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História Os Filhos de Draco Malfoy - Dramione - Sentimental


Escrita por: ReidGray

Capítulo 19 - Sentimental


Eu não cometerei


Os mesmos erros que você



Pousou o copo na frente do loiro, os olhos azuis-acinzentados observaram a mulher que sentava à  sua frente, ambos na mesa da cozinha. O silêncio era desconfortante, chegava a ser sufocante fica no mesmo ambiente que o outro. Astória usava o seu pijama, tinha passado tanto tempo sem vê-la que nem sabia que a própria tinha finalizado seu estágio e conseguiu começar sua carreira de advogada. A descoberta foi tão forte que percebeu que era o mesmo período que não via Alice. Sem perceber tinha restringido os dias, horas, minutos de ser verem.

Bebeu um pouco do café forte para tomar coragem; precisava ouvir, precisava falar. Nunca adivinhou ou previu que uma situação como essa poderia acontecer, meses atrás sua vida parecia tão previsível. Ficaria com Astória, criaria sua filha, quem sabe teria outros filhos e morreriam juntos. Um caminho fácil e provável. Mas como uma avalanche que destrói tudo, Hermione apareceu. Lembrou-se de como a conheceu, caindo em cima do seu castelo de areia. Destruindo tudo o que construiu com tanto esforço, depois passou a remontá-lo, construído novamente ao lado dela. Nunca ficou tão certo disso, entretanto, a situação estava diferente.

Ele estava profundamente magoado com ela, não sabia  se um dia poderia perdoá-la por tê-lo traído ao mesmo tempo que gostaria de jogar tudo para o alto e beijá-la, amá-la, abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem. Ele desejava, só que não tinha forças para isso. A verdade ainda era capaz de lhe tirar dos trilhos, causar mais dor ainda.

__ Desculpe por vim essa hora. - Disse ele quebrando o silêncio desconfortável. Suspirou. - Estou aqui para conversar, colocar tudo ao seu devido lugar.

Astória assentiu, bebeu um pouco do próprio café. Ela usava roupas de dormir, só que ele notou as bolsas, olheiras embaixo de seus olhos constatando que o café do meio da madrugada tinha virado seu melhor amigo.

__ Você vai voltar para casa?. - Perguntou Astória com a voz fraca. Os olhos estavam lhe observando, nele notava-se chama de esperança impregnada em suas íris.

Draco engoliu em seco, encarou-a com atenção. O que ele tinha feito? Como ele teve coragem de magoá-la? Como ele teve coragem de ir atrás dela e chorar nos braços de Astória por está magoado por outra mulher? Como ele pode ter sido tão egoísta?

__ Astória..

__ Volta para casa. - Exclamou ela deixando sua expressão entrar em desespero.

Draco desviu o olhar, era tentador o convite. Se enfiar em uma vida calma, rotineira, sem problemas, trabalho e casa. Filha e esposa. Gostaria tanto de voltar atrás, onde aceitaria viver a mesma rotina que aconteceu nos últimos sete anos. Mas a única coisa que mudava as duas situações era a simples resposta : Hermione ainda lhe amava. Isso ele não sabia há sete anos. Mas agora ele sabe, isso lhe persegue como um karma.

__ Eu não posso, me desculpe. - Falou Draco balançando a cabeça em negação. Encarou-a novamente, Astória parecia desolada. Culpou-se. - Eu não posso volta, nada seria igual. Afinal, nunca foi.

__ Eu percebia, sabia? Sabia que tinha algo diferente em você. - Disse Astória deixando uma lágrima escorrer. - Eu convivi tanto com você, suspeitei de tanta coisa sobre o que deixava você tão.. Diferente. - Murmurou ela encarando o seu café. - Nunca pensei que tinha outra, nunca pensei que você amaria outra.

__ Eu amei você.

__ Mas eu não sou ela. - Disse Astória de repente. Sentia o coração apertado, a dor ficando maior. As lágrimas eram silenciosas, dolorosas. - Eu nunca fui, eu era apenas um escape.

