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História On My Own (EM PROCESSO DE REESCRITA) - Dear Brooke, never drink with Justin Bieber.


Escrita por: Ericastefani

Notas do Autor


Desculpem a demora, estou viajando!
Obrigada pelos comentários de apoio que a Fanfic tem recebido, vocês enchem meu coração de amor e inspiração. Espero que continuem comigo até o fim dessa jornada.

Capítulo 15 - Dear Brooke, never drink with Justin Bieber.


 

 Brooke Wright Point of View.

Eu queria muito cavar um buraco e me enterrar lá dentro pelo resto da noite. Ou quem sabe, pelo resto da semana. Aquela que era pra ser mais uma das cativantes realizações em meu nome, se resumiu em sorrisos e declarações falsas em diversas entrevistas que meu pai me obrigou a realizar; estava arrasada. Mais arrasada por perder minha identidade — quando estava em suas mãos —, do que por permitir que ele dissesse tudo o que quisesse ao meu respeito sem poder entrar em modo de defesa. A decepção pesava em minha mente a cada minuto. Fiquei por tanto tempo posando como alguém que tinha a família perfeita, que aquilo anestesiou meu cérebro até a volta para o hotel. A partir daquele ponto, eu não me importei com os fãs na porta de entrada gritando os diversos nomes que esperavam encontrar comigo; não me importei com as perguntas petulantes, meu casaco sendo repuxado e muito menos com o alvoroço distorcido causado por cada um presente. Só me coloquei para dentro daquele elevador e pedi para que o segurança que me acompanhava, deixasse o corredor do meu quarto livre, pois qualquer coisa eu o chamaria.

Eu não sabia se queria mesmo ir até o quarto de Bieber conversar sobre os desaforos que ele ouviu de Edgar, mas agora ele estava tão envolvido naquela droga quanto eu. Estávamos enrascados pelas mãos de meu pai, porém, quem sairia perdendo seria eu. Com certeza, tudo se tratava de mim sem que nenhuma novidade me surtisse efeito.

Tomei um banho que me ajudou a tirar todo o peso que carregava como um fardo em minhas costas. Meus músculos tinham relaxado por alguns minutos, porém, como tudo não podia ser tão fácil quando o assunto era eu, aquela bola de neve voltou à tona quando a gritaria lá embaixo começou de novo. Eles estavam chegando. Corri para a minha janela e vi primeiro Shawn Mendes ser empurrado depressa para a entrada. Logo depois, Ariana Grande e Carly Rae Jepsen. Justin deixou o carro por último e deu um pouco mais de gás a toda aquela multidão — que vinte seguranças mal davam conta. — O que eu iria dizer? Qual seria minha solução para tirá-lo dessa, se eu não conseguia nem livrar a mim?

Deixei com que os minutos se passassem, ainda cogitando dar para trás e desistir daquele papo cordial com o garoto que nem meu amigo era. Provavelmente brigaríamos de novo e meu dia já tinha sido cheio de desentendimentos para ter paciência em mais um atrito. Portanto, estava decidido. Deitei e fechei os olhos, não precisaria vê-lo no dia seguinte mesmo. Ouvi dizer que ele partiria para algum voo assim que o Sol raiasse; talvez se fosse para nos vermos de novo, essa situação já estivesse por baixo do tapete.

Uma hora depois de Justin ter chegado no hotel, as pessoas já paravam de gritar lá fora. Eram onze e meia da noite, talvez ele já estivesse em seu quinto sono, o que me causava certa inveja.

— Mas que porra! — sibilei para mim, que não conseguia encontrar meu sono depois de tanto revirar entre os lençóis macios.

Fazendo uma birra interna, esperneei na cama e cobri o rosto com um travesseiro. Soltei um grito histérico e abafado; sabia que não iria conseguir dormir se não cumprisse minha palavra. Calcei meus chinelos sem me importar em vestir uma roupa melhor e analisei meu pijama. Não tinha nada demais em minha calça roxa de moletom e minha camisa branca sem mangas, embora fosse totalmente fora de cogitação sair só com aquele traje. 

Amarrando um roupão em volta de meu corpo, ajeitei meus cabelos que estavam soltos e parti para o elevador em um piscar de olhos. Eu não tinha notado meu nervosismo desnecessário até apertar o botão para o andar de cima e a porta se fechar em minha frente.

