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História Open Your Heart - O meu coração é todo seu


Escrita por: Always-an-Army

Notas do Autor


Oi meus amores.
Desculpa pela demora, mas é que eu fiquei doente e por isso me atrasei com esse capitulo.
Mas FINALMENTE aqui está ele... todo lindo, grande e divo pra vocês kkkkk

Bom eu queria dedicar esse capitulo à Stephany Soares por ser uma diva linda, à ~AmandaLynch1 por ter falado que é minha fã na sua fic ♥♥♥ à ~Cacamila890 por ter dito que me acha fofa num dos comentários da fic da Amanda♥♥♥ à ~JamillyGab ♥♥♥ à minha Larinha (~_PrincessS2_) e a todas que comentaram e favoritaram a fic ♥

Obrigada a todas pelos comentários maravilhosos de vocês no último capitulo......... não há divos mais divos que vocês ♥♥♥♥


E bom, espero que gostem do capitulo, porque ele está repleto de AUSLLY ♥♥
E há aí uma musica que vai aparecer no capitulo que fui eu que escrevi... espero que gostem. E vão aparecer por aí uns poemas que também são da minha autoria.
ENJOY ♥

Capítulo 25 - O meu coração é todo seu


No capítulo anterior

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– I Wanna Be Your Everything (Eu quero ser o seu tudo). – Sussurrou ele ainda com seus lábios sobre os meus.

– You Are My Everything (Você é o meu tudo). – Sussurrei de volta, fazendo ele sorrir e me beijar novamente.

����

POV Austin

Já lhe aconteceu alguma vez, em algum momento da sua vida, você se deparar com algo que lhe consegue fazer feliz de um jeito inigualável? E aí nesse mesmo momento, você pensa: “Eu não preciso de mais nada para ser feliz, isso pra mim é o suficiente para que todos os meus dias se tornem… no melhor dia da minha vida.”

Bom, é isso mesmo que eu sinto… E sabe porque eu sinto isso?

Porque a garota mais linda, maravilhosa, incrível e perfeita do mundo disse que também me ama. A minha morena me ama! E eu tenho a certeza que eu não posso mais viver sem seus beijos, seus abraços, seus carinhos, até mesmo seus insultos e xingamentos… resumindo, eu já não posso mais viver sem ela.

Eu a amo com todo o meu coração, com toda a minha alma e com todas as minhas forças. Nossa, o que é que essa menina fez comigo?

E agora, tendo-a assim em meus braços, com seu pequeno e delicado corpo junto do meu, dando forma a um abraço apertado, me faz ter a certeza absoluta de que essa garota é a mulher da minha vida. Muito cedo para dizer isso? Talvez... mas é o que eu sinto. É o que essa garota me faz sentir apenas com a sua presença. Posso parecer um louco por estar dizendo isso, mas essa é a maior verdade e a maior certeza da minha vida. Eu a amo e não me restam mais dúvidas disso.

E após longos minutos abraçados, separei com muito custo o nosso abraço, mas apenas o suficiente para puder encarar o lindo rosto dela. As suas bochechas estavam ligeiramente rosadas e o seu olhar alternava entre mim e o chão…E por muito que eu saiba que é verdade, ainda me custa acreditar que ela esteja envergonhada, mas eu sei que está.

-Você tem noção que acabou de fazer de mim a pessoa mais feliz do mundo, não tem? – Perguntei sorrindo verdadeiramente. Ela me olhou por breves segundos, mas logo desviou o olhar timidamente. É engraçado como ela consegue ser tão espontânea, corajosa, extrovertida e louquinha em certas situações, mas tão tímida e envergonhada em outras.

-Exagerado. – Fala ela, ignorando a minha pergunta e ainda sem me olhar.

-Realista. – Corrigi, rindo do seu jeitinho tímido. Ela passou a me encarar pensativa. E me encarou por muito tempo mesmo, sem dizer uma palavra. A sua feição séria me assustou e o medo de que ela se tenha arrependido de se ter declarado pra mim, tomou posse do meu corpo. Eu não quero que ela volte a fugir de mim ou que depois finja que nada aconteceu. – Que foi? Porque tá me olhando assim? Oh, se você tiver a pensar em voltar a fugir de mim ou fingir que nada aconteceu, pode esquecer, porque eu não te vou deixar escapar nunca mais. – Falei rapidamente e num tom excessivamente elevado. E provavelmente minha voz saiu tão esganiçada como a de uma garotinha assustada, mas enfim… fazer o quê, né?!

-Não é isso seu bobo. É só que… - Fala ela revirando os olhos. Ela pára por uns segundos e suspira frustrada. – Porque você tem que ser tão maravilhoso? – Pergunta ela fazendo uma carinha triste e um beicinho adorável.

-E desde quando ser maravilhoso é uma coisa ruim? – Perguntei confuso. Ela me encarou com aquela cara do tipo “Sério? Você é mesmo lerdo”, revirou os olhos mais uma vez e explicou.

-É uma coisa ruim, porque se você não fosse tão maravilhoso… eu não me tinha apaixonado por você. – Seu tom de voz saiu baixo, fraco e isso me assustou. Levantei seu rosto, obrigando-a a olhar pra mim e os seus lindos olhos transmitiam tanta dor que aquilo acabou comigo.

-Ally, porque você é tão contra o amor? Eu sei que a gente meio que já falou sobre isso, mas eu não entendo. – Falei cautelosamente, esperando que pela primeira vez, ela falasse o que realmente vai na sua cabeça … que se abrisse comigo.

-Porque toda a gente que ama acaba magoada, sofrendo. E eu não quero isso pra mim. Eu não quero sofrer por amor… não mais. – A sua voz saiu ainda mais fraca que antes e uma lágrima solitária desceu por seu rosto, deixando evidente a tristeza que ela estava sentindo. Me culpei internamente por isso, se eu não tivesse perguntado ela não estaria assim… Eu já tinha percebido que esse era um assunto delicado pra ela, mas eu precisava saber o porquê de ela ter tanto medo de mostrar seus sentimentos por mim… Eu quero ajuda-la a ultrapassar isso.

-Isso não é verdade. – Falei firmemente, mostrando o quão seguro eu estava da minha afirmação. – Você só vai sofrer por amor se ocultar aquilo que sente. Eu não posso dizer que o amor não tem coisas ruins, porque se eu dissesse isso estaria mentindo. Mas tudo na vida tem um lado bom e outro mau, e o amor não é exceção. Só que você não pode viver a vida toda com medo de se magoar… Você tem que pelo menos tentar Ally. Arrisque… Arrisque por você… arrisque por mim… arrisque pelo nosso amor. – Falei seriamente e ela me olhou insegura, quase como se não acreditasse que fosse capaz de fazer o que eu lhe pedia.

- Eu tenho medo que você me deixe de um momento para o outro, como a minha mãe fez comigo. – Admite ela após uns segundos em silêncio. A encarei surpreso, mas essa frase foi o suficiente para que eu, finalmente, conseguisse entender o porquê de todo esse seu medo de amar.

-Eu era incapaz de fazer isso com você, pelo simples facto de que eu te amo. E se a sua mãe fez isso com você … é porque ela não te merece e porque ela não te ama verdadeiramente… não do jeito que eu amo. – Falei sorrindo carinhosamente e ela retribuiu do mesmo jeito, mas a tristeza ainda era visível em seus olhos. – E sinceramente, eu acho que é bem mais provável que você me deixe a mim, por me achar um chato meloso… porque eu sou mesmo um chato meloso. – Falei e ela gargalhou de um jeito fofo, me fazendo rir também.

-Você é muito idiota e apesar de eu ainda não ter entendido, muito bem, o porquê… eu gosto de você assim, meloso e tudo. – Fala ela divertida e agora quem começou a rir fui eu. Assim que os risos se cessaram foquei toda a minha atenção de novo em seus olhos castanhos e me aproximei ainda mais dela. Coloquei minhas mãos em seu rosto, acariciando levemente as suas bochechas e colei nossas testas. Ela fechou os olhos e eu repeti o seu gesto.

-Você foi a melhor coisa que me aconteceu. – Sussurrei com os meus lábios a milímetros dos seus, permitindo que eles se roçassem de leve.

-Você também foi a melhor…. Espera, você me chamou de coisa? – Pergunta ela se fazendo de ofendida e eu ri.

-Você morria se não estragava o momento. – Falei abrindo de novo os meus olhos, mesmo a tempo de ver ela estirar a língua pra mim. – Quem dá língua pede beijo!

-Então tá esperando o quê pra me beijar loiro oxigenado? – Pergunta ela me surpreendendo. E em menos de um segundo os nossos lábios já estavam colados, dando inicio a um beijo calmo.

Tudo estava perfeito, até uma voz não muito distante da gente nos fazer separar assustados.

