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História Past Lives - Chapter 15


Escrita por: MafeSweet

Notas do Autor


Heey babys!!
Vamos lá...

Capítulo 18 - Chapter 15


Fanfic / Fanfiction Past Lives - Chapter 15

POV Jeon JungKook:

 

 

O fato de que passei o intervalo com muitas pessoas, ainda é uma surpresa para mim. Antes era apenas eu e Yoongi. Agora somos tantos e eu posso sentir aquela sensação de alegria em meu peito. Eu me sinto bem vendo que os outros se divertem perto de mim, e isso faz com que eu também me sinta inteiramente bem. Posso agradecer Park por isso, já que graças a ele consegui me soltar bastante e fazer coisas que há tempos não fazia e nem imaginava que iria fazer. Talvez meu destino não seja tão horrível como imaginei.

 

As aulas haviam acabado e eu me apressei para sair da sala de aula. Como sempre, todo mundo lotou os corredores e foi uma zona para eu conseguir chegar na entrada do colégio. Olhei para os lados à procura de Yoongi ou até Park, mas senti alguém me puxando, e não era Park, porque a mão era completamente fria. Mesmo que eu questionasse a pessoa do porque daquilo, o rapaz ainda não me respondia nada, e ele era forte. De repente se juntaram mais dois para me levar dali, e incrivelmente ninguém percebia isso, e eu não queria fazer um escândalo. Já bastava o de ontem. Quando vi, estávamos atrás da escola e os três encapuzados se encontravam a minha frente. Eles se aproximaram e começaram a me bater. Socos e mais socos foram depositados em meu rosto, até eu senti-lo dormente. Outros socos em meu estomago, até eu sentir meus joelhos baterem no chão. Eles continuaram me chutando e xingando-me, falavam que eu deveria parar de me achar tanto e que uma hora minha rebeldia iria acabar, porque eu ia ser morto.

 

Minha vista estava turva quando a figura de outra pessoa apareceu, mas a voz aveludada me causou um alivio no peito. Park havia aparecido. Ele conseguiu espantar os três e veio até mim, colocando minha cabeça em seu colo. Nem sei como ainda consegui falar com ele, pois de repente, flashs daquele pesadelo – que estou me afogando – veio à tona, e eu sentia a água querer cobrir minha cabeça e eu lutava internamente para isso não acontecer. Mas... Park cumpriu suas promessas, e mesmo que eu já tivesse desmaiado, ainda sentia aquela palpitação constante em meu coração.

 

 

(...)

 

 

Sempre gostei de hospitais, mesmo que quando meus pais morreram, foi lá que recebi tais péssimas notícias. Na verdade, o cheiro quase tóxico dos medicamentos me acalma, como uma droga que vicia. As paredes em absoluto branco trazem a calma, mas muitas vezes enlouquecem os pacientes. Assim que fui recuperando os sentidos, senti uma dor na cabeça, não era forte, mas incomodava. Meus olhos se abriram e eu fitei o branco neve daquele teto, virei a cabeça levemente e vi o soro que estava indo para a minha veia. Soltei um suspiro pesado.

 

– Acordou? – A voz de Park era calma, e eu virei meu rosto para a direção de sua voz. Lá estava o moreno com a roupa de mais cedo, só que com os cabelos ainda mais desgrenhados e sua expressão estava estranha.

 

– Aham. – Murmurei e ele assentiu levemente se sentando na poltrona ao lado da maca que eu estava. – Que horas são?

 

– Quatro e pouco da tarde. – Respondeu e eu arregalei os olhos. – Não fique surpreso, os médicos falaram que os seus machucados eram feios, e você quase quebrou a costela com os chutes. Felizmente você não quebrou nada, mas está com hematomas pelo na área da barriga, braços e rosto. – Explicou e eu tentava processar todas as informações.

 

– Eu devo estar horrível. – Sorri nasalmente e ele negou serenamente com a cabeça, e começou a me fitar, como se analisasse todo meu rosto, cada centímetro dele.