Dois andares depois, eu não tive tempo de mais nada. Foi tão instantâneo que congelei na mesma hora que a porta rangeu e me deu a visão da cobertura. Dois seguranças olharam para dentro do elevador para checar quem estaria chegando e eu saí, sorrindo sem graça para cada um deles.

— Oi, Arthur. — era o único rosto amigo que eu conseguia me lembrar.

— Senhorita Wright, algum problema? — ele franziu as sobrancelhas, completamente confuso. Pude vê-lo olhar em seu relógio de pulso para certificar-se do horário.

— Tenho que falar com o Justin. — respondi objetivamente. Jamais pensei que diria isso em alguma parte da minha vida. 

— Acredito que ele já estava dormindo, senhorita. — o homem ao lado dele interviu, barrando a porta para mim.

— Bieber está ciente de minha visita. — fui um pouco mais direta, travando o maxilar, mas evitando cerrar meus dentes.

Não seria necessário essa afronta, que tipo de mal eu poderia causar á Bieber? Era cômico a forma como eles me analisavam como se eu fosse uma ameaça. Uma garota de pijamas e roupão que nem deveria estar ali conforme os próprios termos? 

— Escute. — pigarrei para o mesmo homem que cruzava seus braços musculosos em frente a grande porta de madeira. — Eu não sou nenhuma fanática, meu caro. Bieber e eu temos assuntos sérios para resolver. — elevei meu tom de voz. Talvez meu rosto já estivesse vermelho por conta do nervosismo.

— Thomaz. — a porta atrás do segurança de cabeça lisa foi aberta. — Ela pode entrar. — Justin ordenou severamente com a voz um pouco mais rouca que o normal, colocando matade de seu corpo para fora. Seu rosto estava relaxado como quem tinha acabado de acordar de um cochilo.

Os dois homens abriram espaço para mim e eu abracei meu próprio corpo como se estivesse exposta.

Bieber retirou a garrafa aparentemente vazia de Whisky de cima da mesa e capturou um cigarro, desaparecendo pela pequena cozinha do quarto presidencial. Tomei liberdade de me sentar no sofá de couro daquela divisa entre o quarto — que me lembrava uma sala de estar moderna. 

— Foi mal por isso, Brooke. — ele apareceu mais uma vez, ajeitando seu roupão que era de um tecido visualmente mais caro e fino se comparado ao meu. 

— Eu não estou surpresa. — dei de ombros. — Fiquei de saco cheio pela experiência que tive por um dia, agora consigo imaginar que deve ser irritante alguém tomando decisões por você por conta de sua segurança.

— É, mas as vezes é demais. — Bieber se sentou no sofá em minha frente, segurando o cigarro aceso entre os dedos. Não sabia que ele fumava. Assim como não sabia de nada a seu respeito.

— Você faz isso com frequência? — arqueei uma sobrancelha, deixando-o saber que eu me referia ao cigarro.

— Está fazendo essa pergunta porque não quer chegar direto ao ponto? — ele riu com divertimento. Podia notar que não estava chateado ou dizendo aquilo com deboche. Talvez fosse perigoso tentar decifrá-lo.

— Possivelmente — o respondi com desdém, observando-o tragar tranquilamente seu cigarro e desviar seus olhos para o violão que tinha ao seu lado.

— Achei que não viria. — ele soltou a fumaça para o lado contrário. 

— E eu não vinha. — seria melhor começar o que quer que aquilo fosse, de um jeito realista. — Não ia fazer diferença para nenhum de nós dois mesmo.

— Você tem certeza? Aquelas fotos me pareceram importantes. — o loiro pousou seus olhos em mim e eu afirmei lentamente com a cabeça, cruzando meus braços. 

— Ele só quer um jeito de manter a imagem de bom pai e advogado. Não é de seu interesse ficar me perseguindo. —  Era o que eu achava, meu pai realmente era muito previsível em seus objetivos quando os mesmos me envolviam.

— Saber que você não surtou com ele depois de ter insinuado que nós temos um caso, me deixou curioso, Brooke. — Justin amassou seu cigarro quase por inteiro no cinzeiro centralizado na pequena mesa. — Então você abre exceção para quem é da família? — sorriu sacana, testando meu senso de humor. 

Não retribui seu sorriso, apenas revirei os olhos e neguei com a cabeça.

