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História Os Super-heróis Que O Mundo Esqueceu - Le Paon, A Nova Ameaça


Escrita por: JJWriter

Notas do Autor


Gente, tenho um aviso SUPER IMPORTANTE para dar.

Calma, a fic não vai acabar, mas infelizmente minha mãe não vai deixar eu escrever enquanto não passar a semana de provas, que começa nessa segunda agora, dia 28, e vai até sexta. O pior é que depois tem dois dias de prova substitutiva que eu perdi, e se eu ficar de recuperação, tem mais prova até dia 16 de dezembro. Então a coisa está meio apertada por aqui... Então vai ficar muito difícil postar, muito mesmo. Mas isso não quer dizer que não vou postar nada até dia 16, eu vou tentar dar um jeito de postar alguma coisa aqui pra vocês. Por enquanto a única certeza é que não vai ter capítulo novo até a próxima sexta, dia 2 de dezembro. Eu sinto muito em ter que fazer isso, mas minha situação com algumas matérias está crítica... Desculpa gente, eu não queria ter que fazer isso, mas realmente não tem outro jeito, eu juro!
Vou tentar compensar vocês da melhor forma possível com esse e os próximos capítulos. Só espero que compreendam a minha situação e que estejam de volta no próximo fim de semana para o próximo capítulo. Qualquer coisa, se passar desse tempo e vocês estranharem meu sumiço, dêem uma olhada nos comentários desse capítulo pra ver se eu postei algum comentário em destaque explicando, porque é isso que vou fazer se precisar.

Maaaas, compensação, fiz um capítulo caprichado de romance e suspense pra vocês. Temos a primeira aparição de uma das maiores vilãs dessa história! E se vocês gostaram dos primeiros encontros do Adrian e da Marinette, esperem pra ver esse! É agora que a paixão começa! A coisa vai evoluindo devagarzinho, mas chega lá! Só tem duas cenas, e a maior parte é com eles. Aproveitem, espero que gostem!

Capítulo 12 - Le Paon, A Nova Ameaça


Fanfic / Fanfiction Os Super-heróis Que O Mundo Esqueceu - Le Paon, A Nova Ameaça

2025, elevador da empresa Courier, Paris, França.

Marinette e Adrian

- Bom... Não precisamos ficar no escuro. – disse Adrian, mexendo em alguma coisa em sua roupa. Marinette não enxergava nada, assim como ele.

- O que você está fazendo? – perguntou ela, ouvindo Adrian mexer em algo. Uma luz azulada surgiu diante dela, iluminando o chão e seus pés. Quando seus olhos focaram direito, ela viu que era a lanterna do celular de Adrian. – Ah.

- Bem melhor, não? – disse Adrian, apontando a luz para ela.

- Ai! Aponta isso pra lá! – disse Marinette, quase ficando cega.

- Desculpa. – disse ele, apontando o celular de volta para o chão. – Onde dá pra colocar a lanterna?

Marinette olhou em volta, procurando. Talvez no corrimão estilizado de madeira das paredes, que ficava mais ou menos na altura da cintura dos dois, mas não ficaria tão bom. O ideal é que fosse no teto.

- Me empresta aqui. – disse Marinette. Adrian entregou o celular para ela, curioso.

Marinette iluminou o teto, e encontrou um bom lugar para deixar a lanterna. Havia um pequeno vão entre a parede e o teto, que poderia caber um celular deitado.

- Já sei, ali no teto, olha. – disse Marinette, apontando para o vão. Ela foi até a parede e ficou na ponta dos pés para alcançá-lo, apoiando no corrimão de madeira, mas ela era muito baixinha.

- Deixa que eu coloco. – disse Adrian, se aproximando da garota, com a mão estendida. Marinette entregou a ele o celular, e Adrian só precisou levantar um pouco o calcanhar do chão para alcançar o vão no teto. Ele colocou o celular deitado na vertical, com a lanterna virada para baixo, mas não estava muito firme.

- Vira ele de lado pra não cair. – disse Marinette. Adrian fez o que ela disse, e conseguiu encaixá-lo. – Isso.

- Pronto, agora podemos enxergar. – disse Adrian. – E agora?

- Agora esperamos alguém consertar esse elevador. – disse Marinette, observando o efeito da luz. Era forte para um celular, mas fraca para um elevador. Mas até que dava para enxergar bem lá dentro.

