História Opostos - Virgem

Você (On)

Um mês depois.

 

Idiota

Marrenta, e ai vamos sair depois do seu expediente?

Tem um parque de diversão novo e a gente pode ir.

Vamos tentar sair só nós dois dessa vez, por favor.

16:33

Eu

Vamos sim! Adoro esses parques ♥.

Você sabe que a culpa não é minha 😠

16:35

Idiota

Eu te busco as 19:30 então.

Claro que não é sua culpa, é da sua boca haha.

16:36

Eu

Okay.

Hariel eu só falei duas vezes pra ela (e nem tinha convidado).

As outras vezes ela que apareceu no lugar.

16:38

Idiota

Espero que dessa vez ela não apareça lá, porque já está chato isso.

Ela podia arrumar alguém né? Quem sabe assim sai do nosso pé.

16:39

Eu

Não vai, pelo menos espero.

É podia.

Mas fica tranquilo, senhor estresse.

Ultimamente você ta implicando muito com a Fabrícia.

16:40

Idiota

Ela que parece que não gosta da gente próximo.

Prova disso é quando ela fala do tal do Caio. Ai o Caio isso, ai o Caio e a (seunome) aquilo, porra. Já deu desse assunto pra mim.

Mas ok, hoje eu só espero que ela não apareça naquele parque.

16:42

Hariel pegou um certo ranço da Fabrícia, porque sempre que saímos, além dela aparecer no lugar sem ser convidada. Ela sempre dá um jeito de falar do Caio, é incrível.

Eu já tinha percebido que o Hariel ficava meio desconfortável com o assunto Caio e, claro ele não gostava de encontrar a Fabrícia em todo lugar que íamos. Até eu estava ficando de saco cheio, dessas situações.

Mas o estopim, foi quando a Fabrícia, praticamente disse que eu e o Caio eramos alma gêmea.

 

Flashback (On)

15 Dias atrás.

Era segunda-feira e faltava cerca de 10 min, pra fechar a sorveteria. Que nessa semana seria o "departamento" que eu ficaria.

O Hariel chegou e pediu um sorvete, sabor chocolate. Como não tinha mais cliente nenhum para atender, eu o servi e peguei uma taça de sorvete de morango para mim.

Enquanto tomávamos o sorvete, Hariel ficava falando pra eu provar o sabor chocolate, que eu detestava. Pois, achava que sorvete de chocolate tem o gosto estranho. Já eu falava pra ele provar o de morango, que tinha pedaços de fruta. E ele se negava dizendo que não gostava de morango.

Nisso a Fabrícia chegou.

 

— Olá casal — Disse e se sentou na mesa que estávamos ocupando.

— Olá — Hariel respondeu e voltou a tomar seu sorvete.

— Oi! Disse e levei uma colher de sorvete até a boca. — Quer sorvete?

— Não obrigada, só passei aqui pra gente conversar. — Disse me olhando.

— Sobre? — Disse e a encarei.

— Há deixa, nada importante. Amanhã te falo.

— Tudo bem então — Dei de ombros.

— Tem certeza que não vai querer uma colherada do meu sorvete? Olha que está muito bom. — Hariel disse enquanto tentava colocar a colher de sorvete na minha boca.

— Absoluta Hariel, você deveria provar o meu, ai veria o que é sorvete bom.

— Nem morto. — Disse afastando minha colher de sorvete da frente do seu rosto.

Nisso a gente meio que esqueceu a Fabrícia, que estava apenas olhando.

— Você não gosta de sorvete de morango? — Fabrícia pergunta ao Hariel.

— Nenhum pouco — Disse ele fazendo careta.

— Não sabe oque está perdendo — Disse enquanto levava uma colherada de sorvete a minha boca.

— Ai amiga, eu lembro que você e o Caio quase brigava pelo sorvete, pois os dois gostavam do sorvete de morango. Eu achava que vocês tinham nascido pra ficar juntos, combinavam em tantas coisas. Mas fazer o que né.

