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História Paixão Sem Limites - Surpresas


Escrita por: Cereijinha-

Notas do Autor


Bom dia meus amigos. Como estão? Espero que bem.
Como combinado aqui está o capítulo.
Me esforçando aqui pra soltar mais um capítulo no meio da semana.
Obrigada por acompanharem a história.

Capítulo 9 - Surpresas


Fanfic / Fanfiction Paixão Sem Limites - Surpresas


Paixão Sem Limites

S A K U R A


— Eu nunca fiz isso antes. — comentei risonha para Sasuke.

Eu me encontrava sentada em um balanço de um parquinho abandonado, segurando um saquinho de batatas fritas e uma lata de coca-cola, isso fora o pequeno pote de sorvete que eu havia devorado a alguns minutos atrás.

— O que? Vir a um parque abandonado? — o Uchiha perguntou deitado em um escorregador amarelo mais a frente.

Sasuke observava o céu estrelado. A nossa volta tinha poucas árvores e conseguíamos ter uma visão privilegiada de todas as estrelas. Eu nunca havia parado para observar elas antes, ou os pequenos detalhes da natureza ao meu redor e acabei percebendo que não estava vivendo da maneira correta.

Eu precisava abrir os olhos para o mundo a minha volta.

— Comer batatas fritas com coca-cola. Eu preciso manter uma dieta saudável, minha mãe me mataria se soubesse. — mostrei a lata de refrigerante para ele antes de coloca no chão ao lado dos meus saltos.

— Então você se acha rebelde porque está comendo porcaria? — Sasuke zombou de mim.

— Minha mãe diria que sim.

— Sua mãe é uma chata e se você continuar seguindo as regras dela vai se tornar igual no futuro.

Eu não quero me tornar igual Mebuki, ela era uma mulher amargurada e sem freios.

— Concordo com você, ela é insuportável. — suspirei empurrando os pés descalços no chão para balançar o balanco ouvindo o ferro ranger. — Faz tempo que não venho a um parque. Por que me trouxe aqui?

O lugar era calmo e havia alguns brinquedos espalhados, uns até mesmo quebrados e enferrujados. Eu nunca tinha vindo nessa parte da cidade, parecia um lugar tranquilo.

— Gosto do silêncio. — respondeu simplesmente.

— E do que mais você gosta? — perguntei o vendo ficar pensativo por um tempo.

— Nadar.

— Você não invadi piscinas por aí, não é?

— Como adivinhou?

— Não é tão vândalo assim Sasuke. — retruquei não acreditando que ele seria capaz de algo assim.

— Como pode saber? Só me conhece a uma semana. — Sasuke se sentou no escorregador  me analisando.

Ele tinha razão, eu não o conhecia completamente, o pouco que sabia era que ele tinha um temperamento forte, era um cara cuidadoso e provocador e gostava de mentir para os amigos também.

— Você é um abusado provocador, mas é legal comigo, quando não está me jogando em piscinas é claro. — dei de ombros enfiando uma batata na boca.

— Não gosto que me provoquem.

— Mas adora me provocar não é?

— Não é minha culpa se você fica uma graça irritada. — retrucou sem vergonha na cara.

O interessante desse cara era que ele era sincero até demais, e não tinha medo de dizer o que pensava, doa a quem doer. Gosto de pessoas assim, são mais fáceis de ler.

— O que você tem com aquela garota ruiva? — perguntei com curiosidade aproveitando seu lado falante.

Queria entender o porque Karin era tão obcecada por ele. Queria ouvir da boca de Sasuke o que havia feito para aquela garota agir daquela forma.

— Karin é uma amiga. — respondeu simplesmente sem nenhuma emoção na voz.

— Só isso? — perguntei desconfiada sabendo que havia mais do que amizade na relação dos dois.

— Por que? Está com ciúmes?

— Eu acho que é ela quem está. — murmurei revirando os olhos com seu ego irritante.

— O que Karin disse pra você? — Sasuke pareceu interessado agora.

— Que não vai deixar eu ficar no seu caminho, e que você era dela. — dei de ombros rindo ao me lembrar daquele absurdo.

Apesar de não ser engraçado. Uma pessoa nunca deveria tratar a outra como um objeto, era incômodo.

— Karin não sabe o que diz, ela acha que gosta de mim.

