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História Outro Mundo - Confirmações


Escrita por: KateMoura

Notas do Autor


Olha eu de volta. Vocês têm que me beijar por eu att três vezes em menos de uma semana.
Boa leitura :)

Capítulo 15 - Confirmações


    Mason estava deitado no chão e eu estava próxima à ele sentada nas minhas próprias pernas. Estávamos um pouco longe do prédio central da academia, mas mesmo assim ainda tinha um guardião fazendo sua ronda longe de nós. Era noite e estávamos observando a lua e as nuvens que estavam no céu, nos impedindo de ver algumas estrelas. 

    Olhei para Mason que me encarava com aqueles olhos azuis e passei a observar suas sardas. Elas eram uma gracinha. Peguei uma folha seca que tinha no chão e comecei a partir ela em pedaços pequenos e colocar em cima de cada sarda dele. 

  -Por que você está fazendo isso? - Ele riu mas não fez menção de que ia tirar as folhas do seu rosto.

  -Porque eu gosto das suas sardas. - Eu sorri para ele e logo o remorso me invadiu. 

    Mason e eu estávamos nos dando super bem, não tínhamos definido nossa relação ainda, até porque demos o nosso primeiro beijo há cinco dias, mas eu sabia que Mason era o tipo de cara que qualquer garota sonharia em ter como namorado. O tipo de cara que garotas como eu, quebram o coração de caras como ele.

    Mason era um bom amigo e eu não conseguia vê-lo mais que isso, mas eu também não me precipitei em falar isso para ele, era cedo demais. Mas eu sabia que se isso evoluísse eu não poderia levar adiante, não quando eu estou aqui temporariamente e minha vida está em perigo, e também não quando eu estou apaixonada pelo meu mentor. 

    No que eu fui me meter cara? Tô aqui ficando com um menino super lindo e fofo, mas eu não posso assumir nada com ele simplesmente porque esse não é o lugar onde eu pretendo fincar raízes. E também porque quando eu olho para aquele par de olhos azuis, eu desejo estar olhando para um par de olhos castanhos.

    Como que eu fui me apaixonar por um professor? Tem como isso ser mais clichê? Eu odeio clichês! Inicialmente eu pensei que fosse só atração, mas meus sentimentos mudaram de uma forma que nem eu percebi. A necessidade de ter a aprovação dele, de chamar a atenção dele com as minhas piadas e até de ficar observando ele mais tempo do que eu deveria, tentando desvendar algo daquele russo e jogando a culpa na sua nacionalidade por ser tão frio e distante. Mason o via como um deus e eu secretamente já dava esse título à ele só pela sua postura imponente. 

  -O que você vai fazer no sábado? - Mason perguntou alisando meus cabelos enquanto eu botava o último pedaço de folha seca em uma de suas sardas. 

  -Vou fazer vários nadas, e você? - Eu me deitei ao seu lado e me virei para ele. 

  -Duas vez por ano, no começo do ano letivo e no final, os guardiões sempre organizam um campeonato de luta entre eles. É coisa de louco. - Ele sorriu - E esse ano o Dimitri está aqui, provavelmente ele vai participar também. - Ele falou com empolgação. Mason era fã de carteirinha do Dimitri. 

  -E nós podemos assistir? - Eu perguntei e desejei ter um celular para tirar uma foto do Mason. Ele estava tão adorável com as folhas cobrindo suas sardas. 

  -Podemos sim. Na verdade é tipo uma atividade de descontração entre eles e nós somos os curiosos. É feito durante o dia, mas em um final de semana - Ele se virou para mim deixando algumas folhas caírem - Eddie e alguns amigos vão e depois nós vamos para uma festa que ele está organizando na floresta. Vamos?

  -E aqui tem festas? - Eu perguntei espantada. 

    Sempre imaginei que colégios internos eram chatos e monótonos, quase igual a colégio militar que tira todo o seu senso de diversão. E tenho que ser sincera, St Vladimir quase fazia jus a esse estereótipo de colégio interno se não fosse pelas salas de lazer que tinham mesas com alguns jogos e as salas onde tinha Netflix.

  -Você precisa conhecer mais o nosso submundo aqui, garota. - Ele piscou para mim e alisou minha bochecha - Nós sabemos fazer nossa própria diversão. 

  -Tô percebendo. - Eu sorri e dei um selinho nele. 

    Onde você está?  Lissa me mandou pelo laço.

