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História Origins - Vida que segue


Escrita por: DixBarchester

Capítulo 6 - Vida que segue


Fanfic / Fanfiction Origins - Vida que segue

 

Charlotte Walsh
Julho de 2010
Acampamento na Pedreira

— Manteremos contato pelo rádio. Não se arrisquem mais que o necessário. — Foram as últimas recomendações de Shane para o grupo que partiria rumo a Atlanta.

Jacqui, Andrea, Morales, Merle e T-Dog iriam em busca de suprimentos liderados por Glenn. O Coreano costumava fazer isso sozinho desde que estabelecemos o acampamento semanas atrás. Contudo, dessa vez, ele iria acompanhando. A ideia era que em um grupo maior poderiam trazer mais coisas e, portanto, passar mais tempo sem ter que deixar o acampamento.

Eu me voluntariei para ir também, mas meu irmão, como sempre, cortou meu barato. Certas coisas não mudavam, mesmo com o fim do mundo.

Eles deixaram o acampamento depois de se despedir de suas respectivas famílias e amigos, acho que passar tanto tempo enfrentando o fim do mundo unia as pessoas. O único que não tinha de quem se despedir era o Merle. Daryl saíra pouco antes para uma de suas, já usuais, caçadas. E já que praticamente ninguém gostava do Dixon mais velho, ele estava esperando dentro do carro.

— Vê se não morre lá. — Falei me aproximando do vidro.

— Não se preocupa, docinho, eu volto pra você. — Respondeu no seu habitual tom malicioso.

Eu era a única no acampamento que conseguia manter algumas palavras com Merle, em partes porque eu não ligava a mínima para o que ele dizia pra me irritar e um pouco porque achava graça na verdade.

— Acho bom mesmo, não estou a fim de aturar seu irmão chato sozinha. — Ironizei.

Algo que eu e o Dixon mais velho tínhamos em comum era nosso desejo de importunar Daryl. Eu não perdia uma oportunidade de irritá-lo e Merle sempre me acompanhava nisso.

Admito que no começo era birra por conta de nosso primeiro encontro na mata, mas depois acabou virando um ótimo passatempo. Daryl era um caipira bronco e antissocial, importuná-lo era como cutucar onça com vara curta. Eu podia pressentir que ele preferia a morte a ouvir as besteiras que eu e Merle dizíamos para ele. E isso só tornava tudo ainda mais engraçado. Talvez fosse uma infantilidade, mas já que todo mundo me tratava como criança mesmo...

O grupo partiu e cada qual dos restantes retornou as suas tarefas. Nos esforçávamos para manter o acampamento em ordem, alguns homens ajudavam na vigia e nas rondas, e as mulheres cuidavam das roupas, comidas e organização. O machismo parecia persistir mesmo no fim do mundo.

No começo a grande maioria tinha esperanças que o exército chegasse e resolvesse as coisas, mas conforme o tempo passava parecia cada vez mais improvável ter alguém em algum lugar. A esperança foi morrendo aos poucos, principalmente após os relatos de Glenn sobre o estado de Atlanta.

— Vou sair para a minha ronda. — Shane avisou e então trocou um olhar discreto com Lori.

Reprimi o desejo de fazer uma careta. Eu tinha certeza absoluta que aquelas dois estavam tendo algo, se esgueirando pela floresta um após o outro e depois voltando com carinhas felizes. Eca!

Eles tentavam ser discretos, e possivelmente ninguém tinha percebido, mas eu era uma pessoa entediada demais para não reparar nos sinais. No fundo eu sabia que eles mantinham tudo escondido por causa do Carl, ele ainda não havia superado a morte do pai. Mesmo que Shane tivesse conquistado o garoto, ainda seria um baque pra ele.

Eu não sabia bem como me sentia sobre isso, se por um lado eu entendia que os dois eram livres e podiam cuidar das próprias vidas, por outro eu achava muito cedo se envolverem, de algum modo era até desrespeitoso com a memória do Rick. Eu definitivamente não concordava com aquilo...

No fim das contas podia ser só a minha aversão a Lori falando mais alto. Eu a achava chata, mas não era só isso, de alguma forma eu podia ver que ela era prejudicial ao meu irmão. Não que ele não estivesse feliz, porque ele estava, e muito. Contudo eu tinha um pressentimento ruim sobre isso, lá no fundo eu sempre soube que não acabaria bem...

Olhei para Dale, ele era responsável pela vigia, mas estava distraído com Jim, checando o motor do trailer. Lori estava fazendo alguma coisa com Carl, mas logo deixaria o garoto com alguém pra seguir atrás de Shane. Respirei fundo, como que pra capturar aquela sensação momentânea de liberdade e de não estar sendo vigiada.

