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História Origins - Acampando com estranhos


Escrita por: DixBarchester

Capítulo 5 - Acampando com estranhos


Fanfic / Fanfiction Origins - Acampando com estranhos

 

 

Charlotte Walsh
Arredores de Atlanta

Nosso "luxuoso" acampamento foi montado em uma colina próxima a uma pedreira e um grande lago, a noroeste de Atlanta.

Esperávamos que a altitude elevada e a grande irregularidade do terreno dificultassem a chegada dos doentes até nós. Mas eu não acreditava muito nessa teoria, afinal uma coisa que continua viva depois de ter um pedaço enorme de madeira atravessado pela barriga, podia muito bem dar um jeito de subir um morrinho... Claro que ninguém ouviria "a menina de quinze anos" — Palavras do Shane, é claro, que gostava de ignorar o que dizia minha certidão de nascimento. — Então ficaríamos por ali mesmo.

Na verdade, os únicos preparados pra acampar eram os irmãos da caminhonete, que eu havia descoberto serem os Dixons. De resto éramos um grupinho mequetrefe com algumas barracas e sacos de dormir. Os carros foram estacionados no terreno e as pessoas que não tinham os dois itens anteriores dormiam nos veículos mesmo.

Apenas algumas horas naquele lugar, e eu já estava de saco bem cheio dele....

A madrugada tinha chegado junto com o vento gelado típico do horário. A maior parte das pessoas já estava dormindo. Shane tinha montado nossas duas únicas barracas, Lori e Carl ficaram com uma e ele e eu dividiríamos a outra. Acho que nem preciso dizer que preferi o carro mesmo, certo?

O velho Dale, dono do único trailer, se oferecera pra ficar de vigia primeiro. Ele e o japonês Glenn, que na verdade era coreano, estavam em cima do veículo com um binóculo, uma cadeira de praia e uma espingarda de caça. Ótima proteção. Só que não.

Eu estava inquieta, primeiro porque estava entediada, segundo porque queria muito mesmo ir ao banheiro. Respirei fundo. Maldita bexiga, eu estava em um acampamento estranho, no meio da madrugada, com mortos voltando a vida andando por aí querendo comer minha carne e com o tornozelo quebrado, não era hora da minha bexiga se rebelar contra mim...

Olhei ao redor. Realmente aquilo não era algo que podia esperar. Procurei debaixo do banco, onde eu sabia que Shane guardava uma arma reserva, mas ela não estava lá. Encontrei uma pequena faça de caça no porta-luvas. Se eu ia sair pelo meio do mato a noite não ia ser desarmada.

Nas últimas semanas descobrimos que os doentes só viravam aquelas coisas depois de mortos e que pra morrerem de vez tínhamos que lhes acertar a cabeça, nada mais adiantava.

Alguns tinham dúvidas se depois da transformação ainda sobrava algo da pessoa antiga, mas eu tinha visto bem de perto que não. Aquelas coisas não passavam de bichos, puro instinto. Eram lentos, mas um passo em falso e eles não poupariam a vida de ninguém.

Acabei vencida pela minha bexiga e desci do carro. Sem fazer ideia de onde iria, me afastei alguns metros, uma árvore discreta seria suficiente. Isso era degradante.

— Algum problema, querida? — O tal Dale me viu do trailer. — Está precisando de alguma coisa?

Temendo que ele acordasse alguém eu me aproximei. Ele e o coreano olhavam pra mim de cima do trailer.

— Minha cama, minha casa e principalmente meu banheiro. — Brinquei.

— Eu acho que não posso fazer nada quanto os primeiros itens, mas se quiser pode usar o banheiro do trailer. — Ele ofereceu.

Pensei em recusar, mas sinceramente qualquer coisa seria melhor do que fazer xixi em uma árvore tentando me equilibrar em cima de um gesso.

— Sério? — Perguntei, tentando parecer educada.

— Claro, sem problemas. — Ele sorriu. — O Glenn abre pra você.

O tal Glenn desceu e destravou a porta pra mim. Sorridente e prestativo.

— A Andrea e a Amy estão dormindo lá no fundo, mas elas não vão acordar, não se preocupe. — Ele me apontou a direção.

— Obrigada. — Agradeci.