— Ele estava com meu emprego em mãos, Bieber. Não podia colocar tudo a perder. — fechei meus olhos, respirando fundo; podia sentir meu stress fortemente. 

— Acho que quanto mais você me evita, ou vice-versa, mais coisas atraímos. — ele comentou, levantando-se e indo até o frigobar ao meu lado. 

— Eu te asseguro que ele não irá interferir em sua carreira, Justin. — ajeitei minha postura, recompondo-me depois de notar que estava relaxada demais no estofado.

— Não estou preocupado com isso. — Justin riu tranquilamente, tirando uma garrafa de vinho tinto da pequena geladeira. — Já passei por muita coisa pra deixar que isso me abale. —  Eu não sabia o que ele queria dizer, será que ele se referia as noitadas? — Servida? — o loiro tirou a tampa do vinho com facilidade, enchendo uma taça para si. 

Neguei imediatamente com a cabeça, mas de certo modo, uma taça de vinho me relaxaria, então voltei atrás e assenti, atraindo uma risada divertida de Justin em minha frente. 

— Você é confusa até para tomar esse tipo de decisão. — ele me estendeu a taça, que peguei sem precisar tocar em seus dedos. 

Voltamos as nossas posições anteriores. Eu bebericava o vinho em silêncio e olhava para a decoração cara do quarto mais elaborado do hotel. Era incrível a quantidade de portas que um cartão de crédito e um sobrenome poderiam abrir. Esperava um dia ser assim, mas por meus próprios méritos.

— Posso te fazer uma pergunta? — sua voz surgiu de repente, ele agora dizia com os olhos fechados. Eu não o respondi, e Bieber entendeu o silêncio como uma resposta positiva. — Se você fosse um livro e só pudesse convencer as pessoas a comprá-la com uma palavra que te descreva, qual seria?

Entortei meus lábios e soltei um resmungo debochado. O que aquilo tinha a ver com o foco de nossa conversa?

— Como é que eu vou... — comecei a protestar contra sua pergunta, desencostando-me do sofá.

— Hã, hã. — Justin interrompeu-me, apontando sua taça para mim. — Eu disse só uma palavra.

Quanta baboseira. 

— Responsabilidade. — foi a primeira coisa que me veio em mente. A mais pura verdade, se eu fosse parar para analisar. Era mesmo alguém muito firme com meus compromissos.

— Isso não é uma entrevista, Brooke. — Bieber colocou seus pés sobre a mesa de vidro, quase me obrigando a ordená-lo que os tirasse dali. — E ninguém compraria um livro escrito isso na capa. Ao menos não pessoas com menos de sessenta anos.

— Então me diga a palavra para o seu livro, já que você é o esperto por aqui. — o desafiei, tomando um bom gole de meu vinho. 

— Insano. — ele respondeu, fazendo-me rir de desprezo. — O que? — Justin quis saber o motivo de eu ter achado aquilo cômico. 

— E quem compraria? Adolescentes que querem aprender a cantar e andar de skate? Qual foi a coisa mais insana que você fez, Bieber? Não dar autógrafos e pedir desculpas no Instagram? — tirei sarro, relaxando meus ombros. Não disse com intenções de afetá-lo, era novo pra mim ter que conversar com alguém que dizia ter problemas com tudo o que quisesse em mãos.

— Vejo que falou sério quando disse que não tinha interesse em ler minha biografia. — Justin não perdeu a paciência, ao invés disso, encheu mais uma vez sua taça e eu estiquei a minha depois de ter acabado com o vinho que tinha dentro. — Eu já fui preso. — aquilo não era coisa para se dizer enquanto se apreciava o sabor de um vinho. 

Não pude conter minha surpresa com tais palavras. Talvez minha busca no Google não tenha sido suficiente, contudo, eu nem tinha mesmo que buscá-lo na internet. Aquilo logo acabaria de uma vez por todas e, eu não iria querer sair por aí me gabando da vez que fui chantageada pelo meu pai á revelar a mentira que Justin Bieber declarou publicamente para me encobrir, enquanto nós riamos disso tomando vinho em seu quarto de hotel. Seria um segredo que ele e eu guardaríamos, assim eu esperava.

— E qual foi a acusação? — perguntei com a taça já em meus lábios, pronta para dar um grande gole. 

