História Paraíso Perdido - Vingança.

Depois que seu fôlego voltou á si, ergueu-se, procurou suas vestes colocando-as em seguida. Também pegou a lâmina de anjo sobre o móvel e simplesmente saiu, esquecendo-se apenas de trancar a porta dessa vez.

A rosada apenas cobriu seu corpo nu com um lençol e ficou ali perdida em seus pensamentos.

...

Assim que o Uchiha deixara o quarto, não percebeu que alguém estava á espreita e se corrompia de ódio pela anja que, primeiramente tinha matado sua amiga. Sim, Karin era sua amiga, embora concorressem pela atenção do moreno, mas agora não importava afinal ela estava morta. O segundo motivo, é que agora era a anja que recebia as atenções do Príncipe e isso era péssimo para ela.

Konan sorriu, sabendo exatamente com a ajuda de quem contar. Entrou em seu quarto sem ser anunciada:

– O que faz aqui concubina? –o ruivo perguntou em tom de alerta assim que percebeu sua presença ali.

– Para sua informação não sou uma concubina, sou a única mulher oficial de Sasuke agora. –rebateu com superioridade.

– E o que está fazendo aqui ao invés de estar lá babando sobre seu homem? –sua voz ainda indicava irritação com sua presença, no escuro ela não podia ver suas expressões.

– Tem algo, ou melhor, alguém que me impede disso. Fiquei sabendo que há um tempo teve problemas com a anja do cabelo rosa. –pronunciou as palavras de maneira bem clara.

– Sim e teria dado um jeito nela se Sasuke não tivesse aparecido. –agora seu tom era raivoso.

– Sinto lhe informar, mas não teria não. Pelo que escutei por aí, apenas um tipo de arma pode feri-la e Sasuke a tem junto de si. –informou.

– O que está querendo Konan? –perguntou quase adivinhando do que se tratava.

– Sabe que Karin foi morta por ela, além disso, aquela anja deve estar enfeitiçando o meu Sasuke! –mostrou seu ciúme.

– Bruxas lançam feitiços, anjos não. Vai ver que ela é melhor do que você ué. –zombou dela.

– Não se atreva á dizer isso! Posso conseguir a arma, mas preciso de alguém mais forte para agir, você topa ou não? –estava nervosa.

– Eu topo. –apareceu diante de si com um sorriso perverso nos lábios.

...

Do quarto de Gaara foi até o de Sasuke. O moreno estava de pé colocando seu sobretudo e guardando a espada ali, quando ela entrou:

– Sasuke! –falou toda dengosa abraçando-o pelo pescoço.

– Agora não Konan. –rejeitou-a saindo de seu abraço.

– Por que não está me querendo Sasuke? Preferia a Karin é? –indagou com tom debochado. – Sabe que sou melhor que ela e preciso de você. –alegou aproveitando para abraçá-lo por trás. Com seus gestos delicados e precisos, conseguiu puxar a arma da roupa dele.

Liberou-o em seguida e o moreno caminhou para frente de costas á si. Quando se virou, ela estava com as mãos para trás e expressões de uma criança arrependida por ter feito alguma arte.

– Já disse que não. Deixe-me em paz. –pronunciou impaciente saindo dali e batendo a porta consigo.

Konan estava triste, pois foi rejeitada pelo homem que amava, porém ao mesmo tempo satisfeita porque havia conseguido o que queria. Agora tinha de entregar aquilo á Gaara e ele deveria agir rápido, antes que o Uchiha desse falta da lâmina.

Correu até onde havia marcado de se encontrar com o ruivo: mais um dos extensos corredores do local. Olhou para ambos os lados e entregou-a em suas mãos:

– Faça direito. –recomendou em tom de cumplicidade.

O ruivo caminhou normalmente até a porta do quarto da anja, notando que ninguém estava ali além dele próprio. Já havia vindo preparado para arrombar a porta, entretanto se surpreendeu ao constatar que já estava aberta.

Sakura, que já estava devidamente vestida com uma calça e uma blusa básica, logo imaginou que seria Sasuke. E diferente do que imaginou, algo em seu interior estava ansiosa pela vinda dele, mesmo que daquela forma se sentisse cada vez menos um anjo.

Contudo foi grande sua surpresa quando avistou o mesmo ruivo que havia tentado sufocá-la uma vez. Ele apenas mostrou que tinha a lâmina em mãos, como se dissesse: “dessa vez posso te matar!”. Ela tremeu, embora não estivesse tão debilitada quanto da última vez que o vira, ainda estava naquele cômodo cheio de símbolos.