Um minuto depois eu já estava de volta, muito mais calma e de bexiga vazia.

— Obrigada. De verdade. — Agradeci ao senhor.

— Sempre que quiser. — Ele acenou pra mim em resposta.

— Você é filha do policial? — Glenn perguntou.

— Ui, credo! — Fiz uma careta. — Sou irmã e isso já é carma o suficiente.

Ele riu e eu acabei o acompanhando. Era um garoto agradável.

— Eu sou a Charlotte. — Me apresentei.

— Glenn e aquele é o Dale. — O coreano respondeu me estendendo a mão.

Em uma conversa rápida descobri que ele era um entregador de pizza de Atlanta, tinha pego a estrada com um colega do bairro T-Dog. E Dale era um aposentado viúvo que conheceu as duas irmãs, Amy e Andrea, na estrada e fizeram amizade. Pessoas normais, exatamente como eu.

Terminei por me despedir e agradecer a gentileza de Dale uma última vez. Caminhei de volta para o carro, mas antes que entrasse nele algo chamou minha atenção mata a dentro. De onde eu estava parecia uma luz ou algo assim.

Olhei para o trailer, Dale e Glenn estavam virados para o lado oposto e não viram.

Andei alguns passos em direção a luz, mas ela se apagou. Eu devia ter voltado, era o mais inteligente a fazer... Contudo eu não fiz isso, seja por curiosidade ou por burrice mesmo, eu continuei caminhando entre as árvores.

Ficava cada vez mais escuro, e nada da luz aparecer de novo, peguei a faca que estava presa no cós da minha calça e continuei caminhando com um pouco de dificuldades por causa do maldito pé engessado. Na verdade, era mais uma sucessão de pequenos pulos do que uma caminhada de fato, mas o intuído era o mesmo.

Em certo ponto tive certeza que ouvi um barulho atrás de mim, me virei bruscamente, mas no meio do movimento me desequilibrei e caí sentada no chão.

Quase no mesmo momento alguém apontou uma lanterna na minha cara, junto com uma arma que parecia a versão evoluída de um arco e flecha.

— Que merda você está fazendo sentada no meio da mata, garota? — Uma voz masculina, rouca e de sotaque carregado fez um arrepio percorrer minha espinha.

— O que parece que estou fazendo? Eu caí. Dá pra tirar isso da minha cara? — Respondi, com acidez.

O homem abaixou a lanterna e eu pude finalmente reconhecê-lo, era o motorista da caminhonete desbotada, o tal Daryl Dixon.

— Você é idiota de andar por aí sozinha e com esse pé ferrado? Não sabe que uma daquelas coisas pode aparecer? — Ele falou sem nenhum pingo de delicadeza.

— Eu sei me defender daquelas coisas muito bem. — Devolvi no mesmo tom. — Agora me ajuda aqui.

Estendi a mão e ele simplesmente ignorou, colocando aquele arco, ou seja lá o que aquela arma fosse, no ombro e cruzando os braços.

— Ué sabe se defender, mas não pode nem se levantar? — Ele foi sarcástico.

— Idiota. — Murmurei enquanto fazia esforço pra levantar sozinha.

Ele continuou caminhando na frente como se eu não existisse até que chegamos ao acampamento.

— Posso saber onde você estava? — Shane perguntou surgindo do nada. Péssima hora pra ele acordar.

— No banheiro. — Respondi com uma meia verdade.

— Juntos? — Meu irmão encarou Daryl de baixo a cima.

— Não tenho nada a ver com as irresponsabilidades da sua filha, meu chapa. Eu estava caçando. — O Dixon mais novo apontou um esquilo morto, que eu nem tinha visto, preso em seu cinto. — Não que isso seja da conta de vocês.

— Eu não sou filha dele. — Falei, começando a perder a calma.

— Obrigada por trazê-la de volta. — Shane agradeceu. — Boa noite.

Daryl saiu andando sem responder, enquanto eu tentava explicar para o meu irmão idiota que ninguém tinha me trazido de volta. Contudo ele me deteve com um movimento de mão.

— Será mesmo que eu não posso tirar o olho de você por um minuto? Que merda, Charlotte, vê se coopera, por favor. — Shane começou o sermão.