Tentando não chamar muita atenção eu me afastei do grupo rumo a pedreira, seguindo por uma trilha paralela que não levava ao lugar onde costumávamos ir.

Eu já havia conseguido escapar por ali umas três vezes desde que o acampamento fora montado e desde que eu tirara aquele maldito gesso do pé. Meu intuito era ir até um segundo lago, bem menor que o outro, uns quatro ou cinco quilômetros à frente. Eu tinha que caminhar rápido, pra ir e voltar antes que alguém notasse a minha ausência.

Assim que cheguei ao local sorri vitoriosa, eu estava cansada e suada, mas tinha valido a pena. Se o lago da pedreira já era bonito, aquele nem dava pra descrever. Era como uma piscina natural de águas límpidas.

Ainda um pouco eufórica e ofegante eu tirei a roupa, ficando apenas com a blusinha preta que usava por baixo da camisa e a calcinha que lembrava um shortinho. Arrumei tudo no chão, tomando o cuidado de deixar a arma que Shane me dera por cima. Não tivéramos nenhum incidente com infectados na pedreira, mas precação não era demais.

Me joguei na água sentindo o choque térmico esfriar meu corpo. Sorri aproveitando aquele momento.

Banho era uma coisa complicada no acampamento, ou simplesmente nos limpávamos com panos molhados, ou tomávamos banho com canecas e baldes, em um lugar improvisado. Todos concordavam que usar o lago principal para tomar banho não era uma boa ideia, já que era aquela água que bebíamos. Um monte de gente tomando banho lá não seria muito higiênico,

E por aquele outro lago ser mais afastado ninguém queria correr o risco de ir até lá. Melhor pra mim.

De repente algo entre as folhagens se mexeu. Nadei até a borda e peguei a arma rapidamente, o coração batendo acelerado. Se eu tivesse que atirar em alguma coisa ali, Shane ouviria e eu estaria ferrada, teria que aguentar milhões de horas de sermão.

O barulho voltou e eu saí da água tentando não fazer barulho, preparei a arma. No momento seguinte alguém saiu de entre as árvores. Levei um segundo pra me dar conta de quem realmente era.

Daryl estava parado, com aquela arma estranha dele apontada pra mim, assim que me viu ele a abaixou, parecia surpreso. Eu ainda mantive a automática erguida, o susto me deixando um pouco mais lerda. A mente revivendo as cenas de Johnny e Jessica como errantes.

Acompanhei os olhos dele me medindo de cima a baixo, de um jeito que eu não entendi, depois ele sacudiu a cabeça, virando-a para o lado e encarando o chão.

— Vai atirar em mim, ou vai abaixar a merda da arma. — Apontou ainda sem me olhar.

— Eu pensei que você era um errante. — Falei, abaixando os braços, o coração se acalmando um pouco.

— Um o que? — Ele voltou a me encarar, mas então desviou os olhos de novo.

Eu estava pronta pra perguntar por que ele ficava encarando o chão como um idiota. Contudo me toquei exatamente do motivo: Eu estava seminua na frente dele.

Saco!

— Não ouse olhar pra mim! — Mandei enquanto tentava vestir as roupas rapidamente.

— Você se acha mesmo, não é? — Ele riu sem humor. — Eu não tenho interesse nenhum em olhar pra você, garotinha.

—Não foi o que pareceu agora pouco. — Ironizei, enquanto fechava a calça jeans.

— Você é louca. — Devolveu, ilustrando com o dedo indicador girando ao lado da cabeça.

— Se você diz... — Dei de ombros. — Como eu estava falando, confundi você com um errante, que foi o nome que eu dei para aquelas coisas.

— Tanto faz. Você não devia estar aqui. — Finalmente me encarou de volta.

— É um país livre, não é? — Sorri superior.

— Um país livre até você atirar com essa arma aí em um dos seus amiguinhos "errantes" e atrair um bando deles para o acampamento com o barulho. — Daryl apontava o dedo pra mim andando de um lado para o outro.

— Como se você se importasse... — Resmunguei revirando os olhos.

— E espera: Onde roubou essa arma? — Ele acusou.

— Eu não roubei, idiota, eu ganhei do meu irmão. — Respondi simplesmente.

— Ah claro! A princesinha pode ter uma arma, mas os homens não podem! — Voltou a andar de um lado para o outro. Algo que eu já havia percebido em Daryl era que ele tinha imensa dificuldade de ficar parado quando estava nervoso ou bravo, e ele sempre parecia estar transitando entre esses dois.

— Eu não tenho culpa se a única pessoa que o Shane confia e tem certeza que sabe usar uma arma sou eu. — Falei superior.

— Que seja. Eu não tenho tempo para os dramas de uma patricinha. Estou tentando pegar um cervo pra alimentar aquelas pessoas. — Foi a última coisa que ele falou antes de se virar.