  -Tenho que encontrar Lissa. - Eu dei outro selinho nele e me levantei. 

  -Nos vemos hoje ainda? - Ele se levantou também e pegou minha mochila e alguns livros. 

  -Eu vou ficar com Lissa na biblioteca estudando algumas coisas. Se quiser aparecer por lá... 

  -Ok, eu dou meu jeito. - Ele me entregou meus livros e minha bolsa.

    Me despedi dele e fui ao encontro de Lissa. Ela estava me esperando perto do ginásio, onde sempre ficávamos conversando por uns minutos antes de eu ir treinar com Dimitri. 

    Quando eu cheguei lá ela estava acompanhada de Christian. Ugh! Aquele garoto é chato e cada dia que passa eu tenho vontade de enforcar ele. 

  -Mazur! - Ele disse um pouco alto assim que me viu, e recebeu uma cotovelada de Lissa.

  -Se você me chamar de Mazur mais uma vez em um local público, eu juro que vou arrancar sua língua e enfio ela na sua bunda real. - Eu disse demonstrando um pouco de raiva assim que eu me aproximei.

  -Rose! - Lissa me repreendeu - Dêem um tempo você dois! - Ela olhou para Christian e para mim, e depois voltou seu olhar para um livro que eu carregava - Por que você está lendo sobre especialização Moroi?

  -Achei que ia ter algo relacionando ao que você fez comigo naquele dia... - Eu disse baixo e olhando para os lados - E vê se eu acho algo sobre a nossa ligação. 

    Lissa e eu vínhamos trabalhando muito em cima do nosso laço. As vezes nós conseguíamos controlar e as vezes não. Uma vez eu fui arrastada para mente dela no meio da aula do Stan e ele só faltou pirar porque disse que eu tava no mundo da lua. Mandei ele ir se ferrar e quase levo uma detenção.

  -Eu e Lissa já lemos todos esses livros. Não tem nada. - Ele revirou os olhos - Você chegou um pouco tarde. 

    Eu mostrei meu dedo médio para ele e observei a capa do livro. Realmente não tinha nada que falava sobre as habilidades de Lissa ou o nosso laço. Abri o livro e pousei meus olhos na contracapa e vi a data de fabricação. Era um livro atual. 

  Isso é uma coisa que não ocorre há séculos... Os melhores guardiões tinham esse laço... 

  Há séculos... 

  -Vocês viram livros mais antigos? - Eu perguntei me lembrando das palavras de Dave. 

  -Não, por quê? - Lissa perguntou confusa. 

    Christian pareceu conseguir pescar meu raciocínio e ficou olhando para mim e para Lissa. 

  -Vamos fazer isso agora. - Ele disse olhando para mim - Talvez encontremos algo sobre o laço de vocês e as habilidades dela. 

  -Mas se não encontramos nos livros atuais com mais informações, por que encontraríamos em livros antigos? - Lissa perguntou se virando para mim e Christian.

  -Porque o que ocorre conosco - Eu fiz um sinal com a mão entre mim e Lissa - Não acontece há séculos. Talvez tenha algo em livros mais antigos. 

    Lissa pareceu pensar por mais alguns segundos avaliando se realmente valeria a pena. Ela já se frustrou tantas vezes que já tinha perdido as esperanças de achar algo. 

  -Tenho que ir para o treino. Encontro vocês na biblioteca. - Eu disse e saí correndo pois já estava atrasada. 

    Cheguei quase com a certeza de que Dimitri ia brigar comigo porque eu estava cinco minutos atrasada, mas eu entrei e ele estava sentado em um banco, falando algo na sua língua natal e rindo para o celular. Ele me viu e eu passei direto para o vestiário e troquei minha roupa. Voltei e ouvi risadas de crianças. Ele me viu e falou mais algumas coisas e desligou.

    Dimitri tinha filhos? Ele tinha um esposa linda que esperava ele na Rússia? Claro que devia ter! Pensar nisso fez eu sentir uma dorzinha no peito e me sentir estúpida por não conseguir controlar a paixão platônica que eu sentia por ele. 

  -Sua família? - Eu perguntei tentando esconder minha tristeza e não fazer papel de idiota.

  -Sim. - Ele deu um meio sorriso - Se aqueça.

  -Eles moram na Rússia? - Eu comecei a esticar meus braços, ignorando a decepção que se formava. 

  -Sim. - Ele sorriu e eu sorri um pouco triste. 