 

– JungKook, você pode ficar com o rosto todo quebrado, que mesmo assim não ficará horrível. – Falou e eu senti aquela corada básica nas bochechas, sorte que os roxos provavelmente cobriram meu rubor.

 

– Pare de falar coisas sem sentido. – Falei ainda envergonhado e ele rio soprado olhando para baixo.

 

– É, sem sentido. – Murmurou baixinho parecendo envergonhado. – Enfim, não se preocupe muito. Eu prometi a mim mesmo que vou acabar com a raça daqueles desgraçados, já tenho até em mente quem são. – Ele parecia realmente querer matar quem fez isso comigo.

 

– Park, você devia acabar com quem obrigou-os há fazer isso. – Disse ele pareceu confuso. – Estava óbvio que eles não fizeram aquilo porque sentiam raiva de mim, porque no momento que você chegou, eles saíram correndo, e acho que isso foi um alivio para eles também. Então... tenho certeza que alguém os mandou me bater. – Falei a minha afirmação e ele encostou as costas na poltrona e soltou um suspiro longo e voltou a me encarar.

 

– Posso ter a certeza que temos a mesma pessoa em mente então. – Falou e eu engoli em seco. – Kim Hyuna. – Disse o nome completo da loira que liderava a hierarquia do colégio.

 

– Ela é a única que mandaria alguém me bater. Não tenho inimigos além dela para falar a verdade. – Falei e ele assentiu.

 

– Ela passou dos limites dessa vez, e vai se ver comigo. – Falou em um tom ameaçador que até eu me assustei. Não deu tempo de eu falar alguma coisa, a porta branca do quarto foi aberta em um passo rápido e rapidamente três pessoas passaram por ela.

 

– PRIMO! – Yoongi gritou chegando perto da minha cama de hospital, ele tinha uma expressão preocupada e estava ofegante, de certo por correr pelos corredores daquele hospital em que eu estava. – Eu fiquei tão preocupado quando Jimin ligou. – Falou e eu segurei sua mão para dar a certeza que eu estava bem.

 

– Eu estou bem primo, não precisa se preocupar. – Disse e ele suspirou longamente assentindo levemente.

 

– Querido, quando seu primo nos contou, quase tive um infarto de preocupação. – Minha tia falou aproximando-se da cama, eu a olhei com um olhar carinhoso, ela merecia aquilo.

 

– Não foi nada tia, nem precisava ter se preocupado tanto. – Falei para amenizar sua preocupação visível, ela assentiu e pareceu agradecer baixinho, ela é uma pessoa muito religiosa.

 

– Sobrinho, você está bem mesmo? Corri do serviço para vir te ver. – Meu tio falou e eu me senti mal por ele ter se preocupado ao ponto de sair do trabalho para vir me ver.

 

– Não precisava disso tudo tio, eu estou bem. – Sorri ladino e ele arqueou uma sobrancelha.

 

– Faz tanto tempo que não o vejo sorrir. – Falou sorrindo sem mostrar os dentes. Park sorriu levemente ao meu lado, parecia se sentir convencido por eu ter dito que ele foi o motivo dos meus sorrisos de uns tempos para cá. Ok, ele meio que está certo. – Enfim, vou acertar a conta do hospital. – Disse já se virando, mas o moreno ao meu lado se levantou da poltrona.

 

– Não precisa, eu já paguei. – Park falou e meu tio se virou novamente e encarou o mesmo, provavelmente se perguntando o motivo de tal ato, até eu me perguntei isso.

 

– Por que fez isso, meu jovem? – Meu tio perguntou.

 

– Isso meio que é minha culpa. – Ah, agora entendi. Ele se sente culpado por pensar que foi Hyuna que mandou me baterem, e como ela é a namorada dele... ele se sente assim. Não deveria, ela é ela, e ele é ele.

