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História On and On - Capítulo 46


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos 351 favoritos e a todos que comentam!!!

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Boa leitura.

Capítulo 46 - Capítulo 46


O dia de Namjoon estava sendo tranquilo.

O loiro deu aula pela manhã e gostou do resultado. Sua turma, mesmo tendo quase a mesma idade que ele e em alguns casos, até mais velhos, o respeitavam e pareciam progredir cada vez mais na aprendizagem da língua inglesa. Namjoon nunca realmente acreditou que conseguiria trabalhar como professor na Universidade que estudava, tanto que quando foi contratado fez uma festa com Hoseok; na verdade foram algumas bebidas, mas como o mestrando desmaiou na cama, ele considerava uma grande comemoração.

– Professor!

Namjoon olhou na direção da voz e avistou um dos seus melhores alunos e logo sorriu para o rapaz. O jovem era baixo e simpático e sempre tirava alguns minutos após a aula para conversar com o mestrando que gostava da companhia, pois Park Jaehyung era bastante inteligente e interessado; Kim amava aquela combinação.

– Olá, Jae.

– Professor, quando eu poderei ler a sua dissertação? – perguntou o rapaz, com um sorriso enquanto equilibrava vários livros nos braços. – Estou doido para ler!

– Ah, se tudo der certo, logo, logo, você lerá.

– Professor, eu li aquele livro que você me recomendou, mas eu fiquei com algumas dúvidas… Será que poderíamos tomar um café?

O mestrando puxou o celular rapidamente, olhando a hora. O mais velho concordou silenciosamente e até riu para o sorriso que o outro exibiu.

A lanchonete do local estava um pouco cheia por causa do horário e por isso os dois fizeram os seus pedidos e seguiram para uma área aberta, onde haviam alguns bancos debaixo de algumas árvores. Ainda não estava nevando, mas o frio já tomava conta da região, fazendo a ambos se encolhem com o vento que batia em suas bochechas.

– Uau, está frio. – comentou Jaehyung e o outro concordou. – Eu deveria ter trazido um casaco mais grosso…

O mestrando nem sabia o porquê, mas se lembrou de Seokjin naquele momento. Parecia que faziam anos desde a vez em que ele dividiu um banco com o psicólogo e recebeu um casaco por estar com frio; a constatação fez Namjoon sentir vontade de correr no apartamento do moreno e o abraçar, beijar e dizer que o amava.

– Professor?

– Oh? O que? Desculpa… Me distraí.

O estudante concordou, voltando ao assunto e dessa vez Namjoon prestou atenção, conversando e comentando sobre o livro que ambos haviam lido. Porém, o professor notou algo estranho no outro, que o fez começar a ficar desconfortável.

Hoseok sempre disse a Namjoon que ele não sabia identificar quando estavam dando em cima dele e aquilo era um fato, porém Jaehyung estava sendo bastante óbvio, o que deixou o mestrando sem saber como responder, pois, e se estivesse supondo errado? Porém, o sorriso, a forma do outro colocar o cabelo atrás da orelha e a mão que às vezes ia do copo de café até a perna do mais velho, foi a confirmação que Kim necessitava para a resolução das suas dúvidas.

– Jae? – A voz do mestrando era um tanto incerta e o outro olhou com um sorriso aberto, mas Namjoon não o devolveu. – Eu tenho namorado…

O sorriso do mais novo morreu na mesma hora e Namjoon até se sentiu mal por aquilo, pois Jaehyung era o seu melhor aluno e a última coisa que o mestrando queria era partir o coração do rapaz, mas após um longo gole de café, o estudante concordou com a cabeça e desviou o olhar, voltando a falar sobre o livro como se nada tivesse acontecido.

O mestrando se sentiu melhor, logo mergulhando novamente no assunto sobre o livro e minutos depois era como se nada tivesse acontecido, o que deixou o mais velho aliviado.

O café já tinha terminado e o vento frio estava fazendo os dois tremerem e por isso decidiram voltar para o calor e conforto da parte interna do prédio. Porém, antes foram interrompidos por uma pessoa, que Namjoon não esperava ver tão cedo.

Hyung! Quanto tempo!

Jackson Wang estava com roupas esportivas e se aproximava mais da memória que Namjoon tinha dele, do que o terno da última vez que os viram.

