1. Spirit Fanfics >
  2. Os Mestres da Guerra >
  3. JASON --- Um inimigo inesperado

História Os Mestres da Guerra - JASON --- Um inimigo inesperado


Escrita por: CapivaraDoBem

Capítulo 36 - JASON --- Um inimigo inesperado


Jason tentou manter-se firme, porém não estava acostumado com aquele tipo de cena.

Seu amigo, Percy, estava se debatendo ao chão, gritando de dor. Annabeth tenta chegar perto, e o Deus dos Deuses rapidamente alerta:

 

– Não chegue perto, Annie. Não sabemos o que está acontecendo.

 

– É por isso mesmo que devemos chegar perto! – ela responde. Definitivamente não dará ouvidos a ele.

 

Jason perde a capacidade de falar no exato instante em que a pele de Percy rasga na altura dos nós dos dedos. Garras metálicas irrompem malignamente, junto com um crescimento anormal de unhas e dentes, que saltaram pra fora da mandíbula, parecendo presas. Ele dá mais urros de dor.

Annie não percebe essa transformação, e chega perto demais. Dominado pela dor, Percy brande as garras contra sua namorada. Ela desaba no chão, atingida na altura da barriga. Por pouco não foi feita em pedaços.

A pele do Deus dos Mares começa a ficar preta e necrosada. Seu pescoço incha em seis bolhas pulsantes, suas veias ficam saltadas, e asas de morcego rompem suas costas. Ele se transformara num monstro em cinco minutos.

 

– Agora chega! – Carla se enfurece, e avança contra Percy.

 

Ela brande a foice, num golpe habilidoso, mas o monstro voa, esquivando.

 

– Tola. – o monstro fala numa voz gutural, primitiva e assustadora. – Minha transformação está completa. O corpo de Percy Jackson é bom, mas eu quero mais….

 

Um terremoto leve abala o Campo de Marte. Gabriela fica alarmada:

 

– Há um sistema de dutos de água abaixo deste lugar. E estamos lutando contra um monstro que já foi o deus dos mares….

 

Não era exatamente a melhor vantagem para Jason e seus amigos.

 

– Você está certa. – Percy aponta o dedo enrugado e semi-podre para a Deusa da Terra. – Poderes sobre a terra? Quero você também...

 

Com uma risada maligna, os canos subterrâneos explodem, fazendo um gêiser aos pés de Gabriela, envolvendo-a num ataque terrível, em forma de bolha. Percy-monstro se aproxima e toca aquela bolha. Seu toque faz o líquido turvar-se, e isso fez Jason lembrar-se de uma luta.

Numa contação de histórias, Percy descreveu sua luta contra o gigante anti-Poseidon, Polibotes. Falou sobre a luta da legião contra uma horda de monstros atacando o Acampamento Júpiter, sobre a águia. Mas o que fez com que sua mente buscasse essa história foi outra. Um simples fragmento.

“…. e, opondo-se a Poseidon, Polibotes transformava a água em veneno!”.

 

– Ele tem o poder de Polibotes. – Jason resmunga.

 

Jason sente a Terra tremer, e ventos quentes soprarem em todas as direções. Até suspeita do que se trata. Cristopher, irado, havia se transformado em sua forma mais poderosa, e partido para cima de Percy com força total.

Cristopher se teleporta e atinge o monstro com um soco, que se transforma em pedra, racha e desmancha-se em pó. A bolha de veneno ao redor de Gabriela perde a forma e desaba, mas foi tarde demais. Ela estava ajoelhada, pálida, com as mãos ao pescoço. Seu corpo cai no chão um segundo depois.

 

– Percy! Annabeth! Gabriela! – Taylor grita.

 

– Ele está tentando me possuir…. – Gabriela geme, em seu último suspiro. – Resista...

 

– Conseguimos perder três pessoas em um simples ataque. – Cristopher comenta – Como poderemos …

 

O Aprendiz de Deus da Destruição olha alarmado para seu punho. Agarra-o firmemente, como se houvesse algo errado. Carla vai ajudá-lo.

 

– O que é... Arrgh – ele grita de dor, e cai no chão, encolhido.

 

Seu punho começa a necrosar, e a infecção rapidamente invade seu corpo. Seu pescoço incha e asas irrompem de suas costas. Garras aparecem nas suas mãos, instantaneamente atravessando o corpo da Deusa do Tempo. Ela cospe sangue, e começa a enegrecer.

Gabriela e Annabeth se levantam. Também estão transformadas em monstros. O pó o qual Percy foi transformado magicamente se recompõe, como um boneco de neve que se desderretesse.

 

– Gosto desses corpos. – o corpo de Percy Jackson se manifesta. Parece que aquela entidade escolheu o Deus dos Mares como seu favorito.

 

– Libere-os. – Jason ordena, rosnando. Ele saca Anastenagmós.

 

– Ainda não. – Percy responde. – Tenho outra coisa a ser feita.

 

Os deuses restantes, antes dispersos, reúnem-se entorno de Jason. A situação parecia alarmante. Um sujeito assim, capaz de causar dor de cabeça em Caos, botar a Deusa da Destruição para correr, e infectar cinco deuses seriamente treinados….