 

– Hum, mas quem é você? – O mais velho cruzou os braços e encarou Park de cima a baixo. Sério, para que isso?

 

– Sou amigo de JungKook, um amigo do colégio. – Respondeu ele. Na verdade, éramos mais que amigos do colégio, já que nos víamos em outros lugares, como aquela praça parcialmente abandonada, e... a cachoeira.

 

– Nossa, JungKook não tem amigos há muito tempo. – Kwan fala como se estivesse presenciando um acontecimento ilustre. Engoli em seco e abaixei meu olhar vendo Park me olhar de canto de olho. De repente me senti um pouco envergonhado.

 

– As coisas mudam. – Ouvi o moreno dizer, de certo tinha um sorriso discreto nos lábios avermelhados.

 

– JUNGKOOK! – Ouvi aquela voz feminina gritar enquanto entrava no quarto. Charlotte tinha seus cabelos azuis bagunçados pela pressa que ela tinha, sem se importar com as pessoas que passaram a encara-la no meu quarto, apenas se aproximou de mim e me encarou. – Menino do céu, quase tive um ataque quando me falaram que você foi espancado. – Falou com seu jeitinho espalhafatoso. – Juro por Deus que se eu pegar quem fez isso, acabo com todos. – Sua expressão era assustadora e eu apenas soltei uma risadinha baixa.

 

– Já falei isso muitas vezes hoje, mas, não precisava se preocupar. – Falei e ela revirou os olhos.

 

– Pare com esses papinhos de não se preocupar, porque quando Yoongi me ligou, ele disse que você estava praticamente morto. – Falou e eu virei minha cabeça vagarosamente para meu primo que tinha um sorriso amarelo no rosto.

 

– Culpe Jimin por isso, ele que me falou. – Tentou se safar, mas eu apenas revirei os olhos.

 

– Querido, vemos que você está bem acompanho, então eu e seu tio vamos para casa e quando te derem alta, vemos te buscar. – Yoona falou deixando um selar em minha testa, assenti com um sorriso leve nos lábios e meus tios saíram pela porta que foi trancada em seguida.

 

– Ok pessoal, agora podemos tramar o plano para acabar com Hyuna. – Charlotte falou se sentando na poltrona do meu outro lado, nós três a olhamos, afinal, como ela tinha a certeza? – O que? Vão me falar que pensam ser outra pessoa? Aquela loira oxigenada odeia o JungKook pela amizade de vocês e por ele dizer as verdades na cara maquiada dela, então, poderia ser outra pessoa a mandar baterem nele? – Arqueou a sobrancelha como se dissesse o óbvio e eu assenti me ajeitando naquela cama, ficando sentado, minha cabeça não doía mais.

 

– Tem toda razão, e eu já tenho um plano em mente. – Park disse juntando as mãos com uma expressão de quem já tinha tudo planejado, um verdadeiro gênio do crime.

 

 

(...)

 

 

Yoongi já tinha se sentado na beirada da minha cama para ouvir o plano que Park falava tão explicativo, parecia que tinha planejado a meses tais coisas. Charlotte e o moreno tinham um sorrisinho no rosto, um sorrisinho frio.

 

– Então vamos tirar o trono de rainha do colégio, dela? – Arqueei a sobrancelha.

 

– Exatamente. – Park assentiu se levantando e andando lentamente pelo quarto de hospital. – Sabemos que para Hyuna, ser a rainha daquela escola é tudo, e se tirarmos isso dela... não sobrará nada. – A última frase foi dita com uma expressão fria vindo do moreno.

 

– Mas isso não acarretará problemas para você? Quer dizer, você é meio que noivo dela, e se ela falar com o pai dela, meio que ferrou o plano inteiro. – Falei e ele deu o seu famoso sorriso ladino.

 

– Essa é a segunda metade do plano. – Dessa vez foi Charlotte que se levantou da poltrona. – Vou ameaça-la, dizendo que se ela contar alguma coisa para o seu pai, eu mesma falarei com o meu... e bem, sabemos que isso vai assusta-la bastante. – Piscou para mim e eu assenti concordando.