— E você não gosta dela? — perguntei o vendo ficar pensativo por alguns segundos.

— Não. — disse sem remorso.

— Então porque usa a garota?

— Eu não a uso, sempre deixei claro que não quero nada. — Sasuke se levantou e veio em minha direção se sentando no balanço ao lado.

Então ela apenas tem esperanças e ele as joga fora. Eu nunca sofri por um amor não correspondido, não tive tempo para isso pois me relacionei com Sasori muito rápido e ele me enganou direitinho dizendo estar apaixonado por mim.

Fui uma tola por muito tempo, mas precisamos passar por algumas situações ruins para nos tornamos fortes e aprender sobre a vida. O erro que cometi com Sasori nunca mais se repetirá.

Ficamos em silêncio por alguns segundos e eu mordi uma batata frita me lembrando de algo que ainda martelava em minha cabeça e Sasuke parecia fugir do assunto.

— Deixa eu ver seu colar.

— Por que está tão interessada nele? — o Uchiha me olhou de esguelha não parecendo disposto a colaborar.

— Curiosidade.

— A curiosidade matou a gata.

— Idiota. — joguei uma batata no seu ombro.

Sasuke balançou a cabeça em negação pegando a batata e ousando enfia-la na minha boca.

— Não te ensinaram que é feio jogar comida fora? — me deu lição de moral fazendo-me revirar os olhos.

— É mais impressionante você está me ensinando isso.

— O que há de errado comigo?

— Me diz você garoto problema.

Sasuke ficou me encarando em silêncio e eu passei a língua nos lábios quando seus olhos desviaram para lá. Quando ele me olhava dessa forma parecia que o mundo lá fora desaparecia, e havia apenas nós dois em nossa própria bolha particular.

Era algo diferente e curioso porque não me lembro de me sentir assim com nenhum garoto.

— Me deixa beijar você. — pediu sem cerimônias com uma necessidade na voz que me deixou tonta, sem deixar de encarar minha boca em nenhum momento.

Meu coração começou a bater louco no peito e eu me perguntei como esse cara conseguia me deixar desorientada dessa forma. 

Desviei o olhar para seus olhos e consegui ver o quanto ele me queria, o quanto desejava por isso.

— Me beije.— sussurrei certa do que queria deixando minhas batatas caírem no chão.

Sasuke passou a mão pelo meu rosto e me agarrou, e quando seus lábios tocaram os meus eu suspirei. Sua língua invadiu minha boca buscando pela minha sugando tudo de mim, esfregando na minha cara que nunca beijei alguém daquela forma tão intensa.

Abri os olhos me afastando em busca de ar e levantei do balanço, parando ofegante em frente ao Uchiha querendo mais que aquilo. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, e eu senti todo meu corpo entrar em combustão quando ele me puxou fazendo-me sentar em seu colo.

Nossos olhos se encontram outra vez e queríamos a mesma coisa, era como se precisássemos disso mais que respirar.

Sasuke me beijou de novo e eu abracei eufórica, correspondendo a toda intensidade do seus lábios pressionados aos meus. Suas mãos estavam inquietas pelas minhas coxas desnudas, devido a saia curta ter subido e eu queria mais e mais do seu toque.

Estava agindo feito uma depravada, sem consciência alguma, mas aquela sensação era incrível demais. Beijar Sasuke era intenso demais e isso tornava Sasori um nada perto dele. Eu nunca havia me sentindo dessa forma antes e desejava perdidamente sentir mais disso.

Sasuke percorreu os lábios pelos meus pescoço me fazendo suspirar e fechar os olhos, me deliciando com aquela sensação. Apertei seus ombros com força sentindo a necessidade de algo a mais, eu estava elétrica e o calor de seu corpo colado ao meu não estava me fazendo pensar direito.

— Não faça isso. — ele grunhiu apertando minhas pernas quando me movi em cima dele.

Vi desejo em seus olhos e isso me instigou a segurar seu rosto e beija-lo enlouquecidamente. Sasuke levou uma mão ao meu cabelo, sugando meus lábios e eu já não me lembrava mais de como respirar.

— Merda. Isso não é bom. — o Uchiha suspirou contra minha pele.

— O quê? — murmurei desorientada sentindo sua boca cobrir a minha outra vez, com fome e desejo.