Percy pega uma caneta esferográfica em seu bolso. O gesto clássico para empunhar Contracorrente. Ele destampa a caneta, e Jason tem um leve calafrio: aquela espada não era a típica espada, de lâmina de bronze celestial, com mais ou menos 90 cm de comprimento. Não. Era algo diferente.

A lâmina dela era um metal cinza, similar ao aço. Ela era curvada na ponta, o que fazia parecer uma cimitarra, embora não fosse. Ela tinha dentes de aço na parte de trás, um detalhe que não ajudaria muito no combate, mas colaborava com o design macabro. Também tinha um furo transversal na parte superior da lâmina.

O bocal daquela espada era literalmente uma mandíbula, de uma espécie de lagarto. A empunhadura era de couro reptiliano verde, fazendo com que aquela espada parecesse uma cobra que engoliu uma lâmina.

Percy avança, desferindo vários golpes. Jason repeliu-os. Estava muito vivo na sua cabeça o fato de que, se ele fosse golpeado, por menor que fosse o golpe, viraria um monstro também. Anastenagmós se chocou contra aquela espada sinistra, produzindo faíscas, que, ao caírem no chão, acenderam a grama em fogo branco.

Jason começa a suar: seu oponente roubou o corpo e a habilidade de esgrima de Percy Jackson. Ele tenta vários golpes, mas não consegue conectar nada. Idem para Percy. Numa tentativa louca, Jason consegue, por milagre, driblar a defesa de Percy e atingir sua perna esquerda. O golpe deveria ter decepado o membro, mas nada fez. Anastenagmós simplesmente retiniu em sua pele courácea.

A luta parecia parelha, até que o monstro começou a exalar um véu negro, como se fosse uma densa neblina escura, que parecia cansar Jason ao toque, roubando seu poder pouco a pouco.

Ele recuou.

 

– O véu de Clítio... – Hazel quase desmaia.

 

– Mua há há há há! Vocês estão percebendo, pedaços de carne! – Percy grita, malignamente feliz. Abre um sorriso, rasgando o resto podre de pele que margeava seus lábios. – Não é só o véu de Clítio. O toque de veneno de Polibotes. A pele de um drakon. As maldições das arai. As asas de uma fúria. As garras de uma empousa. Nem tantos outros poderes, além do conhecimento de vocês. Eu sou o próprio mal!

 

– Pelo menos metade dos inimigos que eu já enfrentei disseram isso. – Jason provoca. – Sorte sua que o corpo de Percy é bom. E essa espada é bonita. Me pergunto se possuirei seus poderes quando empunhá-la.

 

– O nome dela é Sfagí. Carnificina. Infelizmente, você não sentirá a empunhadura dela, apenas a lâmina. – Percy responde. – Annabeth, Gabriela, Cristopher e Carla. Ataquem os outros.

 

Percy investiu contra ele, obrigando Jason a se defender. As garras dele quase encostaram no seu corpo, o que fez com que o Deus do Trovão ficasse com a barriga praticamente congelada de medo.

O Deus dos Mares tentou um golpe de cima para baixo, na região do seu braço esquerdo. Depois uma estocada no braço direito. Tentou cortar suas pernas num golpe. Errou, e recuou.

“Está tentando cortar meus membros”, pensou Jason. “Já tenho um padrão, preciso me concentrar em um ponto fraco.”

Percy levanta a espada, num clássico golpe, tentando parti-lo no meio. Jason era especialista em contra-atacar este golpe. Rapidamente estocou a barriga do seu oponente, a qual repeliu a lâmina, por conta da pele de drakon. Acidentalmente, porém, acabou por lançar uma faísca, que caiu no olho esquerdo de Percy.

O monstro deu um urro de dor, e recuou.

 

– Desgraçado! – ele geme baixo.

 

Percy se desmaterializa em uma nuvem negra rodopiante. Feixes elétricos surgem daquele tornado humano, lembrando Jason de um monstro muito característico das missões que enfrentara para conseguir derrotar Gaia.

O ventus dispara um choque elétrico na direção de Jason. Ele propositalmente não se defende, deixando-o acertar em cheio. Ao contrário, absorve toda aquela eletricidade, usando-a como combustível. O filho de Júpiter invoca ventos que envolvem seu oponente, que se debatia.

 

– Você virou um monstro de vento para lutar contra o Deus dos Ventos? – Jason provoca. – Percy não era tão burro assim.

 

– Me solte, seu bruxo! – Percy grita, transformando-se novamente na sua versão monstruosa e horripilante.

 

– Mais tolo ainda…. – Jason fala.

 

E dispara aquela eletricidade acumulada, combinada com o poder de Júpiter, e com sua espada, aquela bendita espada, que amplificava seus poderes. Jason sentia capaz de qualquer coisa empunhando-a.

