História Out of Town Girl - Im ready for everything

Victória Franchescci’s P.O.V.

- Sair? – Perguntei confusa.

- Victória, hoje é véspera de ano novo! – Justin exclamou como se tivesse se lembrado de algo. – Meu Deus! Como pude esquecer?         

- Caraca, é verdade! Vá se arrumar, Biebs! – Empurrei-o para fora do quarto. Ele mandou um beijo no ar e eu entrei no quarto rindo.

Durante o banho, sorri pensando em Justin. Eu sofri muito quando ele foi e sofri mais ainda quando fiquei sem notícias dele e tudo mais. Mas a alegria de tê-lo ao meu lado supera qualquer sofrimento. É como se todas as lágrimas e toda a dor que eu senti durante um mês tivessem valido a pena. E mesmo se Justin não viesse hoje para o Brasil, eu iria para lá. Isso já estava resolvido.

Saí do banho e fui me arrumar. Vesti um vestido prata de paetês opacos – não era tão chamativo assim –, nos pés coloquei um meia pata vermelho. Fiz uma maquiagem simples, não muito elaborada. Passei apenas uma sombra prata bem cintilante, fiz um delineado e exagerei no rímel – amo cílios grandes, porém, odeio por cílios postiços. Modulei meus cachos nas pontas apenas com um creme de cabelo e estava pronta. Sorri me olhando no espelho. Não me via sorrindo desse jeito há tempos, na verdade, não me via no espelho há tempos. Era bom me ver de novo.

Peguei meu celular e olhei as horas: 22h40. Não era muito tarde, dava para ir até a praia, aproveitar os fogos e depois vazar para alguma festinha com Justin. Seria péssimo ver as brasileiras em cima de Justin, mas é uma coisa com o que terei de lidar. Ele é famoso, é rico, é bonito e é gostoso; quem não cairia em cima? Peguei uma bolsa clutch com strass por toda ela, colocando apenas meu celular, documentos e um pouco de dinheiro. Desci as escadas e encontrei todos prontos sentados no sofá conversando.

- Estão se dando bem? – Perguntei sorrindo.

- Sim. – Gabi sorriu. – Justin é uma figura.

- Mas meu, ok? – Fingi estar brava. – Arranje você seu próprio namorado.

- Relaxe, ele é muito novo. – Nós rimos.

- Não sou tão novo assim, em algumas horas faltará exatos dois meses para eu completar 20 anos – falou se achando.

- Mesmo assim só será adulto com 21, super estrela – falei o zoando.

- Odeio quando você faz isso. – Revirou os olhos e eu apertei a ponta de seu nariz.

- Eu sei, por isso faço questão de sempre estar certa. – Dei um sorriso vitorioso.

- Pombinhos, podemos ir? Já são quase 23h. Logo, logo a queima de fogos começa. – Minha mãe disse.

- Ainda falta mais de 1h, mãe – falei com tédio.

- Vamos logo para a praia? – Lívia falou fingindo estar nervosa. – Além disso, Justin não conhece o litoral paulistano.

- Nossa, belo lugar para trazê-lo, Praia Grande. – Revirei os olhos.

- Vou bater em você, Victória! – Minha mãe disse rindo. Virei minha bunda para ela e ela me deu um tapa forte.

- Eita! Doeu, mulher! – Exclamei passando a mão na minha bunda.

- Sangue de Jesus tem poder! – Minha mãe disse com as mãos para cima, nós rimos.

Saímos de casa depois de zoar mais um pouco. Atravessamos uma faixa e depois outra até chegarmos à praia. Não estava a coisa mais cheia do mundo, mas estava cheia. Todos de branco e tênis, exceto eu que estava de salto. A maior parte das pessoas levava uma rosa branca para jogar na água, tinha muita gente fumando maconha também o que me fez ficar tensa. Não, Justin não vai fazer isso. Eu não vou deixar e eu confio nele o suficiente para saber que ele não vai fazer nada.

Nossas mãos estavam entrelaçadas, apertei sua mão um pouco mais forte. Ele me olhou e deu um sorriso torto tentando me tranquilizar. Tentativa falha, infelizmente. Fiquei mais tensa ainda por saber que apenas o cheiro da erva o deixava daquele jeito. Seu maxilar travado, suas mãos soando e seu olhar amedrontado.

- Vai dar tudo certo, ok? – Sussurrei em seu ouvido.

- Ok. – Ele sorriu.

Ficamos um de frente para o outro, suas mãos em minha cintura e minhas mãos em seus ombros.

- Preparada para o mundo inteiro saber que eu amo você? – Perguntou sorrindo.

- Não. – Dei uma leve risada. – Mas por você... Você sabe, paguei três mil reais num meet que me trouxe, além dum sonho realizado, o amor da minha vida. E eu seria capaz de pagar muito mais apenas para ver você de perto, dar um abraço, sentir seu toque, seu cheiro, ouvir sua voz rouca. Eu sempre amei você, desde 2009, e você nem sabia da minha existência e tanta gente, mas tanta gente me disse para desistir. Quer dizer, eu sabia que não ia ficar com você e coisa e tal, mas eu sabia que seria capaz de encontrar você na rua um dia... no caso, num meet.

“Eu amo você e vou passar pelo que tiver que passar para ficar ao seu lado. Mídia, paparazzis, fãs, distância... Tudo. Vamos estar mais perto agora e eu sei que durante um ano pelo menos, nós ficaremos bem. Mas depois... Bom, o depois é o depois e só depois veremos o depois. Eu amo você, ok?”

- Ok. – Nós sorrimos. – Agora, me beija e mostra para o mundo que nós estamos juntos.

Cheguei perto de seus lábios e rocei os meus nos dele. Logo depois, demos um selinho. Abrimos nossos lábios delicadamente e sua língua adentrou minha boca. Nós estávamos nos beijando numa praia, na véspera de ano novo, com centenas de pessoas nos vendo. Sabe-se lá quantos jornalistas podiam estar lá. E também, quantas centenas que máquinas fotográficas tinham lá. Um flash em nossos rostos e logo depois mais um, seguido por mais um. E, em seguida, alguns gritos. Encerramos o beijo e demos um selinho.

- Acho que você deveria aceitar logo ser minha namorada, logo o mundo inteiro vai saber que eu vim até o Brasil apenas para ver você. – Ele sorriu divertido.

- Não recebi nenhum pedido. – Dei de ombros.

- Não seja por isso.

Justin pegou em minhas mãos e olhou fundo nos meus olhos.

Victória Franchescci’s P.O.V.