 

Nessa hora o Hariel que mexia em algo no celular, olhou pra ela e depois pra mim.

Pude perceber que a sua feição estava bem séria e, agora ele me encarava.

Quando eu ia falar, o celular da Fabrícia apitou. Era uma mensagem e ela disse que precisava ir para casa.

 

— Vamos, acho que seu expediente acabou — Hariel disse se levantando da mesa.

— Okay, espera só 5 min.

— Estou no carro — Disse e saiu.

 

Porra Fabrícia, porque você fez isso.

 

Não seria problema se a Fabrícia falasse do Caio, uma vez ou outra, ou se fosse só quando estivéssemos sozinhas. Mãos não ela tem que falar sempre quando estou com o Hariel, e sempre é a mesma coisa, "ai como você e o Caio combinava" ou tenta dizer que eu e o Caio, fomos feitos um para o outro.

 

E eu sinceramente não entendo o motivo dela falar do Caio com se gostasse da época que estávamos juntos, porque ela vivia implicando com ele e o nosso "relacionamento".

Após pegar minha mochila e pagar os sorvetes, que por milagre o Hariel deixou eu pagar sem reclamar, saio e tranco a porta.

Entro no carro, coloco o sinto e o Hariel da partida sem dizer uma única palavra.

E eu? também não quis dizer nada. Eu e ele estamos cientes que não à nada sério entre nós, mas é chato o que a Fabrícia fez e vem fazendo, se estou de saco cheio imagina ele.

Ele parou o carro em uma praça, que desconheço e que estava deserta.

Saiu do carro e fiz o mesmo, ele ia caminhando para uma espécie de ponte de madeira, que achei bem legal. Embaixo ponte tinha um córrego, que por sorte não tinha o cheiro ruim aquela hora.

 

Ele continuou caminhando e, foi até um balanço duplo e se sentou. Me sentei ao seu lado.

 

— Certo, o que estamos fazendo aqui? — Disse e me virei pra ele o encarando.

— Eu só queria entender, ou ao menos tentar entender o motivo da sua amiga falar tanto nesse Caio. Você ainda gosta dele, tem contato ou tudo que saímos e fazemos juntos te lembra ele?

— Eu não gosto do Caio, não no sentido romântico. Eu não falo com ele já faz um ano, que foi quando ele foi embora e paramos de ficar, a gente não chegou a namorar serio com a Fabrícia faz parecer. E eu não faço ideia do porque ela sempre fala dele, quando estamos juntos. Já que ela nem do Caio gostava, sempre implicava com ele quando ficávamos.

— Estou começando a achar, que ela também não gosta de nós dois juntos.

— Não acho que seja isso, ela nunca reclamou.

— Não precisa reclamar, só nas ações dela da pra notar. Porra (seunome), a gente não pode ficar dois minutos sozinhos, que ela da um jeito de aparecer, e como se não bastasse. Ainda tem que falar desse cara.

— Calma Hariel, só não dê atenção. Ela fica falando sempre porque sabe que te incomoda.

— Claro que incomoda, imagina se fosse ao contrário e o Kevin ficasse falando das minas que eu já peguei? Isso é desconfortável, mesmo que a gente não tenha nada sério.

— Eu entendo, acho que se fosse ao contrário eu também não iria gostar. Mas serio, você tem que ignorar quando ela começar a falar essas coisas.

— Tudo bem, irei tentar ignorar o que ela fala, mas eu não posso ignorar quando ela aparece nos mesmos lugares que a gente na maior cara de pau. Vem cá, tu fica falando pra onde a gente vai é?

— Claro que não, às vezes eu nem sei aonde a gente vai, como aquele dia que a gente foi no rodízio de carne.

— Porra é verdade. Só falta ela estar seguindo a gente e eu não duvido disso em.

— Ai que horror — Disse o olhando.

Acabamos ficando ali por mais um tempo, conversando e trocando algumas carícias, é claro.

Flashback (Off)

 

Depois desse dia, sinto que a minha relação com o Hariel mudou de alguma forma para melhor.