– Jackson…

– Ah, quem é esse? Amigo seu? – Jackson perguntou encarando o loiro mais baixo, com um sorriso que não chegava aos olhos. – Me apresente, Nam…

– Vamos Jae. – falou o mestrando, puxando de forma delicada Jaehyung pelo braço, o retirando da frente do chinês. – Vou te emprestar uns livros do meu gabinete.

O mestrando não esperava que Jackson realmente desistisse da investida então não foi surpresa quando o chinês novamente se fez presente no campo de visão dos loiros.

– Hum… Quem é você? – Novamente o chinês perguntou, apontando para Jaehyung. – O melhor amiguinho eu sei que não é… Aquele chato do caralho.

– Chega, Jackson. – falou o mais velho, bufando. – Jae, será que vo-

– Tudo bem. – interrompeu o estudante, com um sorriso fraco. – Tchau, professor.

Jaehyung ainda encarou Jackson por vários segundos novamente sorrindo, só que dessa vez de lado e logo depois se virou, seguindo em direção ao prédio, sumindo na porta.

– Você tem exatamente um minuto para falar o que quer. – disse o mestrando, cruzando os braços, irritado. – E se você se aproximar de mim, eu te soco a cara.

Jackson sorriu, sabendo como aquela frase não era verdadeira, pois Namjoon não batia em ninguém e se batesse, não seria no chinês, ainda mais por ficar nervoso com qualquer aproximação repentina que o moreno fizesse em sua direção.

– Aquele lá era o que seu? Amigo? – questionou o chinês, mas o mestrando ignorou, estalando a língua no céu da boca. – Cuidado com ele… Aqueles olhos não me enganam…

– Okay, Jackson. Obrigado pelo aviso, agora eu vou indo.

Namjoon deu exatamente dois passos antes de sentir seu braço sendo segurado, o fazendo encarar o chinês. O mestrando não conseguia entender o que Jackson queria, o irritar? Pois estava conseguindo.

– Então... Você está namorando o meu irmão mais velho. – questionou Jackson, sorrindo, mas novamente não alcançando os olhos. – Sexy.

– Me deixa em paz, Jackson. – O mais velho já estava se irritando com aquele joguinho do outro. Ele já conhecia aquela faceta do chinês. – O que tínhamos acabou há bastante tempo e sim, estou com o seu irmão. Saiba que Seokjin me trata do jeito que eu mereço e eu o amo.

– Você também disse que me amava.

– Eu nunca disse nada disso. – afirmou Namjoon, suspirando fundo. – Me solta, por favor? Eu tenho que trabalhar.

– Trabalhar? Não conheço esse conceito. – brincou o chinês, mas ao perceber que o outro não achou graça, acabou por soltar o braço do mestrando. – Então, eu sinto sua falta, hyung. Chame de clichê ou breguice, mas eu era muito apaixonado por você.

– Jackson, não começa. – Namjoon suspirou. – Eu amo outra pessoa, uma pessoa maravilhosa. E mesmo que não houvesse outra pessoa, nós dois somos uma péssima combinação, fazemos mal um ao outro.

Hyung… eu ouço você e em nenhum momento te escuto dizer que seus sentimentos por mim mudaram… Você ainda gosta de mim… – O loiro murmurou, seu habitual sorriso ladino nos lábios enquanto ele dava vários passos na direção do mestrando. – Você sente tanta a minha falta, que pegou alguém com o mesmo DNA.

Namjoon deu dois passos para trás, esticando o braço e encostando a mão no peitoral do outro, o parando antes que se aproximasse mais. Jackson pareceu achar graça do gesto, aumentando o sorriso.

– Vou te reconquistar. – afirmou o chinês, piscando um dos olhos e com delicadeza retirando o braço do outro da direção, novamente se aproximando. – Eu sei que seus sentimentos ainda estão aí…

– Jackson, por favor, pare de infantilidade.

– Eu não sou mais o mesmo, hyung. Agora eu não desisto facilmente do que eu quero. – disse o chinês, parando bem perto do loiro. – Vamos ver qual dos irmãos te leva primeiro: o legítimo Wang ou o bastardo Kim.

– Você é ridículo, Jackson. – Namjoon balançou a cabeça negativamente. – Eu amo Kim Seokjin e ponto. Adeus e não me procure mais.