 

– E com isso Hyuna ficará sem ninguém, sendo que ela não tem amigos verdadeiros e nem ninguém que suporta a chatice dela. – Yoongi falou revirando os olhos nas últimas palavras.

 

– Até que você é inteligente. – A garota de cabelos azuis disse olhando meu primo que sorriu galanteador para a mesma que rio soprado de tal ação. – Vai precisar de mais, do que um singelo sorriso para me ter Yoon. – Ela falou e soltou outra piscadela para meu primo que parecia hipnotizado por ela.

 

– Por você sou capaz de me esforçar, Lotte. – Falou no tom galanteador que sempre usa.

 

– Ok gente, chega de flertar na nossa frente. – Park falou para acabar com os flertes discretos deles. – Enfim, esse é o plano, é simples, e vai acabar com Hyuna. – Disse e direcionou seu olhar para mim. – Está dentro Kookie-ah?

 

– Meu Deus, como vocês não são namorados? – Charlotte tinha os olhos levemente arregalados enquanto nos olhava, acho que meu primo não entendeu nada, pois arregalou os olhos ainda mais.

 

– Porque somos héteros. – Park falou simplista, e eu assenti concordando.

 

– Quero só ver até onde essa história de hétero vai. – Murmurou e eu resolvi ignorar. Era loucura pensar que ela achava que eu e Park, formávamos um belo casal. Sério, uma loucura.

 

– Eu já cansei de ver Hyuna controlar todos a sua volta, então sim, eu estou dentro Jiminnie-ah. – Falei em um sorriso sem mostrar os dentes.

 

– Esse shipp ainda vai me matar. – Outro murmuro de Charlotte que resolvi relevar.

 

Talvez esse plano acabe com os luxos de Hyuna. Talvez esse plano... me una ainda mais com Park, e fortaleça nossa amizade sem as intromissões da loira.

 

 

(...)

 

 

Felizmente o médico me liberou a tarde e eu pude voltar para casa, mas mesmo assim Park fez questão de me acompanhar, com o mesmo papo que aquilo era sua culpa. Os roxos em meu rosto estavam se suavizando, mas os outros espalhados por meu corpo pareciam que iria me acompanhar nessa viagem para a praia. Pôr o plano em questão, em ação, era como arriscar a própria vida em uma jaula de lobos. Se tirássemos a coroa da loira, o que sobraria para ela? Além das inúmeras intrigas, nada mais. Eu não deveria sentir pena de alguém como ela, uma pessoa capaz de tudo para ter o que quer. É, acho que me enganei a seu respeito, ela não é alguém que usa uma máscara, e sim alguém que é ela mesma. Isso até seria bom, se ela não fosse uma vadia psicopata.

 

Enfim, agora pensando sobre o meu pequeno ‘’acidente’’, vejo que se não fosse pelo moreno de sorriso angelical, provavelmente eu estaria muito pior. Nunca fui de acreditar em nada sobrenatural, ou essas coisas que os cientistas julgam ser burrice, mas... talvez ele seja o meu anjo. Um anjo em forma de gente que apareceu em minha vida, iluminou meu caminho e clareou meus pensamentos. Na verdade, eu tenho essa dúvida na cabeça, sempre que fito seus olhos castanhos brilhantes, tenho a leve impressão de já ter visto aquelas mesmas, orbes antes. Porém não nessa vida. Ok, acho que isso realmente é uma loucura, provavelmente bati a cabeça muito forte no chão.

 

Agora estou no meu quarto, jogado na cama com meus inúmeros devaneios, até que a porta é bruscamente aberta e meu primo passa por ela, se sentando na minha cama. Ele é sempre tão educado.

 

– Esse plano realmente dará certo? – Perguntou com uma preocupação que tentava esconder. Acho que todos estávamos assim.

