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História Os Vilões do Olimpo - interativa - Mais do que um jantar, um espetaculo


Escrita por: TJDuke

Capítulo 4 - Mais do que um jantar, um espetaculo


Rex falou sobre todas as coisas surpreendentes que o acampamento oferecia, a maioria das coisas eram mortalmente perigosas. Mas isso não parecia ser um problema para os campistas. Dois rapazes lutavam com espadas no meio pátio enquanto outros jogavam basquete.

— Está tudo bem. — Garantiu Rex. — Isso não é nada comparado com a luta com monstros.

— Luta com monstros? — Perguntou Amália horrorizada.

— Luta com monstros? — Repetiu Cody maravilhado.

— Tem coisas que só se aprende na prática. As vezes eles permitem que monstros entrem no acampamento para que possamos caça-los. Mas não se preocupe, ninguém morre há duas semanas. — Rex disse pensativo. — Agora, gravemente feridos e membros perdidos...

— Que casas interessantes. — Disse Amália. Ela apontou para uma casa da Barbie em tamanho real: cortinas com laços, porta rosa, vasos de flores nas janelas.

— Casa de Afrodite. Está pronta para conhecer seus irmãos? — Rex perguntou.

Amália bateu palmas animada.

— Acho que eu vou esperar aqui. — Murmurou Cody olhando com horror para a casa.

Rex assentiu com um olhar de empatia, como se também pudesse esperar do lado de fora daquele lugar. Ele parou na soleira da porta quando anunciou:

— Amália Lewis, apresento-lhe a Casa de Afrodite.

Era pior do que uma casa da Barbie por dentro. O cheiro de perfume deixava Rex enjoado. O interior era todo forrado com espelhos, até mesmo o chão de madeira parecia polido o suficiente para ver suas faces refletidas. Tudo era muito organizado, não havia papeis ou roupas no chão. Higiene certamente era um tipo de beleza.

Haviam aproximadamente uma dúzia de garotas e cinco garotos. Todos olhavam para Amália, medindo-a com os olhos.

Amália sorriu sentindo-se em vantagem.

— Vamos pessoal. Sejam gentis. Bem-vinda, Amália. Você pode ficar com qualquer beliche desocupada. — Disse um garoto um pouco mais alto que o restante.

Ele parecia um ator de cinema. Era alto e esguio, com cabelos cor de areia e olhos azuis cobalto. Ele parecia ter cerca de dezenove anos, mas Amália tinha a impressão de que os filhos de Afrodite conseguiam alterar sua aparente idade com a mesma facilidade que alguém tinha de passar um batom.

— Este é Ryan. Ele é o Conselheiro-chefe de Afrodite. — Rex apresentou com aparente desconforto. Isso atiçou a curiosidade de Amália, depois teria que manipular alguém para descobrir todos os segredos sórdidos.

Os filhos de Afrodite não eram necessariamente bonitos. Mas com certeza eram todos vaidosos, o que já era mais do que meio caminho andado. Eles tinham um número infinito de produtos cosméticos e instrumentos diferentes que só poderiam ser de tortura, categoricamente organizados em seus espaços privados, mesmo os garotos. Qualquer um que se submetesse a todos aqueles procedimentos poderia ficar minimamente fashion.

— Bem, parece que somos uma família então. — Disse Amália tentando esconder o sarcasmo.

— Sim! — Concordou Ryan animado puxando Amália para um abraço de urso.

Rex disfarçou uma risada e se despediu de Amália com uma piscada.

 

 

 

Entre todas as casas, a de Hermes era a que mais parecia uma velha cabana comum de acampamento de verão, com ênfase na velhice. A soleira estava desgastada, a pintura marrom, descascando. Acima do vão da porta havia um bastão alado com duas serpentes enroscadas nele. Um caduceu.

Dentro, estava abarrotado de gente, meninos e meninas em muito maior número que os beliches. Sacos de dormir estavam espalhados por todo piso.

— Cody Allen, apresento-lhe a casa de Hermes! — Anunciou Rex repetindo o procedimento.

Um gemido coletivo soou pelos campistas de Hermes.

— Temos gente demais. — Disse um dos garotos.

— Alguém vai ter que dormir no banheiro. — Disse outro.

Cody se encolheu conforme recebia tantos olhares.

— Lar, doce lar. — Rex comentou enquanto arrastava Cody para dentro da casa tumultuada. — Não se preocupe, com o tempo melhora.

— Sério? — Perguntou Cody esperançoso.

— Na verdade, não..., mas eles não podem nos expulsar! — Comentou divertido.