-Ally cadê você? – Sério que ele tinha que vir atrapalhar o nosso momento?! Eu juro que se ele não fosse meu irmão eu matava ele.

-Ai meu deus é o Riker… e agora? – Pergunta Ally apavorada e isso me deixou meio confuso. E antes que eu tivesse oportunidade de dizer seja o que for, o meu querido irmão aparece com aquele sorrisinho idiota no rosto.

-Aí está você. – Fala ele puxando a garota pra si. Ele me olhou por uns instantes e pareceu ficar confuso, provavelmente por se aperceber de que eu e a Ally estávamos “juntos”.

-Oi Riker. – Fala a morena meio sem jeito. Ela me olhou apreensiva, como se me pedisse para ficar quieto e assim o fiz, mas a raiva de os ver tão próximos estava tão evidente pra mim, quanto pra ela.

-O que vocês estavam fazendo aqui sozinhos? – Pergunta Riker alternando o seu olhar entre mim e a morena.

-A gente tava… - Comecei, mas rapidamente a morena me cortou.

-Discutindo… a gente tava discutindo. – Fala ela completando a minha fala. A olhei confuso, mas ela simplesmente ignorou meu olhar sobre ela e isso me deixou incomodado. Essa menina às vezes é meio bipolar!

-Como sempre, né? Vocês só sabem fazer isso! Vivem discutindo, mas eu sei que no fundo vocês até gostam um do outro. – Comenta meu irmão rindo da gente. No fundo a gente até gosta um do outro? É que ele nem faz ideia o quanto…

-Eu? Você acha mesmo que eu gosto desse daí? Pelo amor de Deus, Riker tenha dó de mim. – Fala Ally e logo eu a olhei indignado. Ela me olhou por um segundo, mas logo desviou o olhar e começou a andar rapidamente para longe de mim. – Bom, eu vou indo porque eu ainda tenho que terminar de fazer a minha mala. Tchau.

-Espera por mim. – Fala Riker, correndo atrás da garota. Logo os dois já estavam tão distantes que era impossível vê-los, mas eu continuei ali parado, com a mesma cara de idiota com que eu estava à minutos antes. Porque ela falou aquilo? Ahh, essa menina me deixa tão confuso.

POV Ally

Ai meu santo picles, essa foi a cena mais linda de toda a minha vida! Claro que também foi a mais constrangedora, mas enfim! Eu nunca imaginei que aquele loirinho oxigenado fosse capaz de me dizer umas palavrinhas tão lindas e maravilhosas como aquelas. Cara, aquela declaração ainda está dando voltas e mais voltas na minha cabeça, me fazendo sorrir feito boba. Mas acima de tudo, eu ainda não acredito que fui capaz de admitir meus sentimentos pra ele… Eu finalmente abri meu coração e revelei pra ele e pra mim mesma o que tanto me assustava e me impedia de viver esse amor. E pra ser sincera, eu nem sei onde é que eu fui arranjar força e coragem pra fazer isso… só sei que quando eu olhei para os lindos olhos castanhos esverdeados do Austin, todo o medo que eu sentia no meu coração, se transformou num desejo incontrolável de querer tê-lo perto de mim.

Só que agora a história complica. Porquê? Porque como sempre, eu agi sem pensar nas consequências e acabei fazendo besteira. E não, eu não estou falando de ter admitido meus sentimentos para o Austin, porque eu estou começando a achar que isso foi a melhor coisa que eu podia ter feito. Eu estou falando de estúpida ideia que eu tive de tentar afastar o Austin de mim, dando uma oportunidade ao Riker. Sério, mas o que é que eu tenho na cabeça? Só faço coisas idiotas. Às vezes eu chego à conclusão de que tenho alguma demência na cabeça… é que só pode.

-Ally… Ally?! – Chama Riker, me tirando de meus devaneios.

-O que foi? – Perguntei, ainda meio aérea.

-Isso pergunto eu. Você tá estranha. – Fala ele, enquanto me analisava com o olhar.

-O quê? Eu não estou estranha. Você que tá estranho. – Retruquei meio nervosa. Ele me olhou desconfiado, mas não se pronunciou mais.

Fomos andando em silêncio até às escadas do dormitório das garotas, mas ainda assim eu sentia o seu olhar sobre mim e isso estava me deixando ainda mais nervosa. Era como se ele estivesse tentando ler meus pensamentos… tentando descobrir o que eu tanto estou tentando esconder dele.

-Bom Ally, você já está entregue. – Fala ele cordialmente, assim que chegamos às escadas.

-Não precisava de vir até aqui. Mas obrigada por me acompanhar. – Falei com sinceridade.

-Que é isso?! Não precisa agradecer. Você sabe que eu estou sempre aqui pra você e que você pode contar… - Fala ele docemente, mas logo eu o corto, terminando eu mesma a sua frase.

-… com você pra tudo. Eu sei e eu sou muito grata a você por isso. Você é um ótimo amigo. – Falei, enfatizando de leve a palavra “amigo”. Ele me olhou tristemente por uns segundos, mas logo voltou a sorrir como antes. Mas eu sei que o seu sorriso era forçado e que as minhas palavras, por mais inocentes que fossem, magoaram ele. E eu me culpo, verdadeiramente, por isso.

-É melhor você subir pra arrumar a sua mala, porque se você demorar mais um minutinho que seja, o seu irmão vai ter um chilique. – Diz ele, rindo como se imaginasse a cena. E eu admito que seria bem engraçado.

Inesperadamente, o garoto colocou as duas mãos em meu rosto, se aproximou lentamente de mim e beijou docemente o canto da minha boca. Assim que separou seu rosto do meu, acariciou de leve as minhas bochechas e sorriu sapeca.

-Isso foi só pro caso de a gente não se encontrar mais hoje. – Fala ele, justificando o motivo da sua ação repentina. Eu ainda estava meio que paralisada pelo acontecimento e o meu incómodo pela situação se tornou evidente, por isso dei um breve “tchau” pro garoto e subi o resto das escadas correndo em direção ao meu quarto, para evitar que ele me fizesse qualquer tipo de pergunta. Eu preciso resolver a minha situação com o Austin, mas eu não quero magoar o Riker… não seria justo.

Entrei no quarto e como eu imaginava, as meninas já não estavam lá. Melhor assim, não estava afim de ouvir o interrogatório do costume. Peguei o resto das minhas roupas e sapatos, e coloquei na mala. Saí do quarto e fui procurar o meu irmão pra gente ir embora. E eu procurei, procurei, procurei, mas nada dele aparecer.

-Caramba Brady, cadê você? – Falei em voz alta, sem nem ligar para as pessoas que passavam e me encaravam como se eu fosse louca.

-Procurando o seu irmão? – Pergunta uma pessoa atrás de mim, me fazendo pular de susto. Me virei furiosa e dei um valente tapa no braço da pessoa, pois eu já sabia, exactamente, quem era o imbecil.

-Que mania que você tem de me assustar. – Reclamei irritada.

-Ui… irritadiça você, né? – Fala o viado mais gay de todos, rindo da minha cara de raiva. E antes que perguntem… sim era o Dallas. Esse viadinho de cabelo lambido sempre faz isso… vive me assustando. Idiota!

-Idiota. – Murmurei meus pensamentos, suficientemente alto para que ele ouvisse.

-Você que vive falando sozinha e o idiota sou eu? – Pergunta ele, se fazendo de indignado, mas era possível perceber o seu tom de deboche.

-Mais vale falar sozinha, do que com idiotas quem nem você. Minha companhia é melhor. – Falei sorrindo sinicamente. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas não disse nem uma palavra. Eu amo quando deixo eles sem resposta!

-Chata. – Fala ele emburrado e eu sorri vitoriosa em resposta.

-Own, tá emburradinho você? Que fofo… - Falei zoando ele.

-Ah você me ama, né Allyzinha? Admite aí… - Fala ele, enquanto se aproximava com um sorriso travesso e um olhar maldoso estampados no rosto. E eu já sei que quando ele começa a falar assim, é porque vai fazer besteira.

-Dallas fica quieto… Dallas se você fizer isso, eu mato você. – Ameacei, afastando-me a passos largos do garoto, pois eu já fazia uma pequena ideia do que esse idiota planejava fazer.

-Allyzinha relaxa. Eu não vou fazer nada com você. – Enquanto falava, ele ia avançando cada vez mais para perto de mim. Então em um movimento rápido, ele me pega pela cintura e me coloca em cima do ombro, me fazendo ficar de cabeça pra baixo. E como se não bastasse, o demente do garoto começou a correr de um lado para o outro, como se fosse louco. – Só vou fazer isso. – Completa ele, gargalhando diabolicamente. Eu não digo que ele é maluco? Eu disse gente.

-Dallas me coloca no chão, agora! – Gritei em meio de risos. Esse menino é tão retardado, meu pai do céu!