 

– Eu não sei. – Soltei o ar pela boca. – Mas eu sei que tudo isso não é por hoje, pelo meu estado. Todos estavam de saco cheio de Hyuna, e isso foi a gota d’água.

 

– De qualquer forma, você está subindo na hierarquia da escola, ficando com os populares e sendo amigo de Jimin, que te socorreu mais cedo. – Disse se sentando e me olhando com um tom divertido.

 

– Andar com pessoas como eles, não me faz ser melhor, eu odeio essa coisa de hierarquia. – Bufei brincando com meus dedos. – Mas tenho que agradecer a Park pela ajuda de hoje. – Falei tentando esconder um sorriso. O moreno realmente estaria ali para qualquer coisa, estaria ao meu lado para qualquer e todos momentos.

 

– Você gosta do Jimin, não é? – Perguntou com o mesmo sorriso brincalhão e eu arregalei os olhos.

 

– O QUE? – Gritei e ele meio que assustou e rio do meu desespero.

 

– Calma primo, eu digo gostar em um sentido de amizade... por acaso você gosta dele mais do que um amigo? – Yoongi arqueava a sobrancelha e eu dei um tapa significantemente forte em seu braço para ele parar de fazer perguntas sem sentido.

 

– Cala a boca Yoongi. – Retruquei.

 

– Tá, tá, não precisa me bater. – Ergueu as mãos e rendição saindo da minha cama, ficando de pé. – Mas... eu shippo hein. – Disse brincalhão e saiu correndo do quarto.

 

 

 

(...)

 

 

 

Já eram altas horas da noite, e eu não conseguia dormir. O que meu primo retardado havia dito, ficava martelando em minha mente. Eu sei, eu sei, é bobeira pensar algo assim, mas... por algum motivo, me sinto muito estranho agora. Por que me assustei tanto com uma pergunta assim? Realmente não é do meu feitio. Arrrg, isso é tão confuso, uma coisa tão sem nexo está tirando meu sono.

 

O que poderia trazer meu sono de volta? Já sei. Peguei meu celular e os fones, conectei-os e botei uma música calma, com uma letra que me fazia relaxar, e sem o meu próprio consentimento, algumas imagens de Park começaram a aparecer em minha mente. Como estava de olhos fechados, era como se eu visse os momentos que o moreno sorrisse, os diversos sorrisos dele. Aquele que é de lado, o que pode demonstrar muitas coisas, ele sempre arqueia a sobrancelha quando sorri ladino. O mais marcante é aquele que faz seus olhos sumirem, um verdadeiro ‘eye smile’, que mostra o quão feliz ele está. Isso me deixa feliz também. As suas risadas contagiantes, que conseguem ser como música para meus ouvidos. Seus cabelos negros que são bagunçados, mas... eu adoro aquela bagunça que me distraia por alguns momentos das aulas chatas, aqueles momentos em que me perco na aparência de Park. Ah, e ainda tem seus lábios. Eles são carnudos, avermelhados e ele vive mordendo eles, em momentos diferentes. Quando está nervoso com algo, quando está pensativo, quando está mexendo em seu celular, ou quando quer seduzir alguém.

 

Fui pensando e pensando no garoto que me salvou, e no fim de tantos pensamentos... dormi sorrindo com tantos devaneios.

 

 

(...)

 

 

Agora estava a caminho do colégio com meu primo. Confesso que quase não consegui acordar, o sono estava muito bom, já que tive um daqueles sonhos tranquilos, que me davam sensações ótimas. Apertei a alça da mochila em meu ombro quando pude enxergar o prédio da escola. Nos aproximamos mais e mais, até que Charlotte veio ao nosso encontro, ela parecia feliz.

 

– Preparados para o plano? – Perguntou ela sorridente.

 

– Aposto que você sim. – Yoongi disse e rio soprado.