— Apostei um racha e ultrapassei o limite de velocidade. Me acusaram de estar bêbado e drogado. — por sua expressão, falar sobre ter sido preso não era um problema comparado a ter que dizer os motivos que o levaram a ser detido. — Desacatei os policiais, foi uma coisa bem grande para amenizar. — completou, bebendo ainda mais rápido o vinho de sua taça. 

— Você tem tudo pra viver tranquilo. — comentei, molhando meus lábios com a língua. — Por acaso, quando vocês famosos fazem isso, é porque precisam ser manchete? 

— Eu confesso que já tive que fazer coisas desse tipo, e acredite ou não, não importava qual era a notícia, eu sempre crescia nos rankings da Billboard. — aquilo não era novidade pra mim, mas ouvi-lo confirmar que toda a indústria é tão manipuladora quanto o público é manipulado pelo artista — na maioria das vezes —, me deixou um pouco mais curiosa para descobrir o que mais na vida de Justin era encoberto.

— E seus relacionamentos? São Marketing também? — eu sabia que não devia mudar tanto o assunto, entretanto, já estávamos ali, que mal teria? 

Justin ficou em silêncio. Tomou um bom gole de vinho e fez um sinal com a mão livre, indicando que era uma meia verdade. 

— Você namorou uma famosa, não foi? Eu vi coisas assim. Não lembro quem, o pessoal da Disney é tudo igual pra mim. — confessei com um riso bem humorado, secando minha taça novamente.

Deus, o gosto era maravilhoso.

— Sim, Selena Gomez. — o tom do garoto mudou na mesma hora. Seus olhos pareceram perdidamente concentrados em sua taça de cristal como se magicamente, o material passasse a lhe interessar. — Mas não houve marketing. — ele pigarreou, aparentemente envergonhado por falar sobre aquilo. 

Eu assenti, talvez não devêssemos conversar sobre aquilo. Bieber demonstrava sinais de que falar sobre seu relacionamento era mais embaraçoso do que comentar sobre sua breve visita à prisão.

— Antes dela, tive alguns relacionamentos com garotas que eu gostei muito. Mas eu tive decisões a tomar, e eu não poderia me prender aos casos da adolescência, sabe? — o garoto voltou a dizer — Ainda tenho amizade com Caitlyn, ela é irmã de um dos meus melhores amigos. — Continuou ele, notando minha taça vazia. Ele tratou de ultimar o líquido que restava em seu copo para mais uma rodada de vinho. Dessa vez, Justin não encheu ambas como deveria, despejou o liquido até o topo de cada uma para que tomássemos como se aquilo fosse refrigerante. — mas depois de todos os términos com ela, eu comecei a sair com garotas para demonstrar que não estava na pior. Ganhava dinheiro com isso, e elas ganhavam credibilidade. 

— Uau. — pendi a cabeça para trás, bebericando meu vinho sem nem sequer saboreá-lo à essa altura. — Isso é extremamente babaca. — comentei, fechando meus olhos e apoiando a cabeça no encosto do sofá.

Nós ficamos em silêncio depois do meu comentário. Poucos segundos depois, abri meus olhos e Justin virava sua taça de modo que aquilo transparecesse sua necessidade de acabar com sua sede de álcool.

— Eu sou um grande babaca. — ele afirmou depois de colocar todo o vinho para dentro. — Perdi a mulher da minha vida a troco de nada. — Justin ergueu o objeto de cristal, como se estivesse propondo-nos um brinde com sua taça vazia. — Ao idiota que eu sou! — proclamou em um tom alterado, começando a demonstrar-se embriagado.

— Ao idiota que você é! — repeti impulsivamente, erguendo meu copo também, não muito diferente de seu estado. 

Eu fui a única que bebeu depois do suposto brinde, Justin observou meu gesto como se fosse algo novo e grandioso. O que era de fato, pois nunca em meio a nossa pequena convivência profissional, aquilo tinha acontecido ou tinha chances de acontecer novamente.

— Eu não acho que apenas vinho me satisfaça agora. — ele comentou, levantando-se com uma determinação que eu não teria. O vinho já estava começando a me deixar molenga e com resquícios de preguiça. — Preciso de um bom Whisky. — completou, direcionando seus passos até o frigobar. Aquilo era um bom sinal para mim, ao menos sobrava mais vinho.