Jackson ainda tentou se aproximar mais uma vez do mestrando, mas Namjoon o afastou, seguindo as pressas para o prédio onde estudava e trabalhava.

A tranquila manhã de Namjoon havia ido para o ralo e ele praticamente se arrastou para o encontro que tinha marcado com o orientador.

Atualmente o mestrando se preparava de todas as formas para os encontros com o orientador, pois nunca escutava algo positivo, então o loiro se recobria de armaduras antes de chegar ao gabinete do homem, mas o encontro com Jackson o havia abalado, não por ainda ter qualquer tipo de sentimento pelo chinês, mas sim por o fazer lembrar do relacionamento conturbado que tiveram, o que o desanimou por completo.

Namjoon era pontual, como sempre e ao bater na porta do orientador, o homem de meia idade o mandou entrar. O loiro colocou um sorriso no rosto e exibiu uma expressão calma, não tentando transparecer o nervosismo e de certo modo, medo.

– Kim, eu li o que você me mandou. – O tom do mais velho era cortante e Namjoon quase se encolheu na cadeira. O que tanto fazia de errado naquela dissertação? Ele não conseguia entender. – E eu não gostei.

– Senhor, eu po-

– Eu não terminei de falar. – interrompeu o orientador. Namjoon concordou rapidamente com a cabeça. – Não serei mais o seu orientador. Você tem uma semana para conseguir outro professor ou perderá a bolsa.

– O q-que?

– E seu emprego também está por um fio, pois tivemos várias reclamações de alunos. – O homem afirmou, sério. – Reclamações de atrasos, de cancelamentos repentinos de aulas e de assédio.

– Assédio?! – A voz de Namjoon se alterou. O que estava ouvindo era tão absurdo que o loiro nem sabia como reagir. – Não! Eu nunca assediei ninguém, nem faltei… Eu não estou entendendo!

– Isso é tudo o que eu tenho a dizer, Namjoon.

– Ótimo… ótimo!

O loiro pegou suas coisas de maneira tempestuosa e deixou o gabinete do professor para trás. Aquilo era ridículo! Em momento algum ele fizera qualquer uma daquelas coisas, estava sendo injustamente acusado. Se aquele dia conseguiria ficar pior, o estudante desconhecia a maneira.

– Filho da puta desgraçado. – Namjoon não conseguiu deixar de xingar. Estava com tanta raiva! – Enfia esse título de doutor no cu!

Namjoon pegou o elevador tentando se controlar, mas estava tão irritado! Ele não merecia nada daquilo; sempre estudou e se esforçou, até música escrevia para conseguir ter dinheiro suficiente para terminar o mestrado, para aquilo lhe acontecer.

O mestrando – ele nem sabia mais se era um – estava pronto para socar a parede do elevador, quando a porta se abriu no terceiro andar, entrando uma das professoras de um grupo de pesquisa que ele participava. Namjoon teve uma ideia e mesmo sendo um tiro no escuro, não custava nada tentar.

– Olá, professora…

– Oi, Kim. Como está?

– Ah, a senhora lembra de mim! – Namjoon sabia que a sua voz estava um tanto aguda e logo pigarreou. – Então, eu estava pensando se poderia ter uns minutinhos da sua atenção.

– Senhora? Cruzes. – A mulher riu e o loiro acabou imitando o ato. – Pode falar…

– Então, eu preciso de uma nova orientadora. – falou o loiro, com um sorriso sem graça. – Minha dissertação já está pronta, mas eu tive uns problemas com o meu orientador e…

A porta do elevador abriu e o loiro arregalou os olhos, esticando o braço para dar passagem para a professora, que agradeceu silenciosamente.

– Kim… Você é um jovem muito inteligente.

– Obrigado.

– Okay… – A professora acabou rindo, pois Namjoon a interrompera. – Mas seu orientador meio que falou com todos os professores do departamento para ninguém te aceitar.

Namjoon travou no lugar, abrindo e fechando a boca diversas vezes, sem reação. Ele estava ferrado! Não conseguiria um orientador e perderia a bolsa de estudos; a bolsa que conseguiu com tanto esforço. Era tão injusto.

– Mas quem é o idiota que perde a oportunidade de trabalhar com um jovem brilhante como você? – perguntou a mulher, rindo. – Certamente é alguém muito doido. Você acha que eu sou doida, Namjoon?