-Porquê? Você não tá bem acomodada aí? – Questiona ele, se fazendo de sínico. Era óbvio que ele se estava divertindo com a situação. Já eu estava a ponto de ter um enfarto de tanto rir.

-NÃO! – Gritei, ainda rindo. E enquanto isso, eu também me esperneava, mexia, xingava, batia, fazia de tudo e mais alguma coisa para me soltar do garoto, mas adivinhem só… não adiantou de nada. E a essa hora já todos nos encaravam. Uns riam da gente, outros zoavam comigo, por causa da situação em que eu me encontrava… e os mais certinhos, nos encaravam como se não passássemos de dois babacas querendo, apenas chamar a atenção.

-As criancinhas já pararam de brincar? – Pergunta Débora, aparecendo do nada com os braços cruzados e com um sorriso divertido no rosto. E do lado dela estavam os irmãos Moon, Dez, Trish e meu irmão Brady. De onde é que esse povo todo apareceu?

-Debby, Rydel, Trish me ajudem! – Pedi, choramingando com a maior cara de cachorrinho abandonado. Mas em vez de elas me ajudarem, ficaram rindo da minha cara. Que belas amigas que eu tenho… tou dando elas de graça, alguém aí quer?

-Ah, você tá vermelhinha Ally. Parece até um pimentão. – Fala Dez rindo.

-Eu tou de cabeça pra baixo, como você quer que eu esteja? Branquinha, perfeitinha, toda bonitinha? – Perguntei, brava.

-Perfeita você tá sempre. – Fala Riker, sorrindo feito bobo pra mim. Nossa, esse garoto tem o dom de deixar qualquer situação desconfortável. E o pior é que eu tenho que ficar aguentando os olhares de Austin sobre mim… vida complicada.

-Sorria mini. – Fala Rocky sorrindo em deboche. O garoto estava com o celular nas mãos, virado pra mim e o sorrisinho em seu rosto dizia, claramente, que ele tinha aprontado. – Essa é a foto mais hilária de sempre. – Eu não acredito que ele fez isso! Esse menino tá perdendo a noção do perigo.

-Rocky eu vou matar você. – Falei em um tom ameaçador, mas o babaca só riu ainda mais e os outros acompanharam o maluco, com exceção de Austin que apenas encarava a cena com uma expressão bem séria. Se ele queria me deixar incomodada, conseguiu.

-Então gente, que tal irmos embora? – Pergunta Ryland, nos encarando esperançoso. Esse menino está sempre com pressa pra ir pra casa, meu deus. Se bem que hoje até calha bem, porque eu quero aproveitar esse tempo livre para me resolver com o loirinho oxigenado. Agora que eu finalmente revelei meus sentimentos pra ele, não posso ficar simplesmente ignorando o garoto, preciso explicar pra ele o porquê de eu estar agindo assim.

-Espera aí, eu tive uma ideia. – Fala meu irmão, fazendo todos encara-lo curiosos. – Quem topa ver um filme na minha casa… e da Ally. – Completa ele, sorrindo entusiasmado. Esse grandessíssimo filho de um macaco acabou de estragar, por completo, os meus planos.

-Eu topo. – Diz Riker, quase pulando pra cima de mim com o entusiasmo.

-Eu também. – Falam Rocky e Ryland em uníssono.

-Eu só quero é sair dessa prisão. – Resmunga Ryland, cruzando os braços. Menino estranho… eu também não posso falar muito, né?

-Nem precisa perguntar, né mor? – Fala Rydel e logo eu revirei os olhos ao ouvir o típico apelido que os namorados dão um ao outro… tão clichê.

-Eu também topo. Vai ser ótimo passar a tarde toda com vocês. – Fala Dez, me abraçando de lado, de um jeito carinhoso.

-Eu também vou. – Concorda Trish, sorrindo com a mesma animação de Brady.

-Eu também posso ir? – Pergunta Débora envergonhada.

-Claro que sim amiga. Que pergunta mais desnecessária. E você também vem Dallitos. – Falei autoritária e ele riu.

-Mas ele… - Tenta protestar Riker, mas eu o interrompo se lhe dar chance de terminar a frase.

-Mas nada. Vocês podem até não gostar do Dallas, mas ele é meu amigo por isso, ele vai. – Falei firmemente, tentando não deixar transparecer a minha irritação.

-Deixa Ally, eu não quero que vocês briguem por minha causa. Então eu vou pra casa e depois a gente se fala. – Fala Dallas calmamente, como se não se importasse com o que tava acontecendo. Mas eu já conheço ele suficiente para saber que ele ficaria triste se todo o mundo fosse, menos ele. E além disso ele é tão meu amigo quanto eles… por isso, ele vai nem que eu tenha que arrastar ele pelos seus cabelos lambidos de viadinho.  

-Isso aí… viu como você até é inteligente. – Fala Riker com ironia. O que tá dando nele? Nem parece o mesmo garoto doce e simpático de antes… Coisa estranha. – Vamos Ally. – Ele me puxa levemente pelo braço, tentando me tirar de perto de Dallas e isso pra mim foi a gota de água.

-Olha aqui Riker, o Dallas é meu amigo tal como você. Mas eu não vou deixar que você fale com ele desse jeito, por causa de um ciuminho bobo. – Digo irritada e o garoto pareceu se assustar e surpreender com a minha ação. Cara, quem ele pensa que é? Meu dono? Ahahah ainda está pra nascer o homem que vai mandar em mim. Tá bom, o meu pai manda em mim… e o meu avô… mas isso são casos à parte… e o director do colégio também… mas mais ninguém!

-Foi mal… desculpa. – Murmura ele envergonhado, parecendo finalmente se aperceber do jeito estupido como estava agindo. E depois dessa pequena discussão, todos os olhares se voltaram para Austin, esperando por uma resposta do garoto.

-Então? – Fala Ryland sem paciência. Oh, garoto estressado!

-Então o quê? – Pergunta o loiro, se fazendo de desentendido. É tão bobo.

-Você vem ou não? – Pergunta agora Rocky.

-Não sei … - Fala ele olhando discretamente pra mim.

-Ah não Austin. Nem termina essa frase, porque você vai sim. – Fala Rydel autoritária, mas Austin apenas ficou quieto, parecendo ponderar a situação.

-Vamos lá loirinho oxigenado, não vai amarelar agora… ou vai? – Falei provocadora e com um sorrisinho de lado, esperando que ele entendesse a mensagem e aceitasse vir com a gente.

-Precisa tanto assim da minha companhia morena? – Pergunta ele, usando também um tom provocante.

-Ainda duvida? – Falei meio que sem pensar… não me julguem, saiu sem querer. Mas eu corrigi logo a minha frase, meio (muito) atrapalhada. – Quer dizer… É que se você não for, eu não vou ter ninguém para implicar. Bom tem o Rocky, mas ele não tem pedalada para acompanhar as minhas indirectas, então…

-Hey, essa doeu! – Fala Rocky ofendido fazendo todos os outros rirem dele, afastando um pouco as atenções de mim e de Austin.

-A gente precisa conversar. – Sussurra o loiro, mantendo agora uma postura séria e firme.

-Eu sei. – Sussurrei de volta para o garoto, que concordou imediatamente.

-Então dá pra ser ou tá difícil? Vamos embora. – Fala Ryland, enquanto praticamente nos empurrava para a saída do colégio. Bufei irritada pela insistência do garoto, mas não falei nada, apenas segui ele.

Cada um entrou para o seu respectivo carro e fomos a caminho da minha casa. E assim que chegamos, Dez correu em direção à porta de casa e começou a bater nela sem parar. E logo, uma certa figura masculina abriu a porta com muita raiva.

-Senhor Dawson! – Grita Dez, abraçando o meu pai, que ainda mantinha uma expressão séria no rosto.

-Cabeça de fogo. – Fala meu pai, sem nenhuma animação. Digamos que ele não gosta muito do Dez.

-O nome dele é Dez, pai. – Falei, dando um beijo em sua bochecha de seguida.

-Dez, ruivo chato, cabeça de fogo… pra mim dá tudo no mesmo. – Fala meu pai, dando espaço pra que todos entrassem. – Nossa, vocês estão a planear formar uma equipe de futebol ou vão assaltar um banco? – Pergunta ele, olhando pra nós com os olhos arregalados. Nós nunca tínhamos vindo todos ao mesmo tempo aqui para casa, portanto é meio que normal o espanto dele. A casa estava praticamente vazia e do nada aparecem 11 adolescentes.

-Nesse momento só viemos ver um filme, mas quem sabe se a gente não vai assaltar um banco mais logo. – Falei e ele riu. Eu e as meninas fomos para a cozinha fazer pipoca, enquanto que os meninos ficaram a escolher o filme.

POV Austin

Essa é a minha chance. Eu tenho que conseguir falar com a Ally e eu já percebi que tem que ser escondido, porque ela tá fazendo questão de me tratar como sempre fez.