Estiquei-me preguiçosamente para alcançar a garrafa, segurando-a com precisão ao trazê-la para mim com êxito. 

— E quanto aos seus relacionamentos? — ele quis saber, fechando a porta da pequena geladeira com um dos pés e abrindo a garrafa de Jack Daniels com aptidão. 

— Ah, sério? — revirei meus olhos, não acreditando que o rumo daquela conversa nos faria tocar neste assunto.

— Claro que sim, acabei de confessar que tenho relacionamentos comprados. — Justin falou num tom óbvio, tomando o líquido da garrafa no próprio gargalo. 

— Eu não tive nenhum namoro. — tomei coragem para dizer, repetindo o seu gesto com a garrafa que eu segurava. 

— Isso é mentira. — rebateu. — Você tem cara de ser chata assim porque levou um pé na bunda. — continuou, com certo descaramento de sua parte.

— Ah, vai se foder. — soltei uma risada baixa, ameaçando chutá-lo com uma de minhas pernas esticadas.

Imediatamente arregalei meus olhos. Eu não queria tê-lo xingado de verdade. Na verdade, era formal demais em meus dias para usufruir de um vocabulário de tão baixo calão com mais alguém fora de meu limitado ciclo social. Talvez a bebida me deixasse um pouco mais solta, porém, não deixei de ficar sem graça. Não era íntima daquele cara e nem queria ser. 

— Então eu acertei? — Ele esquivou-se de meu pé e não deixou de sorrir abertamente com diversão nos olhos, demonstrando que aquilo não tinha o afetado. 

— Se você quer saber, sou eu quem dou os foras. — Bieber assentiu desacreditado, puxando as mangas de seu roupão para deixar mais a mostra suas tatuagens.

— Mas falando sério, você nunca namorou? Teve alguns casos pelo menos? — ele manteve seus olhos intrigados em mim. 

— Tive. — disparei com desdém. Não gostava muito de falar sobre aquilo, tendo em vista de toda a situação já revertida nos últimos tempos. — Foi apenas diversão para nós. E também, foi no segundo ano da faculdade. — eu me afundei por completo no vinho daquela garrafa. O líquido era viciante e acolhedor perante ao dia desastroso que tive; minha vontade era de tomá-lo de uma só vez.

— E por que você não teve outros relacionamentos? 

— Eu não sirvo para esse tipo de coisa. Tenho que focar em minha vida profissional, Bieber. Estou começando a dar grandes passos agora. — batuquei minhas unhas impecavelmente brancas no material daquele objeto envidraçado cujo a bebida já secava.

— Quantos anos você tem, Brooke? Quarenta? — o garoto metido a Astro tirou sarro, oferecendo-me a garrafa que segurava. Eu hesitei em apanhá-la, sabia que o gosto do Whisky era forte demais para mim. 

— Vinte. — semicerrei meus olhos, pegando-a por fim e virando-a no gargalho. 

O líquido desceu como se queimasse. Parecia até que eu tinha tomado algo muito parecido com acetona; arregalei meus olhos e entreguei a garrafa depressa para Bieber, que a segurou um tanto assustado com minha reação. Depois de parar de tossir e colocar a língua para fora, imediatamente acabei com todo o vinho que restava na outra para me livrar daquele maldito gosto. Justin achou a cena hilária; o garoto voltou a se sentar pelas pernas fracas de tanto rir da situação e até limpou o canto dos olhos, onde uma lágrima descia pelo riso exagerado.

Eu não queria demonstrar que era fraca para consumir álcool. Deixei a garrafa de lado e me levantei um pouco zonza, impulsionada pelo meu ego ferido. Por minha conta, abri o frigobar e vasculhei entre todas aquelas garrafas que me pareciam mais caras apenas por seus frascos repletos de detalhes. Bati meus olhos na menor de todas, vodca. Assim que a puxei para mim, Justin me olhava com curiosidade e sorriu para a escolha que eu havia feito. 

— Traga mais vinho. Ainda tenho outra garrafa dessa. — sua voz era oscilante, mas com a ajuda de seu indicador, ele me apontou o frasco que havíamos secado para que eu trouxesse mais. 

