1. Spirit Fanfics >
  2. Pecados de um Padre >
  3. 2 anos atras - Ato I

História Pecados de um Padre - 2 anos atras - Ato I


Escrita por: Madame_Red25 e Milynha_Sh

Notas do Autor


Madame: Hello Pessoal, olha nos aqui novamente!
Mila: Hi povo lindo!

Gente nós não vamos nos demorar nas notas, então boa leitura e desculpem os erros de portugays, ok?!

Ah esse capitulo foi dividido em duas partes, porque ele realmente ficou muito extenso, muito mesmo, então em virtude disso nao demoraremos a atualizar a segunda parte, pelo menos é o que achamos.

Agradecemos pelos comentarios que a fic ta recebendo!

Bjs de chocolate e luz para vcs

By M&M

Capítulo 5 - 2 anos atras - Ato I


Fanfic / Fanfiction Pecados de um Padre - 2 anos atras - Ato I

O quarto era acolhido pela penumbra. Da cama, Ciel encarava a janela que tinha as cortinas abertas e os vidros fechados, observando a pouca claridade que fazia do lado de fora. Era noite de lua cheia e o céu estava iluminado e com muitas estrelas. Ele se acomodou melhor debaixo do cobertor e ajeitou a cabeça no travesseiro, por mais que procurasse uma posição confortável, não conseguia dormir.

O relógio de parede marcava três horas da manhã quando viu a maçaneta cromada do quarto girar. Lentamente. Causando um arrepio desde o cóccix até os cabelos de sua nuca, parecia uma cena de filme de terror. Imediatamente ele se escondeu debaixo do cobertor, sentindo o corpo estremecer por causa do medo. Os passos se aproximaram da cama de modo silencioso e logo um peso afundou ao seu lado no colchão. A essa altura ele tinha o coração na garganta.

“Ciel?” Era a voz de Sebastian, mansa e sussurrada. Cálida como o vendo da madrugada em uma noite de verão.

O menino destampou apenas os olhos para ter a certeza de que era mesmo o noviço a estar ali. “Sebastian? O que você está fazendo aqui?” Perguntou completamente confuso, estranhando a presença do outro àquela hora. “Aconteceu algu...”

“Shiii” Sebastian interrompeu, colocando o indicador em cima dos lábios do menino. “Fale baixo ou irão saber que eu estou aqui. Você não quer que nos descubram, não é mesmo?” Deu um sorriso estranho, olhando de forma intensa para ele.

“O que está acontecendo?” Ciel cochichou, notando que o noviço tinha um olhar diferente, como se aquele a sua frente fosse outra pessoa. Uma pessoa de olhar faminto.

Sebastian sorriu arqueando levemente o canto dos lábios e ainda permanecendo com o indicador sobre os lábios de Ciel, sentindo mesmo que de forma fraca a quentura que vinha deles. A impressão que dava era de que o garoto estava febril.

“Não está acontecendo nada, eu apenas senti a sua falta. Você não sentiu a minha falta também?” Sebastian pegou uma das mãos do menino e levou aos próprios lábios, fazendo Ciel sentir a mesma sensação que experimentou ao tocar os lábios dele. Beijou as falanges de seus dedos enquanto o olhava diretamente nos olhos, percebendo que as pupilas dele dilataram tornando as íris azuis quase negras.

Ciel passava a provar de uma incrível agitação interior, vivenciando algo novo em seu corpo. Era uma sensação estranha, porém boa, como se o oxigênio do quarto estivesse acabando e o pouco que restava não fosse o suficiente para sustentar sua respiração, mas ainda assim e de um modo inexplicável aquele sufoco o agradava, beirando ao vício.

Sebastian começou a lamber cada um de seus dedos, passando a língua lentamente desde a junção com a palma até a extremidade, sem nunca deixar de manter o contato visual. Lambeu o indicador. O anelar. E por fim colocou completamente o médio na boca, começando a sugá-lo. Enfiando e tirando o dedo da boca.

