História Path Of No Return - And what are waiting for?

"Um homem de verdade não se faz só com palavras.
– Charlie Brown Jr."

 

Rolei os meus olhos por todo o jardim da casa de Cam, vendo como sua festa estava cheia e animada. Havia barris de cerveja espalhados por todo lugar, sem contar um barzinho nos fundos da casa. A cada passo que dávamos em direção a casa, o som de Wake Me Up, do Avicii ficava cada vez mais alta, e já podíamos ver luzes piscando no salão.

– Divirta-se! Por que eu vou fazer o mesmo – Katherine disse, logo desapareceu na multidão.

Saí entre meio as pessoas e peguei um copo, indo até um dos barris de cerveja, enchendo-o. Tomei aos poucos, olhando as pessoas em volta, alegres. Caminhei até os fundos da casa, até o bar e pedi para o barman uma dose de wisky. Logo ele voltou com o que eu havia pedido em mãos.

– A festa começou – murmurei.

Me sentei em um dos bancos, encarando o copo a minha frente e o peguei, tomando tudo de uma vez só, e bati o copo no balcão. Pedi mais uma dose e logo ele trouxe. O líquido desceu queimando de uma vez só por minha garganta, fazendo-me arrepiar.

– Ei, vai com calma, anjo – ouvi uma voz rouca e totalmente sexy ao pé do meu ouvido.

Ele sentou-se ao meu lado e me encarou, com um sorriso torto no canto dos lábios. Ele estava com uma calça jeans preta, meio colada em suas coxas, uma blusa branca e uma jaqueta de couro preta, colada em seus bíceps, exibindo seus músculos, brincos em ambas as orelhas. Seus cabelo perfeitamente arqueado em um topete moreno e seus olhos castanho-claro me fitavam curiosos.

– Não, quero me divertir, e isso inclui bebida – dei um meio sorriso. – Ei, pode me dar uma garrafa de Jack Daniel's, por favor? – pedi manhosa ao barman, que resistiu, mas logo cedeu e me deu uma garrafa.

– Você sabe muito bem como fazer um cara ceder – assenti, tirando o lacre da garrafa e tomei um gole.

– Ahn, nem tanto. É só pedir com jeitinho – apoiei meu cotovelo no balcão, tamando outro gole. Ele sorriu, balançando a cabeça. – A propósito, como vai, Cam? – ele sorriu.

– Melhor agora – ele mordeu o lábio inferior.

Começamos a conversar enquanto bebíamos. Minha tolerância a álcool não era, digamos assim, tão grande, eu já havia detonado mais da metade da garrafa de Jack Daniel's misturando com cerveja e até um pouco de vodca e aquela altura eu já estava bem alegre e talvez pretendia ficar mais.

Cá entre nós, eu estava precisando.

 

– Vamos, vem dançar comigo – fiz um bico, puxando sua mão e o carregando até a pista de dança.

Meus pés mexiam-se a vontade, como se tivessem vida própria. Entornei a garrafa em minha boca e tomei um grande gole. A melodia de She Wolf do David Guetta cessou e logo o som de Feel So Close invadiu todo o recinto. As pessoas ao meu redor dançavam felizes, e eu não estava tão diferente.

Coloquei minha mão no ombro de Cameron e levantei sua cabeça, derramando uma dose de Jack Daniel's em sua boca. Ele engoliu de uma vez e fez uma careta, rindo junto comigo.

De olhos fechados, mexi minha cintura no ritmo do refrão. Coloquei as mãos de Cam em minha cintura e o fiz com que ele se mexesse junto comigo. Cameron me virou de costas para ele, pegou a garrafa da minha mão e tomou um gole.

Cam levou sua mão até o meu queixo e levantou minha cabeça, entornando a garrafa em minha boca e deixando com que o líquido derramasse. Engoli sem fazer careta e coloquei minha cabeça no peito dele, enquanto ele movia minha cintura com suas mãos. Ele me puxou para trás com certa brutalidade, fazendo-me bater em seu corpo e roçou seus lábios em meu pescoço, deixando um beijo molhado ali mesmo.

– Eu estou com muita vontade de te beijar. Muita mesmo – falou em meu ouvido, rouco.