Fiquei mais meia hora ouvindo sobre minhas irresponsabilidades, infantilidades e falta de senso. Uma ladainha interminável sobre a atual situação e sobre a minha imaturidade.

Por fim fui mandada para o quarto, ou melhor, pra barraca, enquanto Shane ia assumir a ronda.

Eu odiava meu irmão, odiava que me tratasse como uma criança e odiava aquela vida idiota. Terminei a noite remoendo tudo que eu poderia ter dito tanto para Shane quanto para o grosso estúpido Daryl Dixon. Homenzinho irritante.

➷•➷•➷•➷•➷

A porcaria do Sol nasceu me trazendo de volta ao inferno que eu chamava de vida. O acampamento começou a ganhar vida aos poucos com pessoas andando pra lá e pra cá, preparando coisas pra comer.

Mastiguei algumas bolachas calada, sem me importar nem em responder o bom dia do Carl.

O resto da manhã passei dentro do carro fazendo nada, já que meu celular estava sem bateria.

Shane andava de um lado para o outro bancando o líder, dando ordens inúteis e desfilando como um pavão na frente de Lori.

E eu continuava naquele carro... Já podia me sentir mofando ali, eu e minha única companhia o gesso maldito.

— Hey. E ai? — Glenn colocou a cabeça dentro do vidro. — Está ocupada?

— Estou. — Respondi séria e ele pareceu confuso. — Estou ocupada fazendo vários nadas e esperando o mofo corroer meus ossos.

O coreano riu do meu humor nada ortodoxo, pelo menos alguém se divertia com a minha desgraça.

— Vamos até o lago da pedreira colher água, está a fim de ir? — Perguntou.

— Por favor! — Respondi, descendo do carro imediatamente.

— Vamos em um Jipe que emprestamos de uma das pessoas do acampamento. — Ele apontou o veículo que já estava com algumas pessoas dentro. — Esses são T-dog e Amy e Andrea.

Cumprimentei todos eles rapidamente, me apresentando também.

— Então será que eu e a minha alma gêmea não vamos atrapalhar vocês? — Falei enquanto Glenn subia no jipe.

— Alma gêmea? — A loira chamada Amy questionou.

— O senhor Gesso Perpétuo aqui. — Apontei meu pé.

Todos riram. Eu, de repente, havia virado a piada do acampamento. Pelo menos eu tinha alguma utilidade.

— Qualquer coisa você fica no carro. — Glenn decidiu, me estendendo a mão para que subisse.

T-Dog acelerou e eu vi Shane ao longe enquanto partíamos. Ele não parecia exatamente feliz de me ver ali, mas pelo menos não era a pior cara dele.

— Então, como quebrou o pé? — Andrea, a outra irmã, também loira, perguntou.

— Eu caí da escada no começo do mês. — Respondi com uma meia verdade.

— Então está quase na hora de tirar, não é? — T-Dog constatou.

— Pois é, mas não sei bem se vai dar pra ir ao médico... Ele provavelmente está morto. — Dei de ombros e dessa vez ninguém riu. Pelo visto não seria sempre que eles entenderiam o meu tipo de humor...

O lago era grande, cercado por pedras e cheio de água cristalina. Seria uma bonita paisagem, se eu não soubesse que estava ali apenas porque o mundo ruía em colapso.

Saímos do veículo e eu fiquei mais em cima enquanto eles desciam até a água para encher alguns galões.

Ouvi vozes vindas da direita e isso atraiu meu olhar, os irmãos Dixon vinham caminhando da mata. Cruzei os braços e desviei o olhar assim que Daryl pousou os olhos em mim.

Caipira, cretino e mal-educado. Comecei a balançar a perna boa, eu tinha esse tique quando estava nervosa, ansiosa ou agitada.

Eles se aproximaram da água e trocaram algumas palavras com os outros, ou melhor, o mais velho falou. Ele era o tipo ignorante e boca suja, as palavras carregadas de um humor duvidoso. Não foi preciso mais que alguns minutos para perceber que ninguém havia gostado muito dele.

Depois de algumas piadas de mau-gosto e de irritar T-Dog e Andrea, o mais velho começou a caminhar em minha direção. Daryl vinha em seu encalço. Prendi a respiração involuntariamente.

— E você gostosinha? Parece meio entediada, hãn? — Sua voz era jocosa e cheia de malicia.

