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História Pecados de um Padre - 4 anos atras


Escrita por: Madame_Red25 e Milynha_Sh

Notas do Autor


Madame: Olá povo lindo, olha quem retornou e de quebra trouxe a rabugenta junto kkkkk Aliás foi por culpa da Mila que demoramos tanto. Sá velha rabugenta!

Mila: Velha e rabugenta??? Rafaela, querida! Vá tomar no seu ânus (aprenderam como xingar sem perder a classe?)
Madame: Tomar no ânus? Adoronnn kyahhh

Mila: Não tem como falar sério com uma pessoa dessa, senhor! Enfim pessoal, não liguem para o que essa ameba fala, o que importa é que estamos aqui com mais um capítulo! Owuu Yeahhh! !!!!!

Não sabemos quando será a próxima atualização, pois eu ainda ando super ocupada, mas tenho a dizer que a partir do próximo capítulo as coisas vão começar a esquentar, estamos passando a fase que o Ciel ainda é meio pomba lesa e agora ele irá entrar na adolescência, ou seja, seus hormônios irão ficar na flor da pele, traduzindo: com o cú pegando fogo kkkkk Tô brincando! (Faz cara séria de novo)
Boa leitura meus amores!

Capítulo 4 - 4 anos atras


Fanfic / Fanfiction Pecados de um Padre - 4 anos atras

Ainda clareava o dia quando Sebastian saiu do quarto, ele costumava ir cedo a catedral orar antes de começar mais um dia de labuta, e fazer isso restaurava suas energias para aguentar o dia cercado de crianças ecléticas. O vento primaveril era frio e isso o lembrava que provavelmente Ciel se atrasaria outra vez para a primeira aula. Era sempre assim, o menino tinha dificuldade para acordar cedo em dias frios e quando chegava o inverno então, era uma verdadeira dor de cabeça tirá-lo da cama.

Os corredores do colégio ainda estavam vazios e o silêncio dilúculo era quebrado apenas pelo barulho de seus sapatos contra o piso e pelo canto dos pássaros, mas sabia que era questão de tempo para eles estarem barulhentos e tão movimentados quanto um formigueiro. Um formigueiro cheio de formigas de fogo diga-se de passagem. Ele jamais admitiria em voz alta, mas Claude estava certo quando se referia a alguns alunos como capetinhas.

Sorriu com o pensamento, contemplando o extenso corredor que sumia em meio às pilastras renascentistas, particularmente gostava do ar sereno e medieval que o colégio possuía, era como uma viagem no tempo e com certeza se não fosse o sonho de ser padre, ele se tornaria historiador. Aquela atmosfera lhe trazia paz de espírito e a certeza de que em nenhum lugar do mundo sentiria-se tão acolhido como se sentia aqui. Essa era sua casa, seu único lar. Ele jamais deixaria o colégio.

Um corredor antes de chegar ao que dava acesso a catedral, ele teve uma pequena surpresa e não era o belo floriado róseo que enfeitava a árvore símbolo do Japão, mas sim o pré-adolescente deitado ao pé dela. Sebastian estava realmente surpreso por ver Ciel acordado àquela hora.

“Deus ajuda a quem cedo madruga, não é esse o ditado? Vejo que você o está levando ao pé da letra.” Chegou perto do menino dando um sorriso de canto, percebendo que ele ainda nem havia tirado o pijama. “Não acha que está frio demais para usar essas roupas? Já que acordou cedo deveria ter colocado o uniforme, assim você aproveitava para ir à aula”.

“São lindas, não acha? Esse ano a árvore está mais florida.” Ciel permaneceu deitado na grama, não dando atenção ao que o outro dizia e continuando a observar as flores. Era uma pena que tão magnífica obra não duraria mais que dez dias, no máximo.

“Eu realmente não consigo entender a fixação que você tem por essa árvore.” Olhou para a cerejeira, sem sombra de duvidas era bela, sendo grande e frondosa, mas pensava que havia árvores que se equiparavam, por isso não entendia o apego que o menino tinha a cerejeira desde que chegou ao colégio.

