significado. — você não “descobriu”, simplesmente sabe…

Stiles encolheu os ombros com a acusação, assentindo.

— É…

O olhar do xerife era de pura incredulidade.

— Há quanto tempo? — Ele perguntou. Usando de uma calma muito suspeita.

— Alguns dias?! Talvez semanas…

John riu , massageando as têmporas. Uma tentativa fadada ao fracasso de não explodir, surtar.

— Stiles… — Ele balbuciou baixinho. Nem sabia por onde começar.

— Eu sei… — O rapaz suspirou.

O xerife lançou-lhe um olhar cético.

— aí é que está. — ele disse. — Você não sabe. Se soubesse a gravidade da situação teria entregado Bruce aos donos assim que descobriu.

— Eu me apeguei. Gosto dele. — disse-lhe, os olhos estavam húmidos.

— Mas ele não é seu! — John bradou, se erguendo.

— sei que não. — Stiles concordou. Pensando no rapaz acamado.

Mais uma vez John olhou em volta. Praticamente dissecando o cômodo de canto a canto.

— Onde ele está? — Perguntou por fim.

— Porque quer saber? — Stiles ergueu as sobrancelhas, desconfiado.

— Adivinha. — o xerife riu com ironia.

— Pai. Eu farei isso. Eu levarei Bruce. — Ele se apressou em dizer. Tinha algumas perguntas que precisavam de respostas.

— quando? — John perguntou cético, cruzando os braços. — Vai esperar mais alguns meses?

— não. Farei isso hoje. — Stiles garantiu. — só irei tomar um banho antes.

— Quer mesmo que eu acredite nisso?

— Por favor?

John balançou a cabeça em negação. Soltando um suspiro prolongado.

— Eu nem sei se posso confiar em você, Stiles.

Suas palavras atingiram o mais jovem em cheio, como um tapa.

— Farei o que é certo pai. Prometo. — Ele garantiu.

John não acreditou em uma palavra sequer do filho. Mas assentiu brevemente, após olhar as horas.

— Quando eu chegar teremos uma conversa.

Stiles engoliu em seco. Pelo visto ficaria de castigo até a formatura.

— Hã… ok. Só mais uma coisa…

— O que foi dessa vez? — John grunhiu com impaciência. — sequestrou o bicho de mais alguém?

— Eu não sequestrei. — Stiles protestou em defesa. — Bruce veio até mim e decidiu ficar.

— Que seja. Fale de uma vez.

— Em resumo?! — Stiles indagou e viu seu pai assentir. — É sobre a minha mãe.

John grunhiu e fitou o rapaz com seriedade.

— Você tem quase dezoito anos. Arque com as consequências dos seus atos. — O xerife ditou. — Não pense, nem por um segundo, que usar a sua mãe vai te livrar dessa.

— Ótimo. — Stiles bufou. — Mas eu ainda preciso saber o que ela era

O xerife tossiu copiosamente engasgado com o ar. Virando o rosto para um dos porta-retratos quase que imediatamente. Como sempre acontecia quando aquele assunto entrava em pauta.

— Já tivemos essa conversa uma centena de vezes. — John murmurou. — Eu não sei. Nem mesmo ela sabia. Cláudia foi adotada, lembra?

Stiles suspirou penoso. Fitando a própria mão. Os nós dos seus dedos estavam brancos de tanto apertar o celular.

— Porra. Isso é uma droga. — Resmungou. E não demorou muito para sentir o olhar sobre si. — Foi mal. É que tem acontecido coisas estranhas…

— Mais? — John murmurou. — Certo. Que tipos de coisas?

— Andei sonhando com lobos falantes e luzes furiosas. — Stiles contou-lhe.

O xerife o encarou com devida atenção. Olhando-o de cima a baixo.

— Luzes. Furiosas. — Ele repetiu lentamente. Só para ter a certeza de que escutara certo.

— Parece loucura não é? — Stiles balbuciou receoso.

— Tipo kanimas? Ou um lobo de quase dois metros?

Stiles conseguiu sorrir.

John se aproximou do seu filho, sua mão pousou certeira no ombro do rapaz e o apertou com afeto. Embora não quisesse falar, aconselhou mesmo assim, pois o seu ressentimento não estava acima da saúde do seu filho.

— Você deveria ligar para ela.

Stiles grunhiu e encarou o pai como se fosse um louco.

— Aquele circo não para quieto. A quatro meses não recebo uma carta. Carta. Ela por acaso tem alergia a tecnologia? — ele quis saber.

John sorriu, um pouco mais ameno. Quase se esquecendo do que o filho havia aprontando.

— Sua mãe sempre foi… excêntrica.

— Ainda bem que não puxei a ela. — Stiles resmungou, um pouco irritado.

John coçou a nuca. Decidindo que a melhor opção era não retrucar aquele comentário. Deu mais uma olhada no relógio e percebeu que estava em cima da hora.

— Estou de saída. — Avisou apressado. — quando eu chegar conversaremos melhor.

Quando os passos cessaram e a porta bateu, Stiles se levantou só para se jogar no sofá.




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