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História Opera por lan, FEITA PRA PESSOAS ESPECÍFICAS - Capitulo Seis


Escrita por: infinitealone

Capítulo 6 - Capitulo Seis


Londres; Highgate High School; Quarta-feira; 9:23 da manhã;  

- Podem se juntar com suas duplas, hoje vou passar o tema do trabalho de literatura desse ano. – senhora Paskin disse, fazendo com que Stavo soltasse um suspiro pesado, observando todos da sala se levantarem e irem atrás de seus parceiros. 
Olhou pras costas da menina sentada no canto. Ela ainda não tinha movido um músculo. Seus cabelos estavam mais brilhantes do que de costume, embora parte deles estivessem presos por uma piranha prateada. Mas espera! Como ele sabia sobre o brilho de seus cabelos? Talvez estivesse a observando mais do que deveria. Mais do que deveria...  
A garota levantou-se e seguiu na direção dele, olhando para os lados. Ele acompanhou-a com o olhar. 
- Hey. – ela disse leve. – Vou me sentar ao seu lado, ok? – ele balançou os ombros, vendo-a sentar. – E aí, como vai? 
- Não muto melhor. – respondeu inexpressivo. Ela murmurou um “Hm”, e cruzou os braços por cima da carteira. – E você? – virou-se pra frente.  
Não era típico de si mesmo querer saber algo sobre alguém. Ainda mais sobre alguém que tanto o perturbava. 
Ela o olhou com os olhos um pouco mais brilhantes. ‘Já é um avanço. ’ Pensou. 
- Vou bem. Pra falar a verdade, estou gostando da escola. – sorriu simpática. 
- Está gostado disso aqui? - Gustavo ironizou. - Então as escolas no Brasil deviam ser um purgatório... 
- Seu humor negro é realmente imperdível, Acosta. - ela riu baixo, fazendo-o ficar ainda mais ranzinza. 
- Como maioria de vocês sabe, todo ano é sorteado um autor diferente pra que me apresentem um trabalho completo sobre ele e suas obras no final do ano. – alguns alunos assentiram. – O autor sorteado esse ano é ninguém mais ninguém menos do que o escritor inglês de maior sucesso... William Shakespeare.  
- Odeio estudar gente que viveu há mais de um século. – Karolyna sussurrou, fazendo a parceira rir. 
- Boa sorte com isso. – senhora Paskin ajeitou os óculos tortos no nariz adunco. – Lembrando que a primeira parte do trabalho, é a biografia do autor em questão. 
- Detesto biografias. – Stavo murmurou, apoiando a testa com o polegar e o cotovelo na carteira. 
- Há alguma coisa que você não deteste? - brincou enquanto ele bufava impaciente. A menina sorriu ao vê-lo faze isso. - Shakespeare é legal. – falou aérea. – Você vai ver. – ele a olhou de rabo de olho, respirando profundamente. – E então, como vamos fazer o trabalho? 
- Isso é com você. - decretou. 
- Ótimo. Vai fazer alguma coisa amanhã à tarde?  

Londres; Highgate High School; Quadra; Quarta-feira; 4:24 da tarde;  

- Vocês jogam feito mulheres! Acelerem o passo. – treinador Stevens berrou pros alunos que rolavam as bolas de futebol uns pros outros. 
- Treinador. – Stavo disse chegando ao seu lado. 
- Acosta. Por que não veio ontem? – disse nervoso, olhando o garoto com a expressão séria. Os outros continuavam a treinar, sem se importar com a presença dele. 
- Não tinha como vir, senhor Stevens. Meu carro foi roubado. 
- O Audi? – deixou o queixo cair. 
- Já recuperei. O ladrão nem tinha ido tão longe assim... 
- E o que você ainda está fazendo com essa roupa? – apontou pra gravata vermelha sobreposta à camisa social branca. – Vá para o vestiário agora. Seu antigo uniforme está lá. 
- Obrigado, senhor. - concordou, já dando de costas pro campo.  

- Acosta? – Scott disse debochado pra Bennet, observando-o chegar à quadra com o uniforme de treino dos Eagles. – O que ele está fazendo aqui? 
- Pensei que ele tivesse desistido do futebol pra sempre, desde que... 
- Calem a boca. – Duan, goleiro do time, disse por trás dos dois. – Se acham que ele é do tipo que desiste, é porque não conhecem o Stavo. – olhou o rapaz. – Dude, aqui! – fez sinal pra que ele se aproximasse.  