Mesmo na penumbra do quarto foi possível perceber as bochechas de Ciel corarem. Ele não compreendia o porquê do noviço agir assim, Sebastian estava irreconhecível, mas tinha que admitir que o toque de sua boca envolvendo seu dedo era bom. A língua dele se movia ao redor do digito de forma suave e quente. A aspereza do músculo acariciando sua pele o fez morder o lábio inferior e respirar com mais dificuldade.

Aquelas sensações eram indescritíveis e mesmo que sua inexperiência não permitisse nominá-las, Ciel não queria que elas cessassem. Sebastian parou de sugar seu dedo para beijar o dorso de sua mão antes de soltá-la e passar a apreciar seu rosto visivelmente corado. Nenhum dos dois sentia motivação para quebrar o silêncio acolhedor da madrugada e até mesmo os grilos respeitavam aquele momento de adoração.

Ciel revezava o olhar entre os olhos castanhos avermelhados e os lábios pálidos do noviço, sentindo uma vontade absurda de beijá-los e descobrir qual sabor eles teriam. Manteve os olhos vidrados naquela área, observando os lábios se retorcerem na menção de um sorriso e logo dentes perfeitamente alinhados se mostraram de maneira contida.

“É tão fácil saber o que você quer.” Sebastian se inclinou na direção do seu rosto, ficando muito próximo e olhando de forma intencional para seus lábios. “E se eu te disse que eu quero o mesmo que você...”.

***

Ciel acordou ofegante e suado, sentia o corpo pesar igual chumbo e era como se o sonho tivesse drenado todas as suas forças. Apenas o barulho de sua respiração quebrava o remanso do quarto e o suor escorria por sua testa grudando os fios em sua pele umedecida. Que sonho foi aquele?

Sentia o coração bater desesperado, um frio se fazia presente no estômago e um calor abafava o meio de suas pernas. Foi quando se tocou. Havia algo de errado em sua genitália. Puxou o edredon de cima do corpo e se deparou com um visível volume levantando a calça de seu pijama, igual uma tenda. O pânico começou a ser formar, ele não sabia o que estava acontecendo.

Baixou o cós da calça e o pênis caiu por cima do púbis que continha uma quantidade rala de pelos. A ereção apontava na direção do umbigo. Quando passou a ponta do dedo por cima da glande, colhendo o líquido que saia da uretra, foi tomado por um tremor no corpo, acompanhado de uma sensação desconhecida e boa. Olhou para o pênis, vendo que além de duro ele também pulsava e fazia movimentos sutis e involuntários.

Ele cobriu a glande com a mão e em um ato instintivo apertou de leve, soltando um longo gemido ao fazer isso. Tirou imediatamente a mão dali, seu coração estava disparado e ele sentia medo de alguém o ter ouvido. Sua respiração ficou inquieta, os batimentos afoitos e o frio no estômago apenas aumentava se alastrando também na direção das extremidades, como as mãos e os pés, mas entre as pernas o calor ainda permanecia e era grande.

Nervoso, mas movido pela curiosidade, levou novamente a mão ao pênis para repetir o mesmo gesto, massageando devagar a cabeça, notando que quanto mais massageava mais liquido produzia e melhor se sentia também. Aquilo era bom. Estranhamente bom. E uma sensação maravilhosa tomou seu corpo, entorpecendo todos os seus sentidos. Gemia mudo, deixando que apenas o barulho de respiração pesada saísse de sua boca, apesar de que sua vontade no momento era de gritar. Isso que experimentava seria prazer?

Por instinto sua mão desceu pelo corpo do membro, fazendo movimento que puxavam e recolhiam a pele da região, notando que assim o prazer era maior que apenas acariciar a ponta. Os movimentos ficaram vigorosos e apesar do braço cansar devido ao esforço, ele não tinha intenção de parar. Com a mão livre, arrastou as unhas pela pele do peito, sentindo ali um estranho prurido, como se fervilhasse por dentro da carne.

Movimentou uma, duas, três vezes a mão e a sensação chegou ao auge, a coluna envergou de maneira involuntária e ele abriu a boca deixando escapar um gemido baixo quando os jatos quentes banhando seu ventre, os quais ele não pode ver em razão de manter os olhos fortemente fechados.