— Não me teste, Rex. — Uma garota que parecia ser um pouco mais velha do que a maioria se aproximou. Ela parecia uma elfa com um sorriso sarcástico e olhos inteligentes. — Seja bem-vindo, Cody. Eu sou a Conselheira de Hermes, Luana. Desculpe, mas acabamos de receber quatro hospedes novos, então você vai ter que dormir no chão por enquanto... bem, ou você pode dormir na cama do Rex. — Provocou Luana lançando um olhar de fuzilamento para Rex.

Cody negou com as orelhas queimando.

— Pode dormir comigo se quiser. Um a mais, um a menos não faz diferença. — Disse Rex divertido.

— Não, obrigado. Eu vou dormir no chão. — Respondeu Cody vermelho-escarlate.

 

 

Um corvo sobrevoava o acampamento. Um corvo que não se lembrava de seu passado e não possuía um lugar para chamar de seu. O corvo observou as crianças jogando vôlei, cestas de três pontos entrando automaticamente. Outros escalavam uma grande parede que escorria lava. Aquele não era lugar para um corvo. Uma coisa chamou sua atenção, sentiu que também estava sendo observado.

O corvo pousou na frente da garota que o observava. Ela estava sozinha sentada em cima de uma grande rocha ao redor do lago e tinha um tipo de livro em sua mão.

A garota sorriu para o corvo e estendeu uma mão tímida para toca-lo. Quando o tocou ele já não era mais um corvo, era um garoto vestindo uma lustrosa capa preta.

— Oh meu... — Começou a garota, mas foi interrompida.

— Por que estava me observando? — Por um momento imaginou se estava falando com uma fada. Ela brilhava como ouro. Seus cabelos também tinham cor de ouro, marfim com um brilho dourado, e a pele tinha o bronzeado luminosos de uma fada. Olhos verdes intoxicante.

— Você quase me matou de susto! O que é você? Um corvo ou um garoto?

— Um garoto! — Respondeu indignado. Mas não se lembrava realmente, talvez fosse um corvo que podia se tornar humano... — Eu acho.

Um olhar de súbita compreensão passou pelo rosto da garota. Ela ergueu o livro que estava segurando contra o peito.

Era um caderno de desenhos. Ela estava desenhando-o.

— Por que estavas á desenhar-me? — Perguntou com um tom desconfiado.

— Porque eu o achei bonito. — Respondeu a garota voltando a desenhar. — Agora, fique parado.

— Mas eu não sou mais um corvo.

— Eu sei. Você é um dos recém-chegados que estava preso no Cassino Lótus. Onde estão aquelas garotas que estavam com você? A princesa Zumbi e a hippie?

— Lilith disse que não iria ficar naquela casa cheia de gente, vi ela tirando uma soneca em cima de uma arvore. Teresa disse que queria ficar sozinha, acho que ela queria chorar.

Ela continuou desenhando, olhando para ele ocasionalmente e apagando alguma coisa.

— E você, corvo, qual seu nome? — Perguntou finalmente.

Ele deu de ombros. Era assim que todos costumavam chama-lo, Corvo.

— Apenas Corvo.

Ela riu.

— Isso não é um nome. Você precisa de um nome de verdade. — Disse a garota sem tirar os olhos do papel.

— E você, fada, tem nome? — Perguntou sentindo-se irritado. Era assim que lembrava de o chamarem, a única coisa que se lembrava.

A garota desviou o olhar do desenho para encara-lo.

— Eu não sou uma fada. Meu nome é Blake. Sou uma campista, assim como você. Indeterminada, não sei quem é meu pai... seu desenho está pronto, quer vê-lo? — Disse Blake estendendo o caderno.

O Corvo encarou o desenho. Um garoto por trás da sombra de um corvo, o garoto era realmente bonito, ele tinha cabelos negros encaracolados e olhos tão tristes quanto bonito. Tão bonito que Corvo pensou que havia desenhado outra pessoa.

Uma trombeta soou pelo acampamento surpreendendo Corvo.

— Vamos, é hora do jantar. — Disse Blake. — Pode ficar com o desenho se você gostou.

 

Todos estavam tensos e ansiosos para saber mais sobre os novos semideuses que já haviam mal haviam chegado e tinham destruído a enfermaria.

As mesas do pavilhão estavam amarrotadas de campistas famintos.

Rex enfiou uma colher na boca e carregou dois pratos, um com algumas fatias de bolo e frutas, outro sobrecarregado de pizza com recheio de lasanha, macarronada e purê de batata. Colocou os pratos na mesa e olhou ao redor procurando algo.

— Ouvi dizer que viram um garoto roubando comida no pavilhão e correndo pela floresta, acreditam que seja o sétimo recém-chegado. — Comentou alguém na mesa.

— É uma garota. — Disse o garoto corvo. Todos ficaram subitamente em silencio.

— A sétima é uma garota, eu me lembro dela. — Repetiu.

Blake estendeu a mão e pegou a colher na boca de Rex e o entregou.

— Interessante. — Disse Rex finalmente.