Nós não conseguíamos parar de maneira nenhuma.

Me agarrei aos seus cabelos rebeldes sentindo o balanço se mexer, com nossos movimentos inquietos, mas eu só conseguia enxergar Sasuke e seus olhos lindos, enlouquecendo-me com sua boca quente.

— Você não deveria ser tão boa mesmo tendo gosto de batatas fritas. — Sasuke sussurrou em um resmungo me fazendo rir.

Soltei um grito quando de repente caímos do balanço para trás, em cima de um monte de areia. O Uchiha me segurou quando cai em cima de seu corpo e eu observei sua expressão desgostosa, começando a rir da nossa situação deplorável.

— O que há de engraçado? Eu não sinto mais minhas costas, você não é tão leve como parece. — Sasuke passou o polegar pelo meu queixo e eu suspirei saindo de cima dele caindo ao seu lado.

Olhei para o céu estrelado me perguntando quando foi a última vez que me senti tão bem assim antes, não conseguindo me lembrar de nenhum momento recente.

— Nós somos engraçados. — respondi sentindo uma tristeza me afetar porque gostaria de sentir isso mais vezes.

Estava confusa com tudo isso agora, todas essas sensações faziam uma bagunça no meu corpo e mente.

— Eu fiz algo errado? — Sasuke perguntou quebrando o silêncio que havia habitado ali.

Me virei para ele vendo seus olhos escuros me analisarem com curiosidade.

— Obrigada por estar aqui comigo.

Mesmo que por pouco tempo.

(...)

Entrei no meu quarto rindo atoa, só me lembrando de ter problemas quando olhei para  minha cama e encontrei Mebuki sentada lá como um maldito fantasma.

Eu a vi mais em dois dias do que em um ano inteiro e isso era surpreendente. Não sabia que para chamar a atenção da minha mãe eu deveria apenas dar uma de rebelde.

— Isso na sua roupa é areia? — Mebuki arqueou uma sobrancelha olhando com asco para minha roupa suja.

— Parece que sim. — respondi não me importando nenhum pouco.

— Vi você chegando em cima de uma moto, me diga que eu estou ficando doida.— murmurou me olhando com incredulidade.

Fechei a porta atrás de mim largando meus saltos no chão, sem muito interesse nas crises de Mebuki.

— Não se preocupe eu ainda não estava pilotando uma.

— Está debochando de mim? Onde estão os modos que lhe ensinei garota?

— Não me lembro de você ter me ensinado nada, apenas me criticado a vida inteira. — dei de ombros observando seus olhos raivosos me analisarem com cautela.

— Sasori me contou que viu você saindo de uma boate com um marginal.

Aquele babaca fofoqueiro estava lá? Pelo visto andava me espionando escondido, mas eu não estava nem aí para ele.

— Ele não é um marginal, e se for mamãe, isso não é da sua conta.

— Não sei o que está acontecendo com você, mas não quero que isso se repita. E torça para não aparecer em nenhuma reportagem com esse delinquente ou sua vida de luxo irá acabar.

— Eu não vou parar de sair com Sasuke. — retruquei sem medo das suas ameaças.

Não me importava com o dinheiro, ele nunca me trouxe felicidade e não será agora que me fará falta.

— Teste minha paciência e verá o que farei com você. — Mebuki avisou batendo a porta do meu quarto ao sair.

Minha mãe havia acabado de me ameaçar e tudo que eu conseguia pensar era que ela não conseguiria estragar a felicidade que eu estava sentindo.

Eu não precisava de nada que vinha dela e chegava a ser engraçado ve-la tão descontrolada.

Me joguei em minha cama sentindo a areia na minha roupa pinicar, e comecei a rir olhando para o teto me lembrando daquela noite louca. Com certeza eu deveria fazer isso mais vezes.

Como um cara que mal conheço me fazia sentir tanto em tão pouco tempo? E Sasori não conseguiu chegar aos pés disso em quatro anos de namoro.

A vida era uma piada.

(...)

Fechei meu armário depois de ter pegado meus livros e me escorei no mesmo, observando os alunos passarem para suas salas prontos para um novo dia de aula.

As segundas feiras eram entediantes para muitas pessoas, mas para mim era o melhor dia da semana, porque eu voltava para o único lugar que gostava.

