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História Our Picks - Broken Home


Escrita por: psicolua

Notas do Autor


COLOQUEM MÚSICA TRISTE, OBRIGADA

Capítulo 32 - Broken Home


Fanfic / Fanfiction Our Picks - Broken Home

Ariana POV’S

Eu havia acordado determinada à contar a verdade. Não era da minha natureza mentir para as pessoas e fazer isso, principalmente com Michael, estava me deixando atormentada. Ninguém estava sabendo e eu não fazia ideia de quais seriam as reações. E para ser sincera, eu não estava ansiosa para tal.

Vesti um jeans colado e uma regata branca simples, calçando um tênis branco em seguida. Eu estava adiantada para o colégio, havia acordado sem o uso do despertador. Optei em deixar meu cabelo ruivo preso em um rabo de cavalo. Minha pele estava bonita – me assustei em reparar nesse tipo de coisa, provavelmente era a consequência de ser próxima à Scarlett – e eu me senti bonita também, então apenas ousei passar um gloss labial.

- Que milagre é esse de te ver vestida assim, dona Ariana?

Scar estava sentada na mesa junto com a tia Charlotte, quando me perguntou. Me juntei à elas, preparando meu waffle e um copo de suco.

- Dia de mudanças, minha cara. – Respondi, recebendo olhares indignados.

- Que mudança, ein. – Scar comentou.

Apenas revirei os olhos e comecei a comer. Não havia lembrado, até então, que tia Charlotte estava entre nós.

- Aliás, bom dia, tia! – Falei, sorrindo.

- Bom dia, querida! – Ela respondeu, parecendo cansada.

 - Está cansada?

- Um pouco.

- Mamãe anda com a cabeça muito ocupada ultimamente. Ser empresária não é tão simples, não é, mamãe? – Scar disse, esperando a resposta da mãe que a olhava.

- Não é pra tanto, Scar. Eu tenho as minhas consultoras. – Tia Charlotte respondeu, firmando um sorriso no rosto.

- Mas então porque está cansada com isso, tia? – Perguntei.

- Não é nada, meninas. – Ela se levantou, terminando o assunto. – Me deem licença.

Terminamos de comer e esperamos Ashton para irmos à escola juntos. O dia estava quente e não demorou muito para sentir minha pele úmida pelo suor, o qual eu odiava. Tentei focar no caminho todo em algo que prendesse a minha atenção, porque eu estava nervosa. Qualquer pessoa seria capaz de perceber meu nervosismo de longe e isso me deixava ainda mais nervosa.

Eu sabia que iria perder Michael e isso me machucava. Ele não seria o tipo da pessoa que apenas pede um tempo – aliás, cá entre nós, foi Luke quem me beijou e eu não tive culpa. Eu não estava conseguindo processar essa ideia porque Michael era importante pra mim. Nós havíamos construído uma relação e mesmo não sendo namorados a afetaria. Eu apenas desejava que tudo não se passasse de um pesadelo.

- Parece que alguém está presa nos pensamentos. – Ashton cutucou Scar, me chamando a atenção.

- Está pensando no Mik... – Scar disse, mas antes que ela terminasse eu a interrompi.

- Não!

Os dois se entreolharam e deram de ombros. Eu não queria pensar em Michael, não queria vê-lo, não queria olhá-lo. Não sabia se aguentaria.

- Vamos? – Scar grudou no meu braço assim que o motorista estacionou em frente ao colégio.

Eu desci do carro, passando as mãos levemente no meu jeans e suspirando. Logo eu o encontraria. Começamos a andar sobre os corredores do colégio até aos nossos armários. Peguei meu material e me despedi de Scar, nossas aulas eram diferentes.

Segui para a sala de aula onde a aula seria química, procurei me sentar mais para o canto da sala, como sempre. Faltavam alguns minutos para o início da aula, e só então, ouvindo as vozes de algumas meninas, pude perceber que Luke fazia essa aula junto comigo. Olhei para ele que estava do outro lado da sala sentado em cima da carteira, cercado de garotas. Por um momento nossos olhares se cruzaram e eu foquei em outro ponto rapidamente.