- Quanto tempo você acha que pode demorar? – perguntou Adrian.

- Não sei, nunca passei por isso aqui. Trabalho aqui há menos de uma semana.

- Sério? E já está correndo risco de ser demitida?

- Pois é... Longa história. – disse Marinette, evitando contar detalhes.

- Bom, temos bastante tempo para longas histórias enquanto estivermos presos aqui. – disse Adrian, escorando na parede.

 

Alguns minutos depois

Marinette e Adrian estavam sentados no chão do elevador, virados um de frente para o outro, encostados nas paredes laterais do elevador, iluminados pela luz do celular de Adrian, encaixado em um espaço entre a parede e o teto. Já fazia quase uma hora que eles estavam ali, sentados, conversando.

- E por que você está aqui? – perguntou Marinette. – O que trouxe o grande modelo Adrian Agreste a essa empresa?

- A festa do meu pai. – disse ele.

- Ah, é verdade. Você participou da reunião?

- Não, claro que não. Eu sou só modelo. Não tomo decisões pra empresa. – Adrian encostou a cabeça na parede, de repente pensativo. Ele suspirou. – Nem pra minha vida. – disse ele baixinho, mais para si mesmo do que para Marinette. Mas ela ouviu.

- Está tudo bem? – perguntou ela, inclinando a cabeça de leve. Ele olhou para ela e percebeu que estava parecendo triste de novo.

- Sim. – disse Adrian, mecanicamente.

- O que aconteceu? – insistiu Marinette.

- Ah, nada de novo. – disse ele, desviando o olhar para a parede ao lado. – Esse é o problema, na verdade. É tudo sempre a mesma coisa.

Marinette ficou observando Adrian, que parecia estar triste assim há muito tempo.

- Como assim? – perguntou ela em voz baixa.

- Ah... Eu sempre estou trabalhando ou viajando. – disse ele, procurando por onde começar. – Mas não é como você pensa, meu trabalho não é tão mole assim. É cansativo e chato. – Adrian olhou para o chão de lado. – E quando viajo, sempre tem uma programação pra seguir, que só me manda ir a lugares luxuosos e caros, o que não é ruim no começo, eu até gosto de alguns eventos e lugares que eu visito. Mas não é só isso que eu quero fazer, sabe? Não é só esse estilo de vida que eu quero seguir, não é só um tipo de lugar que eu quero visitar e conhecer. 

Adrian olhou para ela por um momento, e ela apenas o olhou de volta, continuando a ouvir. Ele voltou a olhar para o lado, com a cabeça encostada na parede, suspirando meio frustrado.

- Eu só quero ter a liberdade de poder conversar com as pessoas que eu quiser, ir aos lugares que eu quiser. Às vezes eu tenho que sair escondido pra fazer coisas diferentes. – disse ele. Marinette ficou em silêncio por uns segundos, olhando para o chão à sua frente, pensativa.

- Como naquele dia na praça? – disse ela.

- É, como naquele dia na praça. – disse ele. – Aquele dia meu pai estava no carro comigo, e eu saí para me misturar na multidão. Pra curtir a festa, mesmo que por pouco tempo. E também porque às vezes eu simplesmente quero fazer qualquer coisa fora do esquema do meu pai. Às vezes isso me deixa louco. Hoje eu vim tentar falar com ele, mas ele não quis me ouvir. Quando comecei a falar, e ele percebeu do que se tratava, ficou irritado por eu ter interrompido a reunião e me mandou ir pro hotel para conversarmos depois. E então eu fui. Entrei aqui no elevador pra ir pro térreo, indo embora, mas antes ele subiu pro seu andar e agora estamos aqui.

- Nossa. – disse Marinette, se referindo mais à situação como um todo entre Adrian e seu pai do que apenas seu último comentário. – Você depende tanto assim do seu pai? Mas por que você não mora sozinho? Você já é maior de idade, não é?

- Sim, tenho 25 anos.

- Eu também. – disse ela. – E você nunca pensou em morar sozinho, ou em ir pra faculdade, descobrir o que gosta de fazer?

- Bom, eu já tive uma conversa dessas com meu pai uma vez. Eu... não pensei em estudar, mas queria sair de Londres. – disse Adrian, querendo evitar o assunto de morar sozinho.

- Londres? Você morava lá? – disse Marinette, tentando não se lembrar de Charles, mas já se lembrando.

