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História Park Chanyeol Knock on the Door - Three


Escrita por: Byun_Re

Notas do Autor


Boa leitura meus amores, e um obrigada especial ao Klie, que me animou a escrever quando estava bem pra baixo <3
Leiam as notas finais, por favorzinho!

Capítulo 3 - Three


 

    Baekhyun abriu o pacote daquela tarde.

    Estranhamente, sempre chegava depois do almoço a revisão. Ele olhou entre as folhas de seu livro, um tanto ansioso, admitia.

    Sorriu quando viu o guardanapo.

    Não deveria, mas adorava receber semanalmente um desenho ilustrando cada capítulo, aquele era o quarto guardanapo e um tanto triste. Claro, havia chegado na parte em que o herói acorda sozinho sobre a cama de seu quarto. Eram traços feitos com precisão, apesar de ser evidente a pressa, um esboço dos lençóis e uma expressão desacreditada no personagem principal.

    Pegou o papel fino e o colocou no mural pregado na parede, seguindo a ordem dos acontecimentos, era inspirador ver os desenhos, o ajudava a exteriorizar seus pensamentos e se sentir ainda mais motivado a escrever. Por sinal, a única coisa que se sentia disposto a fazer de qualquer forma.

    Ah, as palavras.

    Elas o faziam fugir de sua realidade medíocre e se perder em romances ilusórios, em cenários os quais nunca irá ver ou viver. Mas o fazia bem ter um objetivo, saber que conseguia alegrar alguém com seus dizeres bobos e contos água com açúcar.

    Baekhyun tirava suas força dos personagens que inventava para cada trama, eles eram o seu oposto; sempre estavam dispostos a se arriscar em uma aventura e conhecer o mundo. Queria ser como eles, aqueles palavras eram o espelho do que tinha vontade de fazer, contudo lhe faltava coragem.

    Com um suspiro, imaginou de quem deveriam ser aqueles desenhos tão bem feitos. Talvez algum ilustrador tenha acesso ao seu livro na empresa? Ou seria seu próprio revisor? Não sabia ao certo, mas gostava deles

Ver o desenho, também lhe remetia outra lembrança.

O motoboy moreno e bonito que sempre lhe sorria.

Baekhyun sentiu o rosto esquentar e balançou a cabeça, seria muita presunção da sua parte querer mais daqueles sorrisos, não era merecedor em sua concepção. Porém, sempre que estava na sacada e ele aparecia, acabavam se encaravam e o outro esticava os lábios, mostrando os dentes brancos e alinhadinhos em um sorriso um tanto fofo, que o deixavam com uma aparência infantil, mesmo tendo todo o porte de homem robusto e badboy usando jaqueta de couro e rodando por aí com sua moto.

O escritor começou a indagar sobre qual seria a verdadeira personalidade daquele homem.

Parecia ser gentil, afinal, a pessoa que sempre perdia alguns segundos para lhe dirigir um sorriso brilhante, mesmo que sempre fosse mal educado a ponto de fugir para a penumbra de seu quarto, era alguém que tinha algo doce em si, um coração bom.

Não era sua intenção ser rude, de fato. Apenas não sabia como reagir àqueles sorrisos, se sentia assustado consigo mesmo, com a reação de seu próprio corpo.

    Baekhyun ouviu três toques na porta e estacou no lugar, pensando ser Jongin. O mais novo ainda não havia desistido de tentar falar consigo, apesar de não ser tão insistente quanto na primeira semana, quase três se passaram desde a sua chegado e o Byun, como o bom covarde que se sentia, só saia do quarto ao ver de sua sacada o Kim mais novo sair de casa.

    — Baek, sou eu.

    Com um suspiro aliviado, o loiro seguiu até a porta, destrancando-a. Kyungsoo estava parado com uma bandeja e entrou rapidamente, seguindo até a sacada, onde sabe que o amigo gosta de ficar e observar a rua, para deixar a comida.

    Ver Baekhyun encarando a movimentação é quase como ver alguém observando uma obra de arte, sabe que é real, está ali na sua frente e ao mesmo tempo é abstrato, longe demais do seu poder de compreensão.

    Kyungsoo suspirou, chamando o outro com um aceno de cabeça.

— Você quase não sai do quarto, precisa se alimentar.

    — Não sei se quero vê-lo ainda.

— Baekhyun, sabe que ignorar seu passado não vai mudá-lo, não é?

— Eu sei, só que… ainda não estou pronto.

— Tudo bem, tem visto com Junmyeon?