Luke era muito bonito para ser visto com uma reputação ridícula dessa. Já havia um tempo que eu não o via com garotas dessa maneira, mas parece que ele voltou com esse hábito. Querendo ou não, ver aquela cena me incomodou um pouco. Não por sentir ciúme ou coisa do tipo, mas sim porque ele havia me visto e não veio me pedir desculpa ou até mesmo me cumprimentar. Se bem que eu que estava o ignorando, então ele estava mais que certo.

Logo o Sr. Hudson entrou na sala de aula e aplicou a matéria. Eu não gostava muito de exatas e odiava essa aula. O pior era que o professor não colaborava, ficava gritando toda hora. A aula demorou para passar, mas logo acabou. Durante a mesma, o professor chamou várias vezes a atenção de Luke e ele parecia provocá-lo cada vez mais.

O sinal havia tocado alguns minutos mas demorei para sair da sala porque o corredor estava lotado. Saindo pela porta, sinto um grande choque no meu ombro.

- Ei! Olha por onde anda! – Gritei e grunhi de dor.

Não ouvi nenhuma resposta. Levantei minha cabeça e então percebi que havia esbarrado em Luke. Ele simplesmente me deu as costas e saiu andando como se nada tivesse acontecido. Eu o odiei por todos aqueles segundos que se passaram. Fui para o refeitório e me sentei na mesa com os meus amigos e lá estava Luke.

Me sentei entre Ashton e Calum e os dois vieram me abraçar, mas eu os impedi.

- Não toquem no meu ombro, por favor. – Falei, olhando de lado para Luke e o fuzilando pelo olhar.

- Ué, por que, maninha? – Perguntou Ashton.

Olhei de relance para Luke novamente, dizendo entre os dentes:

- Esbarrei com uma pessoa que nem fez questão de perguntar se me machucou.

- E esbarrar em alguém te machucou? – Calum enrugou a testa.

- Tronco duro. – Respondi, percebendo um leve sorriso no rosto do Luke.

- Uma árvore? – Ashton perguntou, arrancando gargalhadas.

- Não seja burro, maninho.

- O que o Ash aprontou dessa vez? – Aquela voz soou como uma melodia aos meus ouvidos. A voz que ao mesmo tempo que eu desejava ouvir eu não queria ouvir.

Michael empurrou Ashton e se sentou do meu lado, me dando um sorriso. Ele estava bonito como o de costume. O sol batia no seu rosto e deixava explicita sua barba rala e seus olhos esverdeados. Peguei Luke nos observando e fechando a cara. Meu nervosismo ficou ainda mais forte e intenso. Mike parecia alegre e eu iria acabar com a sua alegria assim que contasse.

- Eu não fiz nada, Mike. – Ashton se explicou, com suas bochechas vermelhas e as covinhas amostra.

- Nada? – Scar indagou. – Apenas achou que a Ari se referia à uma árvore quando disse que se esbarrou em uma pessoa com um tronco duro.

Michael riu, batendo levemente nos ombros do Ashton.

- Eu te admiro, cara. – Falou.

- Me ame menos. – Ashton disse.

O tempo foi passando e a conversa foi rolando. Todos conversavam entre si, inclusive Luke abriu a boca para participar. Michael parecia contente como se tivesse descoberto algo. Eu podia ouvir cada pedaço do meu coração se partindo. A culpa se pesava nas minhas costas e a minha vontade era de chorar até não restarem mais lágrimas.

Eu estava sendo fraca demais, deveria ter levantado a cabeça e tomado coragem de dizer a verdade. De que adianta deixar a culpa nos corroer? Só irá atrair tristeza e mais culpa e não vai parar. Vai ser um sofrimento eterno até termos coragem de enfrentar o nosso medo e encará-lo.

E era isso que eu faria.

- Eu tenho que contar uma coisa para vocês. – Michael disse e eu iria chama-lo na mesma hora, o que me impediu.

Na hora meu olhar se encontrou com o de Luke e minhas mãos começaram a suar. Eu não sabia exatamente o que ele contaria, mas eu estava com medo e nervosa.

- O quê? – Todos perguntaram, curiosos.

- Eu perdi a minha mãe.

Isso foi o suficiente para não sobrar mais nada do meu coração. Fiquei rodeada de olhares assustados e ao mesmo tempo triste. Por um momento eu pensei ter perdido a respiração. Eu já sabia desse fato, mas ver Michael contando em público para nossos amigos mexeu comigo. Pensei que ele demoraria para contar, mas ele nos pegou desprevenidos.