Me virei de frente para Cam novamente, encarando seus olhos.

– É? – ele assentiu, fitando minha boca. – E o quê está esperando?

Não precisou de mais nada para que Cam agarrasse minha cintura, me puxando para um beijo, com gosto de álcool. A música mudou ao fundo, I Need Your Love agora tocava.

Cam contornou meus lábios com sua língua, escorregando-a preguiçosamente para dentro de minha boca, entrelaçando sua língua a minha. Ele explorava cada centímetro da minha boca, e eu não estava nem um pouquinho diferente. Mesmo depois de doses e mais doses de bebida, pude sentir o gosto de menta em sua boca.

Passei minhas unhas levemente por sua nuca e o senti sorrir, acompanhado de um arrepio. Ele tirou uma de suas mãos de minha cintura e deslizou-a até a minha bunda, dando um leve apertão. Mordi seu lábio inferior e ele tratou de tirar sua mão boba dali, levando-a até meu cabelo, e o puxou carinhosamente. O ar começou a nos faltar e Cameron prensou meus lábios em um selinho rápido, separando-nos. Ele me olhou com a respiração descompassada e um sorriso sapeca nos lábios.

– Creation shows me what to do, I'm dancing on the floor with you and when you touch my hand, I go crazy, yeah – cantarolei junto com a Miley assim que a música mudou.

Novamente, Cam levantou minha cabeça e entornou a garrafa de bebida em minha boca, limpando o que escorrera com sua língua.

Tomei a garrafa de suas mãos e ele me virou de costas novamente, colando nossos corpos. Dei um gole no líquido do garrafa, deixando apenas um restinho. Descansei minhas costas no peito de Cam, sentindo-o completamente suado. Eu não deveria estar diferente, minha maquiagem deveria estar um caos.

Eu estava quente. Muito quente.

Meu sangue parecia ferver dentro de minhas veias e meu corpo parecia estar em chamas, sensível a cada mísero toque de Cameron. Ele passeou com sua boca em meu pescoço outra vez, deixando por ali uma mordida fraca e um chupão forte, com uma trilha de beijos.

Cameron me puxou, me levando para fora. Ele encostou-me no muro, segurando firme minha cintura, roçando seus lábios em minha boca, traçando uma trilha de beijos de meu queixo até o meu pescoço, e voltou até minha boca, fazendo o mesmo. Sua língua invadiu minha boca com um pouco de brutalidade, entrelaçando-a na minha novamente. Joguei meus braços no pescoço dele, acariciando seu cabelo macio.

Cam pegou meu lábio inferior em seus dentes e o puxou, separando nossos lábios e o soltou novamente, olhando para mim e um sorriso malicioso brotou em sua boca. Ele selou nossos lábios mais uma vez, procurando pela garrafa em minha mão. Assim que a encontrou, ele pegou-a, jogando no chão. Com a respiração descompassada e ofegando, Cam desviou para o meu pescoço outra vez, deixando mais beijos e mordidas por ali.

– Vocês vão se comer aqui mesmo? Sério? – ouvi a voz de Kath ao nosso lado e corei, separando-me de Cameron.

– Que isso, pessoal, procurem um quarto! A noite é uma criança – Matt riu pelo nariz.

– Idiota – disse dando um tapa em seu peito.

 

Eram quase cinco horas da manhã. A casa de Cam já estava vazia, mas a música ainda tocava.

– O quê vamos fazer agora? – Cam disse me abraçando por trás, olhando sugestivo para os meninos.

– Hum, que tal "Verdade ou Desafio"? – sugeri.

Me apoiei no ombro de Cam e tirei os meus sapatos, que começará a incomodar. Cam pegou-os de minha mão.

– Boa ideia. Mas, primeiro... – Nash se levantou e foi até o mini-bar no canto da sala, pegou uma garrafa de cerveja já quase pela metade. – Temos que esvaziar uma garrafa – um sorriso pervertido em seus lábios, mostrou suas covinhas.

Havia garrafas vazias por todo lado, mas tava na cara que Nash queria beber até cair. Nós rimos mas demos de ombros. Enquanto Nash foi até a cozinha, Cam subiu com os meus sapatos em sua mão e depois desceu com duas camisas em mãos e Nash saiu da cozinha com alguns copos em mãos.

