O amor de alguém pode curar vidas, mas a decepção também pode fazer coisas.
Um clima estranho se instalava na casa dos Jeon's e aquilo incomodava o mais novo da família. Ele sentia um arrepiar sobre o seu corpo e nem a melodia calma que soava através dos seus fones era capaz de acabar com a bagunça que estava na sua mente.
– Você me parece pensativo – ouviu uma voz calma que conseguia ser melhor que a música que acabará de ouvir.
– É porque eu estou – deu de ombros e fixou o seu olhar até o Park que acabará de sentar ao seu lado – e você está atrapalhando meus pensamentos – lhe lançou um olhar sério.
– Uh, eu sinto muito – sorriu pequeno e só naquele instante que o Jeon conseguiu perceber que o sorriso do Jimin conseguia ser bonito – minha mãe pediu demissão. Irei embora hoje.
– Sério? – Tentou não mostrar surpresa diante a fala do mais velho só que foi totalmente difícil e inútil tal ato – Por quê?
– Não sei muito bem – deu de ombros – irá sentir a minha falta, Jungkookie?
– O que? – simultaneamente sentiu um rubor em seu rosto.
Tudo bem. De inocente Jungkook não tinha nada, então ele não era o culpado de ter levado a fala do mais velho em outro sentido e acabar deixando a sua mente fértil criar imagens em sua cabeça com o filho da sua empregada.
– Não. Claro que não.
Se levantou do sofá a qual se encontrava e se levantou pronto para sair do local.
Porém, como nada era feito como imaginado, o Park se levantou junto a si e novamente o arrepio a qual ele tanto temia voltou a circular o seu corpo.
– Não minta para si mesmo.
– Não estou mentindo. Nem para mim, nem para ti.
Os olhos castanhos do Jeon puderam observar o Park se aproximando cada vez mais de si e como um ato de defesa, deu passos para trás como uma resposta da aproximação do moreno.
– Por que os seus olhos parecem dizer o contrário?
Quando os passos já eram inúteis, Jungkook sentiu suas costas se chocarem na parede e sua única ação foi engolir em seco.
– Diga olhando em meus olhos que você não irá sentir minha falta – o tom de voz do Park era sussurrado e arrastado e todas as fantasias que a mente do Jeon era capaz de fazer ela fez.
– Eu. Não. Sentirei. Sua. Falta. – ditou aproximando o seu rosto ao do mais velho na tentativa de mostrar que ele também sabia brincar com aquilo.
Mas o caso era, o Jimin poderia brincar. O Jeon poderia brincar, mas o mais novo sempre seria o primeiro a cair.
E era com aquilo, que os olhos do Jungkook observou atentamente os lábios do mais alto e se viu completamente e totalmente hipnotizado por tais.
– Você mente muito mal.
– Posso ser um ótimo mentiroso, porém, eu tenho a pura certeza que irei viver bem sem você, aliás, eu já vivia antes de te conhecer – colocou um sorriso sarcástico em seus lábios rosados. – agora aceite a última ordem do seu superior e saia daqui, antes que eu grite.
Se Jungkook soubesse que aquela seria a última vez que veria o Park em tantos anos, teria feito o máximo para os dois terem um ótimo momento final juntos.
[...]
– Senhor Jeon? – ouviu uma voz chata, irritante e permitiu-se revirar os olhos – Tá tudo bem? Já faz um tempo que estou te chamando…
– Eu não sou obrigado a ouvir sua voz – suspirou – o que você quer?
– Seu pai está te chamando no escritório.
– Daqui a pouco eu vou – mexeu no cabelo de forma metida.
– Ele pediu para ir agora, senhor.
– Incrível! Nem liberdade de escolha eu tenho nesta casa – se levantou do sofá nada contente com a situação.
No caminho Jeon Jungkook só conseguiu pensar em uma coisa: Park Jimin.
Droga, já fazia três anos desde o acontecimento passado e Jungkook não conseguia esquecer a merda do filho da empregada. Parecia que sua mente era como um abismo que a cada dia ele caia mais sobre ela e era impossível se libertar de seus pensamentos.
Ao chegar no escritório do seu pai, soltou um longo suspiro antes de bater na porta e ouvir a voz grave do mais velho mandando-o entrar.
– Me chamou? – Se curvou deixando um sorriso pequeno em seus lábios.
Quem visse de longe, pensaria que ali era apenas um funcionário e um chefe se encontrando para resolver coisas da empresa. Mas não, ali era apenas um pai e um filho.
– Chamei sim, Gguk.
O pai de Jeongguk era a mãe dele também. Era um anjo na sua vida, e ele tinha que sim agradecer todos os dias por ter aquele homem tão presente e amável consigo.
– A empregada que demorou para dar o aviso – mentiu descaradamente; já estava acostumado com a mentira e sabia que a sua própria vida estava se tornando aos poucos uma mentira. – deveria despedir ela.
– Depois resolvemos isso – mexeu em sua gravata. Era digno de um ótimo empresário – quero resolver as coisas com você.
– Que coisas seriam essas?
– O seu estado emocional.
– Pai...
– Jungkook! A gente nunca mais conversou – esbravejou – Poxa, eu sou seu pai! Me preocupo contigo.
Jungkook sorriu minimo olhando para os pés.
– Appa... – suspirou choroso. – Obrigado por ser assim. Por me entender, falar comigo, fazer o lugar da-... – Kihyoon interrompeu o filho antes que ele falasse um dos ou o maior ponto fraco dele.
– Shh.. – abraçou o garoto.
Ficaram alguns minutos em silêncio e o Jeon mais novo tomou coragem de dizer algo:
– Você é o melhor pai do mundo. Te amo com todas as minhas forças – o mais velho ali sorriu.
Jungkook era o ouro mais precioso da sua vida.
[...]
Jeon decidiu que teria que ir na escola resolver uns últimos papéis que sobraram para organização final.
Ele havia terminado o colegial a pouco tempo, e não sabia se estava feliz por ter acabado essa fase, ou incomodado por se tornar mais um robô da sociedade.
– Suas notas foram incrivelmente ótimas, querido – a diretora disse com um sorriso satisfeito.
Jungkook tinha problemas escolares, claro. Mas suas notas eram tão impecáveis que muitos chegavam a acreditar que o seu QI era um dos mais superiores do colégio. Visto que sua inteligência era de deixar todos de boca aberta.
– Fico feliz por saber disso.
– Lhe desejo um ótimo futuro. Pode contar comigo para qualquer coisa.
– Grato.
Após o pequeno diálogo, o garoto dos coturnos preto saiu da sala indo em direção ao carro do motorista que havia o trago.
Aquilo era ridículo, ele sabia.
Jungkook era protegido pelo o seu pai, era ótimo e incrível essa preocupação, mas as vezes, exagerava.
– O destino será sua casa?
– Hoje iremos passar em outro lugar.
Jungkook não sabia, mas sua vida poderia voltar a mudar rapidamente. As lembranças que tanto mexiam com sua mente, poderia fazer parte do seu presente, só que de uma forma mais divertida e melhor.
E só bastava o primeiro passo do Jeon para tudo isso se tornar realidade.
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