- Sim, ainda moro. Porque meu pai trabalha lá agora. – disse Adrian. – E sobre fazer faculdade, depois que terminei o ensino médio eu até queria fazer, mas eu não sabia qual curso, e meu pai disse que eu podia continuar trabalhando como modelo enquanto não decido. – ele parou e suspirou novamente, com ar deprimido, como fizera há poucos minutos. – E assim estou até hoje.

Adrian olhou para ela com um sorriso meio murcho, desencostando a cabeça da parede. Ela não sabia como consolá-lo. Adrian olhou para o chão à sua frente, de cabeça baixa.

- Uns anos depois eu tive essa conversa com meu pai. Que eu precisava fazer outras coisas. Então conseguimos entrar em acordo, eu poderia viajar pra onde quisesse, desde que levasse Natalie pra todo lado pra ficar de olho em mim.

- Quem é Natalie? – perguntou Marinette.

- Meu pai contratou ela pouco depois que minha mãe morreu, pra cuidar de mim. Ela era a governanta da casa.

- Ah... Sinto muito por sua mãe, Adrian. – disse Marinette, realmente sentida. A vida dele era totalmente diferente da dela, ela achava que a sua estava ruim por causa de seu emprego, mas se surpreendeu com o tanto de tristeza na vida dele. – Quantos anos você tinha? – perguntou ela, com medo de que fosse quando ele era pequeno.

- Eu tinha seis anos. – disse Adrian. Marinette ficou com mais dó ainda. O que seria dela se sua mãe tivesse morrido quando ela tinha seis anos? Marinette seria órfã agora. – Não precisa ficar com pena de mim. Eu estou bem agora. – disse ele, percebendo o olhar dela.

- Não consigo imaginar como deve ser perder a mãe aos seis anos. – disse Marinette. – Meu pai morreu quando eu tinha dezesseis.

- Sério? – disse Adrian, sem nunca imaginar que ela já tivesse perdido o pai com vinte e cinco anos. – Sinto muito. Deve ter sido duro. Sempre é, não é?

- É. – respondeu ela. – O jeito é aprender a lidar com a família que nos resta, né? – disse ela, sorrindo triste, com a cabeça baixa.

- É... – respondeu Adrian, sabendo muito bem do que ela estava falando. – Você não tem uma relação muito boa com a sua mãe não?

- Mais ou menos. Mas estamos bem melhor agora do que há um tempo atrás. – disse Marinette.

Os dois ficaram em silêncio por vários segundos, sem saber o que dizer agora. Nenhum dos dois queria continuar a falar dos pais.

- Am, bem... – disse Adrian, limpando a garganta. – Me conta mais sobre você, só sei dos seus problemas de trabalho com essa tal de Christine, além dos seus pais.

- Ah, ahn... Bem... O que eu posso dizer de mim... – disse Marinette, tentando pensar em algo para falar que não seja sobre seu pai ou sua mãe. – Eu morava em Cherbourg antes de vir para Paris. Mas não tem muita coisa interessante pra contar de lá.

- Sério? Nem um... Namorado, ou... Sei lá? – disse Adrian. – Eu quase sempre fico com alguma garota quando viajo. Mas nunca vira namoro de verdade.

- Hum, imagino, senhor supermodelo famoso. – disse Marinette, fazendo graça. Adrian riu.

- Talvez isso influencie em algumas relações...

- Algumas? – disse Marinette, rindo também. – Eu diria que quase todas!

- Tá, talvez, mas enfim, e você? – disse Adrian, querendo mudar o foco da conversa.

- Ah, já tive alguns sim. – disse Marinette, tentando não se entristecer ao se lembrar do mais importante deles. – Já tive uns três namoros sérios, mas o último foi o que durou mais tempo.

- Quanto tempo?

- Três anos e meio. – respondeu ela, não tão animada quanto estava ao fazer piada das ex-ficantes de Adrian.

- Nu, dá pra casar e ter filho numa dessas! Em comparação com as minhas, que ficam no máximo uma semana comigo... – Adrian parou de falar ao ver que disse algo que não devia. Ela parecia bem deprimida. – O que foi? – perguntou ele, com voz mansa. – Foi alguma coisa que eu disse?