Ele caminhou até ela e investiu abertamente sobre si. Sakura esquivou-se e segurou seu braço tentando tirar-lhe a arma, porém ele deu-lhe um golpe com o braço livre, fazendo com que ela recuasse de mau jeito. Aproveitando a situação, acertou-lhe no abdômen, se tivesse fincado um pouco mais para cima, teria acertado o coração. A reação foi instantânea, a garota cuspiu sangue e ele aproximou-se mais, confiante de que dessa vez, não ia errar o alvo central.

...

“Ele estava sentado sobre a grama mais verde que já havia visto em toda sua vida. Suas roupas eram brancas e ele parecia distraído olhando alguma paisagem inimaginável pelo homem. Sentiu alguém tocando levemente seu ombro e quando deu por si a morena havia se juntado á ele e sorria abertamente, um sorriso quase mais belo que o da mulher que mais havia amado em vida. Hinata já era linda, mas estava deslumbrante. Com um simples vestido branco seus olhos brilhavam e sabia que ela de fato, enxergava algo ou estava tão repleta de sentimentos de modo que, sua essência estava cheia de felicidade ou ainda poderia ser uma junção dos dois motivos.

A garota juntou suas mãos, ainda sentada ao seu lado então ele deu um beijo sobre o topo de sua cabeça. Recostada em seu peito, agora eles admiravam juntos a paisagem ainda mais bela com aquela delicada presença ao seu lado”.

Naruto abriu os olhos naquele momento. Era verdade que demônios não dormiam, mas com o uso de algumas substâncias vendidas na Terra, até mesmo alguém que não precisava dormir, desmaiava como uma pedra. E por que ele fazia isso? Não que dormir lhe fizesse falta, o que lhe agradava eram os sonhos que tinha quando o fazia, sonhos com as pessoas que perdera, das pequenas coisas que mais sentia falta e que a ausência lhe impedia de ser alguém completo.

Porém, nunca antes havia tido um sonho bom e que não fosse nostálgico ao mesmo tempo. Esse não se tratava de seu passado, mas algo que ele de fato gostaria que acontecesse.

Agitado pelas emoções que tomaram conta de si, decidiu que precisava compartilhar aquilo com alguém, caso contrário ficaria louco. Sasuke diria que era tudo besteira e ainda faria comentários maldosos, além do que, ele não tinha “amigos” ali além do Príncipe, todos os outros eram ainda mais egoístas e pérfidos o bastante para que ele não quisesse contato.

Lembrou-se então da rosada. Ela estava trancada no quarto e se o Uchiha descobrisse que esteve ali, não ia ficar muito bem humorado, mas precisava dizer á alguém e não havia ninguém mais compreensivo naquele lugar do que a rosada.

Assim que chegou até a porta seu quarto, sentiu uma presença conhecida ali e não era a da anja, muito menos a de Sasuke. Sabendo que algo estava errado tentou abrir a porta e viu a maçaneta girar e a entrada se abrir.

Para seu espanto, Gaara segurava a garota pelo pescoço enquanto a outra mão segurava a mesma lâmina que o Príncipe havia tomado de Sakura. Na mesma hora lançou-se sobre o ruivo, afastando-o e jogando-o no chão.

– O que pensa que está fazendo imbecil? –gritou injuriado o loiro.

Eles rolaram juntos, Naruto socou sua face até que a arma caiu de suas mãos. O ruivo girou, deferindo os golpes. O loiro então estendeu a mão, conseguindo pegar a espada que estava com Gaara antes e acertou-a em seu peito.

Os olhos dele se arregalaram, uma luz branca cobriu-os em seguida e o corpo dele pendeu sobre si.

Jogou-o de lado e caminhou até a rosada, que não parecia nada bem.

– Ela mata demônios também. –respondeu a dúvida muda de Naruto com dificuldade.

– Sakura você vai ficar bem não vai? –estava aflito, percebeu então os desenhos na parede. Devia tirá-la dali imediatamente.

Pegou-a em seus braços e conduziu-a pelos corredores sem se importar com os olhares feios que recebia e parou diante do quarto do Uchiha. Bateu e não obteve resposta, foi quando sentiu-o atrás de si:

– O que aconteceu? –seu tom era sombrio e apreensivo.

– Eu já lhe explico, antes precisamos deixá-la num lugar mais confortável e livre de símbolos enoquianos.

O Uchiha abriu a porta e o loiro deitou-a sobre a cama. Levantou um pouco a blusa manchada de sangue e viu o corte iluminado por uma luz branca: estava se curando.

– Isso deve resolver o problema. –o loiro sussurrou aliviado.

– O que houve? –Sasuke insistiu em perguntar depois de encarar os olhos verdes que lhe olhavam mais apagados que o normal.

– Gaara atacou-a com isto. –mostrou a espada suja de sangue. – Mas foi com ela que o matei.

Procurou em seu sobretudo não encontrando nada, então o moreno concluiu irritado:

– Konan.

...