- Está tudo bem, eu já aceitei isso. A história é longa e eu descobri isso somente final de semana. – Ele continuou.

- Cara, eu nem sei o que te dizer. – Ashton disse, abraçando Michael de lado. – Eu sinto muito.

- Eu também sinto muito. – Calum se levantou e foi abraçá-lo. Todos se levantaram para abraçá-lo, enquanto eu apertava a sua mão. Somente Luke não o abraçou e quando percebi ele nem estava mais ali.

Michael estava com os olhos marejados e um pequeno sorriso estampados nos lábios. Vê-lo receber esse carinho de nossos amigos trouxe um pouco de paz para o meu coração. Mesmo depois disso eu teria que contar. Eu não poderia mais fugir disso.

- Eu preciso falar com você. – Falei, o cutucando enquanto os meninos e Scar se retiravam de seu lado.

- Vamos deixar vocês à sós, pombinhos. – Scar disse, se despedindo com um gesto com as mãos.

- O que é? – Michael perguntou, passando as mãos por debaixo dos olhos e me olhando. – Aliás, eu também tenho que te contar uma coisa. Ontem eu conversei com o me...

- Não, Mike! – O cortei, elevando meu tom de voz sem perceber. Ele me olhou assustado e eu suspirei. – Me desculpa. É que já é a segunda vez que eu tento falar com você e não consigo porque você me corta.

Michael abaixou a cabeça e pareceu ter ficado chateado. Ele mal sabia o que estava prestes a ouvir.

- Pode falar. – Disse.

Demorei um instante para processar aquele momento. Procurava palavras que se encaixassem com a dor que eu carregava dentro do meu peito nesse momento. Essa dor tinha a intenção de aumentar nos próximos segundos que se seguissem.

- Aconteceu uma coisa quando estávamos na praia. – Comecei, recebendo um olhar interrogativo dele. – O penúltimo dia, se lembra? – Ele assentiu. – Enquanto vocês estavam dentro do mar e o Luke veio falar comigo foi para saber o porquê de nós termos vindo para a casa naquele dia.

Michael exibia certa confusão em sua face.

- E por que ele queria saber? – Perguntou.

- Foi o que eu perguntei para ele, mas ele começou a gritar comigo e então eu deixei ele falando sozinho. – Respondi. Minhas mãos estavam suadas e meu corpo gelado, era uma mistura de sensações estranhas que eu sentia. – Depois eu dormi e quando acordei Luke estava lá.

- O que ele fazia lá? – Michael parecia normal, apenas curioso.

Eu suspirei fortemente. A pior parte estava chegando.

- Foi me pedir desculpas. – Abaixei minha cabeça e concentrei minha visão nos meus pés. – Eu o ignorei de primeira, mas ele insistiu que eu o ouvisse. Ele se explicou dizendo que se preocupava com nós dois, apesar de tudo ele é o nosso amigo...

- Apesar de tudo o quê?

Percebi que Michael já estava ficando enfurecido com a demora e sem paciência. Eu não sabia o que se passava em sua mente no momento. Eu me encontrava em estado de choque.

- Me deixa continuar. – Falei. – Então eu aceitei suas desculpas. Nós dois ficamos sentados, conversando e fumando. E então eu decidi ir atrás de vocês, mas...

Eu travei. Simplesmente não haviam palavras na minha boca. Não saía nada. Minhas pernas e mãos tremiam, meu corpo suava bastante e estar vivenciando esse momento me trazia calafrios. Como eu pude deixar isso acontecer? A partir de quando aconteceu, essa pergunta não saía da minha cabeça.

Michael se moveu desconfortavelmente ao meu lado, como se chamasse a minha atenção.

- Mas o que, Ariana? – Perguntou, parecia nervoso e com medo.

- A gen...

Tentei falar, mas travei novamente. Uma hora ou outra ele saberia a verdade, não adiantava ficar escondendo.

Apertei meus olhos e reuni todas as forças que eu tinha. Agora ou nunca.

- A gente se beijou.

Esperei por uma resposta mas não houve nenhuma. Senti meus olhos marejados e balancei minha cabeça negativamente. Eu não tive culpa do que aconteceu e ele precisava saber disso, acreditando ou não.