- Não, é só... Quer dizer, sim, mas não é culpa sua, é só que... Me lembrou de um dos meus ex-namorados, esse último na verdade, que... Bem, não tivemos um término muito legal. – disse Marinette, que estava querendo evitar contar que tinha um filho justamente para evitar esse assunto.

- Ah, entendi... – disse ele, arrependido de ter feito piada. – Me desculpa, eu não quis...

- Não, tudo bem. Não foi culpa sua. – disse ela, desviando o olhar. Adrian ficou um tempo observando Marinette.

- Você ainda gosta dele, não é? – perguntou Adrian. Ela olhou para ele, meio surpresa, sem saber como responder. Ela ia dizer que não, mas na verdade não tinha certeza. Adrian percebeu isso na reação dela.

Ele continuou a observá-la por um tempo, pensando em como ajudá-la.

- Você devia tentar voltar com ele. – disse Adrian.

- O quê?  

- É, vai que depois vale a pena. Quantas vezes o amor não bate na nossa porta e a gente não atende, por qualquer motivo que seja?

- Não! Não posso fazer isso, seria idiota se fizesse.

- Por quê? – perguntou Adrian, pensando que tudo tinha a ver apenas com os sentimentos entre os dois. Marinette se lembrou que ele ainda não sabe que há uma criança envolvida. – Não acho que seria idiota, pode dar certo, pode valer a pena, você pode acabar sendo mais feliz.

- Não, não vale a pena! Você não está entendendo, não foi só um término ruim onde um ainda gosta do outro. Ele me abandonou grávida, Adrian! Sozinha com um filho pra cuidar! O filho dele! – disse Marinette, quase gritando.

Adrian ficou bastante surpreso, ele definitivamente não esperava por essa.

Marinette suspirou, tentando controlar suas emoções, e apoiou a cabeça na parede. Como ela queria que a lanterna do celular dele não estivesse funcionando, para que ele não pudesse ver as lágrimas surgindo em seus olhos.

Adrian ficou um tempo olhando para Marinette sem saber o que dizer, vendo que ela estava abalada.

- Me desculpa, Marinette... – ele começou a dizer, sem jeito. – Eu... Eu não fazia ideia que ele tinha feito algo assim.

- Tudo bem, não tinha como você saber. – disse Marinette, suspirando. – Eu sou uma idiota por ainda me importar com ele.

- O quê? - ele se espantou. - Claro que não! De jeito nenhum, você não é a idiota, ele é que é. Um covarde sem tamanho e sem caráter, o maior canalha que já passou pela sua vida. – disse Adrian, olhando nos olhos de Marinette, que o olhava de volta, afastando a cabeça da parede às suas costas. Ela olhou para baixo, insegura.

- É, eu sei, mas... Mesmo assim, sempre que eu ouço Flightless Bird eu não consigo evitar ficar assim. – disse Marinette, se lembrando de quando ela e Charles dançaram essa música na formatura dela. De repente ela se sentiu muito ridícula. Ela bufou, afastando esses pensamentos, apoiando a cabeça na parede novamente. – Eu sou uma fraca, eu sei que sou.

- Não é não, isso pode acontecer com qualquer um, não é algo que se escolhe ou que se recusa, é algo inevitável.

- Está falando de amor? – perguntou Marinette, olhando para ele, ainda com a cabeça encostada na parede.

- Estou falando de paixão. E você ainda é apaixonada por ele, eu vejo isso. – disse Adrian, olhando para Marinette, observando sua reação. Ela continuou parada, apenas ouvindo. – Você só precisa de um tempo pra superar. Há quanto tempo foi isso? Faz quanto tempo que ele te deixou?

- Um pouco mais de um ano atrás. Meu filho tem seis meses agora.

Adrian ficou em silêncio por alguns segundos, pensando nas últimas coisas que ela disse.

- Você disse Flightless Bird? – perguntou Adrian. – Eu conheço isso. É uma música, não é?

- É.

- Era tipo... A música de vocês dois?

- Não exatamente, era mais a minha música. Minha música favorita na época em que a gente estava junto. Isso já é o suficiente pra me lembrar dele.

Adrian ficou calado um instante, tendo uma ideia. Ele se levantou e pegou seu celular no teto, ligou a tela e começou a procurar alguma coisa.

- O que você está fazendo? – perguntou Marinette, levantando a cabeça da parede, já suspeitando do que ele ia fazer. – Não, por favor, não faz isso...

Ele olhou para ela, e a música começou.