Este é o psicólogo que o Do pediu para que se consultasse há quase um ano, aquele que tenta ajudá-lo em visitas quinzenais, mas o menor sempre se mantém reservado, se abrindo aos poucos, com poucas palavras.

— Da forma de sempre.

Se segurando para não forçá-lo ou parecer impaciente, pois sabe que cada um tem seu tempo, Kyungsoo pegou um copo de suco para si e conteve o suspiro.

— Tudo bem.

— Você é um amigo bom demais para alguém como eu.

— Baekhyun, já disse que não existe essa história de “alguém como eu”, você é uma pessoa como todas as outras.

O Byun sorriu pequeno, e vendo como o Do parecia ansioso, decidiu mudar de assunto, ele olhou sobre os ombros, encarando o quadro de seu quarto.

— Sabe quem faz aquilo?

— O quê?

Baekhyun apontou para os desenhos dispostos ali, Kyungsoo encarou o local indicado, admitindo a qualidade neles, mesmo sendo apenas esboços. Depois estreitou os olhos.

— Onde os encontrou?

— Estavam entre as folhas que voltaram da revisão.

O editor franziu o cenho, sabendo não ser ninguém de sua empresa, já que cuida pessoalmente das revisões, sempre acompanhando o trabalho do livro. Mordiscou o lábios com uma possibilidade, mas decidiu investigar primeiro.

— Não sei informar.

— Tudo bem, eu gosto… Quem desenha parece apaixonado pela história.

Kyungsoo queria falar sobre todas as coisas que envolviam aquilo, quebra de sigilo, alguém tentando sabotar seu livro, vazamento de informações, contudo, apenas se calou ao observar o singelo sorriso do loirinho ao seu lado. Ele havia, de fato, gostado dos desenho.

Então decidiu não falar nada, por hora.


 

(...)

 

Kyungsoo estava acostumado a entrar e sair da casa dos Kim.

É amigo de Baekhyun desde a faculdade e seu editor, então não tinha muita cerimônia ou aquela polidez rígida. E apesar não ir muito com a cara da senhora Kim — mesmo sabendo que a mulher apenas não entende o próprio filho e acredita que sua forma de tratá-lo vai ajudar de alguma forma  — o Do havia começado a odiar Kim Jongin.

O garotinho presunçoso que se formou em outro país e esbanja beleza nas capas de revista de fofoca ao sair de uma boate, geralmente com uma bela mulher ao lado. Claro, o filho de um empresário bem sucedido que ficou longe por anos, seria uma ótima notícia. Um dos novos solteirões mais cobiçados.

Porém, não era a forma como ele não parecia se importar com os tabloides que irritava o pequeno editor, estava pouco se importando com o que saía sobre ele — apesar de sempre ficar de olho, com medo do idiota comentar algo sobre Baekhyun —, mas odiava a forma que era sempre abordado ao chegar naquela casa.

— Hey, Do! — exclamou o Kim, com um bico irritado nos lábios fazendo sua expressão até se tornar um pouco inocente, muito diferente do “playboy” das revistas.

— Não tenho tempo agora. — respondeu o moreno. Havia saído do quarto de Baekhyun depois de levar uns papéis da editora para ele assinar.

— Você nunca tem tempo.

— Diferente de você, eu sou uma pessoa ocupada.

— Eu também sou.

— Que eu saiba, virar noite em festas não faz de você alguém sem tempo.

— Hey, não me julgue assim, só estou curtindo um pouco antes de começar a trabalhar com o papai, sabe…

— Não, eu não sei, não quero saber e não entendo porque está tentando me explicar.

Jongin se calou com o corte frio. Seu espírito alegre não entendia ao certo toda aquela seriedade, mas precisava falar com  Kyungsoo, não por sua causa.

— Eu só não desisto de falar contigo, por ser algo realmente importante.

Naquele mês em que o mais novo voltou para casa, se viram poucas vezes, nem sempre ele estava quando o editor ia encontrar Baekhyun, e o Do agradecia por isso, pois era essa tortura toda vez.

— O que é tão importante? — exclamou já irritado, sua voz saiu baixa e perigosa, não queria chamar atenção desnecessária da senhora Kim que estava na cozinha.

— Ele abre a porta para você, mas não abre para mim. — foi direto o maior.

Kyungsoo piscou alguma vezes sem entender aquela afirmação que mais parecia uma pergunta, esperava qualquer coisa, uma piadinha, alguma coisa sem sentido, mas não aqueles olhos um tanto arregalados e cheios de dúvidas.