“As flores de sakura me lembram você?” Sentou na grama e olhou para o noviço, bem no fundo de seus olhos, admirando o incomum castanho avermelhado que parecia aquecê-lo igual a uma chama.

“Lembram a mim? Por quê?” Perguntou curioso.

“Porque elas representam a beleza e o amor, para mim são as mais belas e preciosas que existem, assim como você.” Respondeu sincero sentindo uma enorme vontade de abraçá-lo, mas não o fez, pois só de estar ao seu lado seu coração batia num ritmo frenético e se o abraçasse com certeza Sebastian conseguiria sentir seus batimentos descontrolados.

Ciel ja havia notado que seu amor pelo noviço era diferente do amor que sentia por qualquer outra pessoa e nem por sua babá tinha sentido um elo tão forte e que tinha o poder de fazer seu coração pular feito louco dentro do peito apenas em vê-lo. Queria poder estar a todo momento ao lado do moreno, abraçá-lo, beijá-lo, sentir seu calor e essa era uma vontade que só crescia a cada dia, como o fogo que se alastra pela palha. Era quase impossível de controlar.

Era estranho e ao mesmo tempo confuso, ele o amava tanto que era doloroso até mesmo vê-lo ser amável com outros alunos, isso machucava seu imaturo coração, e o que mais feria era ter que se manter em silêncio, pois da vez em que reclamou pela atenção que - a seu ver - deveria ser unicamente sua, o moreno lhe deu um belo sermão dizendo que não era certo ser egoísta e que isso era pecado. Por isso para não ser repreendido novamente, ele preferia sofrer calado.

Sebastian ficou surpreso com a declaração e não esperava ouvir palavras tão belas de uma criança de apenas doze anos, mas a cada dia Ciel o surpreendia a ponto de muitas vezes deixá-lo sem palavras. Levou a mão aos seus cabelos acinzentados e afagou o topo de sua cabeça. Em seu pensamento todo esse carinho se dava ao fato de Ciel ser uma criança carente da atenção dos pais e por isso era tão apegado a si. Erroneamente era assim que seu consciente interpretava o brilho nos olhos azuis toda vez que ele o via.

“Você também é lindo e precioso para mim, meu pequeno.” Beijou sua testa, sentindo que a pele estava fria. “Agora vá para o seu quarto colocar o uniforme, mas não se esqueça de tomar banho antes disso, seu cascão!” Apertou seu nariz entre as falanges de dois dedos. Sabia que além de acordar tarde, Ciel também burlava os banhos em dias frios.

“Mas a água deve está muito fria.” O menino resmungou cruzando os braços, ele odiava tomar banho cedo da manhã, principalmente porque no colégio não tinha chuveiro elétrico. “Eu só tomo se você me der banho”.

O noviço riu do bico fofo que ele fazia, o pequeno sempre usava esse argumento quando não queria tomar banho justamente porque sabia que ele não iria banha-lo. “Você não acha que já está grandinho para pedir isso? Se você não tomar banho eu não irei mais abraçá-lo. Ninguém gosta de abraçar uma pessoa fedorenta.” Torceu a cara fazendo uma falsa expressão de nojo.

Ciel sentiu as bochechas corarem. Então Sebastian o achava fedorento? Não gostava de seu cheiro? Ou esse era apenas um motivo para não abraçá-lo mais? Isso o fez sentir vontade de chorar e não sabia se era de tristeza ou de vergonha. Virou o rosto para o lado e baixou a cabeça fazendo a franja cair sobre o rosto enrubescido.

“Ora, não faça essa cara!” O noviço puxou seu queixo o obrigando a encará-lo e viu que seus olhos estavam úmidos e a face rosada. “Eu estava brincando, só falei isso porque queria que você tomasse banho.” Deu uma pequena risada, não acreditava que Ciel iria mesmo chorar por algo tão bobo e não pensou que ele fosse levar a sério a brincadeira, mas então lembrou-se que o menino andava muito sensível ultimamente, e isso talvez já fosse reflexo dos hormônios da adolescência dando as caras, era a única explicação.