Agora eu e os garotos estávamos escolhendo o filme que íamos assistir e como é óbvio, escolhemos um filme de terror.

-Então já escolheram o filme? – Pergunta Trish, entrando na sala com duas bacias cheias de pipocas.

-Já. – Diz Dez.

-E que filme vocês escolheram? – Pergunta Débora, entrando também na sala e sendo acompanhada por Rydel e Ally, que discutiam sobre alguma coisa.

-A gente escolheu o “Saw”. – Responde Riker com a maior animação. E eu até já entendi o porquê de toda essa animação dele. O garoto quer se aproveitar do facto de que vamos ver um filme de terror para se aproximar da Ally, porque ele sabe que as garotas têm medo de filme de terror. Urgh, porque eu não pensei nisso antes.

-NÃO. – Gritaram Débora, Trish e Rydel ao mesmo tempo e com a maior cara de pânico.

-Sim, sim e sim. E não adianta brigar, porque já está decidido. – Fala Rocky, recebendo um olhar mortal das garotas em resposta. Ele colocou o filme e a gente foi se acomodando, uns no sofá e outros espalhados pelo chão. E como eu já esperava, o Riker se sentou do lado da Ally. O meu sangue ferveu na hora, mas com muito esforço e força de vontade, eu consegui me controlar.

O tempo foi passando, juntamente, com o decorrer do filme e afinal não estava sendo tão ruim quanto eu pensava que seria. Ao contrário das outras garotas, a Ally estava amando ver o filme. E era bem engraçado ver a cara de frustração de Riker por não conseguir se aproveitar da situação. Mas mais engraçado que tudo isso, era ver o entusiasmo da garota, enquanto assistia o filme. Ela estava completamente vidrada na TV.

-Vai… vai. Mata ele. – Começa Ally a falar do nada, fazendo todos encara-la. – Vai, vai, vai… Ah não! O cara é um trouxa, não acredito que ele não conseguiu matar aquele garoto... ele era o maior viado. – Reclama a morena, com cara de emburrada. Ela é tão fofa.

-Ally esse é o assassino, o garoto que ele ia matar era o protagonista. – Fala Dallas, olhando pra garota como se ela fosse a maior burra do planeta.

-E pensa que eu não sei? – Pergunta a morena, sem desviar o seu olhar do filme.

-Então porque está apoiando ele? – Pergunta Trish, confusa.

-Porque eu quero ver sangue nessa porra, mas não acontece nada. – Fala Ally, bufando irritada. E nesse mesmo momento, Trish se vira para Rocky e dá o maior tapa na cara dele.

-Ai, porque você fez isso, sua louca? – Pergunta Rocky, com a mão no rosto.

-Não tem sangue, mas acha que serve? – Pergunta Trish para Ally, ignorando Rocky por completo, que a essa hora tava quase chorando.

-Não era o que eu queria, mas ver a cara de bebé chorão do Rocky já está de bom tamanho. – Fala Ally rindo em alto e bom som.

-Ai é? Então eu vou me embora. – Fala Rocky, se levantando e parando em frente da TV com os braços cruzados.

-Saí da frente Rocky. Poxa, você tá estragando a melhor parte do filme. – Fala Ryland zangado, mas sem elevar o tom de voz. E só agora eu reparei, mas a Débora tava dormindo com a cabeça no colo do garoto. Ih, vai dar romance!

-Que estragar o quê? Esse filme não presta. – Diz Rocky.

-Ah claro que não. Mas Rocky me explica uma coisa. Se o filme não presta, porque você passou o tempo todo escondendo o rosto na almofada e gritando como uma garotinha de 5 em 5 minutos? – Pergunta Brady, com um sorrisinho discreto no rosto.

-Olha aqui…

-Olha aqui nada. Cala a boca e senta logo essa sua bunda gorda no sofá. – Ordena Ally, tacando um monte de pipoca no garoto.

-Que é isso? Que confiança é essa menina? Me conhece à um mês e já vem falando da minha bunda? – Fala Rocky, se fazendo de indignado.

-Você zomba de mim, por causa da minha altura… eu zombo de você, por causa da sua bunda. – Explica Ally. – Agora fica quieto, calado e senta.

-Você não manda em mim, por isso não sento. – Fala Rocky, apenas para contrariar a garota.

-Quer sentar, senta. Não quer sentar, não senta. Tou nem aí, porque eu vou no banheiro. – Fala a morena. E logo ela se levanta e sai da sala, subindo as escadas. Rocky voltou a se sentar e todos continuaram a assistir o resto do filme. Bom, todos menos eu. Eu não conseguia me concentrar em nada, tava com uma vontade louca de ir atrás da morena, mas não sabia se era ou não uma boa ideia.

Uns 5 minutos se passaram e nada da morena descer. Decidi deixar as minhas duvidas e receios de lado e ir atrás da garota. Me levantei devagar e subi as escadas, silenciosamente, esperando que ninguém dê-se pela minha falta.

Assim que fiquei de frente para o enorme corredor da casa, meu olhar percorreu cada centímetro do local. Tantas portas, meu deus… como é que eu vou saber qual é o quarto da Ally? Eu só vim aqui uma vez com o Brady, mas eu apenas entrei no quarto dele e pra falar a verdade, já nem sei qual deles é.

Comecei andar devagar, esperando que por um milagre de deus a morena aparecesse. E foi então que meu braço foi puxado fortemente, me levando para dentro de um dos quartos. Levantei meu rosto, ainda meio assustado, dando de cara com uma certa morena que me encarava divertida.

-Oi. – Diz Ally, sorrindo de lado. A encarei sério e logo seu sorriso se desmanchou, dando lugar, também, a uma expressão séria. – É que nem vale a pena começar, ou seja, você já pode ir parando com isso. – Fala ela cruzando os braços, junto ao peito.

-Com isso o quê? – Perguntei, mantendo sempre a minha postura firme.

-Isso de ficar me olhando com essa cara de idiota. – Fala ela apontando para a minha cara, com os olhos semicerrados. Minha vontade era de rir naquela hora, mas eu me controlei. Ela tinha que entender que eu tava bravo com ela, por causa da maneira como ela tem agido comigo. – Escuta, eu sei que você nesse momento tem todas as razões do mundo para estar furioso comigo. Mas primeiro de tudo me deixa explicar.

-Tou ouvindo. – Falei simplesmente. Ela suspirou pesadamente e me olhou, quase como que culpada.

-Tá bom. Você sabe que o Riker gosta de mim e que ele me pediu que lhe desse uma chance?! – Fala ela e eu assenti, afirmando que sabia de tudo isso. – Então, eu tava furiosa com você, eu tava magoada… eu me deixei entregar pro medo de sofrer por amor e acabei fazendo besteira. Eu queria que você se afastasse de mim, que esquecesse que algum dia sentiu alguma coisa por mim e por isso eu aceitei dar a uma chance ao Riker. Mas agora… agora você sabe o que eu sinto por você e pra sincera, eu estou muito feliz por isso. Austin eu… eu te amo tanto e eu não quero, nem consigo mais ficar longe de você. Mas você tem que entender que ainda tem o Riker no meio dessa história toda. E por um erro meu, ele pode acabar sofrendo e eu não quero isso. O seu irmão é um garoto incrível e merece tudo de bom. E é por isso que eu tou agindo assim com você, porque eu não quero que o seu irmão saiba de nada. Eu vou falar com ele, mas eu preciso de tempo. – Nossa…. É possível que no meio disso tudo, eu só tenha escutado até à parte em que ela disse: “Eu te amo tanto…” Cara, ela me deixa completamente aluado. – Austin? Austin fala alguma coisa. – Suplica ela, com uma carinha triste. Não falei nada, apenas a agarrei pela cintura e a beijei com amor. Nos primeiros segundos ela não correspondeu, provavelmente pelo susto, mas logo ela me beijou com a mesma vontade que eu.

-Isso quer dizer que você me perdoa? – Pergunta ela esperançosa, assim que separamos beijo.

-Isso quer dizer que eu também te amo muito. – Falei sorrindo abertamente. Mas ao perceber sua expressão triste, continuei. – E que eu te perdoo.

-Eba! – Fala ela, pulando em meus braços.

-Mas você podia muito bem ter me falado. Eu fiquei numa agonia danada, por não saber o que tava acontecendo. – Falei e ela riu, saindo dos meus braços.

-Eu ia falar, mas o Riker apareceu. E por falar em aparecer… eu acho que é melhor nós dois aparecermos lá em baixo, porque senão daqui a pouco os outros vão dar pela nossa falta. – Fala ela, me puxando para a porta, mas eu a impedi de sair, virando-a de novo pra mim.