I was a quick, wet boy...

- Adrian...

Ele guardou o celular no vão do teto de novo e se aproximou dela, estendendo sua mão. Ela olhou da mão dele para ele, se perguntando se ele ia mesmo fazer o que ela estava pensando.

- Vem, você precisa superar essa música. – disse ele, com olhos gentis. Marinette ficou olhando para ele e para sua mão estendida, pensando se aceitava ou não. Adrian tinha razão, ela tinha que superar essa música, superar o Charles, superar tudo que aconteceu. E era a primeira vez que alguém realmente fazia algo para ajudá-la sem ser apenas dar um ombro para chorar.

A música ainda estava tocando, e a mão do loiro estava esperando por Marinette. E então ela ergueu a sua, hesitante.

Adrian segurou a mão dela e ajudou Marinette a se levantar, e a levou para o centro do elevador. Ela o olhava, tímida, enquanto ele posicionava suas mãos na cintura dela.

- Não fica nervosa, é só uma dança. – disse Adrian.

Marinette levou suas mãos aos ombros dele e os dois começaram a dançar, de acordo com a música lenta.

Have I found you, flightless bird

Jealous... Weeping

Or lost you...

Marinette não estava olhando para ele, havia desviado o olhar. Adrian a observava, imaginando se isso a estava fazendo se sentir melhor ou pior. Parecia que ela estava se lembrando de Charles, sua expressão era triste. Mas então a música ficou um pouquinho mais animada, e Adrian teve uma ideia.

Now I’m a fat...

Adrian pegou a mão de Marinette e fez ela dar uma pirueta.

House cat...

Em meio à sua tristeza, abriu-se um pequeno sorriso no rosto de Marinette. Ele pegou as mãos dela e começou a dançar fazendo graça. Lentamente, seu sorriso foi aumentando, até ela entrar na brincadeira. Ela o fez dar duas piruetas bem rápido, até quase cair, rindo. Ele segurou a cintura dela, pegou sua mão e começou a rodar pelo elevador com ela. Depois ele virou o corpo de lado e esticou o braço, e ela também o fez, distanciando-se dele. Ela voltou girando, sem soltar a mão dele, batendo de costas em seu peito, novamente quase caindo, rindo mais ainda. Agora eles dançavam uma valsa exagerada, fazendo graça. E então a música chegou na melhor parte, e ela deu mais uma pirueta na direção de Adrian, trombando com ele. Ele a segurou para ela não cair, e admirou o rosto feliz de Marinette. Aqueles vívidos olhos azuis lhe pareciam tão... Nem sabia descrever. Já estava mergulhando neles novamente.

Marinette reparou que ele estava olhando-a com um olhar diferente, e o sentimento a contagiou. Ele é tão bonito... Pensou Marinette. Ela apreciou o jeito que os cabelos loiros dele caíam perfeitamente sobre seu rosto. E esses olhos verdes...

Adrian se aproximou, abaixando a cabeça até chegar bem perto do ouvido dela, e sussurrou:

- Quando você ouvir essa música de novo, e estiver se lembrando daquele pedaço de merda – Adrian ouviu Marinette dando uma risadinha ao ouvir o apelido. –, tente se lembrar de quando você dançou com um estranho no elevador, à luz da lanterna de um celular, sem se preocupar com o mundo lá fora. E não pense em mais nada.

Marinette fechou os olhos, sorrindo. Adrian ainda não havia se afastado dela, ele ainda estava bem próximo de seu ouvido. Com um braço, ela envolveu o pescoço dele, e com o outro mexia em seu cabelo delicadamente, apoiando a cabeça na dele, ou ele apoiou na dela, não sabiam ao certo quem foi o primeiro a se aproximar. Mas pouco importava. Os dois estavam dançando sozinhos, bem juntos, isolados do mundo, e nada podia atrapalhá-los ali, nada podia impedir que ficassem juntos o tempo que quisessem... Ele fechou os olhos, se deliciando com o momento. Fazia muito tempo que não se sentia assim. Marinette também.

Ela sentia o cabelo dele em seu rosto... Ele sentia o corpo dela junto ao seu... Ela sentia a respiração quente dele em seu pescoço... E realmente não havia mais nada em que pensar. Aquilo estava tão bom, tão gostoso, tão... Nenhum de seus problemas importavam, para nenhum dos dois. Nada importava, a não ser aquele momento.