“Você está mentindo! Você falou isso porque não quer mais me abraçar, pois sabe que eu não vou tomar banho.” Começou a limpar algumas lágrimas que se formavam no canto dos olhos.

“Eu não estou mentindo, Ciel. Eu nunca minto.” Sebastian respondeu rígido. Ele odiava quando o acusavam de mentir, e mesmo sendo Ciel, ele não toleraria aquela acusação. “Quantas vezes eu vou ter que lhe falar para ter higiene com seu próprio corpo? Agora vá tomar seu banho, essa é a última vez que peço de forma amigável.” Falou severo.

O menino sentiu medo e ao mesmo tempo mágoa, ele conhecia bem aquele timbre do moreno: era de raiva, e ele se magoou por ser trato assim. Ele nunca falaria com o noviço de tal jeito, o amava demais para isso. “Eu vou, mas antes você poderia me abraçar?” Pediu envergonhado.

Apesar de irritado, esse era um pedido impossível para Sebastian negar, não quando aqueles grandes olhos azuis o encaravam de um jeito pidão, parecia o gatos de botas* querendo chantageá-lo.

“Venha aqui.” O puxou para um abraço, mas não o colocou em seu colo com sempre fazia, pois seu pequeno já não era mais tão pequeno assim e estava grande demais para isso.

O coração apertado de Ciel abrandou ao sentir o aconchego de seu corpo, estar rodeado pelos braços do moreno era a melhor sensação do mundo, e nada se comparava ao calor de seu abraço. Rodeou os braços em seu pescoço e deitou a cabeça em seu ombro, o cheiro de Sebastian era bom e o aroma natural misturado ao de sabonete dava a sensação de limpeza. Afundou o rosto entre seu pescoço e o colarinho da bata, emaranhando os dedos em seus cabelos da nuca e aspirando a pele dele.

“Eu sempre gostei do seu cheiro.” Sussurrou jogando o hálito quente contra o pescoço do noviço e não resistiu à depositar ali um pequeno beijo, um gesto puramente instintivo.

Sebastian o afastou imediatamente, sentindo um arrepio percorrer seu corpo. “Porque você fez isso?” Perguntou perplexo.

Ciel baixou a cabeça e apertou a barra do pijama, nem ele mesmo entendia porque havia beijado o moreno. Agiu inconsciente e quando percebeu já o estava beijando. “D-Desculpe, é que o seu cheiro lembra o da minha mãe.” Deu a primeira desculpa que veio a cabeça, morrendo de medo que por causa disso o mais velho não quisesse mais abraçá-lo.

A expressão de Sebastian suavizou instantaneamente, ficando compadecido com a declaração. O menino realmente era uma criança carente. “Ora, meu pequeno...” Não soube o que dizer, pois nunca foi bom em dar conselhos familiares, afinal, ele também era um abandonado. “Eu entendo que você sinta falta de sua mãe, mas não faça mais isso, está bem? Não é certo o que você fez, além disso, é estranho. Agora vá tomar seu banho, ou você irá se atrasar para as aulas”.

“Está bem.” Ciel não retrucou, sentiu-se aliviado pelo noviço ter engolido a desculpa. Apesar da separação dos pais, ele já não sentia mais a falta de sua mãe e também não havia sido difícil ‘esquecê-la’ já que ela nunca parava em casa, mas isso era algo que o moreno não precisava saber.

Enquanto ele se distanciava, Sebastian ficou a observá-lo até sumir de vista. Levou a mão ao pescoço e sentiu que estranhamente a pele beijada estava quente e formigando. Era a primeira vez que alguém o tocava ali.

S&C

Ciel estava escorado atrás de uma árvore, na verdade ele estava observando as escondidas Sebastian dar aula de violino para os alunos do 2° ano. A aula era ao ar livre, pois o noviço sempre teve o costume de inovar em suas formas de lecionar, por isso as aulas dele nunca eram entediantes e os alunos sempre conseguiam assimilar com facilidade o que ele ensinava.

Apesar desse ser seu diferencial como instrutor, Ciel detestava seus métodos de ensino, pois isso fazia com todos ansiassem por suas aulas. Todos amavam ou admiravam Sebastian e isso era algo que só ele podia fazer. Sebastian era seu e ninguém o amava mais do que ele.