__ Não fala assim.. - Disse o loiro passando a mão em seu rosto.

__ É verdade!. - Afirmou Astória desolada. - Naquela noite eu percebi, os olhares, os sorrisos. A simples forma dela lhe olhar tirava de você um enorme e luminoso sorriso. Só dela está ali na sua frente era motivo de você ser feliz. - Astória disse levantando seus olhos molhados pelo pranto na direção dele que mordia o seu lábio inferior. - Eu sei que você me amou, que me ama. Você aprendeu isso através dos anos, você gostou de mim pela forma que eu sou. Mas eu nunca te completaria do jeito que ela te completa. Eu passei dias chorando por você, desolada; traída. Ouvir ameaças do meu pai contra você, perguntas de Alice. Conselhos da minha mãe, até Lucius vim conversar comigo.

Draco olhou para ela analisando-a. Deixou o seu copo de lado, aquele momento era mais difícil do que imaginava. Não disse nada.

__ Ele me deu conselhos, disse que a culpa não era minha. Nunca foi, que mesmo eu não sendo sua mulher. Outra seria e outra se machucaria. Ele explicou o motivo do término, ele explicou como vocês se conheceram; cresceram. Viveram! Cada palavra dele era uma facada no meu coração, eu estava aprendendo a desapegar e acordar. A verdade era tão simples só que não me impedia de me machucar, só piorava. Vocês tinham uma história.. - Murmurou ela enxugando a sua face. - Vocês se amavam tanto, eu vi isso, os olhos de vocês gritavam para todos que pertenciam um ao outro. Eu tinha desistido, foi quando você apareceu chorando na minha porta e a mínima chama de esperanças se acendeu. Eu estava pronta para lutar para você, eu tentei uma última vez sem ao mesmo pensar. Eu tentaria! Só que nada mudaria o que eu já sabia.

Draco engoliu em seco, nunca se sentiu tão frágil. Era difícil da um fim à algo que ele conviveu durante muito tempo. Pensou que duraria para sempre.

__ O quê?. - Perguntou Draco.

__  Eu não estava lutando contra a Hermione, eu estava lutando contra você. O sentimento que você carregar, eu percebi Draco que poderia passar mil anos ao seu lado, só que nada mudaria o fato que você nunca pararia de amá-la. Nunca me amaria dessa forma, você a ama. Você só será feliz ao lado dela, não importa o que aconteça, você sempre estará esperando por ela.

Draco passou a mão por seus cabelos, pegou a mão de Astória delicadamente sobre a mesa. Ele sentia-se mal como tudo estava acabando, ele sentia-se destruído. Mesmo assim, ela estava certa.

__ Eu amei você, amo muito. Você apareceu quando eu mais precisava. Nunca me arrependi disso, todos os dias que eu vivi ao seu lado foram incríveis. Eu me sinto culpado por tê-la machucado tanto, ferido. Eu não queria isso, mas sou burro muitas vezes. Amo tanto a Hermione que faço as coisas sem pensar. Mas eu juro, quero que você seja feliz. Podemos criar nossa filha ainda, você como mãe ficará com ela. Mas eu vou está aqui, do outro lado. Não esqueça, eu sempre serei seu amigo. Nossa amizade começou da forma mais clichê que existe, dois alunos calouros em uma faculdade. - Falou o loiro ouvindo os soluços de Astória. - E está terminando da mesma forma clichê, um coração partido por alguém ama outra pessoa. Nunca esqueça, tivermos sim uma história, sete anos não é pouco tempo. Eu amei cada momento com você, espero que possa encontrar o mesmo amor que eu sinto por ela. Espero que seja feliz, mas essa noite é o fim da nossa história. Está na hora de seguir caminhos diferentes.