O internato não era um lugar ruim, nós tínhamos uma imensa biblioteca, quadra de esportes, piscinas, áreas de lazer e muito mais entretenimento para todos os gostos. As aulas aconteciam até o horário do almoço e tínhamos o tempo livre durante a tarde para fazermos o que quiséssemos. Eu geralmente estudava ou ficava trancada no quarto ouvindo músicas ou pintando as unhas e arrumando cabelo.

Tsunade não era tão rígida, mas tinha suas regras e não gostava de ser desafiada. Depois do horário de recolher era proibido perambular pelo colégio sem nenhum motivo importante. Tsunade também havia proibido casais namorando pelos cantos, devido um acidente que ocorreu ano retrasado onde uma garota engravidou dentro do internato. Foi um escândalo que a Diretora se recusava a deixar se repetir.

— Como vai Sakura? Curtiu bem a noite? — Sasori parou a minha frente me dando um sorriso falso.

— Curti muito, foi incrível. — abracei meus livros lhe dando um sorriso irônico.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Sasori era um babaca e merecia que eu esfregasse minha felicidade na sua cara sem nenhum remorso.

— Nao acho que aquele marginal consiga divertir você. É delicada demais para alguém como ele.

— Então anda fofocando da minha vida por aí? Sabia que sua vida era patética mas não ao ponto de ficar perseguindo ex namoradas como um cachorrinho sem dono. — retruquei vendo seu sorriso falso morrer.

O ruivo passou a língua nos lábios e teve a ousadia de segurar meu queixo. Sasori sempre foi orgulhoso e nunca deu a atenção que eu precisava, o observando agora pude até imaginar que o cara estava comigo todo esse tempo pelo dinheiro e a vida de luxo.

Nunca foi por mim, e sim pelo dinheiro que patético.

— Não cuspa no prato que comeu Sakura. Pode estar dando uma de rebelde agora, mas no fundo você sabe que é e sempre será apaixonada por mim.

Sasori me deu um sorriso sujo antes de continuar seu caminho, me deixando com asco para trás.

— Amiga vai me contar tudo o que aconteceu ontem. — Ino se aproximou com Hinata e a loira passou um braço em volta do meu. — Você saiu com o bonitão que eu sei.

— Se Gaara ouvir você falar isso. — sorri enquanto caminhávamos em direção a sala de aula.

— Gaara não vê um palmo a sua frente. E por falar nisso, você perdeu a discussão de Neji e Tenten, foi um escândalo.

— Tenten está agindo estranho depois que terminou com meu primo. — Hinata comentou calmamente ao nosso lado.

— Estou achando ela bem assanhada, você não acha Sakura?

Tenten estava querendo provar algo para Neji, ela ainda não havia percebido que ele não merecia mais nada dela e cada um deveria seguir sua vida.

— Não vamos falar sobre isso no corredor.

— Mas eu preciso contar tudo.

— Depois Ino. — tampei a boca da loira quando entramos na sala de aula e ela bufou indo se sentar em seu lugar.

Ino era uma grande fofoqueira que não conseguia se controlar, e isso chegava a ser engraçado.

Me sentei na minha carteira no meio da sala ouvindo entediada Orochimaru começar a falar. Sasuke chegou atrasado juntamente com Tenten que tagarelava algo em seu ouvido, fingindo animação.

O observei ir sentar no fundo da sala não parecendo interessado no que o professor estava falando. Tenten se sentou ao seu lado fingindo sorrisos, tentando impressionar alguém.

Balancei a cabeça olhando para Neji do outro lado da sala, ele estava com os braços cruzados olhando fixamente para o professor dando algumas olhadas em direção a ex namorada.

Tenten estava fazendo tudo errado. Não era passando ciúmes em Neji que ela iria provar alguma coisa para ele.

— O que deu naquela garota? — Temari perguntou ao meu lado, olhando com repreensão para Tenten.

— Ela não superou e está fazendo tudo errado.— suspirei olhando para o Uchiha agora, que estava de olhos fechados enquanto Tenten falava em seu ouvido.

A noite tinha sido agradável e eu queria muito sair com ele de novo, sem me preocupar com nada. Gostava das nossas conversas, Sasuke conseguia me entender e me irritar também, mas eu já estava me acostumando com isso e não me incomodava de deixa-lo entrar na minha vida.