Trincou os dentes ao vê-lo ensinar um menino de cabelos brancos. Particularmente odiava violino, não pelo instrumento em si, mas porque na maioria das vezes em que o noviço ajudava a manuseá-lo, tinha que manter uma proximidade maior com o aluno, quase que o abraçando pelas costas e ele sabia muito bem das reações que essa aproximação causava, e só ele poderia sentir tais sensações.

“Se um olhar matasse, aqueles alunos já estariam mortos”.

Virou imediatamente levando um susto ao ver Alois sentado ao seu lado, esteve tão compenetrado em observar Sebastian que nem notou sua aproximação. Era a primeira vez que o loiro falava com ele.

“Você deveria ao menos disfarçar, será problemático se alguém perceber essa sua fixação e será mais problemático ainda se o próprio Sebastian perceber.” Alois comentou alisando uma mecha de cabelo.

O phantomhive teve o coração na mão ao ouvi-lo, não sabia que estava sendo tão indiscreto assim. “Eu não sei do que você está falando.” Tentou disfarçar, achando muito atrevimento uma pessoa com quem nunca conversou vim querer lhe dar conselhos.

“Vou fingir que acredito.” Sorriu maldoso. Alois já havia notado que toda vez que chegava perto do noviço, Ciel só faltava metralhá-lo com os olhos e com tempo percebeu que o ciúme era com todos que chegavam perto do moreno, desde então passou a observar o menino. “Sebastian é bonito, mas eu prefiro o Claude. Acho ele mais atraente”.

O Phantomhive arregalou os olhos, como assim mais atraente? “É errado achar outro homem atraente!” Falou torcendo a cara, nem de longe Claude o atraía. Isso era absurdo.

“Que irônico ouvir isso de um garoto que está apaixonado por aquele noviço.” Apontou para Sebastian. “E mais, eu gosto tanto de menino quanto de meninas, ele não vivem dizendo que devemos amar uns aos outros? Então, eu amo de uma forma mais intensa e sem fazer distinção de gênero, pior seria se fosse o contrário, não acha?” Deu de ombros.

Ciel não deu ouvido as últimas palavras, pois seu cérebro congelou na palavra apaixonado. “E-Eu n-não estou a-apaixonado pelo Sebastian.” Baixou o rosto intensamente ruborizado.

“Está sim.” Respondeu casual arrancado algumas folhas da grama.

“Não estou não, o meu amor não é romântico, é fraterno.” Inflou as bochechas, lembrando de quando Sebastian o ensinou a diferença de amores, no amor romântico as pessoas faziam sexo e Sebastian não queria fazer sexo com ele.

“Está!” Alois insistiu, achando uma graça o rosto do menino todo corado. “E eu sei como provar!”.

“Duvido!” Deu um sorriso convencido, seria impossível do loiro provar isso, pelo menos era em sua opinião.

“Pois bem, feche os olhos.” Alois exigiu.

“Como? Por quê?” Perguntou confuso.

“Apenas faça e em hipótese alguma os abra até eu mandar.” Sorriu de canto, agora era uma questão de honra comprovar sua tese, mas Ciel parecia desconfiado demais para colaborar. “O que foi? Está com medo?” Provocou.

“Hump! Como se eu tivesse motivos para ter medo de você! Eu vou fechar não porque você está pedindo, mas porque eu quero.” Respondeu arrogante e fechou os olhos.

Alois sorriu, então o azulado era do tipo orgulhoso? Era bom saber disso. “Não se esqueça, você não pode abrir os olhos até que eu dê permissão, entendido?” O menino consentiu com a cabeça e então ele aproximou os lábios de sua orelha, sentido-o se encolher com a aproximação. “Agora imagine que eu sou o seu querido Sebastian”.

Ciel sorriu ao ouvir aquele nome e automaticamente em sua mente veio a imagem do noviço. Lembrou-se de quando o beijou no pescoço e de como foi bom sentir o calor de sua pele macia contra os lábios, de sentir seu cheiro tão perto de suas narinas e poder sugar o máximo de sua fragrância. O pedido de Alois era desnecessário, pois Sebastian não saia de seus pensamentos.