Enquanto ele se afastava me dei conta de algo importante: Se ele comentasse com alguém que eu estava ali, eu teria que aturar a chatice do Shane. Minha vida se tornaria um inferno, mais do que já era.

Bufei, contraria por ter que pedir algo para ele. Mas engoli meu orgulho, fazendo uma careta quando chamei:

— Daryl?

Ele se virou, parecia surpreso, talvez porque, pela primeira vez, eu o tivesse chamado pelo nome e não de Dixon, ou Idiota, Cretino, Caipira e todas aquelas coisas das quais eu costumava chamá-lo.

Encarei o chão por um instante e respirei fundo enquanto me aproximava alguns passos.

— Você... — Olhei pra ele. — Você não vai contar pro Shane que me viu aqui, não é?

Ele manteve os olhos azuis em mim por um momento. Eu senti um incômodo na boca do estômago. Era a primeira vez que estávamos tão perto.

— Eu devia. Só pra derrubar essa sua pose de mimadinha. — Daryl apontou o dedo pra mim praticamente cuspindo na minha cara. — Mas eu não vou. Por que eu teria que explicar pra ele que te vi... — Ele me apontou dos pés à cabeça, seguindo o movimento com o olhar. — Você sabe como. E eu não estou a fim de problemas com policiais.

— Está admitindo que olhou pra mim? — Perguntei com um sorriso sacana.

— Vai pro inferno, Walsh! — Xingou enquanto gesticulava.

Eu apenas fiquei rindo enquanto ele virava as costas e ia embora praguejando.

Continuei com um sorriso bobo nos lábios. Ele realmente tinha olhado pra mim... Mas que merda eu estava pensado? Sacudi a cabeça pra espantar os pensamentos. Eu odiava Daryl Dixon, ele era um cretino, idiota, grosso, caipira, com olhos azuis lindos e braços de tirar o fôlego...

Para com isso agora mesmo Charlotte! Ordenei a mim mesma, "Daryl e Eu" eram palavras que não deviam estar nem no mesmo livro. Essa era uma realidade totalmente deturpada.

Passei a enumerar os vários motivos pelos quais aquilo era impróprio. Até que minha mente me levou direto para Johnny...

A realidade me atingiu como um soco na fuça, respirei fundo, fechando os olhos, tentando colocar todas as emoções que aquela lembrança me trouxera de volta no fundo da mente.

Por um segundo eu pensei que podia realmente ter um momento de felicidade e flertar como uma garota normal. Mas eu havia matado meu último namorado porque ele tentou morder minha cara. O mundo tinha acabado, momentos felizes não eram uma possibilidade...

➷•➷•➷•➷•➷

Quando cheguei ao acampamento Shane já havia voltado, estava com Lori e Carl conversando com Dale.

— Posso saber onde você estava? — Perguntou, assim que me viu.

Por mais que minha mente estivesse trabalhando rápido eu não encontrei uma resposta. Mas graças aos céus, Dale interrompeu nossa conversa avisando que o grupo estava tentando nos contactar pelo rádio.

A mensagem veio truncada, porém foi o suficiente para sabermos que eles estavam presos em uma loja de departamentos de Atlanta, cercados de errantes. A informação causou um pequeno alvoroço no acampamento, principalmente porque Amy queria ir atrás da irmã.

Shane foi duro — até demais — com ela, o que gerou caras feias da Lori. Pois é, nem tudo eram flores no paraíso do casal secreto.

— Vai querer me dar me dar lição de moral também? — Ele perguntou irritado, vendo que eu ainda o encarava.

— Não. — Respondi calmamente. — Acho que foi um pouco grosso com ela, afinal se fosse eu no lugar da Andrea você iria atrás de mim... Mas por outro lado você não podia deixar que ela saísse em uma missão suicida...

— Claro que eu iria, e é por isso que não deixo você sair do acampamento. — Ele afirmou, um pouco mais calmo.

Se por um lado eu não concordava com metade das decisões dele, por outro eu entendia que não devia ser fácil tomar a dianteira por todos do grupo.

— Vai me dizer onde estava? — Voltou a perguntar.

— Andando pelo acampamento. Talvez você soubesse disso se não estivesse "junto" com a Lori. — Insinuei fazendo aspas com o dedo de modo discreto.

Shane me puxou para um lugar mais afastado imediatamente.

— Quem mais sabe disso? — Sussurrou.

— Ninguém, eu acho, vai ver eu sou a única pessoa tão entediada que se preocupa mais com a sua vida do que com a minha nesse acampamento. — Brinquei e ele concordou, estava pronto a dizer algo, mas eu o interrompi. — Olha, seja o que for, eu não quero saber. Eu não posso dizer que concordo, mas de qualquer forma, não é da minha conta.

