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História Os Mestres da Guerra - JASON --- O Reino do Caos pt2


Escrita por: CapivaraDoBem

Capítulo 19 - JASON --- O Reino do Caos pt2


Caos era um homem, de aparentes quarenta e muitos anos. Parecidíssimo com Cristopher. É alto, forte e bronzeado. Proporcionalmente, é claro, já que ele, em pé, teria seus vinte e cinco metros de altura. Um nariz fino, rosto imponente, cabelos antes negros, agora a maioria dos fios eram brancos e bagunçados. Os olhos dele estavam fechados, mas Jason suspeitou que, além dele ser onisciente, onipresente e onipotente, os olhos dele seriam inteiramente negros, como os de Cristopher.

Ele tinha bastante barba, só que era branca. O rosto dele ficava naturalmente bonito assim. Só que um detalhe estragava toda a cena: ele estava recostado no trono, dormindo, e um fio de baba escorria do canto da sua boca. Jason quase riu.

– Mestre Caos. – Primus o acordou, gentilmente.

 

– Hein? – Caos pergunta, confuso. Ele então entende que dormiu, limpa o fio de baba da sua boca e fala, divertido. – Temos visitas?

 

– Sim, mestre. Seu filho nos visitou, junto com uns amigos. – Finis esclarece.

 

– Filho… – Caos cerra os olhos, como se não conseguisse enxergá-los direito. – Khalingt? Problemas no seu planeta de novo?

 

– Não, senhor, pai. Sou eu, Cristopher, da Terra. – Cristopher se apresenta. – Viemos aqui adorá-lo, pedir uma coisa ou outra, e… – Cristopher olha confuso para os seus amigos, por um segundo. – … talvez um pouco no PlayStation?

 

– Ótimo! Adoro quando as pessoas me adoram. Espere, isso ficou estranho. Sabe a senha, né? – Caos pergunta, satisfeito. – O que trouxeram? E o que desejam saber?

 

Jason entra em desespero. Não passara pela sua cabeça, em nenhum momento, que deveriam fazer um tributo ao Deus Supremo do Universo. Mas Cristopher dá uma leve piscada para Primus, que entende o recado. O Deus da Criação brande o seu cajado, e uma nuvem de energia branca toma a forma de um disco fino. Jason não podia acreditar no que estava vendo.

Cristopher pensa em oferecer Halo 5 para Caos como tributo? Como assim?

Caos, porém fica entusiasmado com o presente. Talvez ser o Deus do Universo tenha suas vantagens. Mas que ele era viciado em videogames era uma surpresa.

– Pai – Cristopher assume uma postura. – Agora é sério. Precisamos nos tornar imortais.

 

– Hm? Não é para qualquer um que eu dou esse dom, filho. Terão que pagar um preço alto, e se mostrar dignos. Mesmo que para mim não seja esforço algum conceder a imortalidade, imortalidade total, eu prefiro não fazê-lo. Altera o equilíbrio do Universo. – Caos dá uma negativa

 

– Sobre isso… – Primus fica mais sério. – Vocês vieram em uma missão, certo?

 

Algo na cabeça de Jason lhe alertou a não mentir para os Deuses da Criação e Destruição, talvez eles não gostem. Assim, ele assumiu a dianteira e admitiu:

 

– Sim, precisamos nos tornar imortais para derrotar Tártaro e salvar o mundo das trevas eternas. – ele olhou para Trevor. – Sem ofensa, cara.

 

– É uma aventura interessante… – Finis concorda. Ela não o repreendeu, o que é ótimo para a saúde de todos

 

Caos de repente se retesou. Levou uma mão na orelha, como se escutasse vozes. Assentiu uma vez. Duas vezes. Então seus olhos brilharam.

 

– Perfeito! – ele exclama.

 

– Perfeito o quê, pai? – Cristopher pergunta.

 

– Sabe esse negócio humano de consciência que vocês têm? – ele pergunta. – Eu tenho três. Assim posso decidir com mais sabedoria sobre as coisas de Mim. – ele disse Mim como se dissesse Universo, o que era uma substituição válida, no caso. – Enfim, estou com alguns problemas em um planeta não muito distante daqui. Os habitantes de lá insistem em não me oferecer os tributos adequados. Quero que vocês… – ele passa um dedo na garganta. – … convertam-os. Aí eu talvez conceda aos quinze, a imortalidade.