- O incrível com relação ao Acosta, - treinador Steves estava sentado no banco do campo, ao lado de Duan, que mirava o nada com os cotovelos apoiados nas pernas. O treino já tinha acabado, e estava começando a escurecer. Apenas os dois ainda estavam lá. – é que mesmo tendo ficado esse tempo todo afastado, ele ainda volta como um dos melhores da equipe. 
- O Stavo é o meu ídolo. – o rapaz brincou acompanhando três garotas que saiam da educação física com os olhos. – Que maravilha. – sorriu tarado. – Obrigado senhor diretor por esse presente no final do treino. – o treinador riu baixo. 
Foi a vez de duas garotas com os cabelos longos saírem do ginásio. Riam de qualquer coisa, e mais do que as outras, chamaram a atenção do rapaz de olhos verdes. Fitou-as interessado. O homem gordo e quase grisalho ao seu lado acompanhou seu olhar. 
- Tem bom gosto, senhor Adams. 
- Se me der licença, senhor. – sorriu torto, levantando-se e seguindo em direção a elas.  

- Juro que eu não vi a bola se aproximando. – Vitoria disse fazendo Karolyna dar uma risada. 
- Aquilo foi bem ridículo mesmo. – passou as mãos nos cabelos suados. 
- E sabe que o pior nem foi... – ia continuar a frase, se não tivesse visto o garoto loiro andar na direção das duas e parar a sua frente. 
- Hey, Karol. – ele cumprimentou. Karolyna sentiu o coração acelerar. Julgou uma reação idiota, continuando a olhá-lo. – Hey, Vitoria. – disse-lhe com uma voz aveludada, analisando-a de cima a baixo. A garota sentiu as bochechas esquentarem. Estava com um short preto de lycra mínimo, assim como todas as garotas da educação física. 
- Olá, Duan. – Karolyna estreitou os olhos. 
- Oi. 
- Gostaria de oferecer uma carona às duas. Topam? 
- Meu namorado deve estar passando por aqui daqui a pouco. – balançou os ombros de leve. – Mas mesmo assim, obrigada por se oferecer. 
- E você, Vitoria? – deu um sorriso torto. 
- Eu estava pretendendo pegar um táxi... 
- Você não vai me fazer essa desfeita. – olhou-a com olhos pidões. Ela revirou os olhos, sorrindo. 
- Tudo bem. Eu topo.  
Ouviram duas buzinas vindas de um Hyundai i30 que acabara de estacionar no quarteirão da escola. Karolyna sorriu. 
- Gente, Alex chegou. – disse começando a se afastar. – Já estou indo. 
- Tchau, Karol. Até amanhã. – a amiga disse. O rapaz fez um sinal com a cabeça, despedindo-se. 
Karolyna observou o namorado sorrir dentro do veículo, andando um pouco apressada até ele. Quando estava chegando ao carro, virou o rosto pra traz, com a intenção de dar uma última olhada nos dois, antes de partir.  

“- Karol, eles estão lá conversando já tem um tempo. – Karen disse preocupada, olhando na direção de um casal, na saída do ginásio. 
- Tudo bem, Karen. Eles devem estar falando algo sobre o Stavo. - ela deu de ombros. 
- Sobre o Stavo? Será? 
- A Iv estava bastante chateada com ele esses dias. Duan deve estar tentando amenizar as coisas. 
- É. Deve ser. Mas daqui a pouco precisamos tirá-la de lá ou chegaremos atrasadas na casa do Austin. 
- Hm, minha pequena apaixonadinha. – apertou a bochecha da amiga, que riu sem graça. – Vamos esperar só mais um pouco.”  

- Karol? – Alex perguntou de dentro do carro, preocupado com a namorada que fitava o vazio. – Karol, tudo bem? 
- Alex. – ela disse ofegante. 
- O que foi, amor? 
- Eu... Er... – virou-se, olhando perplexa pra ele. – Aconteceu de novo.  

- E então, Vi. – Duan disse apontando pro Toyota azul-marinho estacionado ali perto, com o queixo. O clima já estava começando a ficar mais fresco. – Me diga algo sobre você. 
- Tudo bem. – ela balançou os ombros. – O que quer saber? 
- Você é daqui de Londres mesmo? 
- Sério que eu te passei essa impressão? – disse boquiaberta, esboçando um sorriso ainda assim. Continuavam a caminhar lado a lado. 
- Não era pra passar? – juntou as sobrancelhas, confuso. 
- Não é isso. – riu baixo. – Eu sou brasileira. Ganhei bolsa na Highgate. 
- Brasileira? Sério? – arqueou as sobrancelhas. – Wow. Te confesso que nem parece. - surpreendeu-se. - Seu inglês é perfeito. 
- Ganhei o dia. – disse vendo-o abrir a porta do carro pra ela.  