  -Você os vê com muita frequência? Ou é que nem minha mãe?

  -Na verdade ver eles é um luxo que eu não posso ter. - Ele ficou sério - Quando eu tinha o meu protegido na Rússia, eu os via nas poucas folgas que eu tirava, mas me designaram para cá e agora vai ser bem difícil ver eles. 

  -Eu sinto muito. - Eu sussurrei - O que seus filhos acham disso? - Ele me olhou com a sobrancelha erguida e por um momento eu achei que já estava fazendo muitas perguntas - Quer dizer, eu sei o que é ficar longe da mãe e tals, acho que não é muito diferente do que ficar longe do pai. 

  -Eles não são meus filhos - Ele disse e eu o encarei surpresa - São meus sobrinhos. 

  -Oh... - Eu soltei uma risadinha - Desculpe. Você tem filhos? - Eu soltei de uma vez e ele me olhou quase soltando outro sorriso. 

  -Não, não tenho. Os homens dhampirs se conformam em não ter filhos, quero dizer, o mais comum são mulheres Dhampirs se relacionarem com homens Morois e não o contrário. E mesmo assim, - Ele ficou em silêncio por um tempo mas me respondeu - O meu dever é com os morois. Eu não teria tempo para relacionamentos e muito menos filhos. - Ele disse sério mas eu notei uma pontada de tristeza na voz dele. 

  -Eu sinto muito. - Eu disse e fiquei em silêncio.

  -Não sinta. - Ele disse sério e fez um último movimento - É o meu dever, e o seu também. 

    Eu fiquei em silêncio e preferi não responder. Definitivamente sacrificar a minha vida para proteger uma outra pessoa não está nos meus planos para o futuro. Eu não gostava de julgar a sociedade deles, mas os dhampirs não tinham vida e as mulheres que desistiam para criar seus filhos não eram bem vistas pela sociedade, e um homem desistir de ser guardião era vergonhoso. Foi o que o Dave fez. Era como se os dhampirs fossem proibidos de viver. 

  -O que aconteceu com o seu antigo protegido? Ele se cansou das suas lições zen e suas músicas dos anos 80 e chutou a sua bunda? - Eu provoquei ele enquanto tirava meu iPod da minha bolsa e colocava em uma playlist que eu fiz. 

  -Você não acha que está fazendo muitas perguntas hoje? - Ele respondeu de sobrancelha erguida.

  -Se você tirar essa velharia que você chama de música e deixar eu escutar as minhas, eu prometo que eu paro de falar. - Eu tentei erguer minha sobrancelha que nem ele mas falhei miseravelmente. 

     Ele percebeu isso e quase soltou uma gargalhada, mas me deu apenas um sorriso e ergueu sua sobrancelha de novo. 

  -Tudo bem. - Ele disse desligando o seu celular que estava tocando pour some sugar on me do Def Leppard - Me mostre as suas músicas. 

  -Camarada, você não vai se arrepender. - Eu ri e botei Maps do Maroon 5 para tocar.

    Nós começamos a lutar e ele basicamente queria ver o que eu estava aprendendo nas aulas de combate. Lutamos por um tempo e eu nunca conseguia acertar ele, o que era um saco porque eu me irritava e ele se aproveitava disso para me acertar. 

  -Bom, você está indo muito bem. - Ele disse fazendo um sinal com as mãos para darmos um tempo - Você só tem um defeito. 

  -Qual? - Eu fiz uma careta já sabendo qual era a resposta.

  -Você é impaciente, e isso te prejudica.

  -Minha mãe e Dave dizem a mesma coisa. - Eu sorri. 

  -Corrija isso. - Ele disse sério - E fique mais esperta também. O ataque vem de todos os lados e quando você menos espera. 

    Ele disse isso, e tão rápido e silencioso como uma cobra, ele veio na minha direção e me deu uma rasteira. 

  -Ei, isso não valeu! - Eu disse enquanto ainda assimilava que eu estava esparramada no chão - Caramba! Você me derrubou como se eu fosse um nada! 

  -Corrija esse dois defeitos e quem sabe você tem uma melhora. - Ele disse sério, no seu modo negócios, e me estendeu a mão. Foi quando uma ideia me surgiu. 