Olhei para Michael que, com os olhos vidrados em mim, mantinha uma expressão de padecimento. Seus olhos estavam vermelhos e sua pele havia ficado mais branca que o normal. Seus lábios que antes estavam rosados agora estavam roxos e trêmulos. Ele me olhava como se eu tivesse cometido o maior pecado do mundo – e eu sei que beijar o Luke não ficava muito longe de ser intitulado dessa forma.

No momento eu senti como se meu coração fosse arrancado do meu peito lentamente, me fazendo sentir a maior dor já existente. E eu sei que Michael também se sentia assim. Seria a segunda vez que tivera seu coração arrancado do peito? Ele não merecia isso! Eu não poderia ser outra Cassie em sua vida.

Eu precisava fazer alguma coisa, dar uma explicação. Não saberia se Michael ouviria, mas eu tinha que tentar.

- Mike...

- Não me diga mais nada. – Falou dando ênfase em cada palavra, como se aquela fossem as suas últimas palavras.

Eu perdi o chão assim que ouvi ele. Sua voz era irreconhecível, cheia de ódio e amargura. Michael acabara de se tornar o antigo Michael bem aqui na minha frente. Rude, seco, cheio de raiva e ignorante. E o motivo disso? Eu.

O olhei por alguns segundos procurando alguma trégua. Mas não encontrei nada. A única coisa que encontrei foi dor. Michael se levantou e nem sequer me olhou, virou as costas e me deixou ali, aos prantos. Levantei e o alcancei, tentando ficar lado a lado.

- Michael, espere! – Gritei, mas ele não parou. – Eu não tive culpa! Foi ele quem me beijou, eu nunca quis isso. – Terminei de falar e sequei as lágrimas que haviam acumulado em meu rosto.

Ele se virou e me olhou como nunca olhara antes. Com muito ódio.

- Me deixe em paz, Ariana. Não ouse falar comigo. – E então ele me deu as costas e saiu andando.

As pessoas ao meu redor me olhavam chorar. Não dei atenção à elas, levantei a cabeça e limpei rosto. Olhei em todos os cantos a procura de algum rosto conhecido e o único que encontrei foi o de Luke me olhando e vindo em minha direção. Eu não queria falar com ele e muito menos vê-lo nem se estivesse pintado de ouro.

- Ariana! – Me chamou assim que comecei a andar para o lado oposto do dele.

- Sai daqui, Luke.

Seus passos se apertaram e logo ele estava do meu lado.

- Não fique assim... – Disse e eu tive vontade de estapeá-lo na hora.

- Pelo amor de Deus, Luke! É tudo culpa sua, como tem a cara de pau de vir falar comigo!? – Tentei falar em meio ao choro e ao soluço.

Luke ficou quieto e pensativo. Sua feição se tornou perplexa e triste ao mesmo tempo. Eu não deveria ter dito isso, mas não passava além da verdade.

Comecei a andar para longe dele, para longe daquele maldito colégio. A cada passo um novo olhar me encarava. Como as pessoas podem ser assim? Ninguém se opôs a me ajudar.

(...)

Michael POV’S

Eu estava sem rumo. Quando pensei que finalmente as coisas na minha vida estavam se organizando, algo apareceu para me provar o contrário. Ariana me decepcionou. Aliás, foi mais que isso. Eu senti meu coração se quebrar. Mais uma vez. E foi quebrado justo pela pessoa que eu permiti me abrir, confiar, desejar cuidar e além de tudo me apaixonar. Pensei que ela realmente fosse diferente, que nada disso iria acontecer na nossa relação. Não tínhamos um relacionamento oficial, mas era alguma coisa. E ela sabia disso!

E Luke? Eu o considerava meu melhor amigo, nos conhecíamos desde crianças. Basicamente crescemos juntos. Com certeza a decepção que eu sentia em relação à ele era pior. Em um piscar de olhos ele foi e beijou a minha garota. Estaria apaixonado por ela? Muito provável! Mas por que não me contar?

Ele a beijou. Ela correspondeu. Eles me traíram.

Foquei no caminho a minha frente. Eu estava o fazendo de novo, mesmo sabendo que não daria em nada. Ela não estava lá. Observei a entrada do cemitério e estacionei o carro no mesmo local em que o estacionei ontem. O lugar continuava vazio, como se ninguém visitasse seus entes queridos.