Quando a aula acabou eu esperei todos saírem da sala para me aproximar do garoto lá no fundo, não acreditando que ele estava realmente dormindo.

Tenten havia parado de tentar chamar sua atenção em algum momento e o Uchiha não parecia se importar em dormir em plena aula do Orochimaru, que fingiu não estar vendo aquele absurdo.

Que abusado.

— Acorda seu preguiçoso. — cutuquei Sasuke com uma caneta o vendo se mexer e soltar um resmungo.

Ele levantou a cabeça me olhando com uma carranca de sono feia.

— Se fosse outra pessoa, ela estaria ferrada agora. — esfregou uma mão no rosto me fazendo rir.

— O que foi? sonhou comigo a noite inteira e não dormiu direito? — suspirei o provocando do mesmo jeito que fazia comigo.

Esperei deixa-lo envergonhado, mas Sasuke não tinha vergonha na cara.

— Que audácia a sua patricinha.

O Uchiha se levantou me puxando para perto do seu corpo, e eu sorri o instigando a continuar.

— E se eu tiver sonhado? consegue imaginar o que fizemos no sonho? — sussurrou em eu ouvido e eu pude sentir sua respiração quente em meu pescoço.

— O quê? — sussurrei de volta quase sem ar, sentindo suas mãos deslizaram pela minha cintura em um aperto firme.

Sasuke me colocou sentada em cima da mesa e encaixou seu corpo entre minhas pernas. Passei os braços em volta do seu pescoço e ele apoiou aos mãos ao lado do meu corpo me encarando com um sorrisinho provocador.

— O que eu ganho se contar? — seu rosto estava quase colado ao meu e eu observava seus lábios com pensamentos impuros.

O que estava acontecendo comigo?

— Alguém pode ver a gente.

— E daí? Eu não estou te esfolando ou algo do tipo. — deslizou as mãos pelos meus joelhos até o meio das minhas coxas sobre a barra da saia do uniforme.

Mordi os lábios observando seu toque nada discreto em minha pele. Sasuke parecia querer ver algo em mim, como se buscasse alguma confirmação minha para continuar.

Eu não era acostumada com toques mais ousados, meu namoro com Sasori era meio estranho. Ele nunca forçou a barra comigo e apenas beijos pareciam contenta-lo, eu nunca me senti confortável para falar sobre isso com ele e na verdade eu nunca me senti desejada o bastante para querer algo a mais.

— Por que me olha assim? — perguntei divertida deslizando um dedo pela sua boca.

Sasuke era lindo, isso eu não poderia negar e nem usar contra ele. O idiota sabia que era bonito e isso aumentava seu ego enorme.

— Assim como?

— Como se enxergasse algo em mim que fascine você.

Eu gostava da forma que ele me olhava, era diferente, como se eu fosse importante.

— E sou eu que tenho o ego grande aqui?

— Idiota, quero sair de novo com você. A minha mãe ficou louca da última vez. — comentei animada e Sasuke não parecia tão divertido agora.

— Ta fazendo isso só pra irritar sua mãe? — ele tirou as mãos das minhas pernas e eu soltei os braços do seu pescoço.

— E está dando certo, ela acha que você é um marginal e não quer que eu fique perto de você.

Sasuke se afastou totalmente, desviando o olhar do meu por alguns segundos parecendo pensativo, voltando a me encarar com raiva e seriedade agora.

— Sério isso? — sua voz estava revoltada.

— O que foi? — perguntei confusa pela sua mudança de humor repentina.

— Está me usando para irritar sua mãe? — perguntou com raiva.

— Não estou usando você, é só que quando saio com você consigo atrair a atenção de Mebuki. — respondi ainda não entendendo porque toda aquela mudança de humor. — Não é nada demais.

Sasuke passou a mão pelo rosto balançando a cabeça em negação.

— Me enganei sobre você, pensei que estivesse tentando superar seus traumas. Mas é apenas uma patricinha mimada egoísta igual as outras. — respondeu acabando com todo nosso clima tranquilo, deixando-me surpresa.

— Como ousa falar assim comigo? Você não me conhece.

— Tem razão eu não conheço.

— Por que toda essa revolta agora? Está irritado por que?