Aquele Dixon era como os valentões da escola, pronto a pegar no pé de alguém só por diversão. Ignorar seria inútil, ficar brava seria apenas um incentivo. Acho que é como dizem: Se não pode contra eles, junte-se a eles.

— "Tédio" é a definição da minha vida. — Dei de ombros.

Ele riu surpreso com a minha resposta.

— Então bonitinha eu posso sacudir a sua vida, eu tenho algumas coisas na minha barraca que você pode gostar muito e depois podemos ter uma boa foda. O que acha, hein? — Se encostou no carro, em algo que devia ser uma tentativa de sedução, mas que pra mim pareceu mais uma piada.

— Você acabou de oferecer drogas e sexo pra uma adolescente irmã de um policial. Qual é o seu problema, Merle? — Daryl deu um cutucão no irmão.

— Então você é a irmãzinha do Manda-Chuva, hein?

— Não sou adolescente. — Retruquei para o caipira mais novo, com uma expressão nada amigável no rosto, então me virei para o mais velho. — Mas, sim, Shane é meu irmão.

Imediatamente ele ergueu as mãos em sinal de rendição e deu um passo para trás.

— Nós não queremos problemas com a lei. — Merle declarou em um misto de ironia e deboche. — Somos caras legais, sabe? — Bateu as costas da mão no peito do irmão. Eu já sabia que ele era um mentiroso e possivelmente encrenca das grandes.

— Você com certeza. — Concordei enfatizando as palavras. — Mas o seu irmão... Eu tenho minhas dúvidas. — Joguei a cabeça para o lado e lancei um sorriso cretino.

— Essa é das minhas! — Merle riu alto.

Daryl me lançou um olhar fulminante, ele me odiava. E tudo bem pra mim, porque eu também não gostava nada dele. Podia até ser infantilidade, mas eu tinha sim guardado rancor pela noite passada.

— Vamos, irmão, não temos que ficar aqui perdendo tempo com essa patricinha. — O mais novo praguejou, saindo na frente.

— O convite ainda está de pé, docinho. — Merle falou antes de se afastar rindo e seguir o mais novo.

— Eles estavam incomodando você? — T-Dog perguntou, minutos depois, assim que se aproximou com os outros.

— Não, eles são só idiotas. Nem valem o incômodo. — Respondi sem grande comoção.

— Principalmente aquele Merle Dixon, sujeitinho desagradável. — Andrea praguejou irritadiça e eu preferi não dizer nada.

Entramos no veículo e T-Dog deu a partida, dirigindo de volta para o acampamento.

— Acha que o tal Daryl falava sério sobre o chupa-cabra? — Glenn comentou, puxando um assunto do qual eu não estava a par.

— Ah! Por favor, Glenn você não está com medo de uma história de caipiras, está? — T-Dog riu, enquanto contava o que Daryl havia falado para eles sobre o tal chupa-cabra que ele jurava existir, e isso foi basicamente tudo que se falou no caminho de volta.

Até mesmo álgebra estava começando a parecer mais empolgante...

➷•➷•➷•➷•➷

Mais tarde as pessoas começaram a se dividir em grupos para comer, de longe eu vi Lori e Carl junto com a garotinha que eu havia conhecido na estrada, Sophia, a mãe dela, e mais um casal com dois filhos.

Eu estava sentada em um tronco caído perto do carro, não era como se eu não conhecesse ninguém... Eu apenas não queria me juntar a eles. Não naquele momento.

Preferi ficar sozinha, perdida em alguns pensamentos e analisando a meia dúzia de assinaturas no meu gesso... O mais provável é que as pessoas que assinaram ali estivessem mortas. O que tornava aquela peça inútil um tanto quanto mórbida.

Ouvi alguns galhos quebrando e ergui a cabeça. Shane se aproximou, sentando-se ao meu lado e me entregando um pote de plástico com algum tipo de enlatado cozido.

— Vai ficar brava comigo pra sempre? — Perguntou, obviamente erguendo a bandeira de paz.

— Eu não estou. Já acostumei com a sua idiotice. — Dei de ombros.

— Estou fazendo o melhor que eu posso pra proteger você, a Lori e o Carl. — Ele comentou neutro.