Adentrei no cemitério e já trilhei o caminho que, querendo ou não, já havia decorado. Seu túmulo continuava da mesma forma, empoeirado e sem nenhuma flor por cima. Por sorte não haviam muitos túmulos em volta, então haveria muita chance de ser atrapalhado.

Sentei em cima dos pequenos matos que rodeavam o túmulo e me apoiei no mesmo. Eu precisava desabafar com alguém e não me sobrara ninguém. Ariana havia me traído e Luke também. Ashton provavelmente estaria ocupado beijando a boca da nojenta da Cassie. E Calum estaria ocupado fazendo a mesma coisa com a Scarlett. Todos se dando bem, menos eu.

Então sobrou ela, minha mãe. Eu ainda não sabia como estava lidando realmente com o fato de que nunca mais a veria e não tive a oportunidade de me despedir. Eu queria poder ter uma mãe do meu lado e que me aconselhasse sobre garotas, me ajudasse nos deveres de casa, cuidasse dos meus machucados após jogar futebol, preparasse o meu prato favorito e passasse os melhores momentos ao meu lado. Mas eu não tinha isso, nunca tive. E eu sinto falta. É essencial na vida de uma pessoa. Se ela não tem ela sentirá falta, mas não contará para ninguém. É uma forma de se proteger.

Meus pensamentos estavam bagunçados. Eu pensava na Ariana e no Luke e na minha mãe. Tudo junto. Eu estava uma verdadeira confusão. Já era possível sentir uma dor no fundo da cabeça, mas eu não estava dando bola para isso nesse exato momento. Eu precisava desabafar, conversar com alguém. E como não me restava outra opção, comecei:

- Eu sei que isso é ridículo, porque você nem sequer está aqui dentro deste túmulo, mãe. Admito que fiquei feliz em saber disso, eu poderei me despedir. Não tive essa oportunidade e você sabe. – Senti meus olhos encherem de lágrimas e enfiei minha cabeça entre as minhas pernas. – Hoje eu fui decepcionado. Sabe quando você dá total liberdade para se confiar em alguém e essa pessoa vem e tira isso de você? Te mostra o contrário? Então, foi exatamente isso que aconteceu. Eu estou apaixonado, mãe. Espero que isso te deixe feliz, fui capaz de sentir isso por alguém novamente. Não sei como devo me sentir em relação a isso. Machuca, sabe. Quando a dor chega ela nos corrói e isso dói tanto.

As lágrimas já se espalhava pelo o meu rosto e caiam sobre a minha camisa, a molhando. Continuei de cabeça baixa, concentrado em continuar.

- Eles se beijaram. Como puderam fazer isso comigo? Não pensaram em como eu ficaria em saber. As pessoas são egoístas, só pensam nelas e no momento em que estão presenciando. A euforia do momento se torna maior do que o desejo de amar alguém. Mas não deveria ser assim com ninguém. É, o ser humano é realmente uma raça podre. – As palavras saiam automaticamente, nem precisava de esforço. – O que será de amanhã? Eles me farão acreditar que não foi por querer? Irão inventar milhares de desculpas só para aliviarem a culpa dentro si? Apenas para se sentirem melhores? E eu, como fico? Da mesma forma, chorando e tentando juntar os pequenos pedaços do meu coração.

Eu desejava que minha mãe pudesse ouvir cada palavra dita. Que estando onde está, pudesse fazer o papel de mãe pela última vez. Eu precisava disso e era necessário acreditar de que estava acontecendo.

- Eu sinto a sua falta, mãe. – Falei e então as lágrimas saíram de vez. – Por que teve que me deixar? Somos tão jovens. Você sempre foi uma boa pessoa, a morte adoraria tê-la ao seu lado, assim como todos. – Eu queria abraça-la e lembrar que não podia me fazia chorar ainda mais. – Eu te amo. É, eu te amo.

Fiquei na mesma posição por alguns minutos que se seguiram. Resolvi levantar meu rosto e fui recebido com uma forte dor de cabeça e dor nos olhos por conta da claridade do dia. Apertei meus olhos fortemente até que a dor se esvaísse e fosse embora. Me levantei, apoiando no túmulo e fitando a foto da minha mãe. Sempre a acharia bonita, não importa quanto tempo passasse.