-Só mais uma coisinha. – Falei e ela me olhou confusa. Afastei alguns cabelos de seu lindo rosto e beijei-a mais uma vez. Ela rodeou meu corpo com seus braços, levando-os depois ao meu pescoço, enquanto que eu segurava sua cintura firmemente, fazendo a suspirar levemente, entre o beijo. Beija-la me faz sentir coisas que eu nunca senti antes, com ninguém. Eu não queria soltá-la nunca mais. O maravilhoso gosto da sua boca, o seu pequeno corpo junto e preso ao meu, me faz sentir coisas inexplicáveis… nem dá pra descrever o quão incrível é. Quando eu estava prestes a aprofundar ainda mais o nosso beijo, ela cessou-o, me fazendo soltar um muxoxo.

-Vamos embora seu chato. – Ela me puxa para fora do quarto, olhando para todos os lados, para ver se tinha alguém. Primeiro desci eu e me juntei aos outros na sala. Apenas Rydel, Brady e Ryland estavam acordados, mas parece que nenhum deles tinha dado pela minha falta. Alguns minutos depois, Ally também desceu e se sentou no mesmo sitio de antes.

Pouco tempo depois, o filme terminou e nós regressamos à nossa casa. Uma ideia surgiu em minha mente, mas já era tarde demais. E além disso, isso tem que ser uma coisa feita pessoalmente. Então eu teria que esperar até amanhã para a colocar em prática.

[…]

Meu Deus, o que é que tá acontecendo comigo? Eu tou quase enlouquecendo. Não consigo dormir, não consigo comer, não consigo fazer nada. Estou demasiado nervoso para fazer seja o que for e esta inquietação está me deixando louco. Eu não consigo adiar isso por muito mais tempo. Eu preciso falar com ela de uma vez por todas, porque senão essa ansiedade vai acabar comigo.

E em meio de meus surtados pensamentos, eu praticamente pulei da cama, saí do quarto e corri escada abaixo, fazendo o mínimo de barulho possível. Peguei meu skate e fui para a rua em direção à casa da Ally. Ia ser um longo caminho.

...

45 minutos depois, eu finalmente cheguei em casa da morena. E eu tive sorte, porque quando eu estava a meio do caminho e já sem forças nenhumas pra continuar, um táxi passou por mim. E como é obvio, eu peguei ele e agora aqui estou eu, em frente da casa da garota que eu gosto, com o meu coração a bater a mil à hora e com a maior cara de pânico.

-Então vai sair ou não? – Pergunta o motorista do táxi de forma grosseira. Suspirei pesadamente e encarei a casa da morena mais uma vez.

-Vou. – Falei confiante, mas acreditem que por dentro eu tava quase chorando. Ok, eu não disse isso! Vamos lá Austin, você é um homem, não é um covarde. Então levanta logo essa sua bunda e vai perguntar à garota que você ama, se ela quer sair com você.

E depois de gritar mentalmente comigo mesmo, finalmente saí do carro.

-Espere aqui por mim, eu vou ali rapidinho e já volto. – Falei para o motorista, que mais uma vez me olhou feio.

-Claro que espero, não tenho nada melhor pra fazer mesmo. – Responde ele, bufando irritado. Apenas revirei os olhos e fui em direção à porta da morena. E só aí que eu me apercebi da loucura que eu tava fazendo. Eu não posso simplesmente chegar, tocar à campainha e esperar que alguém me venha abrir a porta, todo feliz da vida por estar acordando toda a gente às 23:53h da noite.

Me afastei da porta e fiquei encarando a casa. Peguei meu celular e digitei o número do Brady. Ele vai me matar, mas isso é por uma boa causa.

Chamada ON

Brady: Austin, seu desgraçado. Posso saber porque você me tá ligando a essa hora? Eu já estava para aí no meu segundo sonho. – Resmunga ele, totalmente irritado.

Austin: Eu preciso da sua ajuda.

Brady: E não podia esperar para amanhã?

Austin: Tarde de mais para me dizer isso.

Brady: Porquê?

Austin: Porque eu já estou à porta de sua casa. – Falei e logo vi uma luz ser acesa e Brady espreitar à janela com a maior cara de sono.

Brady: Que você tá fazendo aqui seu maluco? – Pergunta ele, ainda com o celular na orelha.

Austin: Eu vim convidar a sua irmã para um encontro.

Brady: E o que eu tenho a ver com isso?

Austin: Qual é a janela do quarto dela?

Brady: O quê?

Austin: Qual é a janela do quarto dela? – Perguntei de novo.

Brady: Eu vou matar você. Mas enfim, a janela dela é a única que tem varanda.

Austin: Valeu cara.

Chamada Off

Nem dei tempo para ele dizer mais nada. Desliguei o meu celular e fui na direção da janela que ele falou.

POV Ally

E ali estava eu. No meu quarto, sentada na cama e com o violão pousado nas minhas pernas. Fazia uns 15 minutos desde que eu tinha pegado nele. Uma melodia maravilhosa tinha vindo em minha mente, então eu decidi escrever ela. Junto com ela veio também uma letra... As palavras fluíam na minha mente como nunca. E adivinhem de onde veio a inspiração? Se pensaram num certo loiro oxigenado, o mesmo garoto que me vem fazendo agir de um jeito estranho e que em tão pouco tempo conseguiu mudar por completo a minha maneira de pensar... Acertaram!

Estava tão concentrada no que estava fazendo, que mal me dei conta de que alguém estava atirando pedras na minha janela. Me levantei, encostei o violão contra a parede, de maneira que ele não caísse e fui até à janela, que também era a porta da varanda. Abri-a e me arrependi internamente por isso, porque quase levei com uma pedra em cheio na cara.

-Desculpa. – Pede uma voz rouca e sedutora, que me fez arrepiar na hora. Saí para a varanda e me apoiei na protecção. Inclinei minha cabeça para baixo, para ver se ele estava mesmo ali ou se eu estava alucinando por conta do sono. Mas era ele.

-Austin? – Falei ainda sem acreditar que o loiro estava mesmo ali.

-Oi. – Fala ele, coçando a cabeça meio sem jeito. Ele parecia nervoso e isso me deixou inquieta. O que estaria preocupando ele?

-O que você tá fazendo aqui? Tá tudo bem? – Perguntei preocupada. Ele me olhou directamente nos olhos e um sorriso lindo se formou em seus lábios.

-Está tudo ótimo.

-Então porque você tá com essa cara de retardado? – Insisti mais uma vez. Ele estava me escondendo alguma coisa, eu sei disso.

-Porque eu estou tentando ganhar coragem para te perguntar uma coisa. – Admite ele, parecendo estar a ser bem sincero. Meu coração se acelerou e minhas pernas pareciam querer ceder a qualquer momento. Na minha mente, uma simples e única frase surgiu e eu esperava ansiosa, por ouvi-la sair da boca do loiro. – Allycia Dawson, você aceita sair comigo, amanhã? – Eu sabia. Dança mental da felicidade ihihihi!

-Você tá me convidando para um encontro? – Perguntei me fazendo de indignada, como se aquilo fosse a coisa mais ridícula do mundo. O garoto se encolheu e desviou seu olhar para o chão.

-Bom… sim! E ninguém vai saber de nada… eu prometo. Bom, só o seu irmão. – Fala ele, gaguejando. – Mas e aí? Você… Você aceita?

-Aff aceita logo. Bando de chatos, eu tou querendo dormir. – Fala meu irmão, entrando no meu quarto, furioso.

-Aceito. – Falei sorrindo e ignorando o idiota do meu irmão. – Mas só porque eu sei que se eu não aceitasse, você não iria sair daqui nunca. – Falei, tentando parecer indiferente e o garoto riu com a minha ação.

-A última parte é verdade, mas eu duvido muito que você só tenha aceitado por isso. – Fala ele, me lançando um olhar convencido.

-Tá querendo que eu mude de ideias? – Ameacei e ele arregalou os olhos, negando com a cabeça.

-Não, não, não… já me calei. – Fala ele, apressadamente.

-E que tal, se vocês dois se calarem. TEM GENTE QUERENDO DORMIR. – Fala mais uma vez meu irmão, gritando a ultima parte. Cara chato, eu hein!

-Mal humorado ele, né? – Pergunta Austin rindo.

-É que você nem imagina. Mas enfim… Até amanhã! – Me despedi e esperei ele fazer o mesmo.

-Até amanhã. Dorme bem. Ah, e te pego às 19h! – Avisa ele e logo se vira e sai correndo. Entrei de novo no quarto, fechei a janela e me encostei a ela, suspirando apaixonadamente. Levantei meu olhar, dando de cara com o meu irmão.

-Não tava querendo dormir? Então vai meu filho. – Falei, expulsando ele do quarto.

-Que feio. Se fazendo de indiferente para o garoto, mas tava aí toda feliz da vida por dentro. – Fala ele, em um falso tom repreendedor. Ri e me joguei na cama, com um sorriso maior que a minha cara. Eu sei que isso é impossível, mas vamos fingir que é verdade.