— Você está me usando para uma birra infantil. Quer que eu dê pulos de alegria? — retrucou irônico.

— Não estou usando você, e não chame meus sentimentos de infantis. — respondi um pouco mais alto começando a me irritar também. — Mesmo que eu estivesse usando você, que não é o caso aqui, qual o problema? Você nem liga pros sentimentos das garotas mesmo.

— Que merda você está falando?

— Da sua amiga que é apaixonada por você e você finge que não vê.

— Karin não tem nada haver com você Sakura, são duas coisas totalmente diferentes. — Sasuke bufou.

— Diferentes por que? Eu sou uma garota igual a ela.

— Uma hipócrita é isso que você é.— retrucou arrogante apontando o dedo em minha direção com descaso.

Odiei a forma que suas palavras me afetaram e o olhei com raiva devolvendo no mesmo nível. Ele não era melhor do que eu para vir dar lição de moral.

— Vamos falar de hipocrisia agora? Você não é melhor do que eu Sasuke, seus amigos sabem que você mente para eles? Sabem que você tem vergonha da sua classe social? Você fala de nós ricos mas é igual a todos nós. Um mimado egoísta, não é isso?  — disse com arrogância sentindo meu peito subir e descer com força pela respiração ofegante

Sasuke me olhou com raiva e tirou algo do bolso o colocando com força na mesa ao meu lado.

— Eu não preciso dessa merda e nada que venha de você. — cuspiu irritado saindo da sala apressado batendo a porta ao desaparecer da minha visão.

Abaixei o olhar para o colar ao meu lado, e minhas mãos tremeram quando toquei no pingente que não via a anos. Abri o medalhão em forma de coração encontrando a minha foto de um lado e na outra banda estava uma mulher bonita sorridente.

— Não pode ser.

Era ele, Sasuke era o garoto do cemitério. O quão irônica era a vida?

Levei uma mão a boca chocada demais, me arrependendo de todas as palavras ruins que desferi a Sasuke. Ele guardou meu colar por todos esses anos, mesmo não sabendo o quão especial era para mim. Ele o usava como seu medalhão da sorte e nem ao menos havia tirado minha foto de lá, e isso não fazia sentindo nenhum.

Naquele dia ele estava tão abalado e solitário, e hoje Sasuke parecia tão forte. Ele conseguiu superar a morte de sua mãe afinal.

Apertei o pingente contra o peito com força sentindo uma imensa vontade de chorar, mas pisquei os olhos impedindo as lágrimas de caírem ao ouvir a porta se abrindo outra vez.

Estava tudo bem, como estragamos tudo tão rápido?

— Sakura? Está tudo bem? — ouvi a voz mansa de Hinata e seus passos lentos se aproximando.

— Hinata você acha que eu sou uma pessoa ruim? — perguntei observando minha amiga se aproximar com seu olhar de anjo.

— Claro que não Sakura, você é uma garota incrível. Seus olhos estão vermelhos, o que aconteceu?

— Como pedir desculpas para uma pessoa depois de ter dito coisas horríveis para ela?

— Seja sincera, e se ela se importar com os seus sentimentos irá perdoa-la.

Não sabia como me desculpar com Sasuke,  mas sabia que tinha que fazer algo a respeito, por que ele havia feito muito por mim sem pedir nada em troca.

— E se ele não me perdoar?

— Eu não conheço muito o Sasuke, mas pelo que já vi em tão pouco tempo ele é uma pessoa sincera. — Hinata comentou me dando um sorriso gentil.

— Como sabe que estou falando dele? — a olhei surpresa e envergonhada.

— Eu o vi saindo da sala, meio irritado. — me deu um sorriso fraco.

Claro. Sasuke parece ser bom em expressar sua raiva.

— Ele me odeia. — respondi com amargura me lembrando do seu olhar decepcionado e zangado.

— Impossível alguém odiar você Sakura. Você está gostando dele?

— Eu não sei. — sussurrei olhando o colar em minhas mãos.

— E por que não tenta descobrir?

Aquele garoto era um problema que me fazia sentir bem. Talvez nutrir sentimentos por Sasuke não fosse tão ruim assim.


Notas Finais


E o cabaré vai pegar fogo de agora em diante.
Próximo capítulo vou deixar a imagem do colar para vocês, estou procurando algo legal.
Até mais.


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