– Sei que a roupa deve estar incomodando vocês, então... – Cam disse jogando uma das camisas para mim e a outra para Kath.

– Onde fica o banheiro? – eu e Kath perguntamos ao mesmo tempo e logo depois começamos a rir como duas hienas. Efeito do álcool.

– Tem um no fim do corredor – Cam disse, soltando uma risada.

Kath e eu seguimos para onde Cam havia dito. Kath entrou primeiro e saiu só com a camisa, que estava em seu joelho. Como sou um pouco mais alta que ela, a camisa ficaria alguns dedos acima do meu joelho, e assim ficou. Quando voltamos para sala, os meninos já haviam arrumado tudo para jogarmos e tinha dois copos reservados. Cam pegou o meu e Matt pegou o de Kath.

– Tudo bem, quem deu a ideia tem que começar – Aaron disse, me olhando.

Balancei a cabeça, rodando a garrafa, bebericando a cerveja do meu copo enquanto a esperava parar. Depois de alguns giros, a garrafa parou em Kath.

– Verdade ou desafio? – perguntei para Kath.

– Ahn, verdade – respondeu.

– Você ainda é virgem? – perguntei, dando um gole no líquido em meu copo.

– Hum, ér, hum... – ela tropeçou em suas próprias palavras. – Sou – ela falou baixo, mas foi alto o suficiente para que escutássemos. – Você me paga, Angelina! – ele me mandou o dedo do meio. Ri.

Kath rodou a garrafa e acabou caindo em Cam. Ela sorriu maliciosa e eu soube naquele momento que ela perguntaria algo sobre mim. Suspirei.

– Verdade ou desafio?

– Verdade – Cam respondeu, olhando para mim e em seguida olhou para ela. Ele também sabia.

– Isso está escrito na sua cara, mas vou perguntar mesmo assim. Você ainda sente algo por ela? – ela perguntou olhando para mim e pude sentir minhas bochechas corarem.

– Sinto – ele mordeu o lábio inferior e desviou seu olhar, logo depois rodou a garrafa. – Verdade ou desafio? – ele perguntou quando a garrafa parou em Matt.

– Verdade.

– Por acaso você já teve vontade de pegar Katherine? – ele perguntou, com um sorriso de lado.

– Hum, eu não posso passar essa? – ele perguntou, tentando disfarçar.

– Não, não vale – Cam disse sarcástico.

– Hum, talvez – ele mordeu o lábio, envergonhado.

Depois de mais algumas rodadas, o jogo ficou bem interessante até que Shawn rodou a garrafa e caiu em Matt.

– Verdade ou desafio? – ele perguntou encarando Matt.

– Verdade.

– Mesmo sabendo que seu amigo é completamente apaixonado por uma garota... Você ficaria com essa garota mesmo assim? – tudo bem, agora ele pegou pesado e parecia que só eu estava entendo aquela indireta.

– Talvez, mas apenas se eu também fosse completamente apaixonado por ela. Eu conversaria com o meu amigo e veria se ele iria ficar chateado, pois a pior coisa para mim, é magoar uma pessoa. Principalmente se essa pessoa for meu amigo.

Shawn assentiu e pediu para que Matt continuasse com o jogo, assim ele fez e a garrafa acabou parando virada para mim.

– Verdade ou desafio? – ele me perguntou.

– Desafio.

– Eu te desafio a beijar Cameron agora, de língua! – vamos combinar que aquilo não seria um problema.

Dei de ombros e olhei para Cameron ao meu lado, que assentiu. Segurei em sua nuca e o puxei para um beijo. Aquele gosto de alcool ainda era presente em nossas bocas. Cam acariciou minha bochecha, mordendo meu lábio inferior.

– Está bem, já chega. Foi o suficiente – Matt disse, rindo junto com os outros.

Girei a garrafa e acabou parando em Shawn.

– Verdade ou desafio?

– Desafio.

– Eu te desafio... – pensei. – A ficar sete minutos no paraíso com Kath – disse e pude ver o olhar de Matt pesar sobre mim.