Amanhã vai ser um longo dia.

[…]

Meu deus, meu deus, meu deus… tou tendo um chilique aqui! Faltam cerca de 2 minutos para a hora que eu e o Austin combinamos dele me vir buscar. Já falei com o meu pai sobre isso e por incrível que parece ele aceitou numa boa.

Já tomei banho, já me vesti, já arranjei o cabelo e já me maquiei. Estou usando um vestido cor-de-rosa e com detalhes prateados, tomara que caia. Meus sapatos são de salto alto e são também prateados. Coloquei três anéis bem lindos e um colar com um pingente em forma de coração, da cor do vestido. Cacheei o meu cabelo, apenas de meio pra baixo e coloquei um laço rosa nele. Fiz uma maquiagem básica, mas bonita e passei um gloss nos lábios.

Do nada, o som da campainha tocando ecoou por todo o meu quarto. Saí do quarto com a maior confiança, mas assim que me aproximei das escadas o nervosismo me invadiu. Desci as escadas lentamente suspirando a cada passo que dava. O meu coração parecia uma bomba relógio, pronto para explodir a qualquer momento. O friozinho na minha barriga me fazia ficar ainda mais nervosa e à medida que eu me aproximava do final da escada, mais atordoada eu ficava.

Assim que coloquei o pé no último degrau, levantei a cabeça dando de cara com meu pai e meu irmão, que me encaravam com a boca aberta, até o Romeu (meu gato) me olhava. Oh, povo estranho. Rodei meus olhos pelo local, em busca de algum sinal do loiro, ignorando todos os comentários sobre como eu estava bonita, mas não havia nenhum sinal do garoto. Meu coração se apertou e o nervosismo que eu estava sentindo aumentou, consideravelmente. Será que não era ele? Será que ele se arrependeu e foi embora? Será que ele ainda está lá fora? Ai, meu santo picles… Calma Ally.

-Ally, você tá bem? – Pergunta meu irmão, me tirando de meus pensamentos.

-Tou, porquê? – Falei, tentando controlar o meu nervosismo, porque a essa hora meu corpo tremia mais que duas varas verdes.

-Você tá pálida. – Observa ele, enquanto me encarava com os olhos semicerrados e uma cara séria. Que na minha opinião tá mais para cara de imbecil. E eu juro que se ele não parar de me olhar assim, eu vou socar ele até dizer “Chega!” Que foi? Eu tou nervosa gente, dá um desconto!

-Eu não tou pálida, você que tá vendo mal. – Nossa… As minhas desculpas esfarrapadas estão ficando cada vez piores. Tenho passado demasiado tempo com o Dez.

-Sei… - Murmura ele, me olhando desconfiado. – Ah e já agora, não era o Austin… ele ainda não chegou. – Fala Brady cautelosamente, como se temesse a minha reacção.

-E pra onde a menina pensa que vai assim vestida? – Pergunta o meu pai, me encarando com os braços cruzados e um olhar reprovador.

-Ah qual é pai? O senhor sabe perfeitamente que eu vou sair. – Falei calmamente e com um sorriso discreto nos lábios. Ele teve tanto tempo afastado de mim e do Brady, que é até bom vê-lo bancando uma de pai protector.

-Sim eu sei, mas precisa ir assim vestida? Você vai sair com um garoto esqueceu? – Pergunta ele, inconformado com a situação. Me aproximei dele e dei um leve beijo em sua bochecha, respirei fundo e desviei meu olhar para o relógio que estava na parede da sala. Já eram 19:25h e nada do loiro chegar. Voltei meu olhar para meu pai e falei tristemente.

-Relaxa pai, eu acho que afinal eu já não vou a lado nenhum. – Falei, quase que apenas por um fio de voz e voltei para meu quarto correndo, ignorando os chamamentos de meu pai e Brady. Tirei meus sapatos e joguei eles em um canto qualquer. Caminhei até à cama e desabei nela. Fiquei encarando o tecto, por tempo indeterminado. Minha vontade era de chorar, mas com muita força e determinação, eu não o fiz. Como é possível? Ninguém se atrasa 25 minutos, é impossível! E as mesmas frases ficaram rondando na minha cabeça milhões de vezes: “Como eu pude ser tão boba?” “Como eu pude acreditar nas palavras do loiro?”

Fui tirada, mais uma vez, de meus pensamentos com um grito de meu irmão vindo do andar de baixo. Me levantei devagar e fui me arrastando até à porta.

-O QUE VOCÊ QUER MACAQUINHO? – Gritei de volta, sem o menor pingo de paciência.

-Você precisa ver isso. – Fala ele animadamente. Franzi o cenho, confusa e desci as escadas, um pouco contrariada. Eu só queria ficar encafuada no meu quarto o final de semana inteiro. Mas, como eu sabia que o meu irmão não me ia deixar em paz se eu não fosse lá e como eu sou a maior curiosa desse mundo todo, fui lá ver o que era.

E assim que coloquei o pé no último degrau, fui praticamente arrastada, em uma velocidade impressionante, até à porta de entrada.

-Você tá maluco? Se você fizer isso de novo, passa a ser um macaco morto. – Grunhi furiosa tentando, inutilmente, recuperar o folego. – Vai ficar aí me olhando ou vai me dizer o que eu tanto tenho que ver?

-O que é que tá acontecendo aqui? – Pergunta meu pai, andando na nossa direção.

-Se prepara macaquinha, porque você vai ter um treco! – Fala Brady, ignorando a pergunta e a presença do meu pai, que bufou indignado pela ação do garoto.

-Treco vai ter você, se não me falar logo o que é que eu tenho que ver. – Falei, lançando ao garoto o meu pior olhar mortal.

-Veja você mesma. – Fala ele, abrindo a porta de casa, misteriosamente. Bufei irritada pela lerdeza do garota, mas logo me expressão séria, deu lugar a uma expressão de completa surpresa.

-Oh, meu…santo… picles. – Falei pausadamente. Meus olhos estavam bem arregalados e a minha boca aberta em um perfeito “O”. O idiota do meu irmão parecia uma criancinha, de tão animado que estava. E o meu pai… bom, ele estava do mesmo jeito que eu.

-Tá fazendo o quê? Anda menina. – Incentiva meu irmão e eu lhe obedeci no mesmo instante, em que ele falou. Andei lentamente, em direção ao exterior da casa, sentindo o nervosismo percorrer cada centímetro do meu corpo. Enquanto caminhava descalça, ia sentindo a maciez das milhares de pétalas de rosa que estavam espalhadas pelo chão, como se criassem um caminho. E pousado sobre elas, estava um envelope branco com um coração vermelho no centro. Com as mãos mais tremulas que nunca, peguei o envelope e encostei-o ao meu rosto, inalando o seu suave perfume masculino… aquele perfume que eu tanto conheço e adoro. Abri o envelope com cuidado para não rasgar e retirei de dentro dele um papel, escrito à mão.

-O que é que diz? – Pergunta meu irmão todo curioso, tentando a todo o custo, espreitar por cima do meu ombro.

Revirei os olhos e foquei de novo a minha atenção na carta em minhas mãos. Desdobrei o papel com a maior delicadeza possível e li em voz alta o que lá tinha escrito.

“Me desculpa pequena por não estar aí presente,

Mas eu prometo que nos vamos encontrar brevemente.

Encontre as pistas, pois elas te guiarão.

E segue o caminho que te leva ao meu coração.

A.M.”

-Own. – Disseram meu pai e Brady em uníssono. Um sorriso gigante brotou em meus lábios e por algum motivo, eu não consegui desfaze-lo de jeito nenhum.

-Se um garoto é capaz de fazer uma coisa tão linda por você, então é porque ele realmente te ama. – Meu pai coloca a mão no meu ombro e me lança um olhar encorajador. Sinto o meu corpo ser envolvido por quatro braços fortes e não consigo evitar sorrir ainda mais.

-Eu sei que vocês me amam, mas vocês estão me esborrachando. – Falei rindo e com a voz abafada, porque eu estava, literalmente, sendo esmagada por aqueles dois. E eles se aperceberam disso, porque logo me soltaram.

-Vai lá macaquinha… o meu futuro cunhadinho está esperando você. – Fala o meu irmão todo emocionado, apontando para um carro que estava parado na entrada da casa, provavelmente, me esperando. E é impressão minha ou o Brady está com uma lágrima no canto do olho? Tão sentimental, esse meu irmão. E se eu não estivesse tão feliz, batia nele por ter chamado o Austin de cunhado.

E antes que algum deles dissesse mais alguma coisa, eu comecei a correr como uma louca, em direção ao carro.

-Ally espera. Você ainda está sem sapato minha filha. – Grita meu pai rindo de mim. Me viro rapidamente e entro mais uma vez dentro de casa. Subo as escadas correndo, pego os meus sapatos e saio de novo, correndo.