Sentiu um beijo ser dado em sua bochecha e apesar de incomodado ele não se afastou, ao contrário, suspirou, seria bom se o noviço o beijasse ali ao invés de sempre beijá-lo na testa. Outro beijo, agora no canto dos lábios e com isso outro suspiro. Seu coração começava a pular, assim de olhos fechados era Sebastian que estava a beijá-lo.

O próximo beijo foi dado diretamente em seus lábios e ele instantaneamente os entreabriu, ofegando, a respiração pesava em demasia para manter a boca fechada. Pensou que com certeza Alois estaria ouvindo as batidas alucinadas de seu coração. A língua dele penetrou devagar sua boca, o fazendo estremecer e, apesar de estranho, o contato era bom, afinal, era ‘Sebastian’ ali.

Enterrou os dedos nos cabelos de Alois e o puxou para si, também penetrando com a língua a boca dele. Era gostoso sentir a boca de outra pessoa e não imaginou que fosse tão macio, na verdade sempre achou nojento, mas agora constatava estar redondamente enganado, a boca de ‘Sebastian’ era quente e macia e fazia seu corpo ficar estranho. Sentia um estranho agitamento em seu interior.

Alois movia a língua devagar, dando tempo a ele aprender como beijar. Às vezes sugava seus lábios e em outras o deixava tomar o comando da situação, com isso foi fácil para o menino aprender. Ciel começou a suspirar e seu corpo cada vez mais quente passava a pulsar, era gostoso beijar desse jeito e quando o loiro mordeu de leve seu lábio inferior ele não se conteve e gemeu, se afastando no mesmo instante assustado com o som.

“Tá vendo como eu estava certo?” Alois sorriu radiante, vendo como Ciel estava vermelho e ofegava. “É assim que você quer que o Sebastian te toque, não é mesmo? Isso prova que você está apaixonado por ele”.

Ciel não teve como revidar, agora via que o loiro estava completamente certo, era exatamente assim que ele queria beijar o noviço. Agora entendia por que seu amor era diferente, era porque estava apaixonado.

S&C

“Até quando você pretende ficar aí me olhando?” Sebastian perguntou já impaciente. Ele estudava na biblioteca justamente por ser um lugar onde tinha sossego e não era incomodado, mas a presença de Ciel estava fazendo exatamente o contrário, o menino não parava de olhá-lo e isso era incomodo, aliás, a presença dele era incomoda.

“Quando você vai parar de estudar e me dar atenção?” Ciel escorou o rosto na mão. Ele nunca se cansaria de admirar a beleza do moreno e quando ele estava de óculos ficava ainda mais bonito. Mas no momento não era os olhos que chamavam a atenção e sim os lábios.

Desde que beijou Alois não houve uma única vez que se encontrasse com o noviço e não quisesse fazer o mesmo. Os lábios dele eram lindos e não tinha como não imaginar qual seria a sensação de senti-los, de sentir sua língua, o sabor de sua boca, e só de pensar nisso seu rosto passava a esquentar e o estômago dava um reboliço.

Sebastian o encarou sério, dessa vez ele não iria ceder ao pedido, pois achava que estava mimando o menino além da conta e que ele estava bem grandinho para compreender que nem tudo podia ser feito do jeito e na hora que ele quisesse. “Como você está vendo eu estou ocupado, pois assim como você, eu também preciso estudar, aliás, esse não é seu caderno de lição? Porque não aproveita para fazer os seus deveres ao invés de ficar aí me olhando”.

“É que eu quero que você me ajude com o dever de matemática” Pediu sem jeito.

“Sinto muito, mas agora eu estou ocupado, peça ao Claude já que ele é seu professor de matemática, aliás, se você não está conseguindo resolver o dever é porque não andou prestando a devida atenção na aula. Faustus é um ótimo professor.” Sebastian suspirou, suspeitando que Ciel ficava de conversinha durante as aulas, essa era a única explicação para ele nunca entender o dever enquanto os outros alunos não tinham dificuldade alguma.