P.O.V Katherine

Vadia! Vadia! Vadia! Tudo em que eu podia pensar era em matar esse ser chamado Angelina Phillips Blake. Angel tirou o dia pra brincar com a minha cara, só pode! Shawn se levantou e estendeu sua mão para mim. Peguei-a e me levantei, indo com ele até uma das milhares de porta da casa de Cameron.

– Desculpe por isso. Você sabe como Angel é. Super sacana – disse sem jeito.

– Tudo bem, eu não ligo. Estou acostumado com isso – ele riu sem graça. – Mas sabe... – ele começou a aproximar-se de mim.

– O quê?

– Eu estava esperando que esse dia chegasse – quando dei por mim, Shawn já estava perto o suficiente para que eu sentisse sua respiração misturar-se com a minha. – Eu esperei tanto por você – eu não conseguia desviar o olhar de sua boca.

Shawn segurou minha cintura, deu um beijo em meu queixo e veio em direção a minha boca. Roçou sua boca na minha e escorregou sua língua preguiçosamente para dentro de minha boca. Eu não tive outra reação a não ser de retribuir seu beijo. Joguei meus braços por seu pescoço, aproveitando o momento. Infelizmente, o ar nos faltou e nos separamos por poucos segundos, e logo Shawn tratou de selar nossos lábios novamente.

– Galera, o tempo... – a porta se abriu rapidamente e no mesmo instante Shawn pulou para longe de mim, observando Matt na porta. – Acabou – ele terminou e saiu apressado.

Suspirei e voltei junto com Shawn para sala.

– Pelo jeito a coisa foi boa – Angel brincou.

– O quê? – perguntei confusa.

– Dá próxima vez, cheque sua boca antes de sair – ela disse e aí me lembrei de que meu batom estava intacto até minutos atrás.

Ops, acho que borrou.

P.O.V Angel

– Estou com sono – cocei meu olho.

– Eu também – Kath falou, bocejando.

– Venham, vou mostrar o quarto em que podem dormir – Cam disse e subiu as escadas. Seguimos atrás. – Kath, você pode ficar aqui – ele disse abrindo a segunda porta do corredor.

– Obrigada, Cam. Boa noite – ela sorriu e entrou no quarto, fechando a porta em seguida.

– E eu?

– Quero que durma comigo – umedeci os lábios. – Algum problema para você? – ele perguntou quando eu não lhe respondi nada.

– Não, nenhum – dei de ombros.

Ele pegou minha mão e me guiou até seu quarto. Ao contrário do que eu imaginava, seu quarto era bem organizado. Observei atentamente cada coisinha ali. E ali no canto, estavam meus sapatos, minha bolsa e as minhas roupas. Sorri, balançando a cabeça.

– Fique à vontade para usar o banheiro, Angel – ele disse assim que entrou em seu closet.

Fui ao banheiro apenas para retirar a minha maquiagem, que estava um verdadeiro caos. Minha sombra, rímel e lápis de olho haviam escorrido e eu estava parecendo um panda. Meu batom estava totalmente borrado por conta dos meu amassos com Cam. Quando voltei para o quarto, Cam estava deitado apenas de cueca box. Fiquei ali, imóvel, fitando sua barriga e pernas, e eu juro que senti minha boca salivar.

Balancei a cabeça, saindo de meus pensamentos sujos e me juntei a Cam na cama. Ele abraçou minha cintura e chegou um pouco mais perto de mim, nos cobrindo. Logo apaguei.

 

Sentir seus dedos passeando sobre meu corpo me arrancavam suspiros pesados, seu toque leve me arrepiava sem hesitação e sentir seu hálito de menta me deixava levemente tonta. Seus gemidos baixos ao pé do meu ouvido me tirava do sério, ser penetrada em todas as velocidades possível é algo incrível. Ele é incrível.

Arranhei suas costas sem medo deixando visível que o prazer era recíproco. Jogava minha cabeça para trás não aguentando mais, meu corpo tremia de excitação. Minhas pernas já bambas estavam em volta de sua cintura o incentivando cada vez mais. Os palavreados chulos que saiam da sua boca me faziam sorrir, eu estava realmente agindo como uma vagabunda mas eu não me importo. Ele penetrava cada vez mais rápido me fazendo gemer feito uma cadela no cio. 