Blake ignorou e puxou seu prato. O sobrecarregado.

Rex sabia que assistir a pequena Blake comer era um espetáculo à parte. Mas para os recém-chegados ainda era algo novo.

— Como você consegue? — Perguntou Teresa encarando a garota. Era física impossível que ela comesse o próprio peso em uma refeição. E continuasse com o mesmo peso.

— Nem pergunte, o estomago da Blake é um dos grandes mistérios do acampamento. — Comentou Luana dando ocasionais garfadas em uma salada.

— Eu estou em fase de crescimento. — Argumentou Blake enquanto acabava com uma fatia de pizza em três mordidas. — Eu só tenho dezesseis anos.

Teresa assentiu, ela realmente era pequena, pouco mais de um metro e meio. Mas para onde ia tudo aquilo? Ela deveria ter o metabolismo mais rápido do mundo.

— Do que você está falando, Blake? Você já tem... — Começou Luana com um olhar travesso, mas foi interrompida.

— Cale-se! — Disse Blake. Seus olhos verdes brilhavam como fogo grego, prometendo um sofrimento inimaginável a quem ousasse completar aquela frase.

Teresa assistiu enquanto a garota fazia desaparecer uma torre de comida. Quando Blake terminou ouve alguns aplausos.

— Atenção. — Disse Quíron batendo os cascos no chão para fazer com que todos ficassem em silencio. — Vamos dar todos as boas-vindas aos nossos novos campistas. Mas também tenho um recado para dar a vocês, lembrem-se que amanhã teremos captura da bandeira. Por isso preciso que todos Conselheiros-chefes venham até a casa grande depois do jantar.

— Que estranho. Já conversamos sobre isso hoje de manhã. — Murmurou Luana sem perceber em quem estaria ouvindo.

 

Os conselheiros-chefes se reuniram sentados em uma mesa redonda com treze cadeiras. A sala era rustica e tinha uma miniatura completa do acampamento em cima da mesa. Quíron estava em sua cadeira de rodas que magicamente escondia sua traseira de cavalo.

Luana entrou seguida de Logan Yang conselheiro-chefe de Ares, eram os últimos. Logan possuía a mesma expressão de zangada que os outros filhos de Ares, seu cabelo preto cortado em estilo militar só se diferenciava pela descendência asiática, mas era maior. Tinha um e noventa de altura e ainda era no ensino médio.

— O que está acontecendo, Quíron? — Perguntou Ryan, Conselheiro-chefe de Afrodite.

— Nossa enfermaria foi destruída. — Comentou Daniel Horen, Conselheiro-chefe de Apolo.

— Obrigado, Daniel. Não sabíamos que o fogo fazia isso. — Respondeu sarcasticamente Megan Rosen, Conselheira-chefe de Deméter.

Quíron bateu a mão na mesa.

— Tem algo sério acontecendo e vocês agem como crianças!

Nunca haviam visto Quíron tão instável. Ele parecia prestes a sair correndo dando coices em seus campistas. Luana viu a gata branca de Blake sair debaixo da mesa assustada e pular em seu colo.

— Existem uma lenda. Há milhares de anos, os deuses foram obrigados a destruir qualquer um dos seus filhos que julgavam-se ser diferentes. Dezenas de semideuses foram sacrificados por causa disso. Essas crianças não são como nenhum de vocês, eles não nasceram para serem heróis. Eles nasceram para serem os vilões que um dia receberiam a chance de destruir o mundo.  — Quíron olhou para cada um dos Conselheiros. — É obvio que nem todos os deuses conseguiram cumprir o acordo. Para não ter que destruir seus próprios filhos, os deuses trancaram no Cassino dos Comedores de Lótus qualquer um de seus filhos que possuíssem uma natureza duvidosa. E agora parece que os deuses finalmente os trouxeram de volta ao mundo mortal. — A medida que Quíron falava sua voz ficava mais baixa, suas últimas palavras não saíram mais altas do que um sussurro.

Os Conselheiros encararam uns aos outros.

— Então só precisamos mata-los, não é? — Sugeriu Daniel, recebendo vários olhares zangados e alguns de apoio. — O quê? Eles são vilões, não são?

— Não! — Relinchou Quíron, pela primeira vez em séculos. — A lenda diz que o que quer que aconteça, eles não devem ser mortos. Os deuses precisam destruí-los, de verdade, eliminar toda a existência. Como alguns deuses não queriam apagar totalmente a existência de seus próprios filhos, eles criaram o Cassino dos Comedores de Lótus. A prisão perpétua de seus filhos.

 Todos ficaram em silencio absorvendo o que haviam acabado de ouvir.

— Nossa única esperança, é manter essas crianças em segurança até que possamos envia-las de volta para o Cassino.


Notas Finais


Não sei... o que acham?


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