— Eu percebi. — Ironizei, colocando uma colherada da comida na boca. — Isso está horrível, sabe?

— Nem todo mundo cozinha tão bem quanto você. — Meu irmão sorriu. Levantei as sobrancelhas e franzi os lábios em concordância.

Passamos um tempo em silêncio, eu tentado engolir aquela gororoba e Shane riscando o chão com uns gravetos.

— Quer conversar? — Perguntou.

— Sobre?

Ele apenas apontou meu gesso e eu soube do que se tratava.

— Não tenho nada pra falar. — Dei de ombros.

— Não conversamos sobre isso desde que acordou no hospital no dia seguinte. Você sequer derramou uma lágrima depois daquele dia. Não pode ficar guardando isso. — Shane estava sério, essa era sua típica postura preocupada.

— O quer que eu diga?

— Não sei... Você... Você matou alguém, Charlie. Eu sei que isso não é fácil.

— Aquele não era o Johnny, não mais. Não dá pra ficar pensando nisso, eu tenho que seguir em frente, não dá tempo de sofrer, as coisas estão um caos agora... — Falei, ignorando o apelido que não gostava.

— Eu só quero que saiba que pode falar comigo. Eu estou aqui. — Ele passou o braço pelos meus ombros e beijou minha testa.

— Eu sei. Agora para, porque está ficando piegas. — Brinquei, o empurrando de leve com uma das mãos.

— Okay. — Ele se afastou um pouco. — Só mais uma coisa, eu vi você andando com aquele japonês e as duas irmãs loiras hoje. Eles não parecem ruins, então tudo bem, mas gostaria que mantivesse distância dos Dixons.

— Ele não é japonês, é coreano. — Corrigi em tom divertido. — E não se preocupe, eu não quero envolvimento nenhum com aqueles irmãos.

— Você está concordando comigo? — Devolveu surpreso. — Deus, o mundo acabou mesmo!

Apenas dei de ombros enquanto instintivamente meus olhos procuraram Daryl Dixon, ele estava sentado com o irmão afastado de todos, comiam algum tipo de carne assada. Seus olhos azuis, como se soubessem, se ergueram para me encarar. Desviei o olhar instintivamente...

— Algo que eu deva saber? — Shane perguntou percebendo minha atitude.

— Nada. Eles são só idiotas mal-educados, nada com que deva se preocupar. — Respondi com um dar de ombros casual.

Ele concordou. Mexeu no cós da calça por um instante e me estendeu uma semiautomática.

— Quero que fique com isso. Não trouxe muitas armas e munição, mas melhor ficar com essa por precaução.

Peguei a arma um pouco surpresa com a atitude dele.

— Eu teria dado a Lori, porém não sei o quanto Rick ensinou a ela. E eu sei o quanto ensinei a você, sei que vai usar com responsabilidade.

Eu pensei em questionar a sanidade dele, afinal não fazia nem vinte e quatro horas que ele tinha dito que eu era infantil e agora simplesmente estava me dando uma arma. Mas preferi engolir meu sarcasmo, afinal o mundo tinha acabado e eu podia ter algo que me protegeria de verdade. Questionar a atitude do meu irmão superprotetor não ajudaria em nada.

Então eu fiz o que qualquer pessoa com um pingo de inteligência faria. Eu peguei a arma.

— Eu vou. Obrigada pelo voto de confiança.

— Você é minha irmã, se eu não puder confiar em você, então não posso confiar em mais ninguém. — Shane falou sério, se levantando e fazendo menção de se afastar.

— Shane? — Chamei antes dele dar o próximo passo. — Um grupo devia voltar até a estrada, muitos carros ficaram por lá, deve ter algo útil neles.

Ele parou, colocou a mão na cintura e pensou por um momento. Concordou com um aceno.

Mais tarde ele passou minhas palavras ao grupo, claro que disse que a ideia era dele. No fim acho que sempre viveríamos mesmo como gato e rato. Transitando entre os bons e os maus momentos.

Respirei fundo... Era aquela vida que eu tinha restado por enquanto. Então teria que bastar...  


Notas Finais


Pois é o primeiro encontro não foi lá aquelas coisas kkkkkkk
A Charlotte remoendo o que devia ter dito depois que tudo aconteceu é tão eu na vida kkkkkk

Bjss e até o próximo.


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