Minhas mãos apertavam forte os lençóis brancos da cama. Um de seus braços estavam o apoiando para não pousar todo o seu peso sobre mim, enquanto isso, ele acariciou meu rosto com sua mão livre e sem reverencias me beijou. Podia sentir os pingos de suor caindo em minha testa, podia sentir os lençóis debaixo de mim molhados. Podia sentir ele dentro de mim e é a melhor sensação do mundo.

Troquei de posições ficando por cima, arrancando um sorriso malicioso do mesmo. Apoiei uma das minhas mãos sobre seu peito desnudo e comecei a rebolar sobre seu membro. Agora era possível ouvir nosso gemidos altos o suficientes para todos acordar. Sorri satisfeita quando o vejo jogar sua cabeça para trás e ver suas veias amostras. Ele mordeu seu lábio me fazendo sentir mais excitação. Continuei a rebolar e o puxei o levantado, ainda dentro de mim, e continuei rebolando agora sentados na cama. 

Sua mão apoupou minha bunda e mordi o lóbulo da sua orelha. Sua mão que por onde passava arrancava suspiros meus, apertaram de leve meus seios. 

– Oh, Angel... – seu gemido foi o ponto final, pude sentir minha intimidade contrair e logo cheguei no melhor orgasmo que já tive na minha vida. Olhei novamente para seus olhos castanhos e o vi sorri. 

 

Acordei totalmente ofegante. Olhei para o lado e Cameron estava na mesma posição em que dormirá horas atrás. Meu peito subia e descia rapidamente, descompassado. Pude sentir minha intimidade totalmente molhada.

Corri para o banheiro rapidamente, ainda assustada pelo sonho que tive. Tranquei a porta e observei atentamente meu reflexo no espelho. Alguns fios de meu cabelo encontravam-se grudados em minha testa por conta do suor. Abri a torneira e joguei um pouco de água em meu rosto e prendi meu cabelo em seguida. Escovei os dentes, pois sabia que dali adiante eu não iria mais dormir.

Voltei para o quarto e procurei meu celular na bolsa. As horas brilhavam na tela do celular, avisando que já se passava das duas da tarde. Suspirei, passando as mãos pelo cabelo.

– Bom dia – escutei a voz de Cam.

– Boa tarde, na verdade – mostrei o celular para ele.

– Ual! Isso tudo? – ele arregalou os olhos.

– Não se esqueça de que fomos dormir depois das cinco da manhã, Cam – pisquei para ele.

– Vamos descer, algum dos meninos devem ter preparado algo para comermos – ele franziu o cenho – ou comprado – ri.

Assenti e Cam levantou-se, pegou em minha mão e me conduziu até a cozinha. Kath e os garotos já estavam lá, olhando um para a cara do outro, de mal humor.

– Minha cabeça está doendo – ouvi Nash murmurar, rouco.

– Somos dois – concordei com ele.

– Três – Matt acrescentou.

– Acho que todos nós estamos com dor de cabeça – Cam se sentou, passando a mão em seu cabelo totalmente bagunçado, me puxando junto.

– Boa tarde, povo lindo! Eu trouxe café da manhã e alguns comprimidos – Carter entrou pela porta com os Jakc's e Hayes, fazendo escândalo, como sempre. Eu mal havia percebido que faltavam eles ali.

– Dá... Dá pra você parar de gritar? Minha cabeça vai explodir – Taylor murmurou, tapando seus ouvidos com as mãos.

– Mas eu não estou gritando – Carter estalou a língua no céu da boca. – Trouxemos café da manhã e alguns comprimidos – ele disse colocando algumas sacolas na mesa.

Revirei uma das sacolas, procurando os comprimidos e logo achei. Destaquei um para mim e levantei-me, peguei um copo de água e engoli o comprimido.

– Acho que eu nunca mais eu vou beber tanto assim – passei a mão em meus cabelos, escorada no balcão. – Eu não consigo lembrar nem da metade da noite passada – murmurei.