“Sebastian...”.

Quando o torpor passou seu corpo relaxou na cama, lutando para normalizar a respiração e os batimentos desordenados. Era como se seu corpo inteiro pulsasse seguindo o ritmo descompassado de seu coração.

S&C

Havia amanhecido. Era o primeiro dia de férias e a maioria dos internos já tinham ido embora, restando apenas alguns a espera de seus transportes, como Alois e Ciel. Sebastian não entendia o que estava acontecendo, mas desde o café da manhã Ciel parecia evitá-lo e até mesmo evitava manter contato visual, o que era estranho já que o menino vivia no seu pé. Perguntava-se se ele iria mesmo embora sem se despedir.

Pelo jeito a resposta era sim, já que a conversa com o Trancy parecia bem mais interessante. Os dois meninos haviam se tornado amigos e Sebastian sabia que isso era bom para Ciel, pois o menino sempre foi muito solitário e tinha um circulo de convívio restrito, então fazer novas amizades o faria bem, mesmo assim no fundo isso o incomodava.

“Está tudo bem?” Claude havia notado a leve irritação de Michaelis e já desconfiava da fonte de tudo isso, então achou melhor chamar atenção do amigo para que ele não desse tanto na pista. Sebastian era transparente demais quando se tratava de Ciel.

“Está sim.” Michaelis deu um curto sorriso, balançando de leve o peito da bata como se sentisse calor. “Está quente, não acha?”.

Claude ficou sério e ajeitou o óculos no nariz. Ele não queria ter essa conversa com o amigo, mas já não conseguia ignorar a situação e não queria Sebastian fosse punido outra vez por causa da estranha ligação que tinha com o adolescente. “Darei um conselho de irmão, por isso escute bem o que vou falar, se afaste desse menino enquanto é tempo, ele só te trará problemas futuramente”.

“Do que você está falando?” Sebastian franziu o cenho, estranhando Claude falar de modo tão pessoal.

“Não é possível que você ainda não tenha notado.” Claude o olhou desconfiado, seria mesmo possível que Michaelis não tivesse percebido os sentimentos do Phantomhive? Sebastian poderia até ser mestre em esconder suas emoções, mas Ciel não possuía essa mesma habilidade e era notável para quem prestasse bem atenção a expressão apaixonada que ele fazia toda vez que via o moreno.

“Eu realmente não sei do que você está falando.” Michaelis foi sincero, realmente não sabia sobre o que Claude se referia.

“Não é nada.” Faustus preferiu omitir, não queria plantar ideias na cabeça do amigo enquanto elas não passassem de suposições, até porque não tinha como comprovar aquilo alem de suas observações. “Apenas faça o que eu digo, caso contrario, você colocará em risco o seu sonho de ser padre”.

Um arrepio percorreu a coluna de Sebastian. Ser padre era o que mais desejava na vida, ou melhor, era o único objetivo que possuía. Não poderia em hipótese alguma colocar esse sonho a perder, nem mesmo por Ciel e mesmo sem entender as razões de Faustus, ele sabia que o outro estava certo. Ciel de certa forma representava perigo.

Olhou uma última vez para os dois meninos, vendo como Alois sorria de um jeito animado, o que estariam conversando? Maneou a cabeça para afastar o pensamento. Claude estava certo, era melhor se manter distante.

****

“Desse jeito você vai acabar me engolindo. Já perdi as contas de quantas vezes você bocejou.” Alois brincou. Aquele sono de Ciel estava começando a afetá-lo e fazendo ter vontade de bocejar também. “Você não dormiu essa noite?”.

“Mais ou menos.” Ciel coçou a nuca dando um sorriso amarelo. Ele não havia dormido quase nada e o pouco que dormiu teve o sonho estranho com Sebastian, além isso, o tempo que passou acordado esteve fazendo coisas que até agora não compreendia muito bem, mas que não podia negar ter sido bom.