Uma linguagem nada sutil, Jason pensou. Teria uma missão agora: convencer um povo de um planeta distante a adorar o Criador do Universo. Aí talvez eles fossem abençoados por Caos e obtivessem o seu propósito.

 

– Quanto a você, rapaz. – Caos aponta para Leo. – O seu caminho será diferente. Primus, sabe o que fazer. Leve-o para aquele lugar.

 

– O lugar de matar semideuses baixinhos? – Leo pergunta, temeroso.

 

– Não… – Caos dá uma boa risada. O som enche o coração de Jason de esperança, como se o Universo conspirasse ao seu favor. – Você vai ver na hora. Mas, antes, ajoelhe-se.

 

Leo obedece. Aos pés de Caos, ele entra em combustão espontânea. Mas Caos não parece ligar muito para isso. O Deus do Universo fica em pé, e vira as mãos, com as palmas viradas para o teto. Uma estrela parecida com o Sol fulgura nos olhos do deus.

Nos olhos de Leo, a íris desaparece. A parte branca do olho dele vira negra, e o mesmo Sol dos olhos de Caos brilha forte nos olhos de Leo também. Por um segundo, os dois têm os olhos idênticos. Então os do filho de Hefesto voltam ao normal.

Assim que voltam ao normal, a pele de Leo começa a se romper. Um brilho dourado sai dos buracos onde a pele dele não existe mais. É algo parecido com a desintegração, mas Caos parece criar vida, não destruí-la. E Leo não parece sentir dor alguma.

Quando a pele de Leo desaparece completamente, e só há uma bola luminosa no lugar dele, a luz se afasta com uma explosão, deixando todos cegos. Jason se lembrou de quando viu Hera assumindo sua verdadeira forma divina. Mas Jason não sentiu um incômodo tão grande agora, só precisou piscar algumas vezes.

Quando Jason finalmente pode enxergar de novo, seu amigo ainda está ajoelhado, em carne e osso, confuso com o que acontecera. Ele observava suas mãos como se estranhasse o próprio corpo.

 

– Lúcio Vintorez, levante-se. – A voz do Senhor do Universo preencheu todo o salão do trono. – O Aprendiz do Forjador de Estrelas. E eu, se fosse você, não me preocuparia mais com a sala onde se matam semideuses baixinhos.

 

– E-eu sou… – Leo não sabia o que dizer. Mal se importava de Caos ter errado feio o nome dele.

 

– Somente com a sala onde matam deuses baixinhos. – Caos completa. – E você não precisa mais se preocupar em ser baixinho. A imortalidade vem com todos os brindes…

 

– Brindes? – Leo pergunta, já se recuperando.

 

– É. Agora você é um deus, Leo. Imortal, com a minha imortalidade, e pode escolher a aparência que quiser. Poderes amplificados, presença em vários lugares ao mesmo tempo, etc… – Caos vai contando os benefícios de ser imortal. – Energia aumentada, pode criar um cachorrinho, aparecer na TV Olimpo, ter um templo, até um título, sabia?

 

– Legal. – Leo parece impressionado. – Eu quero ser o Deus da Engenharia. E esse lance da aparência, é verdade?

 

– Claro! Experimente… – Caos o convida.

 

Leo se concentra um pouco. De repente, ele tem dois metros e dez de altura, mais alto até que Cristopher, músculos de deixar até o Minotauro com inveja, uma barba extremamente máscula, um topete a lá Elvis Presley, um sorriso branquíssimo e um olhar invejável.

 

– Quem é o gatão agora? – ele pergunta – Calipso vai pirar.

 

– Todos nós estamos pirando. – Jason assume. – Meu melhor amigo virou um deus! – todos dão boas risadas.

 

Leo sai da sala, acompanhado de Primus.

 

– Vocês terão outros meios de conseguir a imortalidade. Um deles, vocês já conhecem. – Caos continua.

 

– As maçãs da imortalidade. – Jason chuta.

 

– Exato. Outro jeito é a imortalidade concedida por mim, ou outro deus. Agora, existem outras coisas que concedem poder divino. Matar o Ofiotauro, do seu planeta, por exemplo. – Caos exemplifica. – Roubar o coração de uma estrela de nêutrons, dominar a Energia da Criação, portar a Armadura Celeste ou ser a Miss Universo. Treinar por uns cem anos também libera o seu poder divino. Vocês também podem passar por um Ritual da Ascensão, mas o risco é muito alto.