Estávamos mais próximos, inclusive aceitei o acompanhar em um show aqui na capital. Minha mãe acabou o conhecendo no dia em que ele veio me buscar para sairmos para o show.

Nesse mesmo dia conheci sua irmã Mariah, achei ela bem simpática. Porém, ela dava uns sorrisos estranhos quando o Hariel estava próximo a mim e, isso acabou deixando ele sem graça.

Além disso, ela falou que ele deveria me levar para a mãe deles, ai quem ficou sem graça foi eu.

 

[...]

 

— Agora escolhe o prêmio — Hariel falou enquanto devolvia a espingarda de rolha, para o dono da barraca.

— Certo, quero aquele. — Disse enquanto apontava pra um coala de pelúcia.

— Agora, eu também quero um prêmio — Disse me olhando.

— Okay, vamos achar alguma barraca que tenha algo que te agrade. Vou ganhar o prêmio pra você. — Disse e quando ia sair andando, ele puxou o meu braço me fazendo voltar e chocar meu corpo no seu.

— Não precisa jogar, o prêmio que eu quero não tem em nenhuma dessas barracas. — Disse enquanto alternava o olhar entre meus olhos e boca.

 

Aproximei meu rosto do seu, e lhe dei um beijo sem intenção de aprofundar. Mas a intenção dele não era a mesma.

E quando vi já estávamos em um beijo intenso, quase que com falta de ar e pera, molhados?

Quando separamos o beijo, pude ver que tinha começado a garoar.

 

— Vamos pegar alguma coisa pra comermos e ir embora. Acho que essa chuva vai piorar.

 

Assim que ele terminou de falar ouvimos o barulho do trovão, seguido de um raio.

Ele segurou minha mão e me puxou enquanto corria em direção a uma das barracas. Porém, quando estávamos chegando perto de uma barraca, eu travei quando vi a Fabrícia, que parecia procurar por alguém.

 

— Espera — Disse e o puxei, fazendo ele parar de correr.

— O que foi? Vamos logo antes que a gente se molhe mais. — Disse e já iria me puxar novamente.

— Você não vai acreditar em quem eu acabei de ver lá.

— É quem eu to pensando? Porque se for, vamos embora agora mesmo. — Disse ficando serio e com uma expressão meio irritadiça.

— Sim, ela mesmo. Olha ali — Apontei onde ela estava.

 

Ele olhou, balançou a cabeça negando e me puxou em direção contraria.

 

— Você ainda tem alguma dúvida de que ela realmente está nos seguindo? — Disse enquanto abria a porta do carro.

— Tabom, você realmente sempre esteve certo. — Disse enquanto revirava os olhos.

— Sei disso — Me deu um breve selinho e, começou a dirigir.

 

Chegamos a frente a minha casa e a chuva parecia ter ficado mais forte.

 

— Vai entrar? — Perguntei enquanto tirava o cinto.

 

Percebi um sorriso malicioso surgir em seu rosto.

 

— Idiota.

— Oxe, o que eu fiz agora? Não posso mais nem sorrir? — Disse enquanto também tirava seu cinto.

 

Assim que entramos eu tirei meu moletom, que estava meio molhado e, ele fez o mesmo.

 

— Sua camiseta também está molhada, mas tem aquela camiseta e bermuda que você deixou quando dormiu aqui na última vez. Vem vou pegar pra você. — Disse, enquanto subia as escadas em direção ao meu quarto.

 

Estava procurando a camiseta e a sua bermuda que se encontravam guardadas em meu guarda-roupa.

 

— Se você quiser, pode tomar banho, tem toalhas limpa no armário do banheiro. — Disse e lhe dei as peças de roupa.

— Certo, enquanto isso vai pedindo algo no habibi's, estou morto de fome.

 

Assim que ele entrou no banheiro, as luzes se apagaram e um clarão que identifiquei como raio, caiu lá fora.

Pelo susto meio que dei um gritinho.