Sábado 



Encarava o seu próprio reflexo em frente do espelho. A maquiagem leve, a sombra branca esfumada ao redor das suas íris castanhas, os lábios carnudos em um batom brilhoso rosa. Os brincos pequenos perolados, os fios em um coque com as pontas soltas em cachos. A pequena coroa puxando o véu e grinalda levando-o até o chão.

Olhou para a sua cama, olhando o lindo vestido que usaria dali há alguns minutos. Estava no quarto da sua casa, sabia que os seus gêmeos estavam na sala onde gesticulou estarem brincando. Não deixaria eles irem para a igreja sem si, fez questão de levá-los. Sabia que estava sozinha em casa, pediu que ficasse, era como se fosse preparar para um ritual desapegando da sua antiga vida. Do seu sobrenome.

Aproximou-se da cama, pegou uma camada do vestido delicadamente. Era lindo, digno de uma princesa. Se fosse em outro momento juraria que estaria pulando de felicidade, sabia disso, se fosse ele no alta. Mas não era, isso apertava seu coração até deixá-lo bem pequeno. Sentia uma vontade absurda de chorar, entretanto, não era de felicidade. Segurou a barra do vestido leve que usava, azul claro, ele seria a última peça de roupa que usaria antes de vestir o manto da sua condenação.

Parecia que estava indo para o próprio enterro, os olhos lacrimejantes, tentando controlar a vontade de gritar, chorar, espernear. Ela não queira, ela não podia, não podia casar. Controlou o bolo que subiu em sua garganta, tentava priorizar o que era certo no momento. Seus filhos. Ninguém os tiraria. Ninguém.

Pegou a sua bolsa em cima da cama, sentou-se ao lado do vestido, tinha ainda alguns minutos. Abriu-a, segurou o envelope que recebeu do hospital há poucos dias. Ali poderia está a cartada final para toda àquela situação e a guerra que batalhava dentro de si.

Rasgou o papel, suas mãos tremiam, não sabia o que poderia esperar. Não sabia qual resposta queria, mas ela precisava. Ela necessitava tira aquela dúvida, torcia tanto para ter sua libertação.

Desdobrou o papel, seus olhos leram tudo com atenção. Apenas uma simples palavra fez seu coração bater em um ritmo descompassado.

Positivo


(...)


Saiu do seu carro alarmado, o coração batia forte; sua garganta parecia fechar; sentia uma náusea tão comum. Olhou para a fachada da igreja, linda, era angustiante está naquele lugar. Mas não iria voltar atrás, sua decisão estava tomada. Andou em direção da porta, a ansiedade corroia cada célula de seu corpo. Empurrou a porta atraindo atenção dos convidados que conversavam entre si, esperando o momento certo.

__ Draco..

O loiro virou-se para Pansy que tinha se aproximado de si, pela sua expressão parecia tão aliviada. Ela tinha cogitado que Draco tivesse desistido realmente da sua amiga, pelo visto estava errado. Draco nunca desistiria.

__ Cadê ela?. - Perguntou Draco mais aliviado. A porta atrás de si ainda continuava aberta, os convidados uns os encaravam curiosos e outros voltaram a conversar. O loiro tinha entrado em pânico pensando que tinha chegado tarde. Antes do momento final.

__ Ela não chegou ainda. - Murmurou Pansy calmamente.

Neville estava sentado em um banco à frente com o filho, ele encarou Rony que estava observando Draco ao final da igreja. Sabia que ele temia a volta do loiro, sempre temeu. Gostava muito do amigo para querer vê-lo tão magoado ser a Hermione desistir de casar com ele e sair daquela porta com Draco. O que seria provável, sendo assim, precisava avisá-lo da sua possível derrota.

Levantou-se deixando o filho ao lado de sua mãe; caminhou em passos decididos até Rony que parecia uma estátua. Ele parecia nervoso, mas sabia que era medo. Simples medo, os próximos minutos seriam importantes. Ele vencia ou perdia.