A música parou, e eles pararam de dançar; mas relutantes em se soltar. Adrian ergueu a cabeça lentamente, parando quando pôde ver o rosto de Marinette. Ela abriu os olhos lentamente, e viu o rosto dele bem perto do dela. Suas testas quase se tocavam.

Ele olhava para a boca dela, com os olhos quase fechados, e ela fazia o mesmo, com os braços em volta de seu pescoço. Sozinhos no elevador, com pouca luz, bem perto, sentindo a respiração um do outro, sentindo seus corações batendo, e a tentação de se aproximar cada vez mais forte...

De repente o elevador deu um tranco bem forte, que quase derrubou os dois. Marinette bateu as costas na parede, e Adrian quase foi parar em cima dela, se segurando na mesma parede para não cair.

- Você está bem? – perguntou Adrian. Antes que Marinette pudesse responder, o elevador deu mais um tranco, as luzes começaram a piscar, o celular de Adrian caiu no chão, e as portas se abriram.

Do lado de fora estavam ninguém mais ninguém menos que Gabriel Agreste e Vivienne Courier, cercados por funcionários.

O senhor Agreste estava estarrecido. Vivienne apenas ergueu as sobrancelhas, surpresa.

Marinette e Adrian estavam tão chocados que nem se mexeram imediatamente. Pela posição em que estavam, estava parecendo que eles estavam se pegando há muito tempo.

- Vou ter que pedir que tenham comportamento adequado na minha empresa? – disse Vivienne Courier.  

Adrian se afastou, morrendo de vergonha. Ele e Marinette ajeitaram a postura rapidamente, com tanta vergonha que não conseguiam nem falar direito.

- Hã... Am... Eu... Nós... Não é o que você está pensando. – disse Marinette, mais para Vivienne Courier do que para os outros presentes. – Nós caímos, o elevador deu um tranco e...

- Quem é você? – perguntou Vivienne.

- Ahn... Eu trabalho aqui.

- Está demitida. Saia desse elevador.

Adrian ouviu Marinette ofegar, chocada. Ele olhou para ela, desejando fazer alguma coisa para ajudar. Os olhos dela se encheram de lágrimas.

- Mas...

- Onde está Christine? – interrompeu Vivienne, apoiando o cotovelo no braço, na frente de sua barriga, ignorando Marinette, sem olhar para ninguém específico.

- Ela disse a verdade! – disse Adrian, irritado com o jeito que Vivienne estava tratando Marinette. – Estávamos esperando o elevador voltar a funcionar, ele deu um tranco bem forte e nós caímos, foi só isso! – Vivienne olhou para ele, séria. Não dava para saber se ela sequer se importava com o que ele estava dizendo. – Você não pode demitir alguém só por causa disso. Pai, você acredita em mim, não é?

O senhor Agreste apenas encarou o filho, sério.

- Filho, saia desse elevador. Agora. E volte para o hotel. – disse ele, tentando conter sua raiva.

Adrian se encheu de raiva, mas antes que pudesse responder, Vivienne interrompeu novamente:

- Onde. Está. Christine? – disse ela, perdendo a paciência, mas ainda sem elevar a voz, o que a tornava mais intimidadora.

- Ela entrou no outro elevador logo antes da queda de energia. – disse um dos funcionários perto de Vivienne. – deve ter ido para o décimo seg... – ele foi interrompido pela mão erguida de sua chefe.

Vivienne Courier olhou para Adrian e Marinette como uma águia olha para sua presa.

- Saiam. – disse ela em voz baixa. – Agora.

Os dois saíram rapidamente do elevador, e ninguém ousou dizer mais nada.

Vivienne entrou no elevador com o funcionário que falara com ela, e ele apertou um botão lá dentro. Vivienne encarava Gabriel Agreste com reprovação enquanto as portas se fecharam.

 

2025, Paris, França.

Le Paon

Em uma sala escura, grande e silenciosa, uma mulher aguardava sentada em uma cadeira antiga e chique, tamborilando com os dedos o braço da cadeira. Sua frieza era refletida no ambiente em que estava, sem cores, sem luz, sem nada que passasse a ideia de alegria ou criatividade. Era nesse lugar sombrio que a mulher aguardava.

Uma garota abriu a porta, a metros de distância. A sala era realmente grande.

- Senhora? Posso entrar? – perguntou ela.