A carga elétrica concentrou-se em um ponto, como se fosse uma agulha, afiadíssima, e descarregou exatamente no olho direito de Percy. Vísceras voaram e mancharam a visão de Jason quando a cabeça do monstro explodiu como um balão. Enquanto isso, o pescoço vazio dele ardia em fogo branco. Jason, como de costume, apanhou Sfagí. Esse era seu espólio de luta.

Jason viu como as outras batalhas se desenrolavam, e se preocupou. Cristopher lutava contra Trevor, numa batalha de força bruta. Para não se infectar, o filho do Tártaro incendiou o próprio corpo em fogo negro. Cristopher lutava desarmado, embora Vesúvio, seu machado de guerra, agora em versões reptilianas, estivesse em suas costas.

Frank e Hazel lutavam contra Annabeth, e, mesmo de lados opostos, Jason se viu quase de boca aberta. A Deusa da Sabedoria fazia arte com uma adaga de aço, também reptiliana. Mesmo ela estando caquética, enrugada, monstruosa e necrosada, Jason se sentiu estranhamente atraído.

Gabriela era, sem dúvidas, o maior problema. Com seu poder imenso descontrolado, ela estava vencendo contra Mikael, Homer, Jennifer e Leo. Nenhum tinha sido ferido seriamente apenas por que Leo incinerava qualquer tentativa de Gabriela de infectá-los. Punhos de pedra emergindo do chão sugeriam que estariam em apuros mais tarde.

Apenas Taylor estava se dando bem lutando contra Carla. Como assassino, ele atacava e recuava repetidamente. E a foice é uma arma lenta, que abre brechas para tal estratégia. Carla não podia contar com o braço esquerdo, que estava mutilado. O sucesso dele se explicava pelo fato de ele ser um Deus Assassino Lendário, ou talvez de Carla não ser exatamente a oponente mais habilidosa. Talvez os dois.

Jason pensou em duas coisas, não necessariamente nesta ordem de importância. A primeira: em que lugar sua ajuda é mais importante? E a segunda: Aonde se meteu Piper?!

 

– Ah! Socorro! – a voz de sua namorada indica que a segunda resposta veio primeiro. – Alguém me solte!

 

Jason imediatamente volta a face para onde o som saiu. Ela estava no topo de um morro, cerca de dez metros acima deles. Uma nuvem escura impossibilitava uma visão nítida, mas Jason conseguia ver a silhueta de sua namorada.

Ela estava ajoelhada, com os braços delicados para trás do corpo, imobilizados por uma espécie de vinha que cresceu da terra e os prendiam no lugar. Seu tornozelo também estava preso ao chão por vinhas. Do seu pescoço saia uma coleira, que também a acorrentava no chão, fazendo com que ficasse curvada para trás. Sua bunda estava totalmente jogada e empinada para trás, numa posição que não agradou a cabeça de cima, mas agradou a de baixo. Droga, mantenha-se sério!

Aquela posição era incomum em uma batalha. A não ser que….

 

– NÃO! – Jason cai em si, e corre loucamente para tentar ajudá-la.

 

Vinhas começam a crescer, tentando impedi-lo. Ele as corta, mas para cada uma que ele abate surgem dezenas de outras. Seus aliados começam a ser imobilizados também. Obra de Gabriela, com certeza.

 

– Não vou perdoar ninguém caso isso aconteça! – Jason grita, desesperadamente.

 

– Estou extremamente preocupado com ameaças de um deus amarrado, Jason. – uma voz masculina atrás de Piper ironiza.

 

– NÃO! – Jason tenta desesperadamente escapar de seus grilhões. Ele ofegava mais do que qualquer outra vez em sua vida. – SAIA JÁ DAÍ! LIBERE-A NESTE EXATO INSTANTE!

 

– Sinto muito. Piper faz parte do meu plano. – O dono da voz é iluminado, e ganha corpo. – Melhor dizendo. O corpo dela faz parte do meu plano.

 

– Isso é…. – Leo gagueja.

 

– Aterrorizante. – Taylor completa.

 

– Foi desse jeito que eu nasci. – Trevor revela. – As entidades mais malignas usam isso para deixar descendentes. Preparem o estômago, pessoal. E, Piper….

 

Cristopher, Carla, Annabeth e Gabriela cercam a dupla Piper-Percy. A Deusa da Sabedoria pega um volume em uma bolsa, e colocaria na boca da Deusa do Amor, para amordaçá-la. Contudo, ela teve um lampejo. Seu corpo deixou as características monstruosas e voltou ao normal, por um segundo. Ela olhou para suas mãos, e para a cena a sua frente.

 

– Por que estou fazendo isso….

 

Cristopher, Carla e Gabriela também pareceram recobrar uma consciência humana, brevemente. Logo voltaram ao estado monstruoso. Só que Jason percebeu que Sfagí se mexia em seu bolso loucamente. Talvez tenha relação….

Jason comanda Anastenagmós para que reúna o máximo de poder possível, discretamente. Ele pretendia invocar raios nos dez amigos de uma vez só, libertando-os de suas prisões.

 

Positivo, Grace. Parece um bom plano. Todos já estão sabendo. Alguns vão acumular forças também. Mikael se comunica telepaticamente.

 

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...