História Path Of No Return - Justin, how long

"O sorriso é um abraço que se dá de longe." 

- Anônimo

–– Vou sair com Kyle essa noite, tudo bem? –– Katherine me avisou.

–– Tudo bem –– dei de ombros.

–– Não me espere acordada, okay? –– ela brincou, retocando seu batom em frente ao meu espelho.

–– Tudo bem, até porque eu também vou sair hoje –– dei de ombros outra vez.

–– Com o Bieber? –– assenti.

–– Hum –– ela sorriu maliciosa.

–– Ah, para né, Katherine! –– senti minhas bochechas esquentarem.

–– Mas, Ang, eu não estou fazendo nada –– ela fez bico, fingindo-se de santa.

–– Sei –– semicerrei os olhos e me levantei, indo para o banheiro.

Me despi e entrei no box, tomando um banho rápido. Depois que sai, vesti minha roupa(1) e arrumei meu cabelo. Logo em seguida passei maquiagem e peguei uma bolsa, colocando algumas coisas dentro. Retoquei o batom e calcei meus sapatos. Assim que terminei, escutei a buzina do carro de Justin do lado de fora. Olhei pela janela e o mesmo acenou para mim, com um sorriso lindo estampado em seu rosto.

–– Tchau, Kath! Até mais tarde –– gritei descendo as escadas e pegando as chaves de casa.

–– Até.

–– Você estuda? Quero dizer, faz alguma faculdade? –– perguntei para Justin, que estava sentado no capô do carro, abraçando minha cintura.

–– Não, não mais –– ele deu de ombros. –– Você faz? –– perguntou.

–– Faço sim, mas estou pensando seriamente em trancar minha matrícula. Não estou muito afim –– disse indiferente.

–– Faz faculdade de quê? –– ele arqueou uma sobrancelha.

–– Medicina, junto com Kath –– balancei a cabeça.

–– Já sei quem eu chamarei quando eu estiver doente –– ele mordeu o lábio, sorrindo de lado.

–– Estarei sempre disposta –– brinquei, rindo.

Ele riu junto comigo mas logo tomou meus lábios, dando-me mais um de seus beijos maravilhosos. Suspirei ao me separar dele, abraçando-o.

–– O quê será que sua mãe vai falar ao saber que está saindo comigo? –– ele entortou um pouco a cabeça, sorrindo.

–– Não sei, mas não ligo. Acho que já sou maior de idade, certo? –– ri.

–– Quer ir ao cinema amanhã?

–– Claro.

–– Se importa se eu levar um amigo e sua namorada? Ou seja lá o que ela for dele?

–– Claro que não me importo, Jus. Mas que amigo é esse?

–– Hum, na verdade, é o Kyle –– ele coçou a nuca.

–– Kyle? O Kyle da Katherine? –– perguntei confusa.

–– Ele mesmo.

–– De onde vocês se conhecem?

–– Hum, somos velhos amigos –– ele juntou os lábios.

–– Ah, tudo bem –– dei de ombros.

Eu e Kath nos despedimos de Kyle e Justin e entramos, ainda rindo das piadas sem graça dos meninos. O cinema foi comédia total. Pense no filme mais engraçado que posso imaginar e multiplique infinitas vezes, com as gracinhas dos meninos.

–– Esses meninos não prestam cara –– disse ainda rindo muito alto.

–– Isso é um fato. Eles são muito brincalhões –– Kath disse pegando uma latinha de refrigerante na geladeira e subiu as escadas.

Liguei a televisão e fiquei passando de canal até parar em um desenho animado. Meu desenho foi interrompido por algumas batidas na porta.

–– Quem será a essa hora da noite? –– perguntei a mim mesma, levantando para abrir a porta.

Quando abri a porta, me deparei com uma Alice completamente desarrumada e suja, com algumas lágrimas descendo por suas bochechas rosadas.

–– Meu Deus, o quê aconteceu com você? –– perguntei preocupada.

–– Você se importa se eu passar alguns dias aqui? –– neguei rapidamente.

–– O que aconteceu? –– puxei-a para dentro.

–– Acho que eu não quero falar sobre isso agora –– ela fungou.

–– Tudo bem, mas quando estiver pronta, eu e Kath estamos aqui –– ela assentiu. –– Você quer algo emprestado para tomar banho?

–– Por favor –– ela secou algumas lágrimas que ainda insistiam em cair.

–– Venha, vou te levar até seu novo quarto –– ela riu sem jeito e se levantou.

Guiei Alice até o quarto de hospedes e a deixei ali, avisando que deixaria algumas roupas em cima da cama.

–– Quem era na porta? –– Kath perguntou entrando no meu quarto.

–– Você não sabe bater? E se eu estivesse pelada? –– perguntei sarcástica.

–– Ah, por favor, né Ang! Não é nada que eu também não tenha –– ela disse debochada. Ri. –– Enfim, quem era?

–– Alice.

–– Quê? O que ela veio fazer aqui? –– ela deitou sua cabeça em minha barriga.