– Qual é, relaxa! Foi divertido e isso que interessa. Agora sente-se e tome o seu café tranquilamente – Carter disse, colocando café em uma caneca para mim.

– É sério – me sentei, pegando a caneca das mãos de Carter.

– Eu estou legal. Lembro de tudo perfeitamente. Acho que nem bebi tanto – Nash entrou na cozinha e engoliu um comprimido, sentado-se na mesa.

– Não bebeu tanto? – Carter repetiu, debochado. – Cara, você chorou, riu, quase fez xixi nas calças, lavou o cabelo na pia da cozinha e ficou pelado.

– Ainda bem que eu não me lembro disso – falei, rindo de Nash.

– Ah qual é, não deve ter sido assim tão ruim. Eu sou sexy, e isso é o que importa – ele disse envergonhado, mas fazendo gracinha.

O resto do café da manhã -que estava mais para o lanche da tarde- foi tranquilo e engraçado. Os meninos ficavam fazendo gracinha e deixando eu e Kath sem graça. Só ali que fui perceber que éramos as únicas mulheres no meio de dez homens e como se isso não bastasse e me deixasse muito envergonhada, eles nos elogiavam a todo segundo, davam cantadas sem graça.

– Por que não passam a tarde aqui? Vamos para a piscina, nos divertir. Está quente hoje – Cam fez bico.

– Mas e nós? – apontei para Kath e eu. – Estamos só com uma camisa.

– E eu não vou para o piscina de calcinha e sutiã – Kath colocou as mãos na cintura.

– Qual a diferença entre biquíni e a roupa íntima de vocês? Para mim, são todos iguais, cara. Tem uma calcinha e tem um sutiã – Matt disse, fazendo uma careta.

– O nome diz tudo, inteligência. Biquíni serve especialmente pra isso, enquanto roupas íntimas, servem para outras coisa – Kath respondeu obvia.

– Tudo bem. Eu vou lá em casa pegar um biquíni e roupas limpas para mim – dei de ombros.

– Eu também vou. Não vou ficar na mesma casa que dez homens só de calcinha e sutiã, não mesmo – Kath concordou.

– Está bem, podem ir – eles deram de ombros, indo em direção a porta dos fundos.

– Idiotas – Kath e eu falamos em coro, colocando a mão na cintura.

 

– Rapazes, voltamos! – gritei ao entrar na casa de Cam, com Kath.

– O que tem de bom nessas sacolas? – Cam perguntou, entrando na cozinha.

Aquela vista não poderia ser melhor: ele estava trajando apenas sua cueca box preta -que estava molhada, apertando seu membro-, deixando seus braços um tanto quanto fortes à mostra, com uma toalha no ombro e seu cabelo estava grudado na testa, sem contar no lindo sorriso que ele tinha no rosto.

– B-bebidas e outras coisas – gaguejei, olhando para sua barriga descaradamente.

– Vão se trocar então, estamos esperando vocês na piscina – ele sorriu de lado, enxugando a testa com a toalha.

Cameron pegou uma latinha de cerveja na geladeira e saiu, deixando-me ali plantada, admirando a beleza.

– Ual! Que bunda! – entortei minha cabeça levemente, encarando sua bunda.

– Tinha me esquecido do quanto esses meninos são dotados no quesito bunda. Sério – ela disse, também olhando para a bunda de Cam.

– Ei! – chamei sua atenção, dando um tapa em seu braço.

– O quê? – ela disse incrédula, passando a mão no lugar onde eu bati. – Não tenho culpa se ele tem mais bunda que nós duas juntas – ela disse e eu tive que rir.

Fui para o banheiro com Kath e ela usou primeiro, saindo em seguida com um biquíni roxo de franjas, tomara-que-caia(1). Entrei logo em seguida, e me despi. Coloquei meu biquíni(2) e sai do banheiro. Pegamos dois copos e as bebidas na cozinha, antes de irmos para a piscina.

Eu tenho que admitir, a cena que vi assim que atravessei a porta dos fundos, estava bem sexy. Taylor, Shawn, Nash, Hayes e Matt corriam pelo jardim jogando futebol, JayJay e Aaron acabará de mergulhar, Carter estava na borda da piscina com os pés dentro d'água, conversando com JayG e Cameron estava sentado em uma das cadeiras de praia, agora com óculos escuros protegendo seus olhos do sol que batia em seu rosto e corpo e faziam as gotas de água brilharem por sua barriga.