— Realmente não é. — Ele afirmou. — E eu não quero você andando sozinha pra onde ninguém possa te ver. — Seus olhos atravessaram o acampamento parando em Ed, o marido de Carol e pai de Sophia. — Não dá pra confiar em todo mundo aqui.

Ed era um problema, machista e abusivo, nós tínhamos certeza que ele batia na mulher, embora ela nunca houvesse dito isso. Shane tentava manter distância do conflito, para manter a paz no acampamento, mas não era a primeira vez que ele olhava torto para o homem.

Ninguém no acampamento gostava do Ed, muito menos eu, e, isso era o oposto completo do que sentíamos por Carol e Sophia. As duas tinham ganhando o carinho de todos. Mesmo pra mim, que não era a maior fã de crianças do mundo, Sophia era uma garotinha fofa e adorável.

— "Fique longe dos Dixons, fique longe do Ed" — Imitei a voz de Shane. — Você não pode me proteger do mundo, sabia?

— Mas eu posso tentar. — Foi a única coisa que ele falou, antes de voltar para perto de Dale.

O dia seguiu se arrastando e nem a chuva rápida da tarde serviu para esfriar os ânimos. Todos estavam preocupados, tensos e assustados.

Depois que a chuva passou as pessoas tentavam se ocupar com seus afazeres, mas levando em consideração o tamanho do acampamento não tinha muito o que fazer.

Eu estava no meu habitual tédio, olhando os filhos dos Morales brigarem por qualquer coisa estúpida e Lori cortar o cabelo do Carl enquanto Shane falava algo sobre caçar rãs.

Aquele era um dos motivos para eu não simpatizar com Lori. O mundo tinha acabado e ela estava preocupada com aparar dois dedos do cabelo do filho, isso quando não resolvia obrigar o coitado a fazer lição.

— Então Char, você vai com a gente caçar rãs? — Carl perguntou.

— Eca! — Foi a única coisa que respondi.

— Eu disse Carl, isso é coisa de homem, as meninas não servem pra isso. — Shane riu.

— Ah pera lá! Eu posso fazer qualquer coisa que vocês fazem e se bobear faço até melhor. — Me gabei.

— Essa eu quero ver. — Meu irmão desafiou enquanto Carl ria.

Fomos interrompidos por Dale, chamando Shane pra cima do trailer, enquanto um barulho alto de alarme de carro se espalhava pela pedreira.

Assim que o carro vermelho, visivelmente roubado, parou em frente ao acampamento caminhamos até ele. Glenn saiu de dentro do veículo com um sorriso de orelha a orelha, que não dourou muito já que Shane gritava pra ele abrir o capô e desligar o alarme e Amy perguntava incessantemente pela irmã.

Jim, que era mecânico antes, desligou o alarme facilmente e todo o grupo foi se aproximando na expectativa de saber onde estava o restante do pessoal.

Glenn se apressou em dizer que estava tudo bem, antes de fazer uma pausa e revelar que o Merle nem tanto.

Ninguém pareceu se importar com isso de imediato, mas por algum motivo meu coração ficou apertado, não que eu realmente gostasse do Merle, contudo o pensamento de Daryl sofrendo pelo irmão me agoniava inexplicavelmente.

Depois de Dale e meu irmão darem um mini sermão em Glenn por causa do barulho, um pequeno caminhão baú se aproximou.

A primeira a descer foi Andrea que correu ao encontro de Amy, em seguida Morales foi recebido calorosamente pelos filhos. O que aparentemente deixou Carl chateado, talvez pela lembrança do próprio pai morto.

Eu me aproximei para abraçar Glenn e T-Dog, que eram as pessoas das quais eu era mais próxima. Enquanto o coreano dizia que tinham escapado graças a um cara novo que os tinha ajudado.

— Ô do helicóptero, vem cá dizer um "oi". — Morales chamou. — O cara é policial, igual você. — Ele falou para o meu irmão.

Eu estava olhando para Shane quando o semblante dele mudou drasticamente, uma mistura de desespero, susto, alivio e felicidade. Eu nunca tinha visto meu irmão daquele jeito. Virei pra ver o que tinha causado tal reação nele e quase caí sentada.

Rick Grimes estava bem ali na nossa frente, muito vivo!

— Ah meu Deus! — Ele exclamou emocionado assim que viu a sua família.

Lori e Carl correram até ele em um reencontro que emocionou grande parte do acampamento.

Ainda em choque eu olhei para o meu irmão, era inegável que ele estava feliz e emocionado, mas eu sabia que aquele retorno significava muito mais: Shane tinha acabado de perder tudo, principalmente porque foi ele quem disse que Rick estava morto.

De repente aquele pressentimento me atingiu com muito mais força, aquilo acabaria muito mal para o meu irmão...

 



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