- Entre. E feche a porta. – respondeu a mulher. A garota fez o que ela mandou e se aproximou.

A fraca luz que passava pela cortina entreaberta de uma das janelas a iluminou, revelando uma jovem esguia, usando vestes pretas de ninja, e uma longa trança de cabelos castanhos, que chegava quase à altura do joelho. Ela carregava uma bolsa masculina consigo.

- Conseguiu? – espantou-se a mulher. – É dele? Do Guardião?

- Sim, senhora. – respondeu a garota, orgulhosa. – E aqui dentro tem um Miraculous.

A mulher se levantou lentamente, sentindo a grande emoção de finalmente conseguir pôr as mãos em um Miraculous. Ao se levantar, a luz revelou seu corpo alto, magro e esguio, só não tão musculoso quanto Ninja Negra, a garota em sua frente. A mulher parecia ter uns quarenta anos.

- Qual? – perguntou ela, sua voz quase um sussurro.

- O Miraculous do Pavão.

A mais velha desceu os três degraus que a separavam de seu tão ansiado Miraculous e se aproximou de Ninja Negra, que abriu a bolsa e jogou seu conteúdo no chão.

- Está dentro da caixinha preta. – disse Ninja Negra.

A mulher agachou lentamente em frente às coisas do Mestre Fu espalhadas pelo chão e pegou o que mais importava: a caixinha hexagonal preta, com detalhes em vermelho.

Ninja Negra a observava com expectativa.

A mulher se levantou, com a pequena caixa quase na altura dos olhos, admirando-a. Então ela a abriu, e foi com grande contentamento que viu a bela jóia verde-água brilhante, reluzente e indestrutível, na forma da cauda aberta de um pavão.

Ela pegou a preciosa jóia em suas mãos, sentindo seu peso e sua textura. Era magnífico.

- Muito bem, Ninja Negra. Fez um trabalho excelente. Não imaginei que conseguiria na primeira vez que enfrentasse o Guardião, pensei que precisaria chamar mais aliados. – disse ela.

- Obrigada, senhora. – disse Ninja Negra, orgulhosa.

- Que bom que conseguiu tão rápido. Acho que o Guardião está ficando velho demais para lutar. - disse a mulher, sorrindo desdenhosa. Ela sabia que ainda assim o Guardião deve ser motivo de preocupação, mas agora tudo que ela via era o Miraculous em sua frente.

E então, sem mais delongas, a mulher prendeu a jóia em seus cabelos. Assim que o fez, surgiu um brilho azul dela, que saiu do Miraculous e pairou no ar diante da mulher, e se transformou no kwami do pavão.

- Acredito que seu nome seja Duusu, não é? – disse ela para a kwami.

- Sim. – disse Duusu, surpresa e com certo medo. – E... E você é?

- Permita-me deixar claro a nossa relação a partir de hoje, Duusu: você me deve obediência, e eu não te devo explicações.

A kwami se encolheu um pouco, temerosa.

- Onde está a... Onde você encontrou o Miraculous? – perguntou Duusu timidamente, quase chorosa.

- O que foi que acabei de dizer? – disse a mulher, ameaçadora.

- Obediência, sem perguntas. Sim senhora. – disse a kwami, triste.

A mulher sorriu, satisfeita. De cabeça erguida, ela pronunciou as palavras:

- Duusu, transformar.

A kwami azul voou para o Miraculous, e Ninja Negra se afastou um pouco, quase ficando cega pela luz azul-escura que emitia do corpo todo da mulher.

O brilho da luz iluminou toda a sala sombria de azul. E então começou a sumir, revelando a nova aparência da mulher. Ela usava um vestido longo e justo ao corpo, de tons entre azul e preto, formando uma cauda de pavão no chão. Sua saia tinha um decote que subia até sua coxa, que revelava suas botas refinadas que vinham até os joelhos, cobrindo suas pernas de preto. Uma de suas mãos magras segurava um cetro finíssimo com o formato de uma pena de pavão no topo, e a outra um leque formado de penas do mesmo animal. Seu cabelo era liso, curto e negro como seu coração vingativo. Uma grande gota de pena de pavão vinha da parte de trás de sua cabeça, chegando a seu rosto completando seu formato. As mangas do vestido chegavam até um pouco depois dos pulsos, modelando a silhueta de seus braços, assim como o resto de seu corpo. Toda a sua imagem era alta, severa e fria, porém inegavelmente com certa beleza, mesmo que intimidadora.