Ele ainda não compreendia o que aconteceu, não sabia por que seu pênis ficou tão duro depois daquele sonho e muito menos sabia que sensação maravilhosa era aquela que experimentou. Jamais imaginou que pudesse sentia algo tão bom tocando ali, mas apesar disso ele sentia vergonha do que tinha feito. Era como se de algum modo soubesse que aquilo era errado e pedia a Deus para que ninguém o tivesse ouvido gemer, apenas de lembrar em como chamou o nome do noviço fez seu rosto corar e isso não passou despercebido pelo loiro.

“Por que você está ficando vermelho?” Alois perguntou curioso, aproximando seu rosto do dele.

“N-Nada” Ciel corou mais ainda, ficando vermelho que nem uma pimenta madura.

“Vai me dizer que você está com sono por ter passado a madrugada se masturbando, seu safado.” O loiro brincou dando uma cotovelada, querendo apenas envergonhar o amigo.

“Masturbando? O que é isso?” Ciel tombou a cabeça de um jeito curioso.

“Você só pode está brincando, né!” Alois não acreditava que Ciel não sabia o que era se masturbar, mas ao vê-lo fazer um sinal negativo com a cabeça teve certeza de que o garoto realmente falava sério. Se aproximou dele ficando bem perto. “É quando você brinca com... o seu amiguinho lá debaixo. Com o seu pênis”.

Ciel enrubesceu até os cabelos dos cílios e seu coração só faltou sair pela boca, será que estava tão obvio assim que tinha feito aquilo? Alois caiu na gargalhada percebendo que mesmo sem querer havia acertado em cheio o que se passava com o menino.

“Não precisa ficar assim, isso é normal de acontecer na nossa idade, todos os meninos fazem, uns com bastante frequência eu diria, o menino do quarto ao lado meu se masturba toda noite.” Tentou acalmar o amigo, mostrando a ele que isso era algo natural de se fazer.

“Você sabe por que isso acontece?” Ciel sussurrou o mais baixo possível para que apenas o loiro ouvisse. “Eu acordei com o meu pênis duro”.

“Bem. As dá vontade de sentir prazer... então usamos as mãos para nos satisfazer” Alois foi claro, achando que estava bem obvio o porquê de alguém se masturbar. “Mas você disse que acordou com uma ereção. Com o que você sonhava?” Deu um sorriso sacana.

Ciel suspirou, já que estavam tendo essa conversa desavergonhada não tinha porque esconder o tal sonho. “Eu sonhava com Sebastian. Ele chupava os meus dedos e quando ele ia me beijar eu acordei” Disse com desanimo, nem mesmo em seus sonhos ele não conseguia matar a vontade de beijar o noviço.

Alois fez um ‘O’ com a boca a cobrindo com a mão, imaginando a cena pervertida que o amigo descreveu. “E você gemeu o nome dele quando gozou?”.

“Você está falando quando aquele negócio branco saiu... de lá?” Ciel apontou com os olhos para baixo.

“Esperma, Ciel. Aquilo é esperma, gala, sêmen, porra, leitinho ou como você preferir. Francamente, ninguém nunca falou de sexo com você?” Alois achava inacreditável como o menino era tão ignorante em relação ao assunto, o que não sabia era que além de passar a maior parte de seu tempo no colégio religioso, na mansão Ciel não tinha com quem conversar, ninguém que pudesse instruí-lo. “E então, você chamou ou não o nome dele quando gozou?”.

“Eu não tenho porque responder isso!” Ciel virou o rosto emburrado, odiando a ideia do loiro ter muito mais conhecimento que ele nesse quesito.

“O que que tem? É normal se masturbar pensando na pessoa que gostamos, eu por exemplo já me masturbei varias vezes pensando no Claude.” Deu de ombros.

Ciel fez uma careta, aquilo era bizarro. “Que horror. Eu preferia não ter ouvido isso.” Inevitavelmente sua mente imaginaria aquela cena traumatizante por um bom tempo.