— E o que tem?

— Eu quero saber o por quê.

— Pergunte para sua madrasta.

— Você não gosta dela também.

— Eu gosto de pouquíssimas pessoas.

— Me pergunto como isso não me surpreende. — o Kim sorriu de forma brincalhona, mas isso apenas irritou o outro.

— Não tenho tempo para suas piadinhas.

— Então me responda.

— São assuntos familiares, eu não quero me meter.

— Mas vem um psicólogo aqui às vezes, eu vi e a senhora Kim, bem, ela não gosta de tocar no assunto. — fez uma careta.

— Claro que não gosta, pessoas como vocês só se importam com aparência.

— O que quer dizer?

— Eu quero dizer que é melhor ficar longe dele, você já o magoou demais, pare de insistir em qualquer que seja seu joguinho.

— Meu joguinho? O que eu fiz?

— Não se faça de sonso, eu realmente tenho que ir, não vou perder meu tempo com você.

O Do se virou, contudo a mão pesada parou em seu ombro, ele não forçou a ficar, mas o contato tão repentino deixou o menor momentaneamente desnorteado.

— Eu realmente não sei o que eu fiz, mas quero consertar.

O Do olhou-o demoradamente, sem saber se deveria confiar ou não em suas palavras. Baekhyun sempre ficava sensível ao falar de Jongin. Eles eram amigos, mas foi abandonado pelo outro quando mais precisou, para estudar em outro país pois não queria viver na mesma casa que o Byun. Céus, era cruel para alguém que tinha acabado de perder tudo ainda carar isso.

Contudo, não poderia negar que algo em Jongin parecia sincero. Não o conhecia ao todo para avaliar isso, então decidiu observá-lo. Tirando a mão alheia de si, o menor bufou uma vez.

— Prove que quer realmente o bem dele, então eu vejo o que posso fazer.

Um sorriso tão grande nasceu nos lábios do Kim que Kyungsoo ficou com medo do rosto rasgar, mas não pode negar o quanto ele tinha uma aparência infantil daquela forma, os olhos fechados, a felicidade estampada e rosto um pouco inclinado para o lado.

— Faço o que for preciso.

O Do tirou o celular do bolso, pedindo para o anotar seu número e o avaliou mais uma vez antes de bufar e seguir até a porta.

— Quando tiver um tempo, eu te ligo.

— Vou esperar ansiosamente.

Balançando a cabeça, ele deixou a casa do amigo sem saber ao certos as intenções do meio irmão de Baekhyun.

 

(...)


 

Chanyeol esboçava, com certa raiva e tristeza, mais um capítulo do livro de Baekhyun.

Um mês havia se passado desde o primeiro desenho, e quase dois desde que o viu pela primeira vez.

Mas ainda não havia recebido nada indicando que o menor gostava de seus desenhos, aceitaria qualquer coisa!

Certo, só o fato de não ter sido demitido já mostrava que de alguma forma ele gostava do que fazia, afinal, não reclamou com ninguém. Contudo, Chanyeol queria mais, queria conhecer aquele homem bonito, vestido com roupas engraçadas de ahjussi que sempre fugia de seus sorrisos.

Por que fugir?

Não fazia idéia.

Então, como aquele capítulo era particularmente triste, acabou ficando ainda mais frustrado ao ver o personagem principal correndo pela cidade, atrás de sua amada. Desencontros, como os odiava.

Fez um esboço do rosto franzido de preocupação, os cabelos esvoaçantes, indicando que estava correndo atrás de algo que deveria ser muito precioso para si, e de fato, era.

A mulher que mudou sua vida em vinte e quatro horas.

De certa forma lhe lembrava o escritor.

Não que sua houvesse mudado, mas parecia que a cada encontro ficava mais curioso e mais frustrado por não saber nada sobre ele, por isso de certa forma ele o transformava aos poucos também.

Por isso, em um rompete inesperado de coragem, rabiscou no canto do guardanapo: “você gosta deles?” ao mesmo tempo em que seu celular despertava, avisando-o que estava na hora de ir. Tinha desenvolvido essa mania para não ficar absorto demais naquele mundo fantasioso e levar mais um esporro de seu chefe.

Se não havia sido demitido por causa de Baekhyun, seria pelos seus atrasos com toda certeza. Chanyeol engoliu o sanduíche que comia, colocando o guardanapo entre as folhas do livro antes de perder a coragem e correu até sua moto.