 

– Existe mais algum jeito, meu senhor? – Piper pergunta, usando o charme.

 

– Você pode tentar ganhar um x1 de Yasuo de mim, mas é impossível. Sou o melhor Yasuo do Universo. – Caos fala. Jason não sabia quem era esse tal de Yasuo, muito menos o que era um x1, mas sentiu que era melhor assim. Talvez esse Yasuo tivesse algo maligno, perigoso ou cancerígeno.

 

Piper fica confusa. Aparentemente, o único que entendeu o que isso queria dizer foi Percy. Ele ficou profundamente decepcionado, como se a última coisa que Caos pudesse fazer antes de perder toda a amizade que tinha com eles fosse invocar o tal do Yasuo. Sabiamente, ele nada falou.

Assim que cessa todo aquele desentendimento, Cristopher pede ao seu pai, em particular, alguns detalhes da missão que deveriam fazer. Quando perguntou sobre a profecia, Caos respondeu “Não pensei em nenhuma rima ainda”. Depois de um bom tempo conversando, Cristopher volta a falar com o grupo.

 

– Não é uma missão qualquer. – ele começa. – Devemos viajar até um planeta de nome muito esquisito, e convencer os habitantes, por bem ou por mal, a cultuarem Caos como deus supremo.

 

– O que os impede? – Jason começa a arquitetar um plano.

 

– Bem, o culto ao meu Pai estava em harmonia, até um profeta louco começar a difamá-lo. Ele argumentava bem, então quase metade da população do mundo o seguiu. Mas o planeta é pequeno, tem no máximo uns dois milhões de seres vivos. E esse profeta supostamente roubou a fé dos pagãos.

 

– Então esse profeta louco é um deus, também. Maravilha. – Carla, a filha de Cronos, comenta. Jason a achou um pouco silenciosa, mas talvez simplesmente não tivesse a oportunidade de falar…

– Então é uma estratégia simples. – Annabeth formula. – Vamos, pegamos essa fé do povo e a devolvemos. Se não precisarmos matar ninguém, melhor.

 

– Mas eu estou pronto para desintegrar mais deuses, se necessário. – Cristopher finaliza.

 

– Venham. Eu levo vocês até o planeta ao qual querem viajar. – Finis, a Deusa da Destruição, diz. – Mas ajoelhem-se perante Caos antes de sair.

 

– Finis, filha querida… – O Deus do Universo a chama. – Está dispensando nossos convidados, antes mesmo da melhor parte?

 

Jason fica preocupado. Noventa e nove vírgula nove por cento das vezes em que uma divindade apresenta a eles a melhor parte de algo, ela envolve usá-los em algum sacrifício para despertar Gaia, ou algum outro deus.

Finis deve ter notado a preocupação no seu rosto. Ela riu. Um som leve, agradável, mas, ao mesmo tempo, ameaçador, como se ele estivesse se divertindo com seus amigos, sabendo que daqui a alguns minutos seria executado. Em nenhum momento Jason se esquecera que ela era a Deusa da Destruição.

 

– Calma, semideuses. – Caos também ri. – Eu não poderia mandar vocês em uma missão em meu nome, sem dar-lhes os equipamentos Caóticos, não é mesmo? Filha, leve-os. Eu ainda estou com um pouco de sono, e preciso estar bem descansado para subir de elo.

Todos se ajoelham perante o Deus do Universo, prestando a devida referência. Depois dão as costas e se retiram.

 

– E Leo? – Hazel pergunta sobre ele

 

– Ele vai ficar aqui. – Finis responde. – Meu Pai viu nele um potencial para construir coisas. Coisas que eu, Primus e ele não temos tempo para fazer. Então ele vai ficar como Aprendiz, enquanto vocês completam essa missãozinha. Depois, curtam a sua eterna vida, e passem aqui de vez em quando.

 

Eles andam por mais uma série de corredores, até que chegam em uma sala que mais parece uma loja de artefatos celestiais e mortais. Jason entra e seus olhos instantaneamente recaem sobre uma espada negra.



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