Fiz o que ele me pediu e levei ambas para a mesinha de centro. Abri com muito esforço a menor de todas enquanto Justin tinha seus olhos em minhas mãos que trabalhavam sem agilidade na remoção daquela tampa. Suas pálpebras estavam pesadas, quase vencidas pelo cansaço e a bebedeira desenfreada. Eu tinha em mente de que só não estava diferente daquilo, por estar em pé e sob efeito de adrenalina. 

Com muito custo, seu braço se levantou para que eu preenchesse seu copo com a bebida que inebriava álcool na altura de meu nariz. 

— Vai devagar, Bieber. Eu não quero que me acusem de ter lhe embebedado. — adverti após observar o modo como ele ingeria aquilo. Quase como se fosse água. — Seu fígado deve estar gritando por misericórdia. — articulei, pegando de volta a taça que ele havia me cedido instantes antes.

— Na verdade, eu consigo ouvir ele gritar que quer muito saber qual é o gosto que a mistura de vinho, Whisky e vodca tem. — suas palavras levaram-me a cogitar se aquela era uma boa ideia. 

Bastou uma pequena dose de vodca para que eu cedesse à Bieber o seu desejo e o incentivando a matar a curiosidade. Abri o vinho com uma certa pressão em meu punho e a rolha voou para baixo do sofá. Justin pareceu querer pegá-la, mas estava com os movimentos tão limitados que acabou desistindo de seu ato.

Lá estávamos nós, acabando com duas taças de nosso próprio drink improvisado. A mistura era horrível, mas não torturante. Eu poderia parar de bebê-la, entretanto, parecia que eu precisava dela para terminar minha noite. Nós trocávamos meias palavras e alguns murmúrios e resmungos quando o líquido descia rasgando toda a dignidade que nos restava; o vinho não se fazia suficiente para encobrir todo o amargo que o álcool deixava em minha boca. 

— Você não tem que viajar amanhã? — eu deixei meu copo de lado. Estava de joelhos no carpete, segurando apenas a garrafa escura daquela bebida de uva.

— Sim. — o loiro afirmou com um sorriso incontido. Ele não sorria por estar feliz, nem por achar algo engraçado; Justin era do tipo de pessoa que não conseguia disfarçar seu porre. 

— Então já chega para você também. — me inclinei, tocando em seu copo para retirá-lo de sua mão. Não tinha equilíbrio nem quanto ao meu corpo, não sabia como ia conseguir realizar aquele feitio. 

— Relaxa aí, Brooke. — ele subiu mais sua mão, tornando-a inalcançável para mim.

— Eu acho que Scooter não vai gostar nada de deparar contigo de ressaca amanhã, Justin. — tentei parecer firme, dando continuidade às minhas tentativas de impedi-lo.  

— Ele nem vai notar.. — o braço de Bieber vacilou. Seus dedos fraquejaram e o copo que tinha metade do líquido a ser ingerido virou-se, despejando as bebidas misturadas no carpete azul marinho.

— Santo Deus! — arregalei meus olhos, engatinhando até ali depressa.

Justin gargalhou. Seus olhos saltaram em meio a sua risada molenga e eu mal pude ver quando nós ficamos frente à frente, tentando limpar a mancha antes que o tecido felpudo sugasse-o por completo. 

— Eu devia imaginar. — foi o que disse.

Nós dois tomamos o impulso de limpar o local com a ponta de nossos roupões. Esfregávamos em meio aos risos desesperados vindo de ambas as partes. Ao menos eu sabia que se aquilo não saísse, o bolso dele iria pesar na hora de fechar sua conta no hotel. Ainda que não fosse ele quem cuidava desta parte. 

— Não está saindo, Brooke. — seus olhos foram de encontro aos meus. Ele parecia cansado pelas tentativas falhas, não assustado caso a mancha fosse permanente. 

— Talvez devêssemos jogar água. — disse, apoiando-me em seu ombro para que eu pudesse pegar impulso e levantar.

— Deixa isso pra lá. — Sua mão tocou a minha para me impedir de realizar meu ato.

Permiti que ele me segurasse, para ser sincera, eu não queria mesmo ter que limpar aquilo e nem levantar. Era fora de cogitação eu admitir estar bêbada, mas sabia que estava alegre demais para poder encobrir meu humor aflorado a base de álcool.

— Se fosse o contrário, eu estaria surtando, Bieber. Mas você tem dinheiro para arcar com seus atos.

Ele afirmou com a cabeça, rindo próximo a mim, o que me fez ir junto em seu embalo.