 

— Hey calma. — Ele disse já do meu lado e eu meio que dei um salto, o fazendo gargalhar.

— Não me assusta — Lhe dei uma tapa.

— Ai caramba! Não queria te assustar não. Você tem vela ou lanterna aqui? — Disse ligando a lanterna do seu celular.

— Acho que lá em baixo deve ter.

 

Colocamos algumas velas espalhadas pela casa, em locais que fossem menos propício a acidentes. 

E mais um clarão se fez presente, me fazendo encostar meu corpo no dele.

Que automaticamente colocou suas mãos em minha cintura, fazendo nossos corpos "colarem" um no outro.

E só ai percebi que ele estava sem camiseta.

Olhei em seus olhos e senti uma vontade imensa de o beijar e assim fiz.

O beijo era intenso, suas mãos me apertavam, enquanto eu puxava seu cabelo.

Paramos o beijo por falta de ar e, enquanto ele recuperava o ar, dava beijo pelo meu pescoço, eu puxava seu cabelo e arfava.

Voltamos a nos beijar, um pouco mais afoitos.

Estava tão entorpecida pelo clima e pela sensação que ele estava me causando, que só me dei conta do que estava prestes a acontecer, quando ele sentou na minha cama, comigo em seu colo.

Nossos beijos continuavam urgentes, e paramos o beijo apenas para que a minha camiseta fosse tirada.

 

— Hariel, preciso te falar uma coisa — Disse enquanto parava de rebolar em seu colo.

— Há depois você fala. — Disse enquanto apertava minha coxa e deixava chupões pelo meu pescoço.

 

Novamente eu estava me deixando levar por suas carícias e, seu toque.

Só cai em mim, novamente quando senti que ele tinha desabotoado meu sutiã.

 

— Hariel, por favor eu preciso falar agora. — Disse tentando me afastar.

— Então fala que estou ouvindo — Disse e apertou minha bunda, enquanto beijava meu pescoço.

 

Quando senti suas mãos no meu seio, soltei.

 

— Hariel eu sou virgem.

Assim que terminei de proferir essas palavras, a luz voltou.

E em um minuto eu estava no seu colo e no outro em minha cama, vendo ele andar de um lado para o outro.

 

— Como assim virgem? — Disse enquanto passava a mão no cabelo.

— Virgem ué, nunca transei. Só queria te avisar pra você ser mais cuidadoso.

— Porque não me falou isso antes? PORRA (seunome), VOCÊ AINDA ACHA QUE VAI ROLAR ALGO? — Gritou enquanto colocava a camiseta.

— EU NÃO ACHEI QUE FOSSE NECESSÁRIO, NÃO ACHEI QUE CHEGARÍAMOS A ESSE PONTO — Dessa vez eu que gritei enquanto colocava a camiseta.

— Como não achou necessário? — Andou de um lado para o outro e me olhou nos olhos — Você deve achar que vamos ter algo sério pra querer se entregar pra mim, mas isso que a gente tem — Apontou dele pra mim — É só um lance, não vamos namorar, não se iluda.

— Eu iria sim transar com você, mas isso não quer dizer que eu pense em namorar e casar. Eu só iria transar com você, porque me senti segura e achei que era a hora, nada de mais. Mas agora entendi, sua intensão era só me comer né? Não se preocupe, eu não iria ficar no seu pé como as garotas que você costuma se envolver.

— TODAS dizem isso e no final ficam correndo atrás.

— Eu não sou TODAS. E quer saber? SOME DA MINHA FRENTE! — Disse e sai do meu quarto, desci as escadas e parei em frente a porta e apontei em direção a rua.

— Está mesmo me expulsando? — Disse aparentemente irritado.

— Entenda como quiser.

 

Ele pegou seu moletom e saiu sem dizer mais nada.

Irritada bati a porta e subi correndo para o meu quarto, onde me joguei na cama e agarrei o travesseiro abafando os meus gritos.

E sem perceber, algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto e assim fiquei até adormecer.