 

– Não acabe com a minha alegria de derrotar aquela puta. – Disse e nós três rimos da sua forma afobada de falar de Hyuna.

 

De repente senti mãos cobrirem meus olhos. Ah, aquela famosa brincadeira de adivinhação.

 

– Quem é JungKook? – Charlotte perguntou, já que se a pessoa falasse, eu adivinharia.

 

Hum, as mãos pequenas dão muito na cara, e os diversos anéis confirmam a minha hipótese. Ri fraco e levei as minhas mãos as suas, sim, eram quentinhas.

 

– Pelas mãos pequenas... Park. – Disse e pude ouvir o mesmo bufar e tirar as suas mãos dali, me virei para trás e vi sua expressão séria. Acho que não gostou do meu comentário, mas os dois ao nosso lado riam como duas hienas. É, acho que eles combinam.

 

– Minhas mãos não são pequenas. – Disse emburrado.

 

– Ah, claro que não, só competem com as dos anões da branca de neve. – Falei e as risadas ao meu lado aumentaram, e a expressão dele ficou ainda mais emburrada. Ele parece um bebê.

 

– Sabe Kookie-ah... – Sua expressão mudou de repente, um sorriso malicioso. – Nenhuma menina reclamou disso antes. – Permaneceu com seu sorriso e eu arregalei os olhos envergonhado quando entendi.

 

– Comentário desnecessário. – Murmurei sentindo meu rosto queimar em vermelho.

 

– Você fica tão fofo corado. – Senti o moreno apertar minhas bochechas, e um flash de luz quase me cegar.

 

Charlotte havia tirado uma foto.

 

– Charlotte, o que você tá fazendo? – Yoongi perguntou por nós.

 

– Guardando recordações de momentos fofos, aí no dia do casamento deles, vou fazer uma apresentação de slides com fotos deles. – Explicou e eu apenas senti meu rosto queimar mais e a vergonha me tomar.

 

– Meu Deus. – Park riu e eu sorri amarelo, tentando não transparecer minha vergonha. – Enfim, já conversei com os meninos e todos toparam, inclusive Taehyung deu glória a Deus. – Falou. – Já sabe o que fazer, não é Lotte? – A menina de cabelos azuis assentiu e eu fiquei perdido. – Então vamos. – Park passou o braço por meu pescoço e saiu me puxando, acho que Charlotte tirou mais fotos. Essa menina tem problema.

 

Encontramos o restante dos amigos de Park na porta de entrada, nos cumprimentamos e entramos todos juntos. Sabe aquelas cenas de filmes americanos escolares? Foi exatamente assim que me senti, junto com os populares, andando da mesma forma de antes – com Park passando o braço em meu ombro – e me sentindo bem. Muito bem. Porém algumas pessoas me encaravam, se questionando pelos roxos em meus braços, já que fui ao colégio de blusa de manga, estava calor. Resolvi não me importar muito, Park fazia questão de fuzilar a todos que me olhassem feio.

 

O moreno retirou seu braço de mim e foi até a loira que encarava aquela cena com uma cara de desdém. Nos aproximamos para ouvir a conversa deles.

 

– O que é isso? Se juntou aos necessitados agora Jimin? – A loira falou se referindo a mim, meu primo e até a Charlotte que já cerrava os punhos.

 

– A única necessitada aqui é você Hyuna. – Retrucou Park e eu pude ver uma rodinha se abrindo em volta deles, o povo dessa escola gosta de brigas. A loira estava vermelha de raiva. – De qualquer forma, quero informar que seu reinado chegou ao fim. – Sorriu cínico.

 

– Como assim? – Ela perguntou.

 

– Você comanda essa escola há muito tempo, não acha que está na hora de dar lugar a pessoas novas? – Arqueou a sobrancelha e Hyuna riu ainda mais cínica.

 

– Não, não acho. – Negou.