–– Ela perguntou se podia passar uns dias aqui. Alice estava totalmente suja e desarrumada.

–– Ela ainda está aqui?

–– Sim, no quarto de hospedes. Emprestei algumas roupas minhas para ela –– Kath deu de ombros. –– Você pode ver como ela está? Quero tomar banho.

–– Tudo bem, estou indo –– ela se levantou, saindo do meu quarto.

O toque alto de meu celular soou, fazendo-me acordar assustada. Tateei o criado-mudo à procura do mesmo e o nome de Cam brilhava forte na tela.

–– Oi, Cam –– disse rouca.

–– Hey! Te acordei, Ang? –– ele perguntou.

–– Acordou sim, mas não tem problema –– disse indiferente.

— Ahn, eu só liguei para saber se você está bem — escutei-o estalar a língua no céu da boca.

— Eu estou muito bem, obrigada — sorri. — E você?

— Bem melhor agora — ele deu uma pausa. — Na verdade, liguei para saber se quer sair comigo hoje.

— Claro — mordi o lábio inferior.

— Ok, passo ai na sua casa às duas.

— Tudo bem, estarei pronta.

— Até mais tarde.

— Até.

Eu me sinto tão bem perto do Cameron. Eu não queria me sentir assim, tão... Próxima a ele. Mas eu não posso negar, ele me faz bem, assim como Justin.

— Então, você namorou mais alguém depois do colégio? — ele perguntou, dando uma mordida em seu sanduíche.

— Ahn, eu não cheguei a namorar, mas tive algumas relações de um ou dois meses — dei de ombros, dando um gole em meu refrigerante. — E você?

— Não, eu não tive.

Cameron me olhou e simplesmente começou a rir feito retardado —o que não é nenhuma novidade. Olhando para sua cara, eu também comecei a rir. Sua risada sempre foi uma das mais contagiantes e eu sempre a amei.

Depois que terminamos de comer, andamos pelo shopping e compramos algumas coisas. Depois, só sentamos em um banco e ficamos observando as pessoas passarem, rindo da cara de alguns, como sempre fazíamos.

— Você se lembra de algo da festa? — Cam perguntou, passando a língua entre os lábios.

— Pouca coisa. Me lembro de conversar com o Matt, de “verdade ou consequência”, de uma parte de uma briga com o Shawn e bom... — cocei a nuca. — De ficar com você.

— Para ser honesto, essa é a única coisa de que eu consiga lembrar.

Um pequeno sorriso no canto de meus lábios apareceu, quase que imperceptível.

— Porque perdemos contato? Digo, éramos tão próximos e simplesmente... Nos distanciamos.

— Hum, acho que é porque nós namoramos e depois disso ficaria estranho manter contato — passei a língua entre os lábios, lembrando do maldito dia em que terminamos. — Acho melhor nós pararmos com esse assunto. Eu... Eu não gosto muito de lembrar, sabe — suspirei.

— Tudo bem. Não falo mais — ele deu seu sorriso de lado.

Cam puxou minha mão e me arrastou gentilmente para mais uma volta no shopping. Cameron deixou-me em um lugar reservado e foi comprar algo, um café, eu acho. De repente, enquanto mexia em alguma coisa no celular, senti um impacto forte e cambaleei para trás.

— Hum, me desculpe, eu estava distraído — jurei que conhecia aquela voz, era tão familiar.

— Justin — disse surpresa ao olhar em quem eu havia esbarrando.

— Ei, Angel! Como vai? — ele disse com um sorriso nos lábios e logo em seguida deu-me um abraço apertado.

— Bem, bem e você? — retribui o abraço rapidamente, sentindo o cheiro de seu perfume invadir minhas narinas.

— Muito bem, obrigado — ele mordeu o lábio inferior.

— Como vão a dona Pattie, Jeremy e as crianças?

— Eles estão muito bem — ele coçou a nuca. — O que faz aqui? Eu te liguei a manhã inteira mas só caia na caixa postal.

— Jura? Meu celular ficou ligado a manhã inteira e não apareceu nenhuma chamada — franzi o cenho.

— Enfim, esquece — ele umedeceu os lábios. — Eu só queria que viesse comigo escolher um presente para a minha mãe. Estava devendo um presente de aniversário para ela, mas eu estava sem tempo de vim ao shopping — ri.

— Que feio, Justin. Você devia...

— Angel? — a voz de Cameron interrompeu-me.

— Cam — sorri. — Cam, quero que conheça o meu amigo, Justin. E Justin, esse é...

— Cameron, como vai? — ele disse e pude sentir arrogância em sua voz.

— Justin, há quanto tempo.

— Vocês se conhecem?

— Sim. Pode-se dizer que...

— Somos velhos amigos — Cam completou a frase.

— Estranho — murmurei baixinho.

— Eu tenho que ir. Nos vemos depois — Justin se despediu, dando-me mais um abraço apertado e um beijo na bochecha.