__ Rony.. - Chamou Neville ficando ao seu lado. O amigo apenas lhe deu um olhar aflito. - Você sabe o que pode acontecer, certo?. - Perguntou ele observando Draco conversar com a sua esposa, parecia quão nervoso do que o próprio noivo.

__ Sim, mas não sei se estou preparado por isso.- Disse Rony engolindo em seco. - Eu sempre soube que tinha riscos, sempre. Tudo ficou mais perigoso quando ele voltou, se não fosse por você ter me contado o envolvimento que eles tiveram nessas últimas semanas estaria tão seguro nesse momento.

__ Eu tinha que te falar, tudo. Não poderia deixá-lo no escuro. - Falou Neville apertando o ombro dele. - Você precisar ser forte e fazer o certo.

__ Eu sei.. - Concordou Rony andando em direção de Pansy e Draco. Eles pararam de conversar quando lhe viram. Rony encarou Draco que tentava manter uma expressão calma. - Você venho por ela, certo?

Draco engoliu em seco.

__ Sim.. - Afirmou assentindo com a cabeça.

__ Ela irá decidir então. - Sussurrou Rony vendo-o concordar. Ficaram encarando a rua, sentindo o vento gelado, observando os automóveis. A ansiedade parecia mais intensa há cada segundo.Observaram um menino de uns treze anos se aproximar.

__ Quem é o noivo?. - Perguntou ele.

__ Eu.. - Respondeu Rony confuso.

__ Quem é um tal de Dr..Dra.. Não.. Draqu..

__ Draco?. - Perguntou o loiro o próprio nome. Vendo-o assentir. - Sou eu.

__ Mandaram entregar para vocês. - Falou o jovem loiro entregando para cada um um papel dobrado. Virou-se, desceu os degraus e sumindo na rua. Pansy aproximou-se devagar, não tinha uma boa sensação sobre isso.

Rony ao seu lado desdobrou o papel, começou a ler:

Rony! 


Realmente sinto muito por não está subindo esses degraus. Sinto tanto, queria tanto amá-lo. Mas não posso mandar nos meus sentimentos e não posso ser egoísta com você. Não mais! 


Estou te libertando, está livre para seguir seus sonhos. Casar com uma mulher que te ame de verdade, quero que seja feliz. Muito! Você me ajudou tanto quanto mais eu precisava. Nunca seria tão grata por cada momento que você me proporcionou. Nesses sete anos eu fui feliz ao seu lado, mesmo com o coração partido. 


Mas você nunca será ele, eu sei disso. Por isso tomo essa decisão, não me casarei. Seja feliz Rony, seja feliz meu amigo. Não sei quando vamos nos encontrar novamente. Não sei se um dia vou querer voltar para onde eu criei raízes e fiz amigos. 


Não sei de mais nada. Apenas que preciso dos meus meninos, eles são tudo para mim. 


Sinto muito! Desculpe por ter sido tão egoísta e lhe impedido de ser feliz. 


Está na hora de você seguir sua vida e eu a minha. 


Desculpe! 


Hermione


O ruivo sentiu sua garganta fechar, ela não viria. Ela nunca mais viria, Rony sentiu seu coração se quebrar. Partir ao meio, entretanto, ele sabia que ao decidir amá-la estava fadado ao fracasso. Afinal, Hermione nunca lhe pertenceu. 

Olhou para Draco que parecia paralisado encarando o papel à sua frente. Aproximou-se dele lendo as palavras que estavam escritas :

Estou grávida! 


(...)


__ Aqui senhorita.- Disse uma jovem entregando os passaportes para Hermione que pegou.

__ Obrigada. - Agradeceu a morena. Segurou a mão dos filhos, passou pelo segurança.

__ Mamãe para onde estamos indo?. - Perguntou Zoe enquanto aproximavam-se do avião.

__ Recomeçar. - Respondeu Hermione sorrindo para a aeromoça. Entregou dentro do avião.

Ela dessa vez não estava mentindo, ela estava apenas fugindo. 




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