Londres; Quarta-feira; 6:17 da tarde;  

- Ethan... – Karen disse segurando o braço do namorado. Andavam por uma das ruas comerciais da cidade. – Vamos entrar na loja de doces? 
- Eu já não te dei uma caixa de bombons semana passada? 
- Mas já acabaram. Além do mais, eram de café. 
- Qual o problema de serem de café? – perguntou seco. 
- Nenhum, mas é que... Vamos entrar? – fez bico. 
- Não, Karen. Não foi você mesma que disse que não podia engordar pra caber no colant das líderes de torcida, ou algo assim? 
- Mas Ethan... 
- Deixe de ser mimada.  

Londres; Dockland; Quarta-feira; 6:23 da tarde;  

Stavo estava deitado no aparelho de levantamento de peso, carregando barras com 32 quilos de cada lado. As únicas horas em que conseguia ter paz era quando estava completamente sozinho. Ou pelo menos, apenas com o cachorro. 
Estava na pequena academia no terraço do prédio, encarando o teto. 
“Você não é mau, Gustavo... É apenas solitário.” Riu baixo da lembrança, em deboche.  
- O que você sabe sobre mim? – murmurou. 
O cachorro levantou a cabeça, olhando em direção a porta. Deu um latido abafado. Gustavo ouviu passos entrando na academia. Procurou não se importar, continuando a levantar os pesos e ignorando a presença da outra pessoa. 
- Você é sempre tão sozinho, Stavo. – a garota disse passando uma das pernas por cima do seu corpo, e assentando-se em seu quadril. – Deixa eu curar essa solidão. – inclinou-se, colocando as duas mãos no peito descoberto do rapaz. 
- Brittany. – deu uma risada seca, olhando a loira com os cabelos presos em um coque. – Quem te deixou entrar? 
- Duan pediu pra que eu entrasse. Era surpresa pra você. – fez bico. 
- Eu quero ficar sozinho, se me der licença. – continuou a levantar peso. 
- Não. Não dou. – deitou o corpo sobre o dele, colocando a cabeça em seu peito. 
- Dá licença, Brittany. É sério. – o garoto levantou-se, de forma que a fizesse levantar também. 
- Ah. Qual é, Stavo? – colocou as duas mãos na cintura. – Um pouco de diversão não faz mal pra ninguém. – o garoto olhou-a sério, de rabo de olho. Brittany deu um sorriso malicioso, envolvendo sua nuca com as mãos e colando o corpo no dele. – Você não esteve com nenhuma outra depois dela, não é? – o rapaz deu um suspiro impaciente, antes de sentir Brittany encostar a boca na sua. 
Sentiu a língua da garota contornar seus lábios, os quais abriu logo em seguida, permitindo à sua encostar-se a dela. Brittany esboçou um sorriso, emaranhando os dedos em seus cabelos. O garoto desceu as duas mãos para sua cintura, apertando-as e fazendo a loira arfar. O beijo foi intensificando-se de pouco em pouco, até a menina enroscar sua perna na de Stavo, que o quebrou, em seguida. 
- Você é uma vagabunda, Britanny. – disse sombrio, contra seus lábios. Essa por sua vez desceu a mão até abaixo de seu quadril. – Não me provoque... Você não sabe do que eu sou capaz. 
- Acredite... – sorriu maliciosamente. – Eu sei, sim.  

Londres; Oxford Street; Quarta-feira; 6:30 da tarde;  

- Eu te admiro, Vi. – Duan disse estacionando o carro na porta da casa da garota, após uma longa e divertida conversa desde o colégio. 
- Me admira? Essa é nova. – riu, tirando o cinto. – Por quê? 
- Você parece tão tranqüila em meio a isso tudo. – escorou uma das mãos no volante, virando-se pra ela. Seu olhar espelhava interesse. – Mesmo as pessoas te olhando esquisito. Você parece não se intimidar nem se incomodar com a situação em que se encontra. 
- Situação em que me encontro...?  

- Hey, Vi. – o primo disse assistindo algum programa no sofá da sala. Vitoria adentrou a casa apressada, dando passos fortes e igualmente sentando-se no sofá azul. – Que cara é essa? – as sobrancelhas da garota estavam juntas. Estava nervosa. 
- Eu quero saber a verdade, Dyl. Agora. – sua voz era dura. – Por que as pessoas me olham torto? O que o Acosta tem a ver com elas, e mais importante, o que eu tenho a ver com isso? – o garoto engoliu a seco, percebendo que ela não estava pra brincadeira. Talvez realmente fosse a hora de contá-la. Protegê-la daquele jeito não estava dando certo. Mais cedo ou mais tarde ela suspeitaria... 
- Vi... – suspirou. – Você por acaso já ouviu falar do caso... Ivane Whinsky? 



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