O garoto torceu o nariz, ele não queria a ajuda de Claude, pois mesmo este sendo um ótimo professor ele não conseguia manter a mesma concentração que mantinha na aula de Michaelis, ou melhor, em nenhuma outra aula prestava tanta atenção quanto a do noviço.

“Mas eu quero que você me ensine.” Pediu emburrado.

“E eu já disse que estou ocupado, agora fique em silêncio que eu estou estudando, caso contrário, é melhor que saia.” O moreno voltou a prestar atenção no livro.

Ciel fez uma carranca, não sabia se era só impressão sua, mas Sebastian estava mais rígido que o habitual e até mesmo o abraçava menos que antes. Emburrado, levantou arrastando a cadeira propositadamente para fazer barulho e saiu pisando duro da biblioteca, era mais do que claro que sua presença não era desejada.

Michaelis apenas suspirou assim que ele saiu, mesmo sendo difícil, ele precisava ser firme e impor limites ao menino, pois na última semana haviam lhe chamado na reitoria e dado um puxão de orelha por causa dessa atenção especial. Voltou a prestar atenção ao livro, agora mais do que nunca precisava se dedicar aos estudos, pois se tudo saísse conforme o planejado em quatro anos ele se tornaria padre, esse era o grande sonho de sua vida.

As horas se passaram e ao contrário do que pensou o tempo sozinho não foi tão produtivo assim. Estava sentindo a consciência pesada por ter sido tão rígido com Ciel, mesmo sabendo que era necessário. Além disso, desde o dia em que ele o beijou - de forma tão íntima em sua percepção - percebeu a necessidade de por freios a essa intimidade, visto que apesar dele ser uma criança carente, foi errado o que ele fez e acima de tudo, não poderia deixa-lo se apegar tanto a si, pois isso seria um grande problema futuramente.

Fechou o livro e levantou da mesa, estava esgotado mentalmente depois de tanto estudar e para completar sentia uma leve dor de cabeça, mesmo assim iria ver se seu pequeno tinha conseguido resolver o dever. Quando saiu da biblioteca percebeu já ser fim de tarde e o céu possuía alguns filetes alaranjados. Como sempre, era um por do sol bonito. Foi para a cerejeira que ficava perto dali, com certeza era lá que Ciel estava. Sorriu. O garoto era tão previsível.

Quando chegou no pavilhão, constatou que como esperado ele realmente estava ao pé da árvore, mas Claude estava sentado ao seu lado ensinando o dever. Observou-os por alguns minutos, não tendo ciência de como se surpreenderia ao ver sua própria expressão nesse momento. Era de totalmente seriedade. Sem qualquer traço do costumeiro sorriso ou da cordialidade, seu rosto estava inteiramente severo.

Era incomodo o jeito que Ciel sorria a cada vez que parecia acertar uma resposta e mais incomodo ainda era o jeito que Claude afagava seus cabelos a cada acerto. E que expressão doce era aquela no rosto do moreno? Geralmente o outro noviço mostrava total serenidade não importando que aluno fosse, por isso não se agradou nem um pouco do modo como ele sorria e tratava seu pequeno. Era a primeira vez que a proximidade de Ciel com alguém o inquietava.

Virou as costas anojado e foi para seu quarto. Pelo visto sua ajuda no momento não era necessária, e da próxima vez ele se encarregaria pessoalmente de solucionar as duvidas do menino para que ele não precisasse da ajuda de outra pessoa, principalmente quando se tratasse dos deveres de matemática.


Notas Finais


*Sabe aquela cara que o gato de botas faz quando quer alguma coisa, então, imaginem o Ciel fazendo aquela cara.

Mila: Então é isso amores, até o próximo ano, ops até o próximo capitulo! Cruje, cruje, cruje, Tchau! Ptuz mais nova logo não Kkkkk Alguém aqui é desse tempo? kkkkkkk

Rafa: Do tempo das cavernas?

Mila: Falou a ‘novinha’! Depois que a gente da um tiro num ser humano desses dizem que a gente é violenta!


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