“Questão de gosto não se discute, meu caro.” Alois riu, jogando o braço por cima dos ombros do menino e levou os lábios para bem perto de seu ouvido. “Me diga... O que você acha de na próxima vez nós brincarmos juntos?” Ele não teve tempo de receber qualquer resposta, pois uma mão em seu ombro o fez virar e dar de cara com um Sebastian sorrindo de olhos fechados.

“O seu carro já chegou, Alois.” Sebastian continuou sorrindo, de um jeito sombrio.

“Ah, obrigado!” Alois agradeceu com um sorriso cínico, apertando o braço em volta do pescoço de Ciel e trazendo seu rosto para dar um selo em sua bochecha. “Até a volta, Shieru. Até logo, Sebastian”.

“Faça uma boa viagem.” Sebastian desejou tirando aos poucos o sorriso do rosto, ao passo que Alois se distanciava.

“Acho que agora resta apenas eu.” Ciel resolveu quebrar o silêncio.

“Seu pai ligou, avisando que seu mordomo se envolveu em um acidente, por isso ele próprio está vindo buscá-lo.” Sebastian permaneceu olhando para frente, ele realmente estava decidido em ouvir as palavras de Faustus, mas como que por traquinagem do destino o reitor havia chamado justamente ele para dar o aviso ao menino. “Você iria mesmo embora sem se despedir?” Não resistiu a perguntar.

Ciel não sabia o que responder, sim, ele iria embora sem se despedir, mas não poderia dizer ao noviço que era por causa da vergonha de ter se masturbado pensando nele. “Não. Eu iria procurá-lo antes de ir embora.” Mentiu.

“Sério?” Sebastian arqueou uma sobrancelha, não acreditando muito naquela resposta.

“Sim.” Ciel apenas confirmou e ficou em silêncio. O clima estava estranho entre eles.

‘Será que ele ouviu minha conversa com Alois?’ Pensou alarmado, preferindo a morte a ter que passar por essa vergonha. Procurou manter a calma e olhou Sebastian pelo canto dos olhos. Ele permanecia olhando para frente com um olhar sereno, não parecia que tinha ouvido alguma coisa, seja como fosse, aquele silencio estava constrangedor.

“É verdade que seu aniversário é agora nas férias?”  Puxou um assunto aleatório, tentando agir da forma mais natural possível, mas sentia que se o noviço o olhasse nos olhos poderia enxergar tudo o que fez de madrugada.

“Sim, é verdade.” Sebastian virou para ele e respondeu sem empolgação. Para ele essa era uma data sem muita importância e nunca sequer chegou a comemorar.

“Quanto anos você fará?” Perguntou agora mais aliviado pela tensão no ar começar a se dissipar e o dialogo fluir de maneira natural. E agora pensando, mesmo com os anos que se conheciam, ele não sabia a idade do moreno.

“24 anos.” 

“E o que você quer ganhar de presente?” Ciel perguntou com empolgação, ele queira muito dar um presente para o moreno, algo especial que o fizesse sempre lembrar dele toda vez que olhasse.

Sebastian não mostrou muita animação, devido o estilo de vida que levava no colégio, ele não tinha o desejo de possuir algo em específico e via o consumo desnecessário como uma futilidade. Ambição era uma palavra que praticamente desconhecia. “Você não precisa me dar presente nenhum”.

Ciel fez um bico, ele fazia questão daquilo. “Mas eu quero te presentear.  Me peça qualquer coisa e eu darei.” Falou ingênuo, não percebendo que aos ouvidos de outra pessoa aquela frase poderia ter um leque de interpretações.

O noviço colocou a mão no queixo de modo pensativo, não queria fazer essa desfeita ao menino, alem de que ganhar um presente não o tiraria pedaço algum, mas o que poderia querer? Ele já era satisfeito com tudo que tinha.

“Já que você insiste em me presentear, eu quero um abraço como presente.” Sebastian pensava que não poderia haver melhor presente, além disso, ele tiraria a dúvida sobre aquele comportamento arisco ser apenas impressão.