Ninja Negra deu um passo para trás, surpresa com tamanho efeito.

- Uau. – disse ela, sem fôlego. – A senhora agora é mais poderosa do que os super-heróis. Muito mais. Você é a única que tem um Miraculous, não vai ser difícil matar a Ladybug. É só descobrir quem ela é.

Le Paon olhou para a garota com seu ar de superioridade, ainda mais intenso do que o normal, e respondeu:

- Eu não quero apenas matar a Ladybug. – disse ela, pronunciando bem cada palavra. – Eu quero fazê-la sofrer. Quero ver a vida deixando seus olhos, mas antes quero vê-la tão desesperada, que ela deseje por isso.

Com a cabeça erguida, o coração frio e a expressão dura de quem passou por coisas extremas, ela ergueu a cabeça, olhando para a frente, e completou:

- Como eu desejei.

 


Notas Finais


E aí pessoal, gostaram? Não sei vocês, mas eu gostei... Espero que tenha ficado tão bom quanto eu acho que ficou!

Lembrem-se: se eu demorar mais do que o esperado, voltem nos comentários desse capítulo que eu explico como as coisas estão indo por aqui, e uma previsão de quando pode sair o próximo capítulo. Vou deixar um comentário em destaque aqui se precisar dar algum aviso. Qualquer coisa me perguntem, que eu respondo. Espero que continuem a seguir a fic, e mil desculpas por esse intervalo enorme!
Ah, gente... Existe uma possibilidade de eu conseguir escrever escondido, mas seria uma coisa difícil. Mas eu estou disposta a tentar, se encontrar um horário vago... Não vai dar pra postar de dois em dois dias, mas TALVEZ dê pra sair um capítulo no meio dessa semana, então fiquem de olho. Mas não é garantia, tá? Eu vou tentar.

Vou ser generosa com vocês e dar duas informações sobre a batalha final, dois spoilers:

1 – Terão três grandes vilões, três pessoas poderosas com quem os super-heróis precisam se preocupar. O resto dos vilões trabalham para eles.

E o melhor de tudo:

2 – Teremos sete super-heróis para combatê-los.


PERGUNTA IMPORTATE: vocês preferem que eu poste pensando mais no tempo ou na organização dos capítulos? Se a resposta for tempo, eu vou postar pequenos capítulos, pra não deixar vocês sem nada. Se a resposta for organização, vou agrupar mais de uma cena em cada capítulo, deixando com mais de 2000 palavras, pra festa do Gabriel Agreste chegar logo. Mas acaba que não vai chegar logo, porque se eu for fazer capítulos grandes, vocês vão ter que esperar mais. Por isso eu estou perguntando: vocês preferem vários capítulos pequenos ou poucos grandes? Isso é pra depois dessa semana, essa semana provavelmente não vai ter nada. Mas quero continuar postando logo depois, mesmo com as provas de recuperação, e talvez os capítulos tenham que ser menores, a não ser que vocês prefiram esperar um pouco mais. Mas eu não estou enrolando com essas cenas, elas precisam acontecer antes da festa do Gabriel Agreste. Pode não parecer, mas precisam sim! Não estou enrolando, juro!
Então, repetindo a pergunta: vocês preferem vários capítulos pequenos ou poucos grandes? Se tiverem outras ideias podem falar, à vontade. Depois do dia 16 de dezembro as coisas vão voltar ao normal, certeza. Porque dia 16 é o último dia de provas de recuperação, dps disso não tem mais nada que eu precise fazer na escola. Mas eu provavelmente vou ter postado alguma coisa antes disso, não se preocupem.

Lembrem-se: fiquem atentos aos comentários desse capítulo, que eu vou estar dando avisos aqui sempre que necessário, antes de sair o próximo cap.

Então é isso gente, espero que estejam gostando da história e que vocês não desistam de acompanhar! Porque daqui pra frente a coisa só fica cada vez mais interessante! Deixem nos comentários quem vocês acham que serão os grandes vilões e quem serão os novos super-heróis, além de dizerem o que acharam desse capítulo e o que esperam ver nos próximos! Não se esqueçam de responder a pergunta que eu fiz dois parágrafos atrás, preciso saber da opinião de vocês! Beijos e até mais!


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