Assim que nos viram, pararam o que estavam fazendo e olharam para nós. Tinha a certeza de que era apenas para nos envergonhar, e claramente, eles haviam alcaçado o objetivo. Eu não poderia estar em uma situação mais embaraçosa.

– Ual! – falaram em coro.

Coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, de cabeça baixa, escondendo o rubor que se formava em minhas bochechas. Caminhamos até a mesa e colocamos as bebidas em cima, tentando ignora-los ao máximo, mas estava meio que impossível. Coloquei um pouco de Jack Daniel's em um dos copos que pegamos e dei um gole, caminhando até uma das cadeiras de praia com Kath.

– Olha, pra quem disse que nunca mais iria beber... – Cam riu fraco, sentando-se ao meu lado.

– Eu disse que não iria beber tanto – sorri de lado, dando um gole na bebida.

– Ahn, é... Acho que vou jogar futebol – Kath disse sem graça e logo tratou de sair dali. Balancei a cabeça, rindo com Cam.

– Quer dar um mergulho? A piscina está ótima – ele puxou assunto, se levantando.

– Ahn, pode ser – dei de ombros, deixando o copo de lado e me levantei, seguindo-o.

Cam pulou na piscina, fazendo com que bastante água saltasse para fora. Andei para traz e corri em direção a piscina, pegando impulso e logo pulei. A sensação da água fria chocando-se ao meu corpo, foi como tomar um choque.

Cam e eu ficamos ali dentro por um tempo, brincando, fazendo gracinhas, jogando água um no outro. Mas não parecia que ele queria ficar apenas daquele jeito. Ele aproximou-se de mim e me encurralou na parede da piscina, segurou minha cintura, pressionando seus lábios contra os meus.

– Ei galera, querem pizza? – Matt gritou, interrompendo o meu quase beijo com Cam.

– É, por que não? Estou com fome – disse afastando-me de Cam gentilmente.

– Juro que ainda te mato, Matt! – Cam murmurou baixinho, saindo da piscina e me vi obrigada a rir.

Cam pegou sua toalha novamente e entrou na cozinha, segundos depois ele voltou com duas latas em mãos. Ele colocou a toalha onde estava e pulou na piscina novamente. Me entregou uma das latinhas.

– Só para curar a ressaca – ele piscou, rindo.

– Ah, está bem – ri junto.

Me escorei na parede da piscina e fiquei observando Kath jogar futebol com os meninos. Ela até que jogava bem. Taylor fez um passe para Kath e a mesma correu, driblando Shawn e Matt, chutou e fez um gol. Ela saiu gritando, comemorando pelo gol que acabará de fazer. Balancei a cabeça, rindo dela.

– Ei – Cam me chamou e me virei para ele.

Ele simplesmente agarrou minha cintura e roçou seus lábios aos meus.

– Cam... – suspirei.

– Shh... – ele colocou seu dedo indicador em meus lábios. – Por favor, eu preciso disso – ele sussurrou

Quando me dei conta, ele já havia selado nossos lábios. Eu poderia ter resistido e dito não, mas o meu problema era esse: eu não conseguia resistir à ele, não conseguia resistir à Cameron Dallas.

Após selar nossos lábios, Cam empurrou sua língua para dentro de minha boca e o máximo que pude fazer foi ceder. Entrelacei minha língua à sua e segurei sua nuca. Cam pegou meu cabelo e o puxou delicadamente com uma de suas mãos, enquanto a outra se mantinha segurando firme minha cintura.

Cam excluiu todo o espaço que ainda restava entre nós apertando seu corpo ao meu. Quando o ar nos faltou, ele juntou nossos lábios em um selinho carinhoso e logo em seguida me abraçou forte.

Eu sabia que ele ainda tinha sentimentos por mim, eu ainda só não aceitava. Mas naquele momento, me vi obrigada a aceitar que ele ainda tinha sentimentos por mim e confessei a mim mesma, que eu também tinha por ele.