Mais uma vez Baekhyun estava na sacada ao chegar na casa de porta azul, então fez o de sempre, dirigiu a ele um sorriso brilhante e esperançoso, vendo-o se encolher um pouco e, pela primeira vez, retribuir o gesto de forma singela por alguns segundos antes de voltar para o quarto.

Foi tudo muito rápido, um leve esticar de lábios, o qual o Park percebeu ser levemente retangular, um rosto avermelhado, um pequeno gesto apenas, antes de se esconder novamente.

O Park ficou alguns segundos parado no meio da calçada, encarando o nada de forma abismada. Ele havia sorriso para si também, por dois segundos, mas foi um sorriso, certo? Não estava ficando doido! Uma sensação gostosa tomou conta de seu peito, algo quentinho que se espalhou por todo corpo e o deixou muito contente.

Ainda mais motivado a entregar o desenho com o bilhete, Chanyeol bateu à porta, entregando envelope para a mulher emburrada de sempre, mas sem importar com isso, afinal, o sorriso que queria conhecer era outro.



 

(...)

 

Park Chanyeol estava exausto.

Ele andava arrastando os pés pelo hall de seu prédio até as escadas, sentindo-se frustrado demais por não ter um elevador.

Tudo bem, havia apenas três andares, mas ele morava justamente no último!

Pode não parecer, mas passar o dia em uma moto, enfrentando o trânsito e diversas situações inusitadas na rua — como, do nada, um cachorro se jogar na sua frente e quase cair no chão para salvar o animalzinho — fazia com que se sentisse esgotado.

O motoboy subiu os degraus, um por um, pensando em sua vida, seus afazeres, seu trabalho, meus medos, seus desenhos e, no meio de tudo isso, no pequeno sorriso que recebeu de Baekhyun.

Céus, como queria poder conhecer mais daquele escritor misterioso, fazê-lo mostrar aquele lado meigo outras vezes.

Talvez ele apenas esteja com vergonha de falar consigo sobre os desenhos, ou sequer sabe como abordá-lo.

Deveria dar o primeiro passo? Falar com ele? Se aproximar um pouco mais?

Porém, como faria isso?

Suspirando, e sentindo o corpo cansado, o Park segui pelo corredor do terceiro andar — graças ao bom Deus, chegou sem estar tão ofegante quanto um cachorro asmático — até seu apartamento.

Queria respostas, mas era difícil tal coisa sem ter feito pergunta alguma.

Chanyeol pensou no que havia em sua geladeira, no jantar rápido que iria fazer e, mais uma vez, no sorriso pequeno do escritor.

Não conseguia evitar.

— Hey vizinho, está em que mundo? — Sehun perguntou, parado em frente à sua porta, com um sorriso arteiro.

Haviam se tornando amigos nos poucos meses em que estava ali, já que tinham a idade parecida e eram vizinhos.

— Nem eu sei, acho que em Paris.

Sem entender a referência, o Oh encarou-o de forma engraçada, questionando-se sobre a sanidade do amigo.

— Acho que precisa dormir um pouco.

— Estou tão acabado assim?

Sehun encolheu os ombros, não respondendo com palavras, sequer foi necessário. Chanyeol riu baixinho, e antes que pudesse retrucar ouviram um barulho alto.

— Céus, vai cair!

O Park se virou assustado, vendo um garoto subindo as escadas com duas caixas enormes. Vendo que estava tudo prestes a desmoronar, ambos correram, auxiliando-o, Chanyeol pegou uma caixa, enquanto o menino recuperava o equilíbrio depois de quase cair e rolar feio pelos degraus.

Sehun segurou-o pelos ombros, evitando um desastre.

— O que pensa que está fazendo? — quis saber o mais novo.

— Estou fazendo seu trabalho, seu inútil.

— Você disse que iria me chamar para ajudar, estava na porta te esperando. — rebateu, revirando os olhos.

— Olha só, não vem colocar a culpa em mim, quase morri aqui, moleque.

— Lá vem você jogar na minha cara que é mais velho.

Chanyeol riu baixinho, era comum assistir a briga do casal. Eles eram tão melosos quanto chatos, sempre em uma discussão sem sentido.

— Aqui, Sehun, tenho mais o que fazer. — o Park interrompeu, dando para Oh a caixa a qual segurava. — Mais uma peça?

— Sim, meu figurino é bem extravagante.

— Isso nós já percebemos, nem precisa interpretar, já que é assim também. — Sehun disse emburrado, seguindo até o apartamento que dividem.

São um casal e tanto.