Entrei dentro do carro e logo o motorista deu partida, dizendo me apenas um “Boa noite, senhorita Dawson”. Meu olhar parou, instantaneamente, no banco em que eu estava sentada, pois este também estava coberto de pétalas de rosa e tinha outro envelope pousado sobre ele. Abri-o e retirei o papel, que dizia:

“Muito bem minha pequena, você vai num bom caminho.

Venha depressa, estou te esperando ansiosinho!

A.M.”

Foi inevitável não sorrir com as palavras do loiro. Esse menino está me surpreendendo cada dia mais. E pensar que eu tava enforcando ele mentalmente, por pensar que ele me tinha deixado plantada.

Algum tempo depois, o motorista pára o carro numa rua um pouco movimentada. Ele fica me olhando pelo retrovisor interno, com um sorriso no rosto. O olho confusa, esperando que ele me dissesse alguma coisa ou me desse alguma indicação, mas em vez disso, ele só sorria ainda mais.

-Dá para o senhor me dizer alguma coisa, está me deixando nervosa. – Pedi, olhando-o suplicante. Ele vira ligeiramente o rosto, para me puder encarar directamente e me olha como se estivesse satisfeito e feliz.

-Já pode sair do carro. A partir de agora, a menina vai ter que se guiar sozinha. Espero que a sua noite seja maravilhosa. – Fala o homem, como um verdadeiro cavalheiro. Mas ao ouvir aquelas palavras, eu fiquei em pânico.

-O QUÊ? Eu mal consigo andar no jardim da minha casa sem me perder. Então como o senhor quer que eu vá para um sítio, que eu não faço a mínima ideia de onde é? – Falei, praticamente gritando.

-A menina consegue. – Fala ele confiante. Saí do carro ainda meio relutante, com os meus sapatos numa mão e os dois envelopes na outra. E quando dei por mim, o carro já estava de novo em andamento, se afastando de mim aos poucos.

Olhei para a minha frente e lá estava elas de novo, as pétalas de rosa vermelhas para me indicar o caminho. Esse menino deve ter assaltado um florista, só pode!

Caminhei sobre elas, lentamente, observando cada canto daquele lugar, em busca de mais alguma pista ou algum sinal do loiro. As pessoas que passavam me encaravam sorridentes, como se soubessem exactamente o que tava acontecendo ali. Outras suspiravam como se desejassem, internamente, que alguém lhes fizesse uma coisa igual. E bem no meio daquela estrada de pétalas de rosa, sem um fim à vista, estava uma única rosa inteira. E preso a ela, estava mais um envelope. Me abaixei para pega-los, sentindo dezenas de olhares sobre mim. Parece que aos poucos as pessoas se iam acumulando ali, acompanhando todos os meus passos e esperando ansiosamente, para ver até onde todas essas pistas me vão levar. Uma garota, talvez um pouco mais velha que eu, se aproximou de mim parecendo envergonhada.

-Você se importa de ler em voz alta o que tá aí escrito? É que isso é muito romântico e a gente tá aqui morrendo de curiosidade. – Fala a garota cautelosamente, com um olhar suplicante. Meu olhar percorreu cada rosto presente naquele lugar e todos me olharam concordando com o que a garota disse. Se fosse em outra hora, eu ia mandar eles se meterem na vida deles, mas eu estava feliz demais para isso. Soltei o envelope da rosa e retirei o papel de dentro dele.

“Com você eu aprendi a chorar,

A nunca desistir e a continuar a tentar.

E por mais que o caminho se torne complicado,

Eu prometo caminhar pra sempre do seu lado.

A.M.”

-Isso é melhor que filme de romance! – Fala uma outra garota, com os olhos marejados. Continuei a andar, sendo seguida por todas aquelas pessoas. Nossa, estou me sentindo até importante. As pétalas me levavam até a um banco, não muito distante de onde eu estava. E pousado em cima desse banco, estava um pequeno ursinho de pelúcia com outro envelope. E mais uma vez, eu li o que lá estava escrito em voz alta.

“Eu nunca pensei em sentir algo assim,

Mas alguma coisa está diferente em mim.

Quando não te vejo eu morro de agonia,

Pois é você a luz que ilumina o meu dia.

A.M.”

 

Mais à frente, tinha outro envelope preso em uma árvore. E como eu sou baixinha, mesmo com os saltos altos, tive que pedir a uma das pessoas que me observavam para pegar o envelope pra mim.

“Como um anjo caído do céu você apareceu na minha vida,

E eu sei que já te magoei e te deixei ainda mais confundida.

Mas eu prometo que isso não vai voltar a acontecer,

Pois sem você eu já não consigo viver.

A.M.”

E assim se foi sucedendo. Sempre caminhando sobre pétalas de rosa, encontrando envelopes com mensagens de amor pelo caminho e sorrindo como uma boba apaixonada.

“Às vezes eu ajo com um louco descontrolado,

Faço besteira e tudo acaba dando errado.

Mas eu nunca fiz nada tão acertado,

Como querer estar sempre do seu lado.

A.M.”

Esse menino é o único capaz de me fazer sentir desse jeito. Ele me leva à loucura e me faz sentir coisas que eu jamais imaginei sentir na minha vida.

“Venha, venha, você está quase a me encontrar,

Não desista agora, a demora vai compensar.

A.M.”

O céu já estava ficando escuro e o sol já se tinha posto faz tempo. O doce e leve cheiro a maresia se alastrou pelo ar. Milhares de velas iluminavam todos os sítios por onde eu passava e o que antes eram ruas de pedra, agora eram um mar imenso e areia branca e macia por todo o lado. Sim, eu estava na praia. E por incrível que pareça, ainda mais pessoas me seguiam e pra ser sincera, isso não me incomodava, muito pelo contrário… eu acho que isso só me deixava ainda mais nervosa e empolgada. Fui caminhando a passos lentos pela areia, brincando com ela nos meus pés. Meu olhar parou em um local não muito distante de mim. Um coração gigante contornado por rosas e iluminado por velas estava desenhado no chão, sobre a areia. E no centro dele estava a pessoa que eu, pacientemente, esperei encontrar. Um sorriso lindo se formou em seus lábios quando o seu olhar se encontrou com o meu. E do nada uma melodia invadiu o ambiente e Austin começou a caminhar a passos lentos até mim, com o violão na mão.

Superhero (Super-Herói)

Sometimes love’s a scary place
It’s like standing in the dark
Flying through the universe
Trying to fix your broken heart

Às vezes o amor é um lugar assustador
É como estar no escuro
Voando pelo universo
Tentando consertar seu coração partido


It’s okay to let it go
You don’t have to be so brave
Take a chance if someone else
Is gonna sweep in and save the day

Não há problema em deixá-lo ir
Você não tem que ser tão valente
Dê uma chance se alguém
Vai correr e salvar o dia

You don’t have to face your fears alone
‘Cause whenever you’re in trouble
I’ll know

Você não tem que enfrentar seus medos sozinha
Porque sempre que você estiver em apuros
Eu vou saber



Let me be your superhero
There isn’t a place I won’t go
Whenever you need me by your side
I’ll be there, be there

Me deixe ser o seu super-herói
Não há nenhum lugar que eu não vou
Sempre que você precisar de mim ao seu lado
Eu vou estar lá, estar lá


Never be afraid if you fall
I’ll carry you away from it all
Let me be your superhero
Let me be your superhero

Nunca tenha medo se você cair
Eu vou levar você pra longe de tudo
Me deixe ser o seu super-herói
Me deixe ser o seu super-herói


Take off your mask, put down your guard
Don’t need a symbol on your chest
It’s all right for once to play
The damsel in distress
 

Tire a máscara, baixe sua guarda
Não precisa de um símbolo em seu peito
Está tudo bem se por uma vez bancar
A donzela em apuros


You’re gonna use up all your strength
Trying to be so strong
Don’t have to shoulder all the weight
Together we can take it on

Você vai usar toda a sua força
Tentando ser tão forte
Não tem que arcar com todo o peso
Juntos podemos aguentar isso


You don’t have to face your fears alone
‘Cause whenever you’re in trouble
I’ll know, oh
 

Você não tem que enfrentar seus medos sozinha
Porque sempre que você estiver em apuros
Eu vou saber, oh


Let me be your superhero
There isn’t a place I won’t go
Whenever you need me by your side
I’ll be there, be there

Me deixe ser o seu super-herói
Não há nenhum lugar que eu não vou
Sempre que você precisar de mim ao seu lado
Eu vou estar lá, estar lá



Never be afraid if you fall
I’ll carry you away from it all
Let me be your superhero
Let me be your superhero
 

Nunca tenha medo se você cair
Eu vou levar você pra longe de tudo
Me deixe ser o seu super-herói
Me deixe ser o seu super-herói