Segundos depois, nossos sorrisos foram se desmanchando por completo. De repente, um transe pairou sobre nossos olhos, como se ele compartilhasse dos mesmos pensamentos que os meus. No ar, apenas o silêncio. Parecíamos duas estátuas moldadas para estarmos naquela mesma posição até a eternidade.

Demorei algum tempo para piscar, mas isso não significou que todo o clima tenso em nossa volta fosse cessar. Afundei-me em seus olhos em busca de respostas. Queria saber o que ele tanto olhava e o por quê. 

Quando o dedo polegar de Bieber efetuou movimentos circulares no dorso de minha mão, foi como se uma mensagem tivesse sido passada através de um pequeno gesto. Eu fechei meus olhos e permiti que aquele ato de carinho durasse por pequenos instantes. Não fazia ideia do que significava, não era como se eu permitisse que uma amizade fosse estabelecida entre a gente a partir dali. 

A respiração de Justin se chocou contra meu rosto. Era um sinal de que ele estava perto o bastante para que isso ocorresse. Abri meus olhos em transe e encontrei ali o garoto de olhos pestanejantes, encarando-me com os olhos instigados de curiosidade. Tranquei minha respiração e o fitei, por um momento tão curiosa quanto ele. Era quase novo para mim ter alguém tão próximo assim dentro destes últimos anos. 

Ele não avançou mais nenhum centímetro. A visão ampla que eu tinha de suas íris escurecidas pela sombra de meu rosto me fez congelar. 

Mas que diabos era aquilo?

Afastando-me depressa, impulsionei-me para trás como quem tinha acabado de acordar no meio de um sonambulismo. Desvencilhei a mão de Bieber da minha e me levantei apressada. Justin não se moveu a não ser pelo fato de ter apoiado a cabeça no assento do sofá enquanto eu me colocava de pé. 

— Está na minha hora, Bieber. — tropeçando em um dos seus sapatos, assegurei-me de que meu roupão estava bem fechado. 

— Você já vai? — respondeu, preguiçosamente sem demonstrar-se afetado como eu. 

Foi como se o feitiço da Cinderela que a bebida havia me aplicado, cessasse antes da "meia-noite". Eu não precisava correr e deixar meu sapatinho de cristal para trás, aquele breve e constrangedor momento que minha falta de noção permitiu acontecer, era o que minha memória trataria de recordar assim que abrisse os olhos na manhã seguinte.

Saindo pela porta e passando por todos os seguranças de plantão, enfiei-me para dentro do elevador; talvez não houvesse espaço suficiente para minha vergonha dentro daquele cubo metálico junto a mim, mas eu consegui descer mesmo assim.

Quando cheguei em meu quarto, minhas mãos soavam frio como se eu tivesse cometido algum tipo de adultério perante aos olhos divinos. Como foi que eu me permiti beber e jogar uma conversa informal afora com Justin Bieber? A que nível de estupidez fui me submeter e por que é que eu deixei com que ele me olhasse daquela maneira invasiva? Não queria saber se ele estava bêbado, eu também estava e nada havia se passado em minha cabeça até o instante em que seus olhos ficaram me fitando. 

Batendo a porta atrás de mim, meus pensamentos estavam ainda mais em conflito. A repulsa, o arrependimento de ter baixado a guarda e demonstrado minhas fraquezas martelaram minha mente. Eu não podia me esquecer dos meus focos principais e de como cada decisão tomada, afetava-me de um jeito massacrante.

"Mas que vergonha, Brooke. Você é uma desonra para teu nome." — Eu ouvi a voz interna de meu pai gritar comigo.

Meu eu interior estava encolhido e receoso; abalado, por assim dizer. Certamente, eu estava de guarda baixa e isso jamais se repetiria. Eu me puniria se o fizesse.


Notas Finais


HMMM Que clima... Tenso!
O que vocês acharam? O que fariam se fosse ela? Não deixem de opinar, eu adoro ler os comentários de vocês.
Neste fim de semana que passou, eu li toda a fanfic para a minha melhor amiga e tudo que ela pode dizer pra mim, foi: "Nossa, como a Brooke é filha da puta." KKKKKKKKKKKK
Vocês vão se surpreender com o rumo que essa fanfic irá tomar aos poucos, até o próximo!


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