“Um abraço?” Ciel corou. Ele não estava preparado para abraçar Sebastian. Não depois dessa noite. Não depois do que tinha feito. Sentia como se todos do internato o tivessem ouvido gemer o nome do noviço e o olhassem de um jeito acusatório. Só não tinha ciência de que isso era apenas fruto de sua consciência pesada.

“O que foi? Desistiu me dar o presente ou você não quer me abraçar?” Sebastian arqueou uma sobrancelha. Não era impressão, o menino realmente estava arisco, só não compreendia o motivo, até onde sabia não havia feito nada de errado para deixá-lo assim.

“N-Não é isso… Eu quero… Abraçar você. Só acho que teria coisas mais legais para você pedir.” Baixou a cabeça, para que seus cabelos cobrissem o rosto envergonhado, mesmo ainda não tendo abraçado o moreno seu coração já batia feito louco.

Sebastian achou uma graça o modo como o menino corou. Olhou para os lados, se certificando que não havia ninguém por perto e então por iniciativa própria o abraçou, já que o garoto pelo visto não teria a coragem tão cedo de fazê-lo.

Ciel estremeceu com o abraço, correspondendo de modo automático e enlaçando o moreno pelo pescoço. Fazia um bom tempo que Sebastian não o abraçava e a última vez que o fez foi quando cometeu o erro de beijá-lo no pescoço, desde então o noviço esteve evitando contato físico. Agora colado ao seu corpo, Ciel percebeu o tamanho da saudade que sentia dessa proximidade, lembrando-se outra vez do quanto era bom o calor dos braços do noviço. Não havia sensação no mundo que se igualasse a abraçá-lo.

O menino o apertou prolongando o contato, mas Sebastian sabia que aquele abraço já estava se demorando além do necessário, mesmo assim ele também não tinha forças nem intenção de desfazê-lo, pois também tinha sentido falta de abraçar seu pequeno. Quantas e quantas vezes reprimiu a vontade de fazê-lo por saber que o gesto já não tinha a mesma inocência de antes, pelo menos de sua parte, pois agora havia algo diferente dentro de seu peito toda vez que se aproximava do menor. Algo que sabia não ser certo.

“Você irá sentir minha falta?” Ciel levantou o rosto para olhá-lo.

Sebastian imediatamente se afastou desfazendo de forma abrupta o abraço. Agora com quatorze anos, Ciel dava na altura de seu queixo e, ao levantar a cabeça, ele ficou com o rosto muito próximo do seu.

“Claro que eu sentirei a sua falta.” Respondeu tentando manter um sorriso sereno, mas estava profundamente arrependido por tê-lo abraçado. Manter contato com Ciel começava a ser algo perigoso e o melhor seria não cometer o ato novamente.

Ciel deu um grande sorriso, era bom saber que Sebastian sentiria sua falta, assim como também sentiria a dele. “Verdade?!”.

“Verdade! Eu nunca minto. Lembra?!” Sebastian rolou os olhos, achando engraçada a alegria do menino por causa de algo tão simples. “Veja, o seu carro chegou” Apontou para o portão.

Ciel fez uma careta, ele não queria ir para casa e se dependesse de sua vontade passaria todas as férias no colégio, mas infelizmente isso era algo que não dependia de sua decisão. “Nos vemos daqui a um mês” Pegou a mochila de rodinha e se despediu com um aperto de mão, afinal, tinham que manter a formalidade na frente dos outros e seu pai com certeza o estaria observando por atrás do vidro escuro. Depois de alguns passos virou para trás, notando que o noviço já se encontrava a uma certa distancia “Sebastian?”.

Sebastian virou estando na metade do caminho para dentro do colégio. “Sim?” Respondeu, pensando que talvez Ciel estivesse esquecido alguma coisa.

O garoto tinha o coração acelerado, tanto que a pressão dos batimentos podia ser sentida em seus ouvidos. “Eu no seu lugar teria pedido um beijo.” Deu um sorriso traquino e praticamente correu na direção do carro.


Notas Finais


Estaremos assim que possivel editando os erros que com certeza devem ter, por isso se encontrarem um nos avisem ok? ok!

Bjs...
M&M!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...