– Isso significa que… – O loiro não conseguiu completar a frase, com medo de ter entendido errado. – A senhora, quer dizer, você… Espera, como te chamo? Professora?

– Pode me chamar de Sunmi. – afirmou a mulher, colocando o cabelo atrás da orelha, com um sorriso. – Então, vá buscar a papelada na secretaria para eu assinar que sou a sua nova orientadora. Eu sinto vontade de te roubar daquele estrupício há um ano, Namjoon!

– Pela divindade!

– Anda, vai, vai… – A morena bateu as mãos uma nas outras e o loiro riu, já apertando o botão do elevador. – Estarei no meu gabinete.

– Obrigado, professora! Sunmi!

O processo depois daquilo tudo foi calmo. Tirando alguns papéis que tanto o antigo orientador quando a nova orientadora tinham que assinar – o que fez o homem de meia idade praticamente ranger os dentes ao ver o nome de Lee Sunmi no papel –, a troca aconteceu sem problemas. Porém, Namjoon não pode deixar de se lembrar que seu emprego ainda estava em perigo, o que retirou um pouco da alegria do momento, mas o loiro também resolveria aquilo, ele tinha certeza.

Namjoon estava tão feliz que buscou o celular para dar a boa notícia para Seokjin, que ainda deveria estar de repouso, mas provavelmente estava trabalhando. Típico.

O loiro estava no início da mensagem quando parou em um sinal de trânsito e percebendo que estava fechado para pedestres, esperou aproveitando para terminar de escrever para Seokjin.

Não haviam muitos carros naquele momento e Namjoon olhou novamente para o sinal – que agora estava aberto para pedestres – e mais uma vez para a rua. Não deveria ter nenhum problema atravessar logo e ir pegar um ônibus – seu carro estava no mecânico naquela semana –, por isso o loiro começou a andar, transpassando a rua.

O mestrando não entendeu o grito. Ele chegou a olhar em direção a voz lhe chamando pelo nome, mas o choque veio em seguida. Por uns instantes, o loiro não sentiu seus pés sendo influenciados pela gravidade, mas sentiu a dor e esta veio antes do segundo impacto, este no chão.

– Namjoon!

O loiro conseguiu sentir a própria cabeça batendo contra o asfalto, após todo o seu corpo sofrer o mesmo destino. Ele não estava entendo muito bem o que estava acontecendo, mas sentiu vontade de vomitar e até tentou, mas nada respondia ao seu comando.

Namjoon engasgou, abrindo a boca, mas o vômito não veio, porém no lugar uma forte dor se abateu do lado esquerdo do abdômen do mestrando, que quis gritar, mas não conseguiu.

– Namjoon? Namjoon?! – O mestrando conseguiu encarar o rosto na frente dele e de certo modo foi um alívio, pois o conhecia. Namjoon conseguiu mexer a mão e a levantou na direção de Jackson, que a agarrou, segurando com força. – Calma, calma Namjoon… Vai dar tudo certo, calma.

O mestrando quis sorrir, pois claramente quem precisava ficar calmo era o chinês, mas seus pensamentos foram cortados pelo barulho de pneus cantado no asfalto, seguido de gritos de Jackson.

– SEU DESGRAÇADO, VOLTA AQUI!

Jackson estava pronto para gritar mais ofensas e prometer um processo, quando a mão de Namjoon novamente o apertou, pedindo atenção. O chinês encarou o loiro, passando a mão na testa do mestrando, mas logo retirando por não saber se poderia piorar a situação do ex-namorado.

– A ambulância já está chegando, Nam… Tá bom? Vai dar tudo certo. – O moreno afirmou, tentando sorrir, mas sem sucesso. – E eu vou ligar para Jin, não precisa se preocupar. Você só tem que ser forte… Aposto que foi só uma perna quebrada e você está de frescura…

Namjoon conseguiu levantar um dos lados dos lábios e quase comentou algo, mas o loiro estava tão cansado que aceitou o carinho oferecido, quase farfalhado, da escuridão.

 


Notas Finais


Park Jaehyung, o Jae do Day 6
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Lee Sunmi, Wonder Girls.
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Ps.: NÃO NOS MATEM!

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Até amanhã ;*


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