— Está vendo como ele me trata, Chanyeol? —  dramatizou o ator, jogando seus cabelos castanhos para o lado — era um homem incrivelmente bonito, qualquer um conseguia ver — seguindo o namorado que já havia entrado.

O moreno não falou nada, estava acostumado com aquela bagunça de seus vizinhos, até gostava do jeito doidinho dos dois. Por isso apenas abriu a sua porta e entrou, falando antes de desaparecer no próprio apartamento:

— Boa sorte, Luhan.



 

(...)

 

Junmyeon encarou a parede perto da mesa onde Baekhyun passava seus dias escrevendo. O loirinho estava sentado na mesma cadeira de sempre, e o Kim na poltrona perto da cama, como usualmente faz.

Ele observou suas anotações e franziu o cenho.

Geralmente tudo ficava no mesmo lugar, assim com Baekhyun se mantinha distante. Contudo em sua última visita percebeu desenhos pendurados no quadro, e novamente observava que haviam mais papéis. Algo diferente, então decidiu se aproximar um pouco de seu paciente. Casos de fobia social sempre são delicados, difícil conquistar a confiança da pessoa a ponto de fazê-la querer falar.

Por isso Junmyeon respeitava o tempo de Baekhyun.

— Observo que tem algo novo aqui. — começou com um sorriso, vendo o Byun acompanhar seu olhar até o quadro. — São muito bonitos. — continuou suavemente.

Baekhyun assentiu uma vez, e isso foi muito bom para o psicólogo, vê-lo interagir consigo.

— Ganhou ou foi você quem fez?

— Eu ganhei. — sussurrou com um sorriso, gostava de falar sobre seus desenhos.

— Que bom. — exclamou, verdadeiramente feliz. — De algum leitor?

Baekhyun franziu o cenho, um pouco desconcertado.

— Acho que sim, quer dizer, eu não sei... É de um livro novo.

— Entendi, e como está indo esse novo trabalho? Está gostando?

— Estou.

— E os desenhos ajudam?

— Sim, eles me inspiram.

— Deveria agradecer quem os enviou, então. —  sugeriu o psicólogo, querendo incentivar o loirinho a interagir um pouco mais com as pessoas.

— Acha?

— Sim, se essa pessoa fez desenhos tão bonitos para você, quer dizer que gosta do que escreve, logo, vai ficar feliz se agradecer, ao menos, eu penso assim.

Baekhyun assentiu uma vez, com um pequeno sorriso. A companhia de Junmyeon sempre era muito confortante, mesmo que não conversassem muito. E era exatamente isso que adorava no psicólogo, o fato dele não obrigá-lo a falar.

— Acho que está certo.

— Quer me contar sobre as cenas dos desenhos? Sobre seu novo livro? Nossa conversa é um segredo, prometo não dar spoiler para ninguém! — Junmyeon brincou, fingindo trancar um cadeado no canto dos lábios.

Baekhyun riu baixinho e mordiscou a boca.

Queria muito falar sobre seus desenhos, sobre como eles representavam de forma muito realista tudo que havia idealizado para aquelas cenas. Então respirou fundo e começou a falar aos poucos.

Primeiro com sua voz baixa e um pouco rouca, devido a falta de uso das cordas vocais. Contudo, quanto mais Junmyeon o estimulava com perguntas, mais o Byun se soltava e assumia sua verdadeira personalidade, aquela que ficou escondida pelo medo, e que gosta de falar, sorrir e gesticular.

Então, depois de alguns bons minutos, o Byun estava contando, de forma mais animada, sobre os desencontros de seus personagens. Assim, a sessão daquela tarde acabou sem que percebessem, mas o Kim continuou ouvindo o loirinho com atenção. Até que o Byun deu-se conta de como estava falante e corou, pedindo desculpas por atrapalhá-lo.

— Não me atrapalha jamais, não pense mais assim, ok? — disse o psicólogo. — Eu adorei saber mais sobre esse romance, gosto muito dos seus livros.

— Você já os leu?

— Todos eles, sou um fã.

Aquilo arrancou uma gargalhada do loirinho.

— Pare com isso.

— Não estou mentindo, muitas pessoas te amam Baekhyun, porém, às vezes nós estamos tão envoltos de pensamentos e sentimentos ruins, que não enxergamos. Abra mais seus olhos, seu coração e, principalmente, solte mais essa voz bonita. Gostei muito de conversar contigo nesta tarde.

— Eu também, Jun. — respondeu, chamando-o pelo apelido o qual o outro insistiu desde a primeira consulta.