 

– O problema é seu então, porque a partir de hoje, você deixou de ser a garota mais popular, e a rainha na hierarquia social. – Eu vi as faíscas saindo dos olhos da loira, todos ao redor pareciam felizes com a atitude do moreno.

 

– Você só pode estar tirando uma com a minha cara. – Falou e Park permaneceu sério. – Tudo isso por que? Por causa desse garoto estranho que você chama de amigo? Fala sério Jimin, até parece que está namorando esse pobre imundo! – Exclamou e um silêncio reinou, deixando todos curiosos e eu desconfortável.

 

– Não fale coisas sem nexo Hyuna. Ah, e também quero dizer que nosso namoro acabou. – Vi o sorrisinho ladino que ele deu.

 

– Você não vai terminar nosso namoro. – Vi a loira cerrar os punhos. – Você sabe que se eu contar para meu pai, você está ferrado, além que estamos praticamente noivos. – Ela disse com um sorrisinho no rosto, crente de que conseguiu prender o moreno. Doce ilusão.

 

– E você sabe que se eu falar com o meu pai, você que está ferrada, minha flor. – Charlotte entrou no meio da discussão, pronunciando as duas últimas palavras com sarcasmo. – A partir de hoje, quem manda nessa merda toda, somos nós. – Falou e eu vi as expressões contentes de todos a nossa volta. – Lide com isso vadia. – Finalizou e todos gritaram ‘’Wow’’. Era isso, estávamos livres.

 

– Isso é tudo culpa sua! – Hyuna gritou olhando em minha direção, ela havia levantando a mão para me dar um tapa, mas Park segurou seu pulso, fazendo-a olha-lo.

 

– Você já causou muita dor a ele Hyuna... eu sei que foi você ontem. – Falou como um sussurro, e ela engoliu em seco.

 

– Vocês não vão ficar assim por muito tempo. – Falou ela com seu nariz inda empinado. – Uma vez rainha, sempre rainha. – Essa foi a última frase dela, antes de sair do colégio. É, ela saiu da escola por algo assim, ou seja, para ela, seu poder era maior do que qualquer coisa.

 

– ESTAMOS LIVRES DA HYUNA VADIA! – Taehyung gritou e todos riram dele, inclusive eu.

 

Talvez finalmente estivéssemos livre da loira. Olhei para Park, no meio daquela bagunça de pessoas gritantes e contentes. Ele deu um sorriso, e foi aquele que eu tanto gostava, o famoso eye smile. Sorri junto a ele.

 

 

(...)

 

 

Como que de repente o colégio se transformou de tal maneira? Os alunos que antes tinham expressões frustradas e tristes, agora riam abobados com os amigos. Pareciam não ter mais medo de fazer ou falar algo errado. A mesa que apenas os populares usavam – Hyuna que fazia questão de usa-la –, agora está ocupada por outras pessoas. Eu e o restante do pessoal, estamos de baixo daquela sombra refrescante da arvore. Todos conversavam e eu me apoiei no tronco da arvore e coloquei meus fones, uma música relaxante, com uma batida lenta e envolvente começou a tocar. Fechei os olhos e aproveitei. Porém, de repente, tiraram um dos meus fones, abri os olhos e vi que era o moreno, o mesmo ousou colocar o lado do fone em seu ouvido e pareceu não ligar se eu tivesse dado ou não permissão para tal ato. Ele apenas fechou os olhos e encostou no tronco de arvore, com um sorriso quase imperceptível. Senti um flash quase queimar minhas vistas, e acho que Park também sentiu, já que arregalou os olhos olhando Charlotte que nos olhava sorrindo amarelo.

 

– Desculpa, mas a cena do JungKook te olhando foi tão fofa, que... não me aguentei. – Falou e eu percebi que o celular da menina de cabelos azuis passava pelas mãos de todos ali, e todos tinham sorrisinhos nos rostos. Meu Deus gente, qual o problema de vocês?