Passei as mãos pela minha roupa na intenção de tirar a sujeira que ali ficara grudada. Ouvi passos e ruídos se aproximando. Olhei ao redor e vi aquele sujeito andando até a mim.

- Mike. – Luke se aproximou, me olhando abismado e piedoso.

Como ele sabia onde me encontrar?

- O que está fazendo aqui? Não quero te ver. Saia já! – Falei impulsivamente, o olhando com ódio.

- Te devo explicações, acabei seguindo seu carro até aqui. – Disse, se aproximando, mas percebendo a minha hesitação, encostou-se na árvore ao seu lado.

- Você não me deve nada, Hemmings. Apenas me deixe em paz! – Cuspi as palavras.

Ajeitei meu boné na cabeça e depois ajeitei meus cabelos. Que horrível deixa-lo me ver nesse estado. Luke estava ali e a minha raiva estava aumentando. Minha vontade era de socá-lo e não parar até o ouvir implorar.

Ele lambeu seu lábio e enfiou as mãos nos bolsos da calça, como se estivesse se preparando para contar uma longa história.

- Eu não vou repetir para ir embora. – Falei.

- Sinto muito Mike, mas aqui é um local público. – Respondeu. Procurei por sarcasmo em seu rosto mas não encontrei.

Eu não queria ficar no mesmo local que Luke Hemmings. Não me responsabilizaria com o que acontecesse.

- Tudo bem. Então eu me retiro. – Comecei a andar e passei por ele o mais longe possível.

- Não seja infantil, Michael. Vamos conversar de homem para homem. – Ele gritou, logo atrás de mim.

Ouvi-lo dizer aquilo só aumentou a minha raiva. Seria muito mais fácil caso ele me ouvisse e fosse embora.

- O que você tem a dizer? – Perguntei. Quanto mais rápido eu o deixasse falar, mais rápido me livraria dele.

- Ela não teve culpa! – Começou e eu fechei minha mão, desejando soca-lo. – Fui eu quem a beijei. Me perdoa, não resisti. Você sabe como ela é linda e como a minha amizade com ela é de anos. Sempre tive uma queda, dessa vez não resisti. Sei que falhei com você, mas me desculpe. Eu não pensei no que estava fazendo na hora, mas assumo totalmente a culpa. A Ariana não tem culpa, não pense coisas dela. Por favor, Mike.

Vê-lo falar apressadamente me deu nojo. Como eu não percebi isso antes? Luke e as suas piadas em relação a Ariana. Sempre esteve na minha cara e eu fui incapaz de perceber. Ele era mesmo um cara de pau. Tantas garotas que ele dormia em todas as noites, por que nenhuma delas? Por que justo a minha?

Isso não era coisa de ser perdoada tão facilmente. Na verdade eu nem pensava em perdão no momento. Precisava de tempo longe de tudo e de todos. Quantos menos pessoas em minha volta melhor. Esse era o meu destino quando vim para o cemitério, mas ele me encontrou e mesmo assim não consegui paz, infelizmente.

- Diga alguma coisa. – Luke pediu. Ele me olhava implorando perdão. Seus olhos estavam avermelhados e lacrimejando.

Foquei a minha atenção nele, em como ele pôde ser capaz de me trair. Não consegui pensar em mais nada sem ser socar a sua cara. E por que passar vontade? Por que não poderia ser uma coisa do momento assim como o beijo deles?

Não passei vontade. Quando pude perceber Luke estava no chão. Minha mão doía e estava em uma coloração avermelhada e roxa. Ao ver Luke caído no chão grunhindo de dor me trouxa satisfação. Não era a melhor forma de me vingar, mas foi o suficiente para me sentir melhor. Sua bochecha estava vermelha e escorria pouco sangue perto da sua sobrancelha. Nada mal, pensei.

Me recompus e olhei em seus olhos, dizendo vagarosamente:

- Fique longe de mim. Espero não ter que repetir. 


Notas Finais


gostei muito dessa capítulo e espero que vocês tbm.
me perdoem pela demora, acabei ficando sem tempo, mas estou de volta e espero atualizar amanhã tbm. meu desejo é postar um capítulo a cada dia para acabar logo (digo isso com muita dor) :((
enfim, beijosssss docinhos! até o próximo capítulo.
nao esqueçam de deixar a opinião de vocês ai nos comentários xxx


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