— Fico feliz, bem, não quero atrapalhar na sua criação, acho que tem muito para escrever. — começou o maior. — Mas, realmente fiquei curioso sobre o livro. — o Kim olhou para o Byun que sorria orgulhoso, e gostou de saber que havia conseguido destruir uma daquelas barreiras.

Foram meses de consultas silenciosas, com poucas palavras, medo e, às vezes, até com algumas lágrimas. Aquela foi a primeira em que Baekhyun sorriu, tudo devido aqueles desenhos.

— Posso contar mais na próxima vez.

— Mal posso esperar, então. — rebateu empolgado. — Se não for incomodar, posso voltar semana que vem, ao invés de apenas em quinze dias.

Sugeriu, querendo acompanhar de perto aquele avanço e também temendo o que poderia acontecer. Atendimento home care, como são conhecidas as consultas em casa, são para pacientes que têm, principalmente, fobias sociais, assim como o escritor. Vê-lo com mais frequência, poderia ajudá-lo a se abrir mais para as pessoas, ganhar sua confiança.

Baekhyun tinha uma situação delicada, quem tem agorafobia sempre necessita de alguém que lhe passe segurança ao lado, para sentir-se bem. Kyungsoo sempre foi essa pessoa, antes dele, o Byun pensava que não poderia contar com ninguém.

Junmyeon, mesmo em seu silêncio, também havia conquistado aos poucos um lugarzinho na cabeça de Baekhyun. A presença constante, a sensação de segurança e força transmitida, faziam com que o escritor conseguisse sentir-se seguro.

Uma presença sólida e que lhe trazia paz.

— Tudo bem. — aceitou a oferta.

E quando o Kim foi embora, o loirinho correu para escrever um bilhete e pregar no envelope o qual estava pronto para ser levado até a editora, e posteriormente, revisado.

Eram poucas palavras para responder o questionamento que chegou no último desenho: "gosto muito, mas quem é você?"

Contudo, essas singelas sentenças poderiam trazer diversas mudanças. Isso o assustava e muito, mas sentia-se corajoso. Antes não havia pensado em responder a mensagem, mas se viu confiante de que fazer isso era o certo, já que durante sua conversa com Junmyeon apenas conseguiu pensar em como queria poder agradecer aquela pessoa por seus desenhos, sendo isso impossível por não saber quem era ela.

Baekhyun olhou o envelope de sua empresa e a imagem daquele motoboy, o qual sempre sorria para si, voltou para sua mente fazendo-o sorrir e gostar da sensação em seu peito ao lembrar dele. Pois, de certa forma, o moreno também era constante em suas visitas e, principalmente, em sua gentileza.


 


Notas Finais


aaaaaaaaaaaa espero que tenham gostado <3

http://www.psicologoshomecare.com.br/
Esse site explica um pouco sobre psicologia em casa, caso alguém tenha alguma dúvida sobre o que é e se existe!

Eu tô amando reescrever essa fic, mas devido a problemas pessoais, estou demorando mais do que queria, não desistam de mim ;-;-; Amo muito tudo isso aqui.

O acham do kai? Ele é bonzinho ou não?
E o Luhan? Quem leu a antiga versão, talvez pegue um pouco da referência dele na história!
SAASHUASHUASAUH

AGORA CHANBAEK VAI COMEÇAR A SE "ENVOLVER" REAL OFICIAL!
Eu sei, três capítulos para isso, MAS eu absorvi TODAS as críticas que chegaram até mim sobre a versão passada da fic e entendi o ponto de vista de algumas pessoas, por isso, eu estou tentando fazer com que o relacionamento deles seja algo saudável, e sem reforçar aquela ideia de que o amor cura as pessoas, pois nunca foi minha intenção.
CONTUDO, PORÉM, ENTRETANTO, o amor ajuda sim em muitos problemas, ter alguém com quem contar, confiar e ser seu suporte é base de muitos tratamentos, principalmente, os de fobia social, ok? Não confundam as coisas ><
Estou tentando fazer o melhor possível com esse tema, por isso, quem quiser conversar comigo ou tem algo para me dizer, é só mandar uma mensagem, lerei com muito carinho <3
Eu leio bastante antes de escrever isso aqui HSUHAUSAHU É bem trabalhoso, admito, mas muito gratificante.

Obrigada meus amores, pleo apoio.
Tento não demorar tanto com o próximo ><
Relevem os erros, não foi betado, depois eu arrumo ;-;-;
Amo vocês!


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