    Aproveitei que ele estava relaxado e quando ele me estendeu a mão, eu usei todo o meu peso, que eu acho que não fez muita diferença, e fiz uso de um golpe que Dave me ensinou para dar uma rasteira nele. Dimitri foi pego de surpresa mas mesmo assim ainda não foi o suficiente para ele cair, então eu dei um cotovelada nas suas costelas e o empurrei para o chão. Não perdi tempo e me posicionei em cima dele, agarrando seus pulsos e impedindo que ele se levantasse. Quer dizer, só na teoria porque ele poderia me tirar de cima dele como se eu fosse uma mosca. 

  -Assim, Camarada? - Eu perguntei soltando um sorrisinho de lado, e me inclinando um pouco mais na sua direção para colocar força onde eu estava prendendo seus pulsos. Eu estava quase de joelhos e com o rosto bem próximo do dele. 

    Ele ainda estava calado, acho que ficou surpreso. 

  -Exatamente assim. - Ele sussurrou olhando para mim e depois desceu seu olhar para o decote do meu top. 

  -Vê algo que gosta? - Eu sorri maliciosa e com uma pontada de alegria por finalmente ter desarmado Dimitri. 

    Espera só até você me ver de biquíni Meu lado pervertido se manifestou na minha mente. 

    Dimitri não me respondeu e me virou, invertendo nossas posições. 

  -Você ainda continua distraída. - Ele disse sério, mas eu via divertimento e desejo nos seus olhos. 

  -Bem, - Eu tentei me desvencilhar dele mas ele apertou ainda mais meus pulsos, não o bastante para eu sentir dor ou algo do tipo, e prendeu suas pernas entre as minhas - Pelo menos eu não sou a única distraída aqui - Eu afirmei e dei uma longa respirada, fazendo meu peito estufar e Dimitri dar uma rápida olhada de novo. Droga ele tinha um cheiro tão bom.

    Era impossível eu negar que eu estava me sentindo excitada. Dimitri estava em cima de mim prendendo meus pulsos e claramente eu tive a confirmação de que eu o atraía. Antes eu achava que era coisa da minha cabeça quando eu percebia ele me olhando de maneira diferente, mas desde daquele dia no vestiário, e essa situação de agora, eu sei que eu mexo com ele tanto quanto ele mexe comigo, pelo menos nos quesito atração. 

  -Chega de treino por hoje. - Ele respondeu seco, se levantando de cima de mim e se afastando. 

    Percebendo que eu não iria conseguir mais um diálogo com ele hoje, eu me levantei do chão e fui pegar minha bolsa. Foi quando eu me senti ser arrastada para a mente da Lissa. Já de saco cheio com essa de ser arrastada para mente de outra pessoa, eu tentei me esforçar para sair da mente dela antes mesmo que eu chegasse mas foi inútil. Em um piscar de olhos eu estava enxergando tudo pelos olhos dela. 

    Já estava quase amanhecendo lá fora, e ela estava ajoelhada no chão, com Christian ao lado dela.

  -Vamos, Lissa. - Christian disse - Ele está morto. 

  -Não, espere! - Ela disse e aproximou sua mão de um corvo que estava agonizando no chão perto de uma árvore.

   O que ela estava fazendo? Ela queria pegar uma doença, era isso? Ele já ia morrer daqui a pouco. 

    Foi quando eu senti aquelas emoções de quando ela me curou. Lissa exalava uma bondade tão grande que fazia eu ficar em êxtase, era como se todos os sentimentos bons que existem dentro dela se intensificassem de uma maneira absurda. 

    Lissa abriu os olhos e o corvo agora batia suas asas e se ajeitava para voar. Ela olhou para Christian que a encarava chocado. 

  -Vamos sair daqui. - Ele disse a erguendo, sabendo que ela estava fraca. 

    Senti eu ser arrastada de volta para o meu próprio corpo e Dimitri sacudia meus ombros. 

  -Você está bem? Aconteceu algo grave? - Ele tinha aquele ar preocupado de novo. 

    Olhei ao redor e vi que eu estava de volta e tocava Worth it do Fifith Harmony.

  -Não. - Eu me desvencilhei dele e peguei minha bolsa o mais rápido que eu pude e fui em direção a porta - Estou indo. Até amanhã, camarada. - Eu pisquei para ele antes de sair e soltei um sorrisinho. 

    Quando eu saí do ginásio, eu não poupei esforços em correr e ir para onde Lissa estava. 

   O que diabos ela tinha feito?


Notas Finais


Próximo pov é do Dimitri. Se preparem hehehe
Comentem bastante.
Beijos. <3


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