 

– Awn. – Jin fez um barulho fofo. – Sabe que olhando agora... vocês combinam. – O loiro disse nos olhando e eu revirei os olhos, sem me importar se ele me acharia grosso ou não. Essas historinhas de um possível envolvimento entre eu e o moreno são apenas loucuras que esse povo inventa, e claro, sou hétero.

 

– Já estou de saco cheio dessa história. – Park falou sério e até eu me assustei com seu tom. – Vocês sabem muito bem que sou hétero, gosto de meninas, e gosto ainda mais de fode-las, então parem de ficar comentando tais coisas... absurdas. – Retirou o lado do fone de seu ouvido e se levantou. – Não quero que esse povinho ouça isso e espalhe boatos. Eu ficaria bastante puto. – Dito isso, caminhou em passos pesados para dentro do colégio.

 

– Nossa, ele ficou realmente bravo. – Charlotte disse e eu desliguei a música e guardei os fones no bolso da calça. – Desculpa Kook se estou te enchendo com isso. – Falou com uma expressão realmente arrependida, como todos ali estavam nesse momento.

 

– Isso não me deixa bravo, só é meio chatinho. – Falei sorrindo fraco. – Mas parece que alguém se incomodou demais. – Disse me referindo ao moreno. – Acho que tenho que me desculpar por ele, a atitude dele foi infantil.

 

– Não, que isso, a gente já está acostumado, com esses ataques repentinos dele. – Taehyung falou. – Agora vai lá falar com ele, acho que ele te prefere agora do que qualquer um de nós. – Disse e todos assentiram com as cabeças.

 

– Ok. – Murmurei. – Até depois. – Me levantei e segui os passos de Park.

 

Chegando nos corredores vazios daquela escola, percebi que o moreno estava encostado em um dos armários, fitava o chão, parecia impaciente, e isso me deixou ansioso por algum motivo. Ele parecia estar tentando desvendar um mistério, e isso me instigou. Aproximei-me.

 

– Pensei que você não ligasse para a opinião dos outros. – Falei sorrindo ladino e ele de fato, notou minha presença, levantando seu olhar para mim e me dando uma expressão diferente, da qual não consegui decifrar.

 

– Essa foi só mais uma desculpa para eles pensarem que eu realmente, sou um mala. – Falou dando um passo à frente com ambas mãos nos bolsos da calça preta. – E essa história da Charlotte está passando dos limites, e isso me irrita. Pra caralho. – Ele parecia realmente irritado, já que pronunciou um palavrão.

 

– Por que algo tão sem nexo te irrita? – Dei um passo à frente. – Fala sério Park, você parecia uma criança embirrada, deixando todos sem graça, especialmente a mim que fiquei sem reação. – Falei alterando um pouco meu tom de voz, porém suspirei e prossegui mais calmo. – Se revele como você realmente é, diga ao mundo que Park Jimin é mais que o popular desse colégio e noivo de Hyuna, fale que você tem sentimentos, diga o quanto toda essa porra te irrita. – Nem acreditei que tinha dito um palavrão, mas foi até libertador, ele que tinha o olhar no chão, levantou os olhos e eu vi o quão intenso eles estavam. Brilhavam além do além, pareciam estar cantando uma canção mansinha para mim. Era bom encarar seus olhos castanhos claro.

 

– Eu... eu não faço ideia do porque isso me irrita. – Passou as mãos pelos fios negros. – E não estou pronto para dizer ao mundo que Park Jimin não é o pegador, galinha e fodedor que todos pensam. Se eu falasse... eles perderiam o respeito, perderiam a admiração e isso meio que é importante para mim. – Disse sincero e eu suspirei baixinho, chegando mais perto dele, levando minha mão calmamente para uma de suas bochechas, o deixando sem reação.

 

– Tudo bem Jiminnie-ah, mesmo que você escolha manter sua máscara, mesmo que você insista com isso... eu vou estar aqui com você. Isso é uma promessa.

 

 

 

Continua...

 


Notas Finais


Até mais!! <333


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