Woah woah oooh
Woah woah oooh
Let me be your super hero
Woah woah oooh, yeah yeah
Woah woah oooh
 

Woah woah oooh
Woah woah oooh
Me deixe ser o seu super-herói
Woah woah oooh, yeah, yeah
Woah woah oooh


Sometimes love’s a scary place
It’s like standing in the dark
Flying through the universe
Trying to fix your broken heart
Yeah
 

Às vezes o amor é um lugar assustador
É como estar no escuro
Voando pelo universo
Tentando consertar seu coração partido
Yeah


Let me be your superhero
There isn’t a place I won’t go (I won't go)
Whenever you need me by your side
I’ll be there, be there
 

Me deixe ser o seu super-herói
Não há nenhum lugar que eu não vou (que eu não vou)
Sempre que você precisar de mim ao seu lado
Eu vou estar lá, estar lá


Never be afraid if you fall
I’ll carry you away from it all (I’ll pick you up, baby)
Let me be your superhero
Let me be your superhero

Nunca tenha medo se você cair
Eu vou levar você pra longe de tudo (eu vou pegar você, baby)
Me deixe ser o seu super-herói
Me deixe ser o seu super-herói


Yeah, I can be your superhero
You know I will, baby
Woah woah woah oh oh
Let me be your superhero

Yeah, eu posso ser o seu super-herói
Você sabe que eu vou, baby
Woah woah woah oh oh
Me deixe ser o seu super-herói

O som de palmas se tornou audível por todo o lado, assim que Austin terminou de cantar a canção. Mas em momento algum eu desviei meu foco do loiro. Eu não sabia o que dizer… só sei que a certeza de que eu não posso mais ficar sem esse garoto, se tornou ainda mais presente e perceptível dentro de mim. Amo o Austin Moon.

-Então Ally… você me deixa ser o seu Super-herói? – Pergunta o loiro com a respiração um pouco ofegante e os olhos vidrados nos meus. O silêncio se instalou novamente e assim como o loiro, todos esperavam ansiosos, pela minha resposta.

Hoje o Austin conseguiu fazer de mim a pessoa mais feliz do mundo, me fez sentir confusa, triste, envergonhada, feliz, animada, ansiosa, mas acima de tudo… me fez sentir especial. E está na hora de eu retribuir um pouco esse favor. Larguei os envelopes, o ursinho de pelúcia e os meus sapatos na areia e me aproximei ainda mais de Austin.

Peguei o violão das mãos do garoto e este me olhou confuso. Passeei meus dedos pelas cordas do instrumento e comecei a dedilhar a melodia da música que eu compus a pensar no loiro. (Narradora: É agora gente, a letra que eu escrevi… espero que gostem.)

O meu coração é todo seu!

 

Sempre foi tudo complicado

Tudo parecia sempre dar errado

E quanto mais eu me afastava

Mais eu me apaixonava...

…por você!

 

Você é a letra da minha melodia

Você é a luz que ilumina o meu dia

A razão do meu sorriso

Tudo aquilo de que eu preciso.

 

Refrão:

Fica comigo até o dia acabar

Me beija até faltar todo o nosso ar

Luta por esse amor que nunca se perdeu

Pois o meu coração é todo seu.

 

Fica sempre perto de mim

Porque o nosso amor não vai chegar ao fim

Não é conto de fadas, isso é real

E ficaremos juntos até o final.

♥ ♥ ♥

 

Eu odiava tudo em você

E nem entendia muito bem o porquê

Só sei que você mexeu comigo

E se tornou bem mais que um amigo.

 

Em pouco tempo você me mudou

Mas com você eu posso ser quem eu sou

E mesmo que eu diga que não

Você conquistou meu coração

 

Refrão:

Fica comigo até o dia acabar

Me beija até faltar todo o nosso ar

Luta por esse amor que nunca se perdeu

Pois o meu coração é todo seu.

 

Fica sempre perto de mim

Porque o nosso amor não vai chegar ao fim

Não é conto de fadas, isso é real

E ficaremos juntos até o final.

♥ ♥ ♥

Cometi muitos erros

Uns piores que outros

E olha que eu sei que eles não foram poucos...

 

Mas acredite que ter você

Foi a melhor coisa que me foi acontecer.

 

Refrão:

Fica comigo até o dia acabar

Me beija até faltar todo o nosso ar

Luta por esse amor que nunca se perdeu

Pois o meu coração é todo seu.

 

Fica sempre perto de mim

Porque o nosso amor não vai chegar ao fim

Não é conto de fadas, isso é real

E ficaremos juntos até o final.

♥ ♥ ♥

-Isso responde à sua pergunta? – Perguntei com um sorriso nos lábios e lágrimas de felicidade e emoção escorrendo, livremente, por meu rosto. O loiro se aproximou de mim e tomou meu rosto em suas mãos, acariciou minhas bochechas e limpou as lágrimas que ainda desciam por ele. O brilho presente nos olhos de Austin indicava que o garoto estava se controlando para não chorar, a qualquer momento.

-Eu te amo tanto, tanto, mas tanto. E eu podia até tentar, mas palavras são incapazes de expressar todo o amor que eu sinto por você. Mas uma coisa é certa… a vida é minha, mas o coração é seu. O sorriso é meu, mas o motivo é você. – Fala Austin agarrando minhas mãos firmemente, mas ao mesmo tempo de um jeito delicado. Senti minhas bochechas esquentarem e me senti envergonhada pelo jeito como loiro me encarava.

-Sabe, eu tinha medo e talvez isso me impedisse de aceitar os meus sentimentos por você. Mas eu já não tenho medo. – Admiti, entregando-me de vez aquela loucura, que naquele momento parecia a coisa mais certo do mundo. O meu jeito tímido e envergonhado tinham dado lugar a uma determinação impressionante, que nem eu sabia que tinha.

-E o que é que te impede agora? – Austin olhava bem no fundo dos meus olhos, como se ansiasse, incansavelmente, por minhas palavras.

-Nada… já nada me impede de te dizer, olhos nos olhos… que eu te amo mais do que tudo nessa vida. – As palavras saíram da minha boca com tanta emoção, que tanto eu como Austin, permitimos deixar escapar uma lágrima de nossos olhos.

E a mesma frase foi repetida pela multidão que nos observava, encantada: “Beija…Beija…Beija.”

Austin me olhou como se pedisse permissão, mas eu não respondi. Permaneci quieta, observando cada traço do rosto do loiro, enquanto aguardava pela sua aproximação, pelo seu contacto. O garoto percebeu que eu não me iria mexer, então tomou finalmente uma atitude. Sua boca tocou na minha, delicadamente. E logo gritos de felicidade foram soltos pela multidão. Senti Austin sorrir entre o beijo e eu fiz o mesmo. Sua língua encostou em meu lábio inferior, pedindo passagem que foi cedida no momento em que eu abri um pouco mais a minha boca, permitindo que o loiro aprofundasse o beijo. Nossas línguas se entrelaçaram e envolveram de um jeito mágico e inexplicável. As mãos de Austin largaram as minhas e repousaram em minha cintura, que foi puxada gentilmente contra seu corpo.

Não sei por quanto tempo ficamos nos beijando, só sei que quando nos separamos já não tinha lá ninguém, apenas nós dois e isso pra mim era o bastante!


Notas Finais


E então amores da minha vida.... o que acharam do capitulo? Foi super chato ou foi super romântico? Muito entediante ou muito legal? Quero comentários com as vossas opiniões...
O que acharam da música que eu escrevi?

Roupa da Ally para o encontro: http://www.polyvore.com/ally_dawson/set?id=145690452

Bom gente, eu estou a pensar em escrever uma fic nova, também Auslly. Já fiz até os primeiros 4 capitulos, só que eu não sei se ela tá legal. Então eu vou deixar aí a sinopse e depois vocês dizem se eu devo publicar ou não, tá bom?

"Num reino dominado pela tirania, pelo medo e pelo egoísmo, a vaidosa e impiedosa Rainha Rosalie lidera o exército de Limeros com crueldade, submetendo tudo e todos ao seu poder. Todos os reinos foram caindo um a um, aumentando ainda mais o seu poder.
Poucos eram aqueles que ainda resistiam, poucos eram aqueles que não se rendiam à bela e impiedosa rainha.
Porém, talvez nem tudo estivesse perdido, porque enquanto a bondade, a esperança, a força e o amor ainda existissem … nada estaria perdido.
E escapando por entre a catástrofe da guerra que se instalou na sua terra Natal, Allycia Dawson, herdeira do trono de Avilan, vê-se obrigada a fugir para a Floresta Negra, lutando a cada segundo pela sua sobrevivência.
Será ela capaz de enfrentar os perigos que se avizinham? Encontrará ela alguém capaz de a ajudar?"



Bom e